quarta-feira, 13 de março de 2024

Filosofia da Ciência: Teste de Avaliação.

 




Filosofia da Ciência: 

Teste de Avaliação.


Na resposta a cada um dos itens seguintes, selecione a única opção correta.

 

1.   A qual dos seguintes problemas procura responder a filosofia da ciência?

A. Em que consiste a teoria da gravitação universal, de Newton?

B. Como evolui a ciência?

C. O que é que faz com que uma ação seja moralmente correta?

D. Em que diferem as teorias do fixismo e do evolucionismo?

 

2.   A perspetiva indutivista do método científico

A. baseia-se no raciocínio dedutivo.

B. incorre na falácia da afirmação do consequente.

C. é defendida por Francis Bacon e Karl Popper.

D. subestima o valor das previsões bem-sucedidas.

 

3.   O problema da verificação das hipóteses científicas

A. opõe o indutivismo ao critério da verificabilidade.

B. procura identificar o que distingue as teorias científicas das que não são científicas.

C. questiona a possibilidade de confirmação das hipóteses científicas ou a sua verificabilidade.

D. não tem qualquer relação com o problema da indução apresentado por David Hume.

 

4.   Considere os seguintes enunciados:

1.  Todos os planetas descrevem rotas elípticas.

2.  O Inferno é um lugar hostil.

3.  Não há vida noutros planetas.

 

Deve afirmar-se que

A. 1 e 3 são falsificáveis; o enunciado 2 não é falsificável.

B. 2 e 3 são falsificáveis; o enunciado 1 não é falsificável.

C. 1 é falsificável; os enunciados 2 e 3 não são falsificáveis.

D. 1 e 3 não são falsificáveis; o enunciado 2 é falsificável.

 

5.  Para Popper, uma teoria científica que revela resistência a um ou mais testes empíricos que a procuram refutar é uma

A.  teoria falsificada.

B.  má teoria.

C. teoria verdadeira.

D. teoria corroborada.

 

6.    A falsificabilidade de uma teoria é

A. um atributo que a torna passível de ser verificada pela experiência.

B. uma característica que ela tem de poder ser submetida a testes empíricos que visem a sua refutação.

C. uma qualidade que denota a sua não resistência a testes em que se procurou a sua falsificação.

D. o maior ou menor “grau de confirmação” que ela revela.

 

7.   Uma das críticas feitas ao indutivismo é a de que

A. não é o procedimento mais comum entre os cientistas.

B. corresponde a uma conceção idealizada da ciência.

C. as leis científicas não são suscetíveis de uma verificação conclusiva.

D. a observação dos factos ou fenómenos é neutra e isenta de pressupostos.

 

8.   A possibilidade de uma afirmação ser testada através da observação ou experimentação

A. é condição de cientificidade tanto para o indutivismo como para o falsificacionismo.

B. não é condição de cientificidade para o indutivismo nem para o falsificacionismo.

C. é condição de cientificidade para o indutivismo, mas não para o falsificacionismo.

D. é condição de cientificidade para o falsificacionismo, mas não para o indutivismo.

 

9.   O problema da objetividade da ciência

A. é um falso problema, uma vez que a história da ciência confirma a total objetividade do conhecimento científico.

B. procura determinar se a avaliação e escolha de teorias é feita com base em razões estritamente imparciais.

C. não encontra resposta na filosofia da ciência de Karl Popper.

D. está relacionado com o problema da demarcação, mas não com o da evolução da ciência.

 

10. Indique qual das opções descreve corretamente a ordem dos procedimentos metodológicos no âmbito do indutivismo?

A. Observação dos factos ou fenómenos; experimentação/verificação experimental; formulação de hipóteses; generalização dos resultados.

B. Experimentação/Verificação experimental; generalização dos resultados; formulação de hipóteses; observação dos factos ou fenómenos.

C. Generalização dos resultados; experimentação/verificação experimental; formulação de hipóteses; observação dos factos ou fenómenos.

D. Observação dos factos ou fenómenos; formulação de hipóteses; experimentação/verificação experimental; generalização dos resultados.

 

Grupo II

1.   Como se distingue a ciência da pseudociência?

2.   Qual é o papel do senso comum na evolução do conhecimento científico e como difere do conhecimento científico?

3.   Em que consiste o critério da verificabilidade na filosofia da ciência?

4.   Por que razão é que a astrologia, apesar de oferecer explicações organizadas, é geralmente considerada não científica?


Grupo III


1.   Leia o texto seguinte:

 «Quanto mais falsificável for um enunciado, mais útil é à ciência. Muitos enunciados são expressos de forma vaga, fazendo que seja bastante difícil ver como poderiam ser testados e como interpretar os resultados

Nigel Warburton (1998), Elementos Básicos de Filosofia, Lisboa, Gradiva. p. 180


1.1. Explicite em que medida o conceito de falsificabilidade de Karl Popper contribui para o problema da demarcação em Filosofia da Ciência. Dê um exemplo de um enunciado vago e justifique.

 

 

Sugestões de resposta

Grupo I

1. B.         

2. B.        

3. C.         

4. A.         

5. D.         

6. B.         

7. C.        

8. A.         

9. B.        

10. C.

 

Grupo II

1.   A ciência distingue-se da pseudociência pela sua metodologia rigorosa e pelo uso do método científico, que inclui a formulação de hipóteses testáveis, a realização de experiências e a análise objetiva dos dados. A ciência é aberta à revisão e ao escrutínio da comunidade científica, enquanto a pseudociência muitas vezes, se baseia em alegações não verificáveis, carece de evidência empírica e não está aberta a críticas ou revisões. A pseudociência, frequentemente, utiliza jargão científico de forma inadequada e faz alegações que não são sustentadas por estudos científicos confiáveis.

2.   O senso comum desempenha um papel inicial na evolução do conhecimento científico, muitas vezes servindo como ponto de partida para questionamentos e observações que podem levar a investigações científicas. No entanto, o senso comum difere do conhecimento científico em termos de rigor, sistematização e metodologia. Enquanto o senso comum se baseia em perceções imediatas, experiências pessoais e é muitas vezes não sistemático e acrítico, o conhecimento científico é construído através de métodos rigorosos, é sistematizado, baseia-se em evidências empíricas e está sempre sujeito a revisão e a teste. Assim, a ciência transforma e aprofunda o conhecimento originado no senso comum, oferecendo uma compreensão mais detalhada, precisa e testável dos fenómenos.

3.   Segundo o critério da verificabilidade, proposto pelo Círculo de Viena, uma teoria é científica apenas se o que propõe puder ser verificado empiricamente. Isto significa que, para ser considerada científica, uma teoria ou hipótese deve ser passível de ser testada através de observações ou experiências. Este critério baseia-se na ideia de que o valor de verdade de uma afirmação pode ser determinado pela sua correspondência com os factos observáveis. A verificabilidade não exige que todas as observações necessárias sejam realizáveis na prática, mas sim que, em princípio, seja possível estabelecer o valor de verdade da teoria através da observação.

4.   Apesar de a astrologia oferecer explicações sistemáticas e organizadas sobre o comportamento humano com base na posição dos astros, ela é, geralmente, considerada não científica porque as suas afirmações não são empiricamente falsificáveis de acordo com os padrões da ciência moderna. A astrologia não se baseia em métodos científicos rigorosos e as suas previsões não são testáveis de uma forma que permita a sua refutação. Além disso, ela não se ajusta ou evolui com base em novas evidências ou descobertas, o que é um aspeto fundamental da ciência. Portanto, a astrologia, apesar de ter um sistema de crenças e práticas, não satisfaz os critérios de cientificidade estabelecidos pela filosofia da ciência, como a falsificabilidade.

 

Grupo III


1. O conceito de falsificabilidade de Karl Popper oferece uma solução para o problema da demarcação, ao sugerir que a cientificidade de uma teoria depende da sua capacidade de ser refutada empiricamente. Segundo Popper, uma proposição, hipótese ou teoria é científica só se for possível conceber uma observação ou experiência que possa refutá-la. Isso significa que testar uma teoria científica envolve procurar casos que sejam incompatíveis com ela, e não apenas procurar apoio empírico. O conceito de falsificabilidade permite distinguir teorias científicas das não científicas com base na possibilidade de serem testadas e potencialmente refutadas. Teorias que não são falsificáveis, ou seja, que não podem ser refutadas por qualquer observação empírica, são consideradas não científicas. Este critério de falsificabilidade torna-se um importante marco na diferenciação entre ciência e não ciência, permitindo identificar as teorias que contribuem efetivamente para o avanço do conhecimento científico.

 

Um exemplo de um enunciado vago poderia ser: “Algumas pessoas têm uma energia especial que afeta os outros à sua volta.” Este enunciado é vago porque não especifica o que significa “energia especial” nem como essa energia poderia ser medida ou observada. Sem critérios claros e mensuráveis, tal enunciado não é empiricamente falsificável.

 

 

Muito obrigada aos autores do projecto 

Ágora - 11º Ano!

 

José Ferreira Borges

Marta Paiva

Nuno Fadigas

Orlando Tavares



LOLA

  

quarta-feira, 6 de março de 2024

Popper e Kuhn: testes de avaliação

 


TESTE DE AVALIAÇÃO

Karl Popper e Thomas Kuhn


GRUPO I

1.  Considera as afirmações seguintes relativas ao papel da verificação no desenvolvimento científico e seleciona a alternativa que o descreve corretamente.

1. Para o verificacionismo, as experiências são um meio de confirmar as hipóteses.

2.  De acordo com o critério de verificabilidade, para que uma teoria possa ser considerada científica, tem de ser composta por proposições observáveis.

3.    De acordo com o critério de verificabilidade, para que uma teoria possa ser considerada científica, tem de ser empiricamente verificável.

4.    De acordo com o verificacionismo, alguns dados, como a metafísica, podem carecer de verificação empírica e ainda assim ser considerados científicos.


(A) 2 e 3 são verdadeiras; 1 e 4 são falsas.

(B) 2 é verdadeira; 1, 3 e 4 são falsas.

(C) 1 e 4 são verdadeiras; 2 e 3 são falsas.

(D) 1, 2 e 3 são verdadeiras; 4 é falsa.

 

2. Considera as afirmações seguintes relativas ao conhecimento científico e seleciona a alternativa que o descreve corretamente.

1.    O conhecimento científico obedece a um método rigoroso e procura garantir que as mesmas experiências produzam os mesmos resultados.

2.    O conhecimento científico é mediato.

3.    O conhecimento científico recorre a uma linguagem rigorosa e ambígua.

4.    O conhecimento científico raramente pode ser usado para as questões que surgem diariamente.

 

(A) 2 e 3 são verdadeiras; 1 e 4 são falsas.

(B) 2 é verdadeira; 1, 3 e 4 são falsas.

(C) 1 e 2 são verdadeiras; 3 e 4 são falsas.

(D) 1 e 3 são verdadeiras; 2 e 4 são falsas.

 

3.  O conhecimento científico caracteriza-se, entre outros aspetos, por ser:

(A) metódico e subjetivo.

(B) qualitativo e assistemático.

(C) metódico e explicativo.

(D) verdadeiro e definitivo.


4. O conhecimento vulgar distingue-se do conhecimento científico porque:

(A) o primeiro usa uma linguagem rigorosa e o segundo usa uma linguagem simples, que se adapta ao imediato.

(B) o primeiro tem por base a experiência do quotidiano e o segundo tem por base a observação rigorosa dos fenómenos.

(C) o primeiro exprime os seus resultados em termos quantitativos e o segundo descreve os fenómenos qualitativamente.

(D) o primeiro tem um valor predominantemente teórico e o segundo tem um valor eminentemente prático.

 

5.    De acordo com o método indutivo:

(A) uma boa teoria deve ser explicativa e preditiva.

(B) ao registar os dados, o cientista deve ser imparcial e aderir a preconceitos.

(C) a produção científica tem início na formulação de uma hipótese e não na observação.

(D) uma teoria científica deve ser capaz de explicar exclusivamente os fenómenos passados.

 

6.    De acordo com o critério de verificação de teorias:

(A) a metafísica também pode ser considerada ciência.

(B) apenas pode ser considerado ciência o que pode ser verificado empiricamente.

(C) tudo pode ser verificado empiricamente.

(D) ser empiricamente verificável é garantia de que a teoria está certa.

 

7.    De acordo com o modelo hipotético-dedutivo:

(A) a observação é a primeira etapa da criação científica.

(B) o ponto de partida para a construção científica é a experimentação.

(C) a formulação de hipóteses é um ato essencialmente criativo.

(D) através da experimentação, o cientista deve procurar verificar a sua hipótese.

 

8.    De acordo com o Karl Popper:

(A) uma teoria corroborada é uma teoria fortalecida pelas tentativas de falsificação a que foi sujeita.

(B) uma teoria corroborada é uma teoria que foi verificada pela experimentação.

(C) para que uma teoria seja corroborada, deve haver um elevado número de cientistas a defendê-la.

(D) as teorias nunca são corroboradas.


9.    Para Karl Popper:

(A) é possível fazer uma observação fenoménica absolutamente imparcial.

(B) o método indutivo é o único verdadeiramente científico.

(C) não é possível fazer a verificação definitiva de qualquer teoria científica.

(D) o conhecimento científico depende das revoluções paradigmáticas.

 

10.  Para Thomas Kuhn:

(A) a evolução científica está associada à adoção de modelos de investigação designados como paradigmas.

(B) a criação de paradigmas é uma das características do período pré-científico.

(C) os paradigmas resultam da aplicação do método indutivo.

(D) um paradigma científico só pode ser alterado quando a ciência alterar o seu objeto de investigação.

 

11.  Analisa as proposições seguintes e escolhe a alternativa correta.

(A) O conceito “emergência paradigmática” designa a urgência de encontrar um novo paradigma em altura de crise.

(B) No período de ciência normal, o paradigma é adotado, não surgindo novas descobertas científicas.

(C) Os paradigmas são incomensuráveis, porque não é possível compará-los objetivamente.

(D) Para que um paradigma entre em crise, basta que surja uma anomalia.

 

12.  Em relação à objetividade do conhecimento científico, Thomas Kuhn considera que:

(A) se usarmos um critério rigoroso, podemos estar certos de que o novo paradigma é melhor do que o anterior.

(B) não temos forma de garantir que o novo modelo adotado seja melhor do que o anterior.

(C) podemos considerar que a evolução científica se dá de forma objetiva.

(D a evolução científica é cumulativa e, por isso, deve ser considerada revolucionária.

 

13.  No método proposto por Karl Popper:

(A) o ponto de partida para a investigação é a constatação de um problema.

(B) recorre-se à experimentação exclusivamente como forma de comprovar a veracidade das hipóteses.

(C) a primeira fase é a observação e seguem-se a teoria e a elaboração de experiências no intuito de falsificar a hipótese.

(D) é defendida uma conceção indutivista da ciência.

 

14.  De acordo com Karl Popper:

(A) a verificação de teorias permite uma aproximação aleatória à verdade.

(B) a elaboração de hipóteses está associada à capacidade criativa do cientista.

(C) a verdade é um ideal regulador.

(D) através da falsificação é possível ter a certeza absoluta que uma teoria está correta.

 

15.  Popper defende que, quanto mais falsificável for uma dada proposição, mais interessante ela é para a ciência. Qual das proposições seguintes é, de acordo com Popper, mais interessante?

(A) Não existem cisnes negros.

(B) Todos os cisnes são brancos.

(C) Alguns cisnes são negros.

(D) Existem cisnes brancos.

 

GRUPO II

 

Responde às questões que se seguem.

 

1. Lê o excerto que se segue.

Bertrand Russell, nos Problemas da Filosofia, usou o exemplo de uma galinha que acorda todas as manhãs pensando que, uma vez que foi alimentada no dia anterior, sê-lo-á mais uma vez naquele dia. Um dia acorda e o camponês torce-lhe o pescoço. A galinha estava a usar um argumento indutivo baseado num grande número de observações. Estaremos a ser tão tolos quanto esta galinha ao apoiar-nos tão fortemente na indução? Como poderemos justificar a nossa fé na indução? Este é o chamado problema da indução (…).

Nigel Warburton (1998). Elementos Básicos de Filosofia, Gradiva, pp. 174.

 

1.1. Esclarece em que consiste o problema da indução identificado no texto.

 

2. Lê o excerto que se segue.

Os cientistas não começam por fazer observações, começam com uma teoria. As teorias científicas e as chamadas leis da natureza não aspiram à verdade: ao invés, são tentativas especulativas de oferecer uma análise de vários aspetos da natureza. São conjeturas: suposições bem informadas, concebidas para serem melhores do que as teorias anteriores.

Nigel Warburton (1998). Elementos Básicos de Filosofia, Gradiva.

 

2.1. Explica por que razão se diz que «as teorias científicas (…) não aspiram à verdade».

 

3. Lê o excerto que se segue.

Além disso, também eu sustento que não se pode asseverar que as hipóteses sejam enunciados “verdadeiros”, mas que são apenas “conjeturas provisórias” (ou algo semelhante) e essa conceção só pode ser expressa por meio de uma apreciação dessas hipóteses.

Karl Popper (2013). A Lógica da Pesquisa Científica, Cultrix, p. 291.

 

3.1. Explica o significado do conceito de teoria corroborada e relaciona-o com as «conjeturas provisórias» referidas no texto.

 

4. O que significa dizer que os paradigmas são incomensuráveis, segundo Thomas Kuhn?

 

5. Esclarece em que consiste um paradigma científico, segundo a perspetiva kuhniana.

 

GRUPO III

 

Responde à questão que se segue.

 

Deste modo começamos com um ponto de partida vago e construímos sobre alicerces inseguros. Mas podemos progredir: podemos às vezes, após alguma crítica, ver que estivemos errados; podemos aprender com os nossos enganos, com a compreensão de que fizemos um erro. (...)

[O] nosso ponto de partida é o senso comum e (...) [o] nosso grande instrumento para progredir é a crítica.

Karl Popper (1975). Conhecimento Objetivo, Itatiaia, pp. 42-43.

 

1. Analisa criticamente a perspetiva de Thomas Kuhn acerca da evolução científica.


 CRITÉRIOS DE CORREÇÃO



Grupo I

1. D

2. C

3. C

4. B

5. A

6. B

7. C

8. A

9. C

10. A

11. C

12. B

13. A

14. C

15. B

 

 

 

 

 

 

 

 

 




Grupo II

1.1. O texto salienta a ideia de que o método indutivo é falível, pois, por grande que seja o número de observações realizadas, nunca estaremos em condições de prever, de forma absoluta, o que virá a suceder no futuro.

 

2.1. As teorias científicas não aspiram à verdade porque a sua veracidade nunca pode ser confirmada de forma definitiva. As teorias científicas são, deste modo, conjeturas, isto é, tentativas de explicação dos fenómenos da natureza tão rigorosas quanto possível.

 

3.1. Uma teoria corroborada é uma teoria fortalecida pelo facto de ter resistido às sucessivas tentativas de refutação de que foi alvo. Apesar da sua resistência às tentativas de refutação, a teoria nunca é verificada de forma definitiva, pelo que continua a ser uma conjetura provisória, ou seja, uma explicação provável para determinado fenómeno, que eventualmente pode vir a ser falsificada.

 

4. Dizer que os paradigmas são incomensuráveis equivale a dizer que não há forma de os comparar de maneira objetiva e, consequentemente, de concluir que um é melhor que o outro.

 

5. Um paradigma científico é um modelo adotado pela comunidade científica durante um determinado período de tempo e ao abrigo do qual é realizada a investigação. O paradigma em vigor inclui, usualmente, metodologias de investigação, leis, teorias, instrumentos, etc.

 

Grupo III

1. O aluno deverá adotar uma posição crítica acerca do desenvolvimento da ciência, defendendo ou opondo-se a uma das teses centrais de Thomas Kuhn.


 Muito Obrigada, Areal Editores!

 

 

GRUPO I


 

1- O conhecimento científico difere do conhecimento vulgar

A. porque o conhecimento científico é assistemático.

B. apenas porque o conhecimento científico é sistemático.

C. porque o conhecimento científico visa explicar sistematicamente os factos.

D. porque o conhecimento científico visa explicar os factos, mas não sistematicamente.

 

2- De acordo com a perspetiva indutivista do método científico e da ciência,

A. a ciência tem início com previsões exatas, tornadas possíveis pelo conhecimento das leis da Natureza.

B. a observação da Natureza é necessária apenas para justificar as leis gerais.

C.apenas as inferências indutivas são capazes de produzir conhecimento genuinamente novo sobre o mundo.

D. os cientistas não recorrem a outros processos mentais além das inferências indutivas.

 

3- Uma proposição empiricamente verificável é aquela que

A. é comprovada pela experiência.

B. pode ser comprovada pela experiência.

C.tem de ser comprovada pela experiência.

D. tem de ser refutada pela experiência.

 

4- Qual das proposições seria mais interessante para um cientista que usasse o método proposto por Popper?

A. Se há instabilidade política no Reino Unido, os preços das ações na bolsa de Londres caem.

B. Se há instabilidade política no Reino Unido, os preços das ações na bolsa de Londres alteram-se.

C.Se instabilidade política no Reino Unido, os preços das ações na bolsa de Londres caem ou não.

D. Se instabilidade política no Reino Unido, é possível que os preços das ações na bolsa de Londres se alterem.



5- De acordo com Popper, qual das afirmações seguintes é empiricamente falsificável?

A. Há seres inteligentes extraterrestres.

B. Alguns planetas são habitados.

C. Pode haver extraterrestres inteligentes.

D. Nenhum planeta extrassolar é habitado.

 

6- Popper defende que

A. a ciência progride por eliminação do erro.

B. os testes severos impedem o progresso científico.

C.a ciência progride, mas progresso não significa aproximação à verdade.

D. a verdade é relativa, pois nunca podemos saber se chegámos à verdade.

 

7- Segundo o critério da demarcação de Popper, uma teoria científica é aquela que

A. foi refutada pela observação.

B. tem de ser refutada pela observação.

C.pode ser refutada pela observação.

D. pode ser refutável pela observação.

 

8- De acordo com Kuhn, nos períodos de ciência normal, os cientistas procuram

A. aplicar os paradigmas existentes a novos factos.

B. alargar o âmbito de aplicação do paradigma vigente.

C.substituir o paradigma existente por outro.

D. falsificar as próprias teorias.

 

9- Segundo Kuhn, as revoluções científicas são episódios

A. raros de desenvolvimento cumulativo.

B. raros de desenvolvimento não cumulativo.

C.frequentes de desenvolvimento não cumulativo.

D. frequentes de desenvolvimento cumulativo.

 

10-  “Barry Marshall, médico [...] na Austrália, descobriu que muitos cancros do estômago [...] são causados por uma bactéria chamada Helicobacter pylori. Embora as suas descobertas fossem fáceis de comprovar, o conceito era tão radical que iria passar mais de uma década até ser aceite entre a comunidade médica. Os institutos nacionais de saúde dos Estados Unidos, por exemplo, subscreveram oficialmente a ideia em 1994. «Devem ter morrido sem necessidade centenas, mesmo milhares de pessoas com úlceras», disse Marshall [...] em 1999.” 


Este caso, apresentado no livro Breve História de Quase Tudo de B. Bryson, corresponde à descrição feita por Kuhn da comunidade científica num período de ciência normal, uma vez que

A.  a comunidade médica mostrou que procura comprovar cuidadosamente teorias radicais

B.  a corroboração das teorias através de testes é suficiente para produzir mudanças paradigmáticas.

C.a atitude da comunidade médica foi de conservadorismo e de resistência à mudança.

D.  as teorias radicais, ainda que a comunidade científica as considere atraentes, são difíceis de comprovar.


 

GRUPO II

 

1. Lê o seguinte texto e responde às questões A, B, e C:

 

Muitos cientistas e filósofos ficaram profundamente impressionados com a descrição de Popper do método científico. Peter Medawar, que ganhou o prémio Nobel da Medicina, por exemplo, disse: “Penso que Karl Popper é incomparavelmente o maior filósofo da ciência que alguma vez existiu.” Os cientistas apreciavam particularmente a descrição da atividade científica como criativa e imaginativa; achavam também que Popper compreendia como faziam realmente o seu trabalho. Os filósofos adoraram também o modo como Popper contornou a difícil questão do Problema da Indução. Em 1962, porém, o historiador da ciência e físico americano Thomas Kuhn publicou um livro intitulado “A Estrutura das Revoluções Científicas”, que contava uma história diferente sobre como a ciência avança, sugerindo que Popper se enganara. Kuhn achava que Popper não estudara suficientemente a história da ciência. Se o tivesse feito, teria visto um padrão a emergir.


Nigel Warburton, Uma Pequena História da Filosofia, p. 217.

 

2.A. Contrasta a perspetiva de Karl Popper com a perspetiva indutivista relativamente ao lugar da observação no método científico.


2.B. De acordo com o autor do texto, “os filósofos adoraram também o modo como Popper contornou a difícil questão do Problema da Indução”. Formula o problema da indução e explica o modo como Popper o contornou.


2.C.No texto apresentado, lê-se que “Kuhn achava que Popper não estudara suficientemente a história da ciência. Se o tivesse feito, teria visto um padrão a emergir.” Explica o padrão, ou a estrutura, que Kuhn viu emergir ao estudar a história da ciência.


2. Lê o seguinte texto e responde às questões A, B, e C:

 

Por exercerem a sua profissão em mundos diferentes, os dois grupos de cientistas veem coisas diferentes quando olham de um mesmo ponto de vista na mesma direção. Isso não significa que possam ver o que lhes aprouver. Ambos olham para o mundo e o que olham não mudou. Mas em algumas áreas veem coisas diferentes, que são visualizadas mantendo relações diferentes entre si. É por isso que uma lei, que para um grupo pode nem sequer ser demonstrada, pode, eventualmente, parecer intuitivamente óbvia para outro.

Thomas Kuhn (1962) A Estrutura das Revoluções Científicas, p. 124-125.

 

3.A. O que tem em mente Kuhn quando, no texto, fala de “mundos diferentes”? Justifica a tua resposta.


3.B. Explica a ideia que Kuhn quer destacar ao dizer que “dois grupos de cientistas veem coisas diferentes quando olham de um mesmo ponto de vista na mesma direção”.


3.C. Como ocorrem, de acordo com Kuhn, as crises científicas? Justifica com exemplos.


GRUPO III 

Responde apenas a um dos problemas seguintes, elaborando um pequeno texto argumentativo (com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta), defendendo a tua posição de forma articulada e cuidadosamente argumentada:

 

·         OPÇÃO A: Quem tem razão na forma como se distingue o que é científico do que não o é? Os positivistas lógicos, Popper, ou Kuhn?

 

·         OPÇÃO B: Como evolui o conhecimento científico? Qual é a reposta mais plausível para esse problema: a resposta de Popper ou a de Kuhn?


Requisitos obrigatórios:

- no texto terá de utilizar e identificar pelo menos uma inferência válida.

- no texto terá de usar e identificar pelo menos uma falácia informal.

 

  Muito Obrigada, Domingos Faria!



LOLA

 

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