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terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Preparação Ficha de Avaliação - 11º Ano

 



Preparação 2ª Ficha de

Avaliação - 11º Ano

(2023 - 2024)


Temas: 


 O empirismo de David Hume

O apriorismo de Kant 



Páginas do Manual "Dúvida Metódica": 

da 45 à 85.






Estrutura da Ficha de Avaliação:

 

 

Grupo I -  Itens de seleção - Escolha múltipla. (30 pontos).

Grupo II - Itens de resposta curta - definição de conceitos (60 pontos).

Grupo III - Itens de resposta restrita. (60 pontos).

Grupo IV - Item de resposta extensa - Análise de um texto filosófico. (50 pontos).

 

 

Nota: Nos quatro grupos de questões serão avaliados todos os domínios.

 

 

Tempo : 60 minutos

 

 

Aprendizagens essenciais a avaliar:


A.  DAVID HUME E O EMPIRISMO

1. Qual o objectivo da sua Filosofia?

8. Qual a origem do conhecimento, para Hume?

4. Quais os elementos do conhecimento?

5. O que são impressões?

6. O que são ideias?

7. Exemplifique uma impressão e uma ideia.

8. O que é o Principio  da Cópia?

9. Como se distingue uma ideia verdadeira de uma ficção?

10. Porque é que David Hume nega a existência de ideias inatas?

11. Identifique tipos ou modos de conhecimento, segundo Hume.

12.Caracterize-os.

13. Distinga conhecimento a priori e a posteriori.

14. Mostre que, para Hume, nenhum conhecimento a priori é substancial.

15. Relacione conhecimento humano com o principio da não contradição.

16. O que são verdades contingentes?

17. Apresente os princípios  de associação de ideias?

18.Como se conhecem os factos?

19.Justifique a afirmação "Não há conhecimento rigoroso acerca dos factos futuros".

20. O que defende Hume acerca do Principio da Causalidade?

21. Qual é, segundo Hume, o problema da Indução?

22. Porque se pode afirmar que David Hume é um empirista céptico?

23. Apresente criticas à teoria de David Hume.

23. Compare as teorias Filosóficas de Descartes e Hume. 

 


B.  KANT E O APRIORISMO 
  1.  O que é o apriorismo kantiano?
  2.   Quais as fontes do conhecimento para Kant?
  3.   Porque concorda Kant com os empiristas?
  4.   Porque concorda Kant com os racionalistas?
  5.   O que se pode conhecer, segundo Kant?
  6.   Explique a seguinte afirmação "Todo o conhecimento começa com a experiência, mas nem todo deriva dela" (Kant, Critica da Razão Pura)

https://www.blogger.com/u/1/blog/post/edit/6456492540807451722/2940137846223752048

VAMOS, ENTÃO, TESTAR OS CONHECIMENTOS!

  

 A- David Hume e o Empirismo 


Defina os seguintes conceitos:

  1. Empirismo
  2. Impressões
  3. Ideias 
  4. Relações de Ideias
  5. Questões de facto
  6. Princípios de associação de ideias
  7. Principio da causalidade
  8. Conexão Necessária
  9. Conjunção constante
  10. Hábito
  11. Indução
  12. Principio da regularidade da natureza


Selleccione a opção correcta:


1. Hume defende que ...
A. as impressões são cópias menos vívidas de ideias.
B. as impressões são cópias mais vívidas de ideias.
C. as ideias são cópias mais vívidas de impressões.
D. as ideias são cópias menos vívidas de impressões.

2. Hume defende que ...
A. todas as nossas ideias têm origem empírica.
B. apenas as ideias simples têm origem empírica.
C. apenas as ideias complexas têm origem empírica.
D. nenhuma ideia tem origem empírica.

3. Hume defende que as afirmações sobre questões de facto …
A. exprimem verdades necessárias.
B. exprimem verdades contingentes.
C. não exprimem verdades.
D. não têm sentido.

4. Hume defende que as afirmações sobre relações de ideias …
A. exprimem verdades necessárias.
B. exprimem verdades contingentes.
C. não exprimem verdades.
D. não têm sentido.

5. Hume defende que as inferências causais …
A. baseiam‐se na observação de conjunções constantes.
B. não se baseiam na observação.
C. baseiam‐se na observação de conexões necessárias.
D. têm um carácter demonstrativo. 

6. Segundo Hume, a ideia de conexão necessária entre causa e efeito … 
A. resulta da observação. 
B. resulta de um sentimento interno. (O Hábito)
C. tem uma origem desconhecida.
D. não existe.


7. Hume distinguiu as questões de facto das relações de ideias. De acordo com esta distinção,

 (A) as questões de facto apenas podem ser decididas pela experiência.

 (B) as verdades matemáticas são questões de facto.

 (C) todos os raciocínios sobre causas e efeitos exprimem relações de ideias.

 (D) negar uma questão de facto resulta numa contradição.


8. Hume considera que:

(A) as impressões são cópias das ideias.
(B) as ideias são cópias das impressões.
(C) não há distinção entre impressões e ideias.
(D) não há relação entre impressões e ideias.

 

9. De acordo com Hume, as ideias acerca da natureza só estão adequadamente justificadas quando se apoiam

(A) no princípio da uniformidade da natureza.
(B) na razão.
(C) na experiência.
(D) em argumentos indutivos fortes.

 

10. Hume distinguiu as questões de facto das relações de ideias. De acordo com esta distinção, 

(A) as questões de facto apenas podem ser decididas pela experiência. 

(B) as verdades matemáticas são questões de facto. 

(C) todos os raciocínios sobre causas e efeitos exprimem relações de ideias. 

(D) negar uma questão de facto resulta numa contradição.

 

11. Identifique a afirmação verdadeira.

     a) Todos os conteúdos da mente são percepções e estas reduzem-se às ideias.

 b) A experiência sensível é a única fonte dos nossos conhecimentos.

 c) As ideias são puras e simples criações da nossa razão.

                          

 

12. Identifique a afirmação errada.

  a) As proposições do tipo 2 + 3 = 5 são conhecimentos de facto.

  b) As proposições que consistem na relação entre ideias são proposições cuja validade não depende da experiência.

  c) As proposições factuais são aquelas cujo valor de verdade é aferido pela experiência.

                 

                 

13. Identifique a afirmação verdadeira:

   a) A mente humana trabalha com ideias inatas.

   b) "O ouro é amarelo" é uma proposição válida, independentemente de qualquer recurso à observação.

   c)  Só as proposições que não dependem da confirmação da experiência e respeitam o princípio de não contradição são absolutamente certas.

        

                 

14. Identifique as afirmações verdadeiras.

   a) A pretensa relação causal nada mais é do que uma conjunção constante de factos, que gera uma ficção mental que catalogamos como necessária.

   b) A inferência causal é um raciocínio que vai para além do testemunho imediato dos sentidos.

   c)  A interferência causal não se baseia na razão, mas sim no costume (hábito).

   d)  A sucessão temporal constante entre dois fenómenos não é sinónimo de conexão necessária ou causal entre eles.

   e) O hábito não é fonte de conhecimento científico, mas sim de crença.

   f)  A razão é um fenómeno psicológico, com base orgânica, que gera ficções úteis para a nossa sobrevivência.

                 

                 

15. Segundo Hume, há ideias:

  a) Inatas.

  b) Que são produtos exclusivos da razão.

  c)  A que não corresponde qualquer impressão sensível.

  d) Há ideias que resultam de impressões.

        

                

16. Na perspectiva de Hume, as conclusões dos nossos raciocínios acerca de questões de facto são:

   a) Quando muito, prováveis, mas nunca certas.

   b) Demonstrativas.

   c) Necessariamente verdadeiras.


        

                

17. O empirismo de Hume é um cepticismo porque:

    a) Afirma que o conhecimento deriva da experiência e não alcança objectos fora do campo da experiência.

    b) Reduz o conhecimento científico ao conhecimento matemático.

    c) Afirma que o conhecimento deriva da experiência, mas não podemos ter qualquer certeza acerca do comportamento futuro dos objectos.

d) É impossivel conhecer.


18. De acordo com Hume, as nossas expectativas acerca de regularidades futuras devem-se

 

A.    à ideia inata de causalidade.

B.    à uniformidade da natureza.

C.   ao hábito ou costume.

D.   ao intelecto ou razão.



19. Hume considera que

 

A. não há distinção entre impressões e ideias.

B. as ideias são cópias das impressões.

C. as impressões são cópias das ideias.

D. não há relação entre impressões e ideias.


20. Considere as afirmações seguintes.

 

(1) "Todo o conhecimento acerca de questões de facto é adquirido por meio da experiência."

(2) "Há conhecimento acerca de questões de facto adquirido apenas por meio do pensamento."

(3) "Todo o conhecimento acerca de relações de ideias é adquirido apenas por meio do pensamento."

 

De acordo com Hume, as afirmações

 

A 1 e 3 são falsas e 2 é verdadeira.

B. 1, 2 e 3 são verdadeiras.

C. 1 e 3 são verdadeiras e 2 é falsa.

D. 1, 2 e 3 são falsas.



21. Considere as afirmações seguintes.

 

(1) "Num triângulo retângulo, o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos."

(2) "Pitágoras estudou as propriedades do triângulo retângulo." 

 


De acordo com Hume,


A.    1 exprime uma relação de ideias; 2 exprime uma questão de facto.

B.    1 exprime uma questão de facto; 2 exprime uma relação de ideias.

C.   1 e 2 exprimem questões de facto.

D.   1 e 2 exprimem relações de ideias.



22. Hume distinguiu as questões de facto das relações de ideias. De acordo com esta distinção,

 

A. as verdades matemáticas são questões de facto.

B. as questões de facto apenas podem ser decididas pela experiência.

C. todos os raciocínios sobre causas e efeitos exprimem relações de ideias.

D. negar uma questão de facto resulta numa contradição.

 


23. De acordo com Hume, as ideias acerca da natureza só estão adequadamente justificadas quando se apoiam

 

A. na experiência.

B. no princípio da uniformidade da natureza.

C. na razão.

D. em argumentos indutivos fortes.

 

24. De acordo com a perspetiva de Hume,

 

A. as crenças justificadas pela experiência são todas verdadeiras.

B. há crenças verdadeiras justificadas apenas pelo pensamento.

C. todas as crenças falsas são justificadas por impressões.

D. nenhuma crença pode ser justificada apenas pelo pensamento.

 

25. Hume considera que

(A) não há distinção entre impressões e ideias.

(B) não há relação entre impressões e ideias.

(C) as impressões são cópias das ideias.

(D) as ideias são cópias das impressões.

 

26.  De acordo com Hume, a impressão que origina a ideia de causa/efeito

(A) é a razão e o raciocínio.

(B) é uma ideia complexa fruto da imaginação.

(C) é a impressão de conexão necessária.

(D) é a conjunção constante entre dois factos

 

27. A relação causa/efeito fundamenta-se:

(A) Nas impressões sensíveis.

(B) Numa conexão necessária entre factos.

(C) Num costume ou hábito fruto da repetição.

(D) Na razão: é uma relação “a priori”.

 

28. Hume não ultrapassa o ceticismo porque:

(A) Hume não é cético.

(B) Admite a possibilidade de uma dúvida radical.

(C) Não encontra uma forma infalível de justificar as nossas crenças sobre o mundo.

(D) Não encontra fundamentos para a existência de Deus.


29. Identifique VERDADES NECESSÁRIAS e VERDADES CONTINGENTES

Amália nasceu em Lisboa Verdade Contingente
Nenhum preto é branco Verdade Necessária
Um pedaço de metal dilatou ao ser aquecido Verdade Contingente
Um triângulo tem três lados Verdade Necessária



30. Identifique QUESTÕES DE FACTO e RELACÕES DE IDEIAS:

Deus existe ou não existe RELAÇÃO DE IDEIAS
Deus existe QUESTÃO DE FACTO
Três morangos são mais que dois RELAÇÃO DE IDEIAS
O sol vai nascer amanhã QUESTÃO DE FACTO
As coisas velhas não são novas RELAÇÃO DE IDEIAS
Os planetas têm órbitas elipticas QUEST
ÃO DE FACTO
Pedro Abrunhosa é um musico português QUESTÃO DE FACTO


31. Complete de acordo com a filosofia de David Hume

A relação de causa e efeito é uma relação de CAUSALIDADE
Habitualmente concluimos que há uma relação de causa e efeito com base NUMA CONJUNÇÃO CONSTANTE
Há uma conexão necessária entre dois acontecimentos quando UM NÃO PODE OCORRER SEM O OUTRO
A conexão necessária entre dois acontecimentos é algo que não CONSEGUIMOS OBSERVAR
Conjunção constante e conexão necessária são COISAS DIFERENTES
A nossa convicção de que há uma conexão necessária entre acontecimentos é apenas fruto do HÁBITO




 32. Assinale as afirmações VERDADEIRAS e FALSAS. Justifique as FALSAS.


1. Para D. Hume, o conhecimento absolutamente certo, como o conhecimento matemático, funda-se em ideias inatas.FALSO. Para Hume não existem ideias inatas. As ideias são cópias das impressões.

2.  Aos conteúdos da nossa mente Hume chama perceções, distribuindo-se estas por duas categorias principais, as impressões e as ideias. VERDADEIRO.

3. De acordo com D. Hume, a experiência de entalar um dedo é mais vívida do que a imagem mental ou recordação deste acontecimento. ____

4. Para o filósofo D. Hume, as nossas experiências ou impressões são sempre derivadas ou resultantes das ideias, das quais são cópias. ____

5. Segundo Hume, ideias complexas como as de bruxa ou unicórnio, ainda que indiretamente são também cópias de impressões. ____

6. Diz-nos Hume que as ideias simples são representações ou imagens que foram deixadas na nossa mente pelas impressões. ____

7. De acordo com D. Hume, é possível que uma pessoa cega desde a nascença forme a ideia de azul, amarelo ou de qualquer outra cor. ____

8. De acordo com D. Hume, o princípio da cópia torna impossível a existência de uma mente equipada desde a origem com um conjunto de ideias inatas. ____

9. Para D. Hume a ideia de Deus é uma exceção ao princípio da cópia, reside na nossa mente desde que esta começou a existir, independentemente da experiência. ____

10. Para Descartes e D. Hume as ideias de sereia, de unicórnio e de bruxa são criadas pela nossa imaginação, a partir de outras ideias. ____

11. Para D. Hume, não existem ideias inatas, todas as nossas ideias têm uma origem empírica, mesmo as mais completas e abstratas. ____
12. Para Hume, as relações de ideias são proposições contingentes que afirmam ou implicam entidades concretas e que só podem ser conhecidas a posteriori. ____

13. De acordo com Hume, as questões de facto são verdades necessárias, isto é, proposições absolutamente certas que são conhecidas a priori. ____

14. Tanto Descartes como Hume julgam que temos conhecimento a priori e consideram este conhecimento como absolutamente certo. ____

15. Que o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos dois lados é, segundo Hume, uma proposição que exprime conhecimento acerca de questões de facto. ____
16. Que três vezes cinco é igual à metade de trinta estabelece, para Hume, uma relação de ideias, pois a sua verdade não depende de nenhum exame empírico. ____
17. As relações de ideias são, segundo Hume, proposições cuja verdade pode ser conhecida pela simples inspeção lógica do seu conteúdo. ____

18. De acordo com Hume, as questões de facto não são evidentes à luz da intuição racional, precisamos da experiência para saber se são verdadeiras ou falsas. ____

19. Segundo Hume, as relações causais, por exemplo saber que A é causa de B ou que B é efeito de A, podem ser descobertas a priori. ____

20. As inferências causais são, para Hume, racionalmente injustificáveis, mas psicologicamente explicáveis, pois são construídas com base no costume ou no hábito. ____

21. Dado que o princípio da uniformidade da natureza não é justificável, é perfeitamente possível, diz Hume, que o futuro não se assemelhe ao passado. ____

22. De acordo com os filósofos empiristas, a ideia de conexão necessária, ou seja, a ideia de que A provocará inevitável e necessariamente B, existe objetivamente na natureza. ____

23. Hume diz-nos que desde que partamos de premissas verdadeiras, o conhecimento obtido por indução é absolutamente certo e indubitável. ____

24. Hume defende que desde que usemos corretamente as nossas faculdades podemos alcançar verdades indubitáveis sobre o mundo físico e sobre realidades que ultrapassam a experiência. ____

25. Hume é um cético radical pois defende que devemos deixar de acreditar na ideia de regularidade constante dos fenómenos. ____

33. Responda às seguintes questões:

 O que distingue as impressões das Ideias? 

Impressões e ideias são perceções mentais, isto é, constituem todo o conteúdo da mente que podemos conhecer. As primeiras são originais e antecedem as segundas que são cópias feitas mediante a memória das impressões vividas. Podemos ter ideias de objetos nunca antes vividos, se associarmos ideias simples, formando assim ideias complexas como a ideia de vampiro. Podemos também antecipar o prazer ou a dor vividas pela expectativa de as voltarmos a viver. Seja pela memória ou pela imaginação as perceções pensadas, ideias, não são nunca tão fortes e intensas como as vividas, impressões,  sendo que o original é sempre mais forte e perfeito que a cópia. Hume conclui que as impressões são atos originais e que não existem ideias sem na origem estar a impressão interna ou externa equivalente. As impressões podem ser simples ou complexas e podem ser interiores ou exteriores, sendo que as primeiras são vividas pela sensibilidade e as segundas resultam de um sentimento, paixão ou dor vividos interiormente pelo sujeito. As ideias podem ser ainda gerais quando resultam da associação de ideias simples, de acordo com a sua semelhança para a formação dos conceitos, ou complexas quando são  fruto da associação de ideias simples através da imaginação.

O que significam os conceitos de "Racionalismo" e "Empirismo"?

O Racionalismo e o empirismo são teorias filosóficas que pretendem dar uma resposta ao problema de saber qual a origem do conhecimento.

A teoria racionalista defendida por Descartes, fundamenta o conhecimento na razão e na capacidade desta retirar ideias a partir de outras ideias de forma evidente e dedutiva sem recorrer à experiência - ideias inatas. O Modelo de conhecimento verdadeiro para os racionalistas é o modelo matemático porque tem necessidade lógica e validade universal. Descartes é um filósofo racionalista porque defende a possibilidade de um conhecimento “a priori”. O critério da verdade do conhecimento é a evidência das ideias, uma vez que uma ideia é tão clara e distinta que se apresenta inquestionável à razão, essa ideia é verdadeira. Segundo o modelo matemático estas ideias são como axiomas que servem como fundamentos para outros conhecimentos deduzidos a partir delas. O Racionalismo defende que o conhecimento verdadeiro é a priori, isto é , independente da experiência. Poderíamos rejeitar todas as informações que derivam das sensações do mundo, o tato, o cheiro, a visão dos objetos, restariam as ideias que são formadas pela razão e por ela intuídas e, que não tendo origem na experiência porque não derivam dela, são válidas por si, e tão claras e evidentes à Razão que esta vê, segundo a sua luz natural, que não poderiam ser de outro modo. Os Racionalistas creem que estas ideias podem ser os princípios (crenças básicas) de todo o conhecimento e que a partir delas, por um raciocínio dedutivo se pode chegar a outros conhecimentos sobre a realidade , que, se dedução for feita corretamente, serão igualmente verdadeiros.

Quanto ao Empirismo rejeita as ideias inatas da Razão, e a noção de conhecimento "a priori" . Defende a tese de que nada existe na mente que não tenha passado antes pelos sentidos, todo o conhecimento tem origem na experiência é, portanto formado “a posteriori”.  Fundamenta-se na noção de que qualquer conceito para ter um significado tem que se referir a uma sensação/impressão qualquer, essas sensações são simples e a mente neste primeiro momento capta apenas as sensações e depois por abstração e generalização forma os conceitos ou ideias, estas não são tão vivas como as sensações ou impressões o que quer dizer que são posteriores a estas. Os empiristas dão o exemplo das crianças que começam por ter sensações e só depois as articulam numa linguagem. O raciocínio que o entendimento faz para chegar ao conhecimento, segundo os empiristas é a indução, por acumulação de experiências que se repetem, generaliza-se para todos os casos e assim se obtém um conhecimento 

 

Quais os argumentos que sustentam  a crítica de David Hume à conexão causal? 

a) Não há nenhuma impressão de conexão causal; ora se não há impressão também não pode haver ideia, visto que, segundo o empirismo não há ideias sem impressões sensíveis.

b) A impressão que temos é da repetição de fenómenos em sucessão no tempo e contiguidade no espaço: “O mesmo objeto é seguido pelo mesmo evento”. Esta repetição de um fenómeno a seguir ao outro leva-nos a estabelecer a crença de que estes andam sempre ligados, isto é, se sucede um, logo a seguir tem de suceder outro.

c) Esta crença a que chamamos relação de causa efeito ou conexão causal não está justificada nem empirica nem racionalmente, porque “ não há nada que produza qualquer impressão, e consequentemente nada que possa sugerir qualquer ideia de poder ou conexão necessária”, o que temos a impressão é de fenómenos singulares, isolados embora sucedendo-se uns aos outros;  logo, não há conhecimento mas um hábito psicológico que é criado pela sucessiva repetição dos fenómenos que se apresentam ligados.

d) Se o conhecimento de causa efeito tem a sua origem na experiência e de modo nenhum é “apriori” (argumento do ser racional que nada soubesse do mundo, jamais poderia ter a noção de causa efeito) então é um conhecimento de facto e é contingente, todavia julgamos e pensamos como se houvesse uma conexão necessária e, portanto ultrapassamos a experiência.

Logo, para concluir, não uma explicação empírica para uma conexão necessária, ela é apenas fruto do costume, um hábito psicológico.


Em que consiste o problema da relação de Causa/Efeito, segundo David Hume?

A crítica de David Hume sobre a pretensa crença de que há relações que são necessárias entre dois fenómenos. Tal relação não existe, diz Hume, é apenas uma ilusão fruto do hábito psicológico. Conhecer o mundo é relacionar os fenómenos uns com os outros, explicando que um fenómeno acontece por causa de outro. Assim explicamos que há chuva por causa da condensação de água (nuvens) etc. Hume refere-se à importância do costume ou hábito na construção do conhecimento dos factos. É devido à perceção da repetição de certos fenómenos que se sucedem em contiguidade no espaço e sucessivos no tempo, que estabelecemos uma relação entre eles e pensamos poder prever que sempre que um acontece o outro também acontecerá. Esta forte crença de uma conexão necessária entre dois fenómenos permite-nos estabelecer uma relação de causa e efeito entre os dois. O problema que Hume coloca é sobre o fundamento de tal crença. Para Hume tal crença não tem um fundamento, logo, tal conhecimento de causa efeito sobre os fenómenos não deixa de ser duvidoso. Na origem desta crença está meramente o costume e o hábito psicológico, mas não há uma razão para o fenómeno X (chama) ser causa de Y (fumo), nem tão pouco qualquer impressão empírica que nos permita estabelecer uma relação causal –necessária entre os dois.  

O costume fundamenta-se no passado, se não houver uma razão que nos permita ligar os fenómenos então, pelo costume só podemos saber o que aconteceu até este momento e assim, não podemos estabelecer relações de causa efeito para fenómenos que ainda não aconteceram. Ora, nós fazemos previsões, nós estabelecemos conhecimento através da suposição de que é necessário para haver fumo haver fogo, logo, nós ultrapassamos os limites da experiência. O que acontece repetidas vezes não é, por si só, garantia que vai acontecer sempre. A relação entre dois fenómenos não é lógica mas psicológica, embora venham repetidas vezes juntos, os fenómenos são separados e podem não acontecer juntos, portanto, a nossa previsão que sempre que há fumo há fogo não é certa, pois não existe uma conexão necessária entre os dois. O argumento de Hume é baseado no princípio de que nada podemos saber sem ser através de impressões sensíveis. Ora a relação de causalidade corresponde á impressão de vermos dois fenómenos sucederem-se no tempo e em espaços contíguos. Essa impressão acontece repetidamente, logo criamos uma expectativa e fazemos uma previsão que irá acontecer também no futuro. Mas essa previsão é apenas baseada num hábito psicológico. Nada há racionalmente que possa ligar de forma indissolúvel dois fenómenos. Como a experiência é contingente e a relação causal necessária, então esta é uma ilusão construída pelo hábito psicológico sem fundamento racional ou empírico.

 

Defina  conhecimento de questões de Facto e o conhecimento de relação de ideias?

Para David Hume há dois tipos de conhecimento distintos, aquele que resulta do pensamento e se fundamenta em leis racionais, como a matemática, ou a lógica e o conhecimento que resulta da experiência direta dos factos e que se fundamenta “a posteriori” como a Física, e as outras ciências. O Conhecimento de “questões de facto” e o conhecimento de “relação de ideias”. 


Caracterize o conhecimento de QUESTÕES DE FACTO.

Este dá-nos a informação sobre o modo como o mundo é, mas o conhecimento que daí resulta é contingente e não necessário. As verdades de facto como a proposição "A ponte 25 de Abril situa-se em Lisboa"são verdades contingentes afirma David Hume. Vejamos então o que significa dizer que as verdades das proposições de facto são contingentes e não necessárias. Por exemplo: Seria impossível, (racionalmente impossível e empiricamente impossível) que tivéssemos construído a nossa Ponte 25 de Abril em Algés? Não. Isto significa que as verdades das proposições de facto são empíricas, resultam de uma descrição de uma experiência que todos podem testemunhar como tendo acontecido assim mas poderia ter acontecido de outro modo, acreditaríamos numa mentira porque ela faria ainda todo o sentido, poderia acreditar que a Ponte 25 de Abril fica em Algés, possivelmente muita gente pensa assim, porque não sabe. Portanto ser contingente significa que não é forçoso que seja deste modo, que poderia ser de outro modo. No entanto, diz Hume, a verdade da proposição “ O triângulo tem três lados” já não poderia ser de outro modo, não é uma verdade contingente porque seria impossível (racionalmente impossível e empiricamente impossível um triângulo ter 4 ou 5 lados. Nem sequer o poderíamos pensar nem por um minuto acreditar nisso pois ser triângulo é necessariamente ter três lados. Hume chama a estas verdades, necessárias e não contingentes, e pensar o contrário delas implica uma contradição lógica. 


Explique o conhecimento de RELAÇÃO DE IDEIAS.

Este conhecimento não nos acrescenta nova informação àquela que já está contida nos conceitos ou ideias, dizer triângulo é pensar figura com três lados, não havendo nova informação na proposição “O triângulo tem três lados” que não esteja no conceito “triângulo”, não precisamos de conhecer qualquer triângulo particular, para sabermos que tem 3 lados. Todavia se quisermos saber algo mais sobre um qualquer triângulo particular como o triângulo das Bermudas já estamos num outro domínio do conhecimento, já estamos no domínio dos factos ou “questões de facto”, este conhecimento é fundamentado empiricamente enquanto que o anterior “relação de ideias” é “a priori” não precisamos de ver muitos triângulos para confirmar que têm todos três lados por que ´e assim o conceito implica essa definição, no entanto para sabermos o que é o triângulo das Bermudas não há uma definição ou verdade necessária havendo até muitas opiniões, o que nos leva a concluir que todo o conhecimento que resulta da experiência particular sobre factos particulares é sempre provável e não necessariamente verdadeiro. Explicação: relacionar ideias só necessita de um acordo lógico da razão consigo mesma, é independente dos factos do mundo, logo pode ser um conhecimento necessário visto que está fundado em leis universais e necessárias que são as leis racionais. Quanto ao conhecimento dos factos, necessita da experiência, das impressões e perceções, essa experiência é limitada, visto que o sujeito não pode conhecer todos os factos. A experiência mostra-nos uma realidade em mudança, e a necessidade de alterar crenças, logo, o conhecimento resultante da experiência, é contingente e provável e não tem o grau de certeza do conhecimento matemático e lógico (relação de ideias).  

 


Caracterize o conhecimento de  RELAÇÃO DE IDEIAS.

Os conhecimentos a que Hume dá o nome de "relação entre ideias" são conhecimentos a priori. Consistem, esses conhecimentos, em analisar o significado dos elementos de uma proposição, em estabelecer relações entre as ideias que ela contém. As "relações entre ideias" são proposições cuja verdade pode ser conhecida pela simples inspecção lógica do seu conteúdo.

Vejamos: A proposição "O quadrado tem quatro lados" é um juízo necessariamente verdadeiro e para disso estarmos certos basta analisar o significado de "quadrado". Trata-se de uma verdade necessária porque a sua negação implica uma contradição.
Vemos assim que, embora todas as ideias tenham o seu fundamento nas impressões, podemos conhecer sem necessidade de recorrer às impressões, isto é, ao confronto com a experiência. É o caso dos conhecimentos da lógica e da matemática. Contudo, diz Hume, tais conhecimentos, ou seja, as proposições lógicas e matemáticas, nada nos dizem sobre o que existe e acontece no mundo. Se nos limitarmos a este tipo de conhecimentos, nada ficamos a saber sobre o mundo.


Caracterize o conhecimento de  QUESTÕES DE FACTO.

 O conhecimento de questões de facto implica um confronto das proposições (do que dizemos) com a experiência. Os conhecimentos de facto são proposições cujo valor de verdade tem de ser testado pela experiência, ou seja, temos de "inspeccionar" o mundo dos factos para verificar se elas são verdadeiras ou falsas.

Assim, a proposição "Este martelo é pesado" é um juízo cujo valor de verdade não pode ser decidido pela simples inspecção a priori do significado dos termos, isto é, temos de a confrontar com uma verificação experimental elementar, ou seja, a sua verdade ou falsidade só pode ser determinada a posteriori.

Como todas as nossas ideias têm uma origem empírica, não há conhecimento a priori de questões de facto, ou seja, o nosso conhecimento do mundo depende completamente da experiência. E, quando as nossas ideias acerca do mundo exprimem mais do que aquilo que observamos ou de que nos lembramos de ter observado, estamos a ultrapassar o que a experiência nos permite e nenhum conhecimento certo e seguro podemos assim constituir. Será o caso da ideia de causalidade. 


Qual é, segundo Hume a origem da ideia de causalidade?

Para David Hume, o conceito de causa não tem qualquer validade objectiva nem fundamento racional. À ideia de causa não corresponde qualquer impressão sensível.
Que regularmente vejamos ou tenhamos visto B acontecer depois de A não nos permite estabelecer uma relação causal objectiva, ou seja, que B acontecerá necessariamente de­pois de A. A experiência — para Hume o único critério quanto ao conhecimento dos fac­tos — permite-me captar uma sucessãoregular entre dois fenómenos, mas não uma suces­são necessária (ou seja, só permite ver o que acontece aqui e agora e não o que sempre acontecerá). Pela experiência, sabemos que sempre no passado a água ferveu, mas não é le­gítimo concluir que no futuro sempre ferverá. E contudo acreditamos — e é, útil que acreditemos — que o aquecimento da água é a causa necessária da sua fervura. Porquê?
A explicação de Hume baseia-se em factores psicológicos. Transformamos uma suces­são temporal regular em relação causal ou necessária devido ao costume ou ao hábito: habi­tuados a ver que B sucede regularmente a A, acreditamos que A é a causa necessária de B, isto é, que sempre assim será.
O conceito de causa é o resultado de uma ilusão psicológica.
Na verdade, o que acontece é que, por nos habituarmos a ver dois objectos sucederem-se um ao outro do mesmo modo, criamos a tendência para crer que, aparecendo o primeiro, apare­cerá também o segundo. Nada mais ilusório do que esta relação de dependência, porque transformou-se uma relação de mera sucessão temporal (o antes e o depois) em relação cau­sal. Não há, segundo Hume, qualquer fundamento objectivo na experiência que confirme esta relação. Assim, o princípio de causalidade considerado um princípio racional e objec­tivo nada mais é do que uma crença subjectiva, o produto de um hábito, a transformação de uma expectativa em realidade.
Negando a origem a priori do conceito de causa e do princípio de causalidade, Hume rejeita um instrumento no qual a metafísica tradicional se baseava para as suas especula­ções. 
Como usamos a ideia de causa para compreender muito do que acontece no mundo, então como ela exprime uma conexão de que não temos experiência, o nosso conhecimento do mundo não passa de conjectura que bem pode ser uma ilusão.

Em que consiste o problema da causalidade, segundo Hume?

 Ao raciocinarmos sobre questões de facto estabelecemos relações de causalidade. A ideia de causalidade como conexão necessária é, assim, a base dos nossos conhecimentos sobre o mundo. Acontece que esta ideia não pode ser justificada a priori (não pode ser inferida apenas com base na razão, independentemente da experiência), nem tão pouco a posteriori (pois isso implicaria que tivéssemos a impressão correspondente, o que não acontece). A causalidade resulta de uma tendência psicológica, não existe nos objetos. Forma-se na nossa mente em virtude do costume ou do hábito de observarmos repetidamente que dois fenómenos ocorrem conjunta e sucessivamente. Porque o passado me mostrou existir uma conjunção constante entre A e B, tendo a imaginar que existe uma conexão necessária, uma relação de causalidade, isto é, que um é necessária e inevitavelmente a causa do outro. Contudo, esta crença não está justificada. Nunca observamos qualquer conexão necessária, apenas conjunções constantes, que podem ser arbitrárias e casuais. Nisto consiste o problema da causalidade.

 

Em que consiste o problema da indução, segundo Hume?

 

O problema da causalidade cruza-se, na proposta de Hume, com um outro problema, o da indução. As inferências indutivas são a base do nosso conhecimento sobre o mundo. Estarão elas justificadas? Segundo Hume, não. Só poderíamos confiar na indução se partíssemos do princípio de que a natureza é uniforme e regular, sem lugar para imprevistos. Acontece que a nossa crença na regularidade da natureza é ela própria fundada na indução. Estamos, pois, encerrados numa petição de princípio, numa justificação circular que nada justifica: todos os nossos argumentos indutivos pressupõe a crença de que a natureza é regular, crença esta que, por sua vez, foi construída com base em inferências indutivas. A ideia de que a natureza é uniforme é uma verdade contingente, pois é perfeitamente possível que a natureza não seja uniforme e que o futuro não repita o passado. O exemplo do ornitorrinco é revelador de que o número de observações que serve de base a uma indução é logicamente independente da verdade da conclusão.





34. Leia o texto e responda às questões:

"Em que consiste a nossa ideia de necessidade quando dizemos que dois objetos estão necessariamente ligados entre si? A este respeito repetirei o que muitas vezes disse: como não temos ideia alguma que não derive de uma impressão se afirmarmos ter a ideia de ligação necessária (ou causal) deveremos encontrar alguma impressão que esteja na origem desta ideia. Para isso, ponho-me a considerar o objeto em que comummente se supõe que a necessidade se encontra. E como vejo que esta se atribui sempre a causas e efeitos, dirijo a minha atenção para dois objetos supostamente colocados em tal relação (causa-efeito) e examino-os em todas as situações possíveis. Apercebo-me de imediato que são contíguos em termos de tempo e lugar e que o objeto denominando causa precede o outro, a que chamamos efeito. Não existe um só caso em que possa ir mais longe, não me é possível descobrir uma terceira relação entre esses objetos.

Suponhamos que uma pessoa, embora dotada das mais fortes faculdades de razão e reflexão, é trazida subitamente para este mundo; observaria, de facto, imediatamente uma contínua sucessão de objetos e um acontecimento sucedendo-se a outro, mas nada mais seria capaz de descobrir. Não conseguiria, a princípio, mediante qualquer raciocínio, alcançar a ideia de causa e efeito, visto que os poderes particulares pelos quais todas as operações da natureza são executadas, nunca aparecem aos sentidos; nem é justo concluir, unicamente porque um evento, num caso, precede outro, que o primeiro é, por isso, a causa e o segundo o efeito. A sua conjunção pode ser arbitrária e casual. Pode não haver motivo para inferir um a partir do aparecimento do outro. E, numa palavra, tal pessoa, sem mais experiência, nunca poderia utilizar a sua conjetura ou raciocínio acerca de qualquer questão de facto ou certificar-se de alguma coisa para além do que está imediatamente presente à memória e aos seus sentidos".

D. Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano.

1.  Que problema é discutido no texto?

2.  O que se entende por conexão necessária entre dois objetos?

3. A causalidade pode, segundo Hume, ser definida como uma conexão necessária. Justifique

4.   Em que principio se baseiam as inferências causais segundo Hume?

5. A crença no princípio da uniformidade da natureza está, para Hume, justificada? Porquê?


35. Leia o texto seguinte.

Em suma, todos os materiais do pensamento são derivados do nosso sentimento externo e interno. Apenas a mistura e a composição destes materiais competem à mente e à vontade. Ou, para me expressar em linguagem filosófica, todas as nossas ideias ou perceções mais fracas são cópias das nossas impressões, ou perceções mais vívidas.
[…] Se acontecer, devido a algum defeito orgânico, que uma pessoa seja incapaz de experimentar alguma espécie de sensação, verificamos sempre que ela é igualmente incapaz de conceber as ideias correspondentes. Um cego não pode ter a noção das cores, nem um surdo dos sons. Restitua se a qualquer um deles aquele sentido em que é deficiente e, ao abrir-se essa nova entrada para as suas sensações, abrir-se-á também uma entrada para as ideias, e ele deixará de ter qualquer dificuldade em conceber esses objetos.

D. Hume, 

Investigação sobre o Entendimento Humano, 
1. Explicite as razões usadas no texto para defender que a origem de todas as nossas ideias reside nas impressões dos sentidos.
1. Explicitação das razões usadas no texto:

– se as ideias não derivassem das impressões dos sentidos, os cegos e os surdos seriam capazes de formar ideias das cores e dos sons, respetivamente;
– os cegos e os surdos são incapazes de formar ideias das cores e dos sons, respetivamente.
OU
– se as ideias não derivassem das impressões dos sentidos, as pessoas com uma incapacidade que as priva de um certo tipo de sensações poderiam, ainda assim, ter as ideias correspondentes;
– as pessoas com uma incapacidade que as priva de um certo tipo de sensações não podem ter as ideias correspondentes.

36.  Concordaria Descartes com a tese segundo a qual «todas as nossas ideias […] são cópias das nossas impressões»?

Justifique a sua resposta.

– Descartes não concordaria com a tese apresentada.
Justificação:

– temos ideias que não poderiam ter tido origem nos sentidos, como o cogito / «eu penso», cuja origem é a priori / só pode ser o próprio ato de pensar;

– temos ideias inatas, (como a ideia de Deus,) que possuímos desde que nascemos, sem qualquer intervenção dos sentidos

QUADRO COMPARATIVO - DESCARTES E HUME

 

 

ASPETOS DE COMPARAÇÃO

DESCARTES

HUME


Qual a fonte  do conhecimento?


O pensamento ou razão é a principal fonte de conhecimento.

 A principal fonte do conhecimento está nas impressões dos sentidos.

Qual a origem das ideias?

Temos ideias inatas (ex: Deus)

-        Não temos ideias inatas.

-        Todas as ideias têm origem nas impressões dos sentidos (até a ideia de Deus)

Qual a natureza da mente?

A mente é uma substância pensante, sem extensão, que suporta as nossas ideias.

A mente reduz-se a um agregado de   perceções.

Qual o fundamento do conhecimento?

O fundamento do conhecimento é racional (a priori), cogito e ideias claras e distintas.

-    O fundamento é empírico (a posteriori), encontra-se na vivacidade que os dados dos sentidos deixam na nossa mente.

-        Não temos conhecimento a priori sobre questões de facto.

Qual a validade do conhecimento?


A existência de Deus garante que as nossas faculdades, devidamente utilizadas, proporcionam o conhecimento.

O conhecimento obtido por dedução (a partir de premissas verdadeiras) é infalível, absolutamente certo.

 

O conhecimento que se obtém por indução não pode ser considerado absolutamente certo (problema da indução).

O que podemos saber?

Podemos saber que somos seres pensantes, que temos corpo, que Deus existe e que o mundo físico existe.

      

- Só podemos saber o 

que tem origem nas 

impressões sensíveis.

 

       - Quando ultrapassamos o testemunho dos sentidos e da memória, apoiamo-nos em suposições que não podemos justificar.

 

       - Não podemos conhecer as relações de causa e efeito (não podemos justificar a crença na uniformidade da natureza) 

-        Não sabemos que o mundo exterior existe.

Qual a resposta aos céticos?

Os céticos foram refutados - o cogito é um principio auto evidente que contraria o argumento da regressao infinita dos cépticos..


Temos que moderar as nossas pretensões ao conhecimento. (ceticismo moderado)

 

 




 B O Apriorismo de Kant


Responda às seguintes questões:


1. O que é o Apriorismo?

2. Como concilia Kant as posições racionalista e empirista acerca do conhecimento?

3. Quais são, segundo Kant, as faculdades que nos permitem conhecer?

4. O que pode ser conhecido, segundo Kant?

5. justifique a seguinte afirmação de Kant: 

Se, porém, todo o conhecimento se inicia com a experiência, isso não prova que todo ele derive da experiência. (…)



LOLA

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