sábado, 25 de janeiro de 2014

Lampedusa: viagem para a morte



Lampedusa: viagem para a morte


Ética 


Cerca de 30 mil refugiados desembarcaram em 2013 na ilha italiana de Lampedusa.
Vindos de vários países africanos, especialmente do Norte de África, estas pessoas fogem da miséria e das guerras em busca de um mundo melhor. Muitas vezes são traficadas, muitas vezes encontram a morte pelo caminho. O reforço do controlo das fronteiras obriga-as a optar por rotas perigosas e torna-as, cada vez mais, presas fáceis das redes de tráfico de seres humanos, um dos negócios ilícitos mais lucrativos (a seguir ao tráfico de drogas e de armas) a nível global. Nos últimos 20 anos calcula-se que entre 17 a 20 mil pessoas tenham morrido nesta viagem, que supostamente as devia transportar para uma vida melhor.


Depois de analisar o mapa e visionar o vídeo, leia o texto de Peter Singer e responda refletidamente às questões que se seguem.

Pelo mar para a Itália 2013: 30 100
Sírios: 7500
Eritreus: 7500
Somális: 3000
Mortes estimadas desde 1988: 19 142





Veja agora o video:

Título: Quando tu no existes
Autoria: Amnistia Internacional 
Duração: 2’10’’ (2012)






Ouçamos, agora,  as palavras de Peter Singer:


Uma atitude muito difundida é de que não temos qualquer obrigação moral ou legal de aceitar refugiados; e que, se aceitarmos alguns, se trata de uma indicação do nosso caráter generoso e humanitário. Embora muito difundida, esta perspetiva não tem qualquer fundamento do ponto de vista moral. Na realidade está em conflito com outras atitudes que são, a julgar pelo que as pessoas dizem, pelo menos igualmente comuns, incluindo a crença na igualdade de todos os seres humanos e na rejeição dos princípios que defendem a discriminação com base na raça ou na origem nacional.
Todos os países desenvolvidos salvaguardam o bem-estar das suas populações de várias formas – protegendo os seus direitos legais, formando os seus filhos e proporcionando pagamentos da segurança social e acesso a cuidados médicos, quer para todos, quer para aqueles que estão abaixo de um nível de pobreza predefinido.
Os refugiados não recebem esses benefícios a não ser que sejam admitidos nesse país. Como a esmagadora maioria não é aceite, não recebe esses benefícios.
Mas será esta distinção na forma como são tratados os residentes e os não-residentes eticamente defensável?

Peter Singer, Ética Prática, Gradiva, 2000, pp. 274-275

Para refletir:


Para que os nossos juízos sejam morais têm de ser universalizáveis? 

Serão as mortes do Mediterrâneo compatíveis com uma conceção mínima de moralidade? 

Devemos ter vergonha,enquanto europeus, das mortes no mar Mediterrâneo?

Que posições podemos defender com respeito aos refugiados e à ajuda internacional aos países do Terceiro Mundo?






Serà a Ciencia capaz de resolver estes e outros

 problemas da existencia humana?






In Areal Editores - Clube das Ideias 10

Lola




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