Descartes e o Racionalismo:
Exercícios
1. Descartes e o
Conhecimento
1. Identifique a afirmação errada:
A. O principal problema de Descartes é o
de encontrar a garantia de que o nosso conhecimento é absolutamente seguro.
B. A condição necessária para que algo
seja declarado conhecimento absolutamente seguro é resistir completamente à
dúvida.
C. Descartes consegue provar que os
sentidos não nos enganam.
D. O primeiro conhecimento absolutamente
seguro é a existência do sujeito que tem consciência de que os sentidos e o
entendimento o podem enganar.
2. Acerca
do conhecimento, Descartes defende que:
· A. Descartes não utiliza um método ou uma estratégia
para estabelecer algo de firme e certo no conhecimento, já que suas opiniões
antigas eram incertas.
B. Descartes considera
que não é possível encontrar algo de firme e certo nas ciências, pois até então
esse objetivo não foi atingido.
C. Descartes, ao
rejeitar o que a tradição filosófica considerou como conhecimento, busca
fundamentar nos sentidos uma base segura para as ciências.
D. ao investigar uma
base firme e indestrutível para o conhecimento, Descartes inicia rejeitando
suas antigas opiniões e utiliza o método da dúvida até encontrar algo de firme
e certo.
3. Os racionalistas
defendem que:
A. Os sentidos são a única fonte de
conhecimento universal e necessário
B. O conhecimento fundamenta-se a
posteriori
C. Não há conhecimento a priori
D. A razão é a única fonte do conhecimento
universal e necessário.
2. Descartes e a Razão
1. Para Descartes, a razão é a faculdade de:
A. Comparar o conhecimento a priori e o conhecimento a posteriori
B. Distinguir o certo do incerto.
C. Distinguir o verdadeiro do falso
D. Comparar o inato e o adquirido.
2. Para Descartes, a razão tem as seguintes caracteristicas:
A. Particular e homogénia
B. Universal e variável
C. Igual e universal
D. Particular e heterógenia
3. Descartes e o Método
1. Assinale a alternativa que contenha
corretamente a descrição das regras de análise e síntese.
A. A regra da
análise orienta a enumerar todos os elementos analisados; a regra da síntese
orienta decompor o problema em seus elementos últimos, ou mais simples.
B. A regra da análise
orienta a decompor cada problema em seus elementos últimos ou mais simples; a
regra da síntese orienta ir dos objetos mais simples aos mais complexos.
C. A regra da
análise orienta a remontar dos objetos mais simples até os mais complexos; a
regra da síntese orienta prosseguir dos objetos mais complexos aos mais
simples.
D. A regra da
síntese orienta a acolher como verdadeiro apenas aquilo que é evidente; a regra
da análise orienta descartar o que é evidente e só orientar-se, firmemente,
pela opinião.
4. Descartes e a Dúvida
1 – Imagine que
decide submeter as suas ideias ao teste da dúvida proposto por Descartes. Qual
das ideias seguintes seria a mais resistente à dúvida?
A. Ao longe, uma ave cruza o céu.
B. Toco com as mãos numa folha.
C. Não estou a flutuar no espaço.
D. O quadrado tem quatro lados.
2 – Identifique o par de termos que permite completar
adequadamente a afirmação seguinte.
A dúvida cartesiana é _______; por isso,
Descartes não é um filósofo _______.
A. metódica … cético
B. cética … empirista
C. metódica … racionalista
D. hiperbólica … empirista
3. Identifique a afirmação
verdadeira:
A. Descartes é céptico porque parte da
dúvida.
B. Descartes não é céptico porque a dúvida
é metódica.
C. Descartes é céptico porque não
procura a verdade e a encontra por acaso.
D. Descartes é céptico porque consegue
duvidar de tudo.
5. Descartes e o Cogito
1. Descartes
considera que o cogito é um conhecimento especialmente seguro, porque é:
A. obtido por um processo a priori.
B. imune ao próprio processo de dúvida.
C. confirmado pela experiência.
D. o fundamento do conhecimento.
2. O cogito é:
1. O primeiro princípio do sistema do
conhecimento
2. Uma verdade que se deduz de outras
verdades
3. Uma verdade descoberta com o apoio dos
sentidos
4. Uma verdade puramente racional.
Deve afirmar-se que:
A. 2 é correto; 1,3 e 4 são incorretos
B. 2 e 3 são corretos; 1 e 4 são incorretos
C. 1, 2 e 3 são corretos; 4 é incorreto
D. 1 e 4 são corretos;2 e 3 são incorretos.
3. Ao analisar a afirmação “penso, logo existo”, de
René Descartes, poderemos concluir que:
A. a existência da
mente, do eu pensante, é uma verdade clara e distinta.
B. Descartes conclui
que existe a partir da observação empírica do pensamento de outras pessoas.
C. a própria
existência do sujeito que pensa é considerada uma verdade óbvia para o
filósofo, sobre a qual não é necessário refletir ou questionar.
D. Descartes
consegue demonstrar com isso que o mundo exterior não existe, apenas o eu
pensante.
6. Descartes e Deus
1. De acordo com a filosofia cartesiana, Deus existe
porque:
A. O universo físico tem de ter uma
causa;
B. a organização do Universo aponta para
um criador inteligente;
C. a própria ideia de ser perfeito
implica a sua existência.
D. Nenhuma das respostas anteriores é
correta.
2. Na filosofia cartesiana, a ideia de Deus que o
sujeito possui teve origem:
A. Numa ideia, proveniente dos sentidos, que o sujeito
descobriu na sua própria razão;
B. Na necessidade de encontrar um criador para tudo o
que existe;
C. No eu pensante, ao submeter todos os conhecimentos
que possui à dúvida radical;
D. Em Deus, que a deixou em nós como a
sua marca.
7. Descartes e as
Ideias
1. De acordo com Descartes os conteúdos da nossa
mente podem classificar-se como:
A. Ideias inatas; ideias fictícias;
ideias adventícias;
B. ideias factícias; ideias complexas;
ideias simples,
C. ideias adventícias; ideias inatas;
ideias factícias.
D. ideias simples, ideias inatas, ideias
claras e distintas.
8. Descartes e o Mundo
1. Segundo Descartes, apenas é verdadeira a seguinte
afirmação:
A. Sabemos que o mundo exterior é real
porque os sentidos o comprovam;
B. Sabemos que o mundo exterior é real
porque sabemos que o sujeito existe;
C. Sabemos que o mundo exterior é real
porque o cogito é um princípio indubitável que garante a sua
existência;
D. Sabemos que Deus existe porque o
mundo exterior é real.
9. Descartes e as Substâncias
1. De acordo com Descartes há 3 tipos de substâncias:
A. Cogito, Deus e Dúvida
B. Dúvida, Método e Deus.
C. Mundo, Deus e Perfeição.
D. Mundo, Deus e Cogito.
10.
Descartes e os críticos
Tenho outra preocupação: como pode o autor evitar
raciocinar em círculo quando diz que estamos certos de que aquilo que
percebemos clara e distintamente é verdade apenas porque Deus existe?
Pois podemos estar certos de que Deus existe apenas
porque percebemos isso clara e distintamente. Assim, antes de podermos estar
certos de que Deus existe, devemos poder estar certos de que aquilo que percebemos
clara e evidentemente é verdade.
Antoine Arnauld
1. Apresente o tema, a tese
e a critica em forma de um argumento dedutivo.
11. Descartes e o Racionalismo - QUESTÕES GERAIS
I - Assinale as
afirmações VERDADEIRAS e FALSAS. Justifique as FALSAS.
1. Para Descartes, não existem ideias
inatas, todas as nossas ideias têm uma origem empírica, mesmo as mais complexas
e abstratas.
2. O cogito é, para Descartes, um modelo
e um critério de verdade, já que só será aceite como verdadeiro aquilo que
aprendermos de forma tão clara e distinta como este primeiro princípio.
3. O cogito é, segundo Descartes,
uma verdade primeira, pois nenhuma verdade lhe pode ser anterior e será a partir
dela que a reconstrução do saber vai ser possível.
4. O cogito, o «Penso, logo
existo», é uma verdade adventícia porque é uma verdade que não deriva nem
depende da experiência, dos sentidos.
5. Com a descoberta do seu
primeiro princípio, Descartes chega à certeza de que ele próprio existe, mas a
existência de objetos físicos e de outros seres pensantes continua sob
suspeita.
6. Para Descartes, conceber Deus como
inexistente é tão absurdo como, por exemplo, conceber um triângulo sem três
ângulos.
7. Embora a primeira verdade
indubitável seja o cogito, Deus é, para o sistema cartesiano, o fundamento
metafísico de todo o saber, isto é, de todas as crenças verdadeiras.
8. Descartes é um racionalista,
pois considera que só as verdades descobertas pela razão e deduzidas destas
merecem o título de conhecimento.
9. Segundo Descartes, aplicando
corretamente as nossas faculdades podemos alcançar verdades indubitáveis sobre
o mundo físico e sobre realidades que ultrapassam a experiência.
10. Uma das críticas frequentemente dirigida a Descartes é o facto de
usar o critério de evidência para provar a existência de Deus e,
simultaneamente, usar Deus para fundamentar aquele critério.
II - Considera o texto seguinte e responda às questões:
"Mas, logo em
seguida, notei que, enquanto queria pensar que tudo era falso, eu, que assim o
pensava, necessariamente era alguma coisa. E, notando que esta verdade, eu
penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as extravagantes
suposições dos cépticos seriam impotentes para a abalar, julguei que a poderia
aceitar, sem escrúpulo, para primeiro princípio da filosofia que procurava".
Descartes, Discurso do
Método
1. Quais as substâncias defendidas por Descartes?
2. Como é que Descartes raciocina acerca do argumento
céptico da impossibilidade do conhecimento.
3. Explique por que razão «todas as extravagantes
suposições dos cépticos seriam impotentes» para abalar a certeza da nossa
existência como seres pensantes.
4. Formule um dos argumentos de Descartes a favor da
existência de Deus, distinguindo claramente as premissas da conclusão.
5. O argumento anterior é a priori ou a posteriori?
Justifique.
III - Questões de desenvolvimento
"Ora, não sendo Deus enganador, é absolutamente manifesto que ele não
introduz em mim essas ideias, nem imediatamente por si próprio, nem também por
meio de outra criatura […] Porque, não me tendo Deus dado absolutamente nenhuma
faculdade para conhecer isto, mas, pelo contrário, uma grande propensão para
crer que elas são emitidas pelas coisas corpóreas, não vejo por que se possa
compreender que ele não é enganador, se estas ideias fossem emitidas por outras
que não as coisas corpóreas. E, portanto, as coisas corpóreas existem".
Descartes, Meditações sobre a Filosofia
Primeira
1. Apresente o tema, a tese e o argumento em forma de premissas e
conclusão.
2. Como responde Descartes ao argumento dos cépticos?
“Quantas vezes me acontece que, durante o repouso noturno, me deixo persuadir de coisas tão habituais como que estou aqui, com o roupão vestido, sentado à lareira, quando, todavia, estou estendido na cama e despido! Mas, agora, observo este papel seguramente com os olhos abertos, esta cabeça que movo não está a dormir, voluntária e conscientemente estendo esta mão e sinto-a: o que acontece quando se dorme não parece tão distinto. Como se não me recordasse já de ter sido enganado por pensamentos semelhantes!”
R. Descartes, Meditações sobre a Filosofia Primeira, Coimbra, Livraria Almedina, 1985, p. 108.
1. Apresente o tema, a tese e o argumento.
2. Apresente um outro argumento não presente no texto.
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