Filosofia da Ciência:
Teste de Avaliação.
Na resposta a
cada um dos itens seguintes, selecione a única opção correta.
1. A
qual dos seguintes problemas procura responder a filosofia da ciência?
A. Em que
consiste a teoria da gravitação universal, de Newton?
B. Como evolui a
ciência?
C. O que é que
faz com que uma ação seja moralmente correta?
D. Em que
diferem as teorias do fixismo e do evolucionismo?
2. A
perspetiva indutivista do método científico
A. baseia-se no
raciocínio dedutivo.
B. incorre na
falácia da afirmação do consequente.
C. é defendida
por Francis Bacon e Karl Popper.
D. subestima o
valor das previsões bem-sucedidas.
3. O
problema da verificação das hipóteses científicas
A. opõe o
indutivismo ao critério da verificabilidade.
B. procura
identificar o que distingue as teorias científicas das que não são científicas.
C. questiona a
possibilidade de confirmação das hipóteses científicas ou a sua
verificabilidade.
D. não tem
qualquer relação com o problema da indução apresentado por David Hume.
4. Considere os seguintes enunciados:
1. Todos os planetas
descrevem rotas elípticas.
2. O Inferno é um lugar
hostil.
3. Não há vida noutros
planetas.
Deve afirmar-se que
A. 1 e 3 são
falsificáveis; o enunciado 2 não é falsificável.
B. 2 e 3 são
falsificáveis; o enunciado 1 não é falsificável.
C. 1 é
falsificável; os enunciados 2 e 3 não são falsificáveis.
D. 1 e 3 não são
falsificáveis; o enunciado 2 é falsificável.
5. Para
Popper, uma teoria científica que revela resistência a um ou mais testes
empíricos que a procuram refutar é uma
A. teoria
falsificada.
B. má
teoria.
C. teoria
verdadeira.
D. teoria
corroborada.
6. A
falsificabilidade de uma teoria é
A. um atributo
que a torna passível de ser verificada pela experiência.
B. uma
característica que ela tem de poder ser submetida a testes empíricos que visem
a sua refutação.
C. uma qualidade
que denota a sua não resistência a testes em que se procurou a sua
falsificação.
D. o maior ou
menor “grau de confirmação” que ela revela.
7. Uma
das críticas feitas ao indutivismo é a de que
A. não é o
procedimento mais comum entre os cientistas.
B. corresponde a
uma conceção idealizada da ciência.
C. as leis
científicas não são suscetíveis de uma verificação conclusiva.
D. a observação dos
factos ou fenómenos é neutra e isenta de pressupostos.
8. A
possibilidade de uma afirmação ser testada através da observação ou
experimentação
A. é condição de
cientificidade tanto para o indutivismo como para o falsificacionismo.
B. não é
condição de cientificidade para o indutivismo nem para o falsificacionismo.
C. é condição de
cientificidade para o indutivismo, mas não para o falsificacionismo.
D. é condição de
cientificidade para o falsificacionismo, mas não para o indutivismo.
9. O
problema da objetividade da ciência
A. é um falso
problema, uma vez que a história da ciência confirma a total objetividade do
conhecimento científico.
B. procura
determinar se a avaliação e escolha de teorias é feita com base em razões
estritamente imparciais.
C. não encontra
resposta na filosofia da ciência de Karl Popper.
D. está
relacionado com o problema da demarcação, mas não com o da evolução da ciência.
10. Indique qual
das opções descreve corretamente a ordem dos procedimentos metodológicos no âmbito
do indutivismo?
A. Observação
dos factos ou fenómenos; experimentação/verificação experimental; formulação de
hipóteses; generalização dos resultados.
B. Experimentação/Verificação
experimental; generalização dos resultados; formulação de hipóteses; observação
dos factos ou fenómenos.
C. Generalização
dos resultados; experimentação/verificação experimental; formulação de
hipóteses; observação dos factos ou fenómenos.
D. Observação
dos factos ou fenómenos; formulação de hipóteses; experimentação/verificação
experimental; generalização dos resultados.
Grupo II
1. Como
se distingue a ciência da pseudociência?
2. Qual é o papel do senso comum na evolução do conhecimento científico e como difere do conhecimento científico?
3. Em
que consiste o critério da verificabilidade na filosofia da ciência?
4. Por
que razão é que a astrologia, apesar de oferecer explicações organizadas, é
geralmente considerada não científica?
Grupo III
1. Leia o texto seguinte:
«Quanto mais
falsificável for um enunciado, mais útil é à ciência. Muitos enunciados são
expressos de forma vaga, fazendo que seja bastante difícil ver como poderiam
ser testados e como interpretar os resultados.»
Nigel Warburton (1998), Elementos Básicos de Filosofia, Lisboa, Gradiva. p. 180
1.1. Explicite
em que medida o conceito de falsificabilidade de Karl Popper contribui para o
problema da demarcação em Filosofia da Ciência. Dê um exemplo de um enunciado
vago e justifique.
Sugestões de resposta
Grupo I
1. B.
2. B.
3. C.
4. A.
5. D.
6. B.
7. C.
8. A.
9. B.
10. C.
Grupo II
1. A
ciência distingue-se da pseudociência pela sua metodologia rigorosa e pelo uso
do método científico, que inclui a formulação de hipóteses testáveis, a
realização de experiências e a análise objetiva dos dados. A ciência é aberta à
revisão e ao escrutínio da comunidade científica, enquanto a pseudociência
muitas vezes, se baseia em alegações não verificáveis, carece de evidência
empírica e não está aberta a críticas ou revisões. A pseudociência,
frequentemente, utiliza jargão científico de forma inadequada e faz alegações
que não são sustentadas por estudos científicos confiáveis.
2. O
senso comum desempenha um papel inicial na evolução do conhecimento científico,
muitas vezes servindo como ponto de partida para questionamentos e observações
que podem levar a investigações científicas. No entanto, o senso comum difere
do conhecimento científico em termos de rigor, sistematização e metodologia.
Enquanto o senso comum se baseia em perceções imediatas, experiências pessoais
e é muitas vezes não sistemático e acrítico, o conhecimento científico é
construído através de métodos rigorosos, é sistematizado, baseia-se em
evidências empíricas e está sempre sujeito a revisão e a teste. Assim, a
ciência transforma e aprofunda o conhecimento originado no senso comum, oferecendo
uma compreensão mais detalhada, precisa e testável dos fenómenos.
3. Segundo
o critério da verificabilidade, proposto pelo Círculo de Viena, uma teoria é
científica apenas se o que propõe puder ser verificado empiricamente. Isto
significa que, para ser considerada científica, uma teoria ou hipótese deve ser
passível de ser testada através de observações ou experiências. Este critério
baseia-se na ideia de que o valor de verdade de uma afirmação pode ser
determinado pela sua correspondência com os factos observáveis. A
verificabilidade não exige que todas as observações necessárias sejam
realizáveis na prática, mas sim que, em princípio, seja possível estabelecer o
valor de verdade da teoria através da observação.
4. Apesar
de a astrologia oferecer explicações sistemáticas e organizadas sobre o
comportamento humano com base na posição dos astros, ela é, geralmente,
considerada não científica porque as suas afirmações não são empiricamente
falsificáveis de acordo com os padrões da ciência moderna. A astrologia não se
baseia em métodos científicos rigorosos e as suas previsões não são testáveis
de uma forma que permita a sua refutação. Além disso, ela não se ajusta ou
evolui com base em novas evidências ou descobertas, o que é um aspeto
fundamental da ciência. Portanto, a astrologia, apesar de ter um sistema de
crenças e práticas, não satisfaz os critérios de cientificidade estabelecidos
pela filosofia da ciência, como a falsificabilidade.
Grupo
III
1. O conceito de
falsificabilidade de Karl Popper oferece uma solução para o problema da
demarcação, ao sugerir que a cientificidade de uma teoria depende da sua
capacidade de ser refutada empiricamente. Segundo Popper, uma proposição,
hipótese ou teoria é científica só se for possível conceber uma observação ou
experiência que possa refutá-la. Isso significa que testar uma teoria
científica envolve procurar casos que sejam incompatíveis com ela, e não apenas
procurar apoio empírico. O conceito de falsificabilidade permite distinguir
teorias científicas das não científicas com base na possibilidade de serem
testadas e potencialmente refutadas. Teorias que não são falsificáveis, ou
seja, que não podem ser refutadas por qualquer observação empírica, são
consideradas não científicas. Este critério de falsificabilidade torna-se um
importante marco na diferenciação entre ciência e não ciência, permitindo
identificar as teorias que contribuem efetivamente para o avanço do
conhecimento científico.
Um
exemplo de um enunciado vago poderia ser: “Algumas
pessoas têm uma energia especial que afeta os outros à sua volta.” Este
enunciado é vago porque não especifica o que significa “energia especial” nem
como essa energia poderia ser medida ou observada. Sem critérios claros e
mensuráveis, tal enunciado não é empiricamente falsificável.
Muito
obrigada aos autores do projecto
Ágora
- 11º Ano!
José Ferreira Borges
Marta Paiva
Nuno Fadigas
Orlando Tavares
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