Estudar Lógica na disciplina
de Filosofia? Porquê? Para quê?
A linguagem é
um elemento essencial para a comunicação entre os seres vivos. No caso especial
dos seres humanos, a linguagem verbal - a língua que falamos - constitui um
sistema muito complexo de sinais que nos permite comunicar uns com os outros e
fazer uma apropriação da realidade através de um conjunto de processos mentais
a que chamamos pensar.
Afinal, o que é pensar? O que é que nos permite pensar?
A
matéria-prima que usamos para pensar são representações mentais, a que
costumamos chamar ideias, que - identificamos e reconhecemos associando-as a
palavras - as ideias são o significado, a palavra ou conjunto de palavras são o
significante.
Ao
pensar, estabelecemos relações entre essas representações mentais e expressamos
esse pensamento através das palavras, para designar quer essas representações
quer as ligações estabelecidas entre elas.
Todos
sabemos que ao falar usamos as palavras numa certa ordem, respeitando as regras
da gramática. Acontece o mesmo com o acto de pensar, ou seja, também temos que
ligar as nossas representações mentais de acordo com regras - as regras do
pensamento válido ou regras lógicas.
Linguagem e pensamento estão intimamente ligados já que toda a palavra
evoca uma ideia e uma ideia, qualquer que seja, só toma forma numa palavra. Já
os Gregos, no séc. IV-III a.C., tinham consciência desta íntima ligação. Usavam
a palavra “logos”, da qual derivou a palavra portuguesa «lógica», para
designar pensamento e o discurso/fala.
Não
é verdade que quando queremos criticar um texto confuso e desordenado dizemos
que é ilógico e irracional? O que é que queremos dizer?
Que
ele não respeita as leis lógicas (as tais que nos permitem relacionar
validamente as nossas representações mentais) e, por isso, não é próprio de um
ser pensante ou racional.
É um facto que todos pensamos. Os seres humanos são seres racionais. Será que quando
pensamos, tal como quando falamos, estamos preocupados em verificar se
seguimos ou não certas regras? Parece que não. Respeitamo-las automaticamente.
Só quando chegamos à escola é que aprendemos a gramática, no entanto, já
sabemos falar há muito tempo. Aprender gramática ajuda-nos a falar e a escrever
com maior correcção e criatividade. Acontece o mesmo com a nossa capacidade de
pensar. Aprender lógica irá ajudar-nos a pensar de forma mais rigorosa e exacta
e a ampliarmos o alcance do nosso pensamento. Além disso, aumentará a nossa
capacidade de avaliação crítica dos nossos argumentos ou dos argumentos dos
outros.
Mas, afinal, o que são argumentos?
Os
argumentos são, justamente, a expressão dos nossos raciocínios, ou seja, a
expressão em palavras de um raciocínio ou inferência que é, precisamente, o
processo mental usado para derivar novos conhecimentos dos conhecimentos que já
possuíamos anteriormente.
Além
disso, o conhecimento das regras lógicas é fundamental quando queremos
construir ou avaliar argumentos mais longos, com uma linguagem mais técnica e
erudita, contendo frases intercaladas com funções retóricas ou literárias. De
facto, costumamos enfeitar o nosso discurso com adjectivos, organizá-lo, de tal
modo, que cative a atenção dos ouvintes; estes elementos podem ser úteis para
facilitar o processo de comunicação - para tornar o discurso mais convincente,
por exemplo -, mas dificultam, muitas vezes, a identificação do essencial
(quais são as premissas e se a conclusão do argumento deriva ou não delas, isto
é, se as premissas a sustentam ou justificam, de tal modo que aceitando a verdade
das premissas se terá de aceitar a verdade da conclusão). Também quando temos
que aprender matérias complexas como as científicas ou filosóficas, é difícil
decidir, automaticamente, se os argumentos são ou não correctos, sendo preciso
conhecer as regras de validade dos argumentos para os podermos pôr à prova.
A Lógica pode, assim, ser entendida como o estudo das
condições de coerência do pensamento e do discurso com o objectivo de
distinguir os raciocínios ou argumentos válidos daqueles que o não são.
A quem interessar!...
LOLA
LOLA
LOLA
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