Páginas

sábado, 18 de janeiro de 2020

Thomas Khun: exercícios



Thomas Kuhn
 Exercícios


A.  Questões de Escolha Múltipla:

1 – Kuhn considera que há períodos de consenso e períodos de divergência na comunidade científica. O fim de um período de consenso e a consequente entrada num período de divergência devem-se:
(A) ao aprofundamento do paradigma.
(B) à acumulação de anomalias.
(C) à resolução de enigmas.
(D) à atitude crítica própria da ciência normal.

Leia o texto:


Considere-se, para usar outro exemplo, os homens que chamaram louco a Copérnico por este proclamar que a Terra se movia. Eles não estavam simplesmente errados, nem completamente errados. Para eles, a ideia de posição fixa fazia parte do significado de «Terra». […] De modo correspondente, a inovação de Copérnico não se limitava a mover a Terra. Era, em vez disso, todo um novo modo de olhar para os problemas da física e da astronomia, um modo de olhar que mudava necessariamente o significado quer de «Terra», quer de «movimento».


T. Kuhn, A Estrutura das Revoluções Científicas, Lisboa, Guerra & Paz, 2009, p. 205

2. Para Kuhn, exemplos como o do texto anterior apoiam a ideia de que paradigmas diferentes são:

(A) extraordinários.
(B) comparáveis.
(C) incomensuráveis.
(D) revolucionários.

3 – Segundo Kuhn, quando uma comunidade científica se dedica sobretudo à resolução de enigmas, a ciência encontra-se num período:

(A) revolucionário.
(B) não paradigmático.
(C) de ciência extraordinária.
(D) de ciência normal.
B. Questão de Desenvolvimento:
Leia o texto.

Nenhum empreendimento de solução de enigmas pode existir a menos que os seus praticantes partilhem critérios que, para esse grupo e para essa época, determinem quando é que um enigma particular foi resolvido. Os mesmos critérios determinam necessariamente o fracasso em obter uma solução, e quem quer que tenha de escolher poderá ver nesse fracasso o fiasco de uma teoria submetida à prova. [Mas] normalmente […] não se vê assim o assunto. Só o praticante é censurado, não os seus instrumentos. Mas em circunstâncias especiais que provocam uma crise na profissão (por exemplo, um grande fracasso, ou fracassos repetidos dos profissionais mais brilhantes), a opinião do grupo pode mudar. Um fiasco que anteriormente fora pessoal pode então acabar por parecer o insucesso de uma teoria submetida a testes.


T. Kuhn, A Tensão Essencial, Lisboa, Edições 70, 1989, pp. 331-332

4. De acordo com Kuhn, como se explica a passagem da ciência normal para a ciência extraordinária?

Na sua resposta:

– esclareça as noções de ciência normal e de ciência extraordinária;

– integre adequadamente a informação do texto.

5. Apresente uma crítica à perspetiva de Kuhn acerca do desenvolvimento da ciência.

Na sua resposta, comece por explicitar o aspeto da perspetiva de Kuhn a que a crítica apresentada diz respeito.

C. Leia o texto de Thomas Khun e responda às questões:


[...A] «ciência normal» refere-se à investigação firmemente baseada numa ou mais realizações científicas passadas, realizações essas que uma certa comunidade científica reconhece por um tempo como base do trabalho que realiza. Essas realizações aparecem hoje em dia descritas nos manuais científicos, sejam eles elementares ou avançados, embora raramente na sua forma original. Estes manuais expõem o corpo teórico aceite, exemplificam muitas ou todas as suas aplicações bem-sucedidas e comparam estas aplicações com observações e experiências científicas exemplares. Antes de estes livros se tornarem populares no início do século XIX (e mais recentemente nas ciências que atingiram a maturidade mais tarde), muitos dos clássicos famosos da ciência desempenhavam uma função semelhante. A Física de Aristótles, o Almagesto de Ptolomeu, os Principia e a Óptica de Newton, a Electricidade de Franklin, a Química de Lavoisier e a Geologia de Lyell – estas e muitas outras obras serviram durante um tempo para definir implicitamente os problemas e métodos legítimos dentro de um campo de pesquisa para as gerações subsequentes de investigadores. Estas obras desempenharam este papel porque tinham em comum duas características essenciais. A realização científica que representavam era suficientemente inovadora para atrair um grupo de aderentes estável, afastando-os de formas rivais de actividade científica. Simultaneamente, eram de tal modo indefinidas que uma grande variedade de problemas eram deixados em aberto, ficando o grupo de investigadores que entretanto se reorganizara com a tarefa de procurar resolvê-los.

Referir-me-ei daqui em diante às realizações científicas que partilham estas duas características como «paradigmas», um termo muito próximo de «ciência normal». Ao escolhê-lo, quis sugerir que alguns exemplos aceites de prática científica concreta – exemplos que reúnem leis, teorias, aplicações e instrumentos – fornecem modelos que dão lugar a uma determinada tradição de investigação científica coerente. Falo das tradições que os historiadores descrevem sob rubricas como «astronomia ptolomaica» (ou «coperniciana»), «dinâmica aristotélica» (ou «newtoniana»), «óptica corpuscular» (ou «óptica ondulatória»), e assim por diante. O estudo dos paradigmas, incluindo muitos que são bastante menos especializados do que aqueles a que me referi acima, é aquilo que prepara fundamentalmente o estudante para se tornar membro da comunidade científica no seio da qual exercerá a sua prática. Pelo facto de se associar a homens que aprenderam as bases do seu campo de trabalho com os mesmos modelos, a sua prática subsequente dificilmente suscitará discordância aberta sobre questões fundamentais. Os homens cuja investigação se baseia em paradigmas partilhados empenham-se em seguir as mesmas regras e critérios de prática científica. Esse comprometimento e o consenso aparente que ele produz são requisitos da ciência normal, isto é, do nascimento e continuação de uma determinada tradição de estudo científico.

Thomas S. Khun, A estrutura das revoluções científicas (1963)(Lisboa, Guerra e Paz, 2009), pp. 31-32.


1. O que é e como funcionam os cientistas no período de "Ciência normal"?

2. Quais os critérios pelos quais determinadas obras teóricas constituem paradigmas de

 investigação?
3. O que é um Paradigma? Dê exemplos.
4. Qual a função destes Paradigmas?
5. A ciência evolui, então, de forma descontínua. Explique.

                                                                                                 Lola

1 comentário:

  1. Boa tarde!
    Adorei o seu Blog e é muito útil.
    Seria possível disponibilizar as soluções dos exercícios da Etiqueta: Thomas Khun: exercícios?
    Muito obrigada.
    Janet

    ResponderEliminar