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domingo, 19 de abril de 2020

Filosofia da Religião - exercícios





Filosofia da Religião
Exercícios



GRUPO I

Assinale a única opção correcta

1. A concepção de Deus no teísmo corresponde a um ser:
A. Com todos os poderes possíveis.
B. Único e perfeito
C. Omnisciente, omnipotente e omnipresente 
D. Único, omnisciente e sumamente bom.

2. O argumento cosmológico baseia-se no principio de que:
A. Tudo no universo tem varias causas e vários efeitos
B. Não pode haver uma regressão infinita na cadeia de causas do universo
C. Se Deus teve uma causa, ela tem de ser tão perfeita quanto Deus o é
D. As causas não podem ter efeitos infinitos no tempo.

3. O argumento cosmológico pode ser contrariado:
A. Pela observação de que tudo tem de ter uma causa, mas Deus, não
B. Pelas mais recentes descobertas cientificas acerca do Cosmos
C. Pelo problema do mal natural
D. Pelo facto de nada se poder criar a si próprio.

4. O Argumento teleológico baseia-se numa analogia entre:
A. Um ser vivo e uma máquina 
B. As plantas e as máquinas
C. O universo e os seres vivos
D. O universo e uma máquina.

5. Se aceitarmos o argumento teleológico, mostramos que:
A. Algo criou o universo com um propósito
B. Há um Deus perfeito e criador do universo
C. Vários deuses criaram o universo e nenhum deles era perfeito
D. Deus criou o universo com o propósito de sermos felizes e bons.

6. A teoria da evolução das espécies relaciona-se com o argumento teleológico por:
A. Mostrar cientificamente a força desse argumento 
B. Ser uma alternativa que explica a analogia sem recorrer a Deus
C. Ser uma prova de que Deus pode não ser único nem perfeito
D. Mostrar cientificamente que esse argumento está errado. 

7. O argumento ontológico é um argumento:
A. A priori e por redução ao absurdo
B. A priori que reduz ao absurdo a existencia do mal
C. Absurdo por defender que Deus existe a priori
D. Por redução ao absurdo de uma hipótese apriori

8. Segundo o argumento ontológico, a possibilidade de se pensar um ser com todas as perfeições: 
A. Desmente o argumento cosmológico
B. Prova que Deus existe no pensamento
C. Implica a existência desse ser
D. Mostra que o pensamento humano tem um alcance infinito

9. O facto de não ser possível obrigarmo-nos a acreditar em algo sem justificação é uma critica ao: 
A. Teísmo
B. Argumento ontológico
C. Fideísmo
D. Argumento teleológico

10. O argumento da aposta de Pascal visa provar que:
A. Só apostando na fé podemos provar que Deus existe 
B. O Deus do teísmo é uma má aposta
C. É mais vantajoso acreditar em Deus do que não acreditar 
D. Deus é único, omnipotente, omnisciente e sumamente bom.

11. O problema da existência do mal dá força à tese de que Deus:
A. Quer acabar com o mal mas não pode fazê-lo 
B. Ou não existe, ou não é simultaneamente omnipotente, omnisciente e sumamente bom
C. Ou não existe, ou não quer acabar com o mal 
D. Sendo perfeito, é simultaneamente omnipotente, omnisciente e sumamente bom.

12. É possível tentar justificar o mal moral salientando que:
A. Os responsáveis por esse mal são os seres humanos 
B. Um mundo sem mal moral teria de ter muito mais mal natural
C. Um mundo com mal moral é compatível com o teísmo
D. Sem a  possibilidade do mal moral, não teríamos livre-arbítrio. 

13. Um dos problemas do fideísmo é defender que acreditemos sem razão quando:
A. Deus assim o quiser 
B. A ciência já provou que o fideismo é falso
C. A ciência já mostrou que Deus é incompatível com ela.
D. As nossas crenças necessitam de razões e justificações

14. A diferença entre ateísmo e agnosticismo consiste em que enquanto o primeiro defende que as razões pesam para o lado da crença de que Deus não existe, o agnosticismo defende que as razões....
A. Não pesam nem para o lado da crença de que Deus existe, nem para o que Deus não existe
B. Pesam para o lado da crença de que Deus existe
C. Não pesam para o lado da crença de que Deus existe
D. Não devem ser levadas em consideração em matéria de crença religiosa.



15. O Deus do teísmo também chamado "Deus dos filósofos" caracteriza-se por ser...
A. Perfeito, o que implica ser omnipotente, omnisciente e sumamente bom.
B. Único e perfeito, o que implica ser omnipotente, omnisciente e sumamente bom.
C. Único, omnipotente, omnisciente e sumamente bom, mas não necessariamente perfeito
D. Perfeito, o que implica ser omnipotente, omnisciente e sumamente bom, mas não necessariamente único.


16. O argumento do desígnio baseia-se num raciocínio: 
A. Indutivo
B. Dedutivo 
C. Analógico 
D. Hipotético-dedutivo 

17. De acordo com o fideísmo: 
A. É necessária alguma razão epistémica para acreditar em Deus
B. Não é necessária qualquer razão prudencial para acreditar em Deus
C. Não é necessária qualquer razão epistémica para acreditar em Deus
D. Não é racional acreditar em Deus

18. De acordo com a Teodiceia de Leibniz:
A. Todo o mal no mundo é gratuito
B. Nenhum mal no mundo é gratuito 
C. Algum mal no mundo é gratuito  

D. Algum mal no mundo não é gratuito

19. A conclusão que o argumento a partir da existência do mal procura extrair é o de que Deus: 
A. Não existe
B. Existe, mas não é perfeito
C.Ou não existe, ou não é simultaneamente omnipotente, omnisciente, e sumamente bom.
D. Não pode nem quer destruir o mal

20. O raciocínio do argumento teleológico é: 
A. Forte
B. Fraco
C. Vago
D. Tendencioso



GRUPO II

Assinale as Afirmações V e F. Justifique as F.


A. A filosofia da religião estuda factos sociais acerca da religião.
A1. A Filosofia da Religião estuda o fenómeno religioso em todas as suas dimensões.
B.A filosofia da religião estuda razões e argumentos acerca das crenças religiosas.
C.As religiões têm várias concepções de divindade.
D.A filosofia da religião estuda uma noção de Deus comum às religiôes minoritárias.
E. O teismo é uma concepção que defende o politeismo (vários deuses).
F. O Deus do teismo é único mas imperfeito.
G.O Deus do teismo é omnipotente, omnisciente e sumamente bom.
H.O Deus do teísmo é, também, conhecido, como o "Deus dos Filósofos".
I. Há muitos argumentos acerca da existência de Deus
J.Só há três argumentos acerca da existência de Deus: ontológico, cosmológico e teleológico.
L. O argumento ontológico é um argumento a posteriori. 
M. O argumento ontológico é um argumento por redução ao absurdo
N. A existência não é uma propriedade é uma critica ao argumento ontológico.
OO argumento cosmológico assenta na ideia que tudo é incausado.
P. O argumento cosmológico põe em causa a regressão infinita.
Q. Defender que o universo poderia ser incriado e eterno constitui uma critica ao argumento cosmológico.
R. O argumento teleológico baseia-se num raciocinio indutivo. Falsa. O argumento teleológico baseia-se no raciocínio analógico.
S. O argumento teleológico defende que todos os seres vivos são compostos por partesVerdadeiro.
T. A teoria da evolução das espécies de Darwin constitui uma critica ao argumento teleológico. Verdadeiro.
T1. O argumento do desígnio necessita que compreendamos a organicidade do Universo e, em especial, dos seres vivos.Verdadeiro.
T2. Se o argumento do desígnio estiver correcto, prova a existencia de Deus do teismo, mas não que o fideismo é verdadeiro.
U. O fideismo defende a compatibilidade entre razão e fé.
V. A razão não consegue mostrar que Deus existe é uma critica ao fideismo.
X. O argumento do mal é um argumento a favor da existência de Deus.
Z. Segundo o argumento do mal, dado que o mal existe, Deus ou não é omnipotente ou não existe.
Z1. O problema do mal ignora a hipótese de Deus ser omnipotente e bondoso, mas simplesmente não sabe que o mal existe na Terra.
Z2. O argumento de Pascal visa provar que o Deus teísta existe.
Z3. Segundo Pascal, o mais racional, do ponto de vista prudencial, é acreditar que Deus existe, dado que é a melhor aposta, a que traz mais benefícios práticos para nós.



 
GRUPO III


Leia a seguinte afirmação: 

"Se o universo é como um artefacto humano, tendo sido projectado e criado por uma inteligência, devemos inferir que o arquitecto é perfeito, um verdadeiro artista ou um pouco trapalhão?"  

Stephen Law
1. Identifique o argumento e justifique a sua opção.



GRUPO IV

Leia o seguinte texto: 


“O argumento ontológico é uma tentativa de mostrar que a existência de Deus se segue necessariamente da definição de Deus como o ser supremo. Porque esta conclusão pode ser retirada sem recorrer à experiência, diz-se que é um argumento a priori.
De acordo com o argumento ontológico, Deus define-se como o ser mais perfeito que é possível imaginar; ou, na mais famosa formulação do argumento, a de Santo Anselmo (1033-1109), Deus define-se como “aquele ser maior do que o qual nada pode ser concebido”. A existência seria um dos aspectos desta perfeição ou grandiosidade. Um ser perfeito não seria perfeito se não existisse. Consequentemente, da definição de Deus seguir-se-ia que Deus existe necessariamente, tal como se segue da definição de um triângulo que a soma dos seus ângulos internos será de 180 graus.
Este argumento, que tem sido usado por muitos filósofos, incluindo René Descartes (1596-1650), na quinta das suas meditações, não convenceu muita gente; mas não é fácil de ver exactamente o que há de errado nele.”

Nigel Warburton, Elementos Básicos de Filosofia,
2ª edição, 2007, Lisboa, pp. 40-41.

 1. Apresente as críticas a este argumento.



GRUPO V

Leia o seguinte texto: 


“Olhando para o seu próprio ‘eu’, que é tudo o que lhe resta neste momento, Descartes descobre que tem uma ideia de perfeição. Argumenta, então, que uma tal ideia implica uma causa. No entanto, a coisa que originou essa ideia deve possuir tanta ‘realidade’ como ela, e isso inclui a perfeição. Isto implica que só uma causa perfeita, isto é, Deus, pode servir. Por isso, Deus existe e legou-nos a ideia de perfeição como um sinal inato da sua acção nas nossas mentes, assim como um artesão deixa a sua marca gravada no seu trabalho.”

Simon Blackburn, Pense – Uma Introdução à Filosofia, 
Gradiva, 2001, pág. 42.

1. Apresente o tema, o problema, a tese e o argumento.



GRUPO VI

Leia os seguintes textos: 

A. DEUS EXISTE- Santo Anselmo (1033 -1009)


"Assim, pois, Senhor, tu que dás a inteligência da fé, dá-me, tanto quanto aches bem, que eu compreenda que tu existes como nós acreditamos e que tu és o que nós acreditamos. Nós acreditamos, com efeito,que tu és “alguma coisa maior do que a qual nada pode ser pensado”.Será que não existe uma tal natureza, uma vez que o “insensato disse no seu coração: ‘Deus não existe’ ”?16Mas certamente este mesmo insensato, quando ouve isto que eu digo – ‘alguma coisa maior do que a qual nada pode ser pensado’ –, compreende o que ouve, e o que ele compreende existe na sua inteligência, mesmo se ele não compreende que isso existe . Porque uma coisa é que certa realidade esteja no intelecto, outra é compreender que tal realidade existe. De facto, quando um pintor pensa antes o que vai fazer, tem na inteligência o que ainda não fez, mas de modo nenhum compreende que exista o que ainda não fez. Pelo contrário, quando já o pintou, tem na inteligência o que já fez e compreende que isso existe . Mesmo o insensato está, pois, convicto de que “alguma coisa maior do que a qual nada pode ser pensado” existe pelo menos no intelecto: porque ele compreende-o quando o ouve, e tudo o que é compreendido existe no intelecto. Mas, sem dúvida, “aquilo maior do que o qual nada pode ser pensado” não pode existir unicamente no intelecto. Se, na verdade, existe pelo menos no intelecto, pode pensar-se que exista também na realidade, o que é ser maior. Se pois “aquilo maior do que o qual nada pode ser pensado” existe apenas no intelecto, então “aquilo mesmo maior do que o qual nada pode ser pensado” é “algo maior do que o qual algo pode ser pensado”. Mas isto, , é claramente impossível. Existe, pois, sem a menor dúvida, “alguma coisa maior do que a qual nada pode ser pensado” tanto no intelecto como na realidade.

É impossível pensar que Deus não exista 
Isto existe tanto no intelecto como na realidade, em todo o caso, é tão verdadeiro que nem se pode pensar que não exista. Porque pode-se pensar que existe alguma coisa que não se pode pensar que não existe;o que é ser maior do que aquela que se pode pensar que não existe. Daí que, se se pode pensar que “alguma coisa maior do que a qual nada pode ser pensado” não existe, aquilo mesmo “maior do que o qual nada pode ser pensado” não é “aquilo maior do que o qual nada pode ser pensado”; o que não pode convir. Assim, pois, “alguma coisa maior do que a qual nada pode ser pensado” existe tão verdadeiramenteque não se pode pensar que não existe.

Santo Anselmo,  Proslogion 




B. DEUS NÃO EXISTE - Karl Marx (1818-1883)


"É este o fundamento da crítica irreligiosa: o homem faz a religião; a religião não faz o homem. E a religião é, de facto, a autoconsciência e o sentimento de si do homem, que ou ainda não se conquistou ou voltou a perder-se. Mas o homem não é um ser abstrato, acocorado fora do mundo. O homem é o mundo do homem, o Estado, a sociedade. Este Estado e esta sociedade produzem a religião, uma consciência invertida do mundo, porque eles são um mundo invertido. A religião é a teoria geral deste mundo, o seu resumo enciclopédico, a sua lógica em forma popular, o seu point d’honneur espiritualista, o seu entusiasmo, a sua sanção moral, o seu complemento solene, a sua base geral de consolação e de justificação. É a realização fantasmal da essência humana, porque a essência humana não possui verdadeira realidade. Por conseguinte, a luta contra a religião é indiretamente a luta contra aquele mundo cujo aroma espiritual é a religião.

A miséria religiosa é, ao mesmo tempo, a expressão da miséria real e o protesto contra a miséria real. A religião é o suspiro da criatura oprimida, o âmago de um mundo sem coração e a alma de situações sem alma. É o ópio do povo.

A abolição da religião enquanto felicidade ilusória dos homens é a exigência da sua felicidade real. O apelo para que eles deixem as ilusões a respeito da sua situação é o apelo para abandonarem uma situação que precisa de ilusões. A crítica da religião é, pois, em germe a crítica do vale de lágrimas de que a religião é a auréola. A crítica colheu nas cadeias as flores imaginárias, não para que o homem suporte as cadeias sem fantasia ou sem consolação, mas para que lance fora as cadeias e colha a flor viva. A crítica da religião liberta o homem da ilusão, de modo que ele pense, atue e configure a sua realidade como homem que perdeu as ilusões e recuperou o entendimento, a fim de que ele gire à volta de si mesmo e, assim, à volta do seu verdadeiro sol. A religião é apenas o sol ilusório que gira à volta do homem enquanto ele não gira à volta de si mesmo.

Por isso, a tarefa da história, depois que o além da verdade se desvaneceu, é estabelecer a verdade do aquém. A imediata Tarefa da filosofia, que está ao serviço da história, é desmascarar a autoalienação humana nas suas formas não sagradas, agora que ela foi desmascarada na sua forma sagrada. A crítica do céu transforma- se deste modo em crítica da terra, a crítica da religião em crítica do direito, a crítica da teologia em crítica da política."

Karl Marx, Para a crítica da Filosofia do Direito de Hegel, 
Tradução de Artur Mourão


GRUPO VII

Confirme se compreendeu os seguintes conceitos:

1. Filosofia da Religião
2. Teísmo (concepção teísta de Deus)
3. Religiões monoteístas e politeístas 
4. Panteísmo
5. Ateísmo. É uma concepção que não acredita em deus(es) e nega a sua existência. Um ateu defende a inexistência de Deus ou de qualquer outra divindade.
6. Agnosticismo. Uma pessoa agnóstica considera que não possui conhecimento suficiente para provar quer a existência quer a inexistência de Deus (ou de qualquer outra divindade). Por isso, suspende o juízo, isto é, abstém-se de tomar qualquer tipo de posição sobre o problema.
7. Deus dos Filósofos. É um conceito minimal de Deus, ou seja, que tem um sub conjunto de propriedades mais económico do que aquele que as diferentes religiões realmente acreditam, mas é um conceito que contém as propriedades fundamentais mais frequentemente atribuidas a Deus e mais discutidas pela tradição filosófica.
8. Argumento ontológico (definição e formalização)
9. Criticas ao Argumento ontológico (de Gaunilo e de Kant)
10. Argumento  cosmológico ou da primeira causa  (definição e formalização)
11. Criticas ao Argumento cosmológico ou da primeira causa
12. Argumento teleológico ou do desígnio (definição e formalização)
13. Criticas ao Argumento teleológico ou do desígnio
14. O argumento do mal: definição. Mal moral e mal natura
15. O fideismo. É uma concepção que defende que a relação entre razão e fé é de oposição ou separação mantendo a tese de que só a fé nos permite acreditar na existência de Deus.
16. Criticas ao fideísmo.
17. A aposta de Pascal.
18. Criticas a esta concepção: teísmo ceptico e teodiceia de Leibniz
19. Argumentos a favor e contra a existência de Deus - comparação. 
20. Que tese defendo eu, e com que argumentos, acerca da existência de Deus?


                                                Lola

2 comentários:

  1. Olá Lola, pode dizer-me as respostas do grupo I, estou a estudar para o exame nacional. Obrigada

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  2. Também precisava, ficaria muito agradecida. Boa tarde.

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