sábado, 9 de novembro de 2019

Descartes: Exercícios

Serra da Freita, Arouca
By Fernando Brito


Descartes
 Exercícios (B)
(Do Cogito a Deus, Provas, Mundo, Ideias,  Críticas)



I - Assinale a opção correcta.


1.  De acordo com Descartes os conteúdos da nossa mente podem classificar-se como:
A. Ideias inatas; ideias fictícias; ideias adventícias;
B. ideias factícias; ideias complexas; ideias simples,
C. ideias adventícias; ideias inatas; ideias factícias.
D. ideias simples, ideias inatas, ideias claras e distintas.


2.  Identifique a afirmação verdadeira:
A. Descartes é céptico porque parte da dúvida.
B. Descartes não é céptico porque a dúvida é metódica.
C. Descartes é céptico porque não procura a verdade e a encontra por acaso.
D. Descartes é céptico porque consegue duvidar de tudo.

3.  Identifique a afirmação errada:
A. O principal problema de Descartes é o de encontrar a garantia de que o nosso conhecimento é absolutamente seguro.
B. A condição necessária para que algo seja declarado conhecimento absolutamente seguro é resistir completamente à dúvida.
C. Descartes consegue provar que os sentidos não nos enganam.
D. O primeiro conhecimento absolutamente seguro é a existência do sujeito que tem consciência de que os sentidos e o entendimento o podem enganar.


4. De acordo com a filosofia cartesiana, Deus existe porque:
A. O universo físico tem de ter uma causa;
B. a organização do Universo aponta para um criador inteligente;
C. a própria ideia de ser perfeito implica a sua existência.
D. Nenhuma das respostas anteriores é correta.


5. Segundo Descartes, apenas é verdadeira a seguinte afirmação:
A. Sabemos que o mundo exterior é real porque os sentidos o comprovam;
B. sabemos que o mundo exterior é real porque sabemos que o sujeito existe;
C. sabemos que o mundo exterior é real porque o cogito é um princípio indubitável que  garante a sua existência;
D. sabemos que Deus existe porque o mundo exterior é real.


6. Na filosofia cartesiana, a ideia de Deus que o sujeito possui teve origem:
A. Numa ideia, proveniente dos sentidos, que o sujeito descobriu na sua própria razão;
B. na necessidade de encontrar um criador para tudo o que existe;
C. no eu pensante, ao submeter todos os conhecimentos que possui à dúvida radical;
D. em Deus, que a deixou em nós como a sua marca. 


II - Assinale as afirmações VERDADEIRAS e FALSAS. Justifique as FALSAS.


1. Para Descartes, não existem ideias inatas, todas as nossas ideias têm uma origem empírica, mesmo as mais complexas e abstratas. 
2. O cogito é, para Descartes, um modelo e um critério de verdade, já que só será aceite como verdadeiro aquilo que aprendermos de forma tão clara e distinta como este primeiro princípio. 
3. O cogito é, segundo Descartes, uma verdade primeira, pois nenhuma verdade lhe pode ser anterior e será a partir dela que a reconstrução do saber vai ser possível. 
4.  O cogito, o «Penso, logo existo», é uma verdade adventícia porque é uma verdade que não deriva nem depende da experiência, dos sentidos. 
5.  Com a descoberta do seu primeiro princípio, Descartes chega à certeza de que ele próprio existe, mas a existência de objetos físicos e de outros seres pensantes continua sob suspeita. 
6. Para Descartes, conceber Deus como inexistente é tão absurdo como, por exemplo, conceber um triângulo sem três ângulos.
7.  Embora a primeira verdade indubitável seja o cogito, Deus é, para o sistema cartesiano, o fundamento metafísico de todo o saber, isto é, de todas as crenças verdadeiras. 
8.  Descartes é um racionalista, pois considera que só as verdades descobertas pela razão e deduzidas destas merecem o título de conhecimento. 
9. Segundo Descartes, aplicando corretamente as nossas faculdades podemos alcançar verdades indubitáveis sobre o mundo físico e sobre realidades que ultrapassam a experiência. 

10. Uma das críticas frequentemente dirigida a Descartes é o facto de  usar o critério de evidência para provar a existência de Deus e, simultaneamente, usar Deus para fundamentar aquele critério. 


III - Defina os seguintes conceitos


  1. Argumento Ontológico
  2. Res Extensa 
  3. Ideias inatas
  4. Racionalismo
  5. Circulo Cartesiano
  6. Argumento da regressão InfinitaI
  7. Argumento da marca impressa
  8. Cepticismo
  9. Evidência
  10. Génio Maligno
  11. Deus  
  12. Solipsismo


IV - Apresente respostas curtas às questões. 

Considera o texto seguinte e responda às questões:


 Mas, logo em seguida, notei que, enquanto queria pensar que tudo era falso, eu, que assim o pensava, necessariamente era alguma coisa. E, notando que esta verdade, eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as extravagantes suposições dos cépticos seriam impotentes para a abalar, julguei que a poderia aceitar, sem escrúpulo, para primeiro princípio da filosofia que procurava.

Descartes, Discurso do Método

1. Quais as substâncias defendidas por Descartes?
2. Como é que Descartes raciocina acerca do argumento céptico da impossibilidade do conhecimento. Ver AQUI
3. Explique por que razão «todas as extravagantes suposições dos cépticos seriam impotentes» para abalar a certeza da nossa existência como seres pensantes.
4. Formule um dos argumentos de Descartes a favor da existência de Deus, distinguindo claramente as premissas da conclusão. 
5. O argumento anterior é a priori ou a posteriori? Justifique. 


V - Questões de desenvolvimento 

Tenho outra preocupação: como pode o autor evitar raciocinar em círculo quando diz que estamos certos de que aquilo que percebemos clara e distintamente é verdade apenas porque Deus existe?
Pois podemos estar certos de que Deus existe apenas porque percebemos isso clara e distintamente. Assim, antes de podermos estar certos de que Deus existe, devemos poder estar certos de que aquilo que percebemos clara e evidentemente é verdade.


                                                                                                      Antoine Arnauld

1. Apresente o tema, a tese e  a critica em forma de um argumento dedutivo.

Ora, não sendo Deus enganador, é absolutamente manifesto que ele não introduz em mim essas ideias, nem imediatamente por si próprio, nem também por meio de outra criatura […] Porque, não me tendo Deus dado absolutamente nenhuma faculdade para conhecer isto, mas, pelo contrário, uma grande propensão para crer que elas são emitidas pelas coisas corpóreas, não vejo por que se possa compreender que ele não é enganador, se estas ideias fossem emitidas por outras que não as coisas corpóreas. E, portanto, as coisas corpóreas existem. 

Descartes, Meditações sobre a Filosofia Primeira



2. Apresente o tema, a tese e o argumento em forma de premissas e conclusão.


3. Como responde Descartes ao argumento dos cépticos?





Correcção


I - Assinale a opção correcta.


1.  De acordo com Descartes os conteúdos da nossa mente podem classificar-se como:
A. Ideias inatas; ideias fictícias; ideias adventícias;
B. ideias factícias; ideias complexas; ideias simples,
C. ideias adventícias; ideias inatas; ideias factícias.
D. ideias simples, ideias inatas, ideias claras e distintas.


2.  Identifique a afirmação verdadeira:
A. Descartes é céptico porque parte da dúvida.
B. Descartes não é céptico porque a dúvida é metódica.
C. Descartes é céptico porque não procura a verdade e a encontra por acaso.
D. Descartes é céptico porque consegue duvidar de tudo.

3.  Identifique a afirmação errada:
A. O principal problema de Descartes é o de encontrar a garantia de que o nosso conhecimento é absolutamente seguro.
B. A condição necessária para que algo seja declarado conhecimento absolutamente seguro é resistir completamente à dúvida.
C. Descartes consegue provar que os sentidos não nos enganam.
D. O primeiro conhecimento absolutamente seguro é a existência do sujeito que tem consciência de que os sentidos e o entendimento o podem enganar.


4. De acordo com a filosofia cartesiana, Deus existe porque:
A. O universo físico tem de ter uma causa;
B. a organização do Universo aponta para um criador inteligente;
C. a própria ideia de ser perfeito implica a sua existência.
D. Nenhuma das respostas anteriores é correta.


5. Segundo Descartes, apenas é verdadeira a seguinte afirmação:
A. Sabemos que o mundo exterior é real porque os sentidos o comprovam;
B. sabemos que o mundo exterior é real porque sabemos que o sujeito existe;
C. sabemos que o mundo exterior é real porque o cogito é um princípio indubitável que  garante a sua existência;
D. sabemos que Deus existe porque o mundo exterior é real.


6. Na filosofia cartesiana, a ideia de Deus que o sujeito possui teve origem:
A. Numa ideia, proveniente dos sentidos, que o sujeito descobriu na sua própria razão;
B. na necessidade de encontrar um criador para tudo o que existe;
C. no eu pensante, ao submeter todos os conhecimentos que possui à dúvida radical;
D. em Deus, que a deixou em nós como a sua marca. 


II - Assinale as afirmações VERDADEIRAS e FALSAS. Justifique as FALSAS.


1. Para Descartes, não existem ideias inatas, todas as nossas ideias têm uma origem empírica, mesmo as mais complexas e abstratas. FALSA, existem ideias inatas: Cogito, Deus e o Mundo, cuja origem é a razão.
2. O cogito é, para Descartes, um modelo e um critério de verdade, já que só será aceite como verdadeiro aquilo que aprendermos de forma tão clara e distinta como este primeiro princípio. VERDADEIRO
3. O cogito é, segundo Descartes, uma verdade primeira, pois nenhuma verdade lhe pode ser anterior e será a partir dela que a reconstrução do saber vai ser possível. VERDADEIRO
4.  O cogito, o «Penso, logo existo», é uma verdade adventícia porque é uma verdade que não deriva nem depende da experiência, dos sentidos. FALSO pois o cogito é uma ideia inata
5.  Com a descoberta do seu primeiro princípio, Descartes chega à certeza de que ele próprio existe, mas a existência de objetos físicos e de outros seres pensantes continua sob suspeita. VERDADEIRA
6. Para Descartes, conceber Deus como inexistente é tão absurdo como, por exemplo, conceber um triângulo sem três ângulos.VERDADEIRO
7.  Embora a primeira verdade indubitável seja o cogito, Deus é, para o sistema cartesiano, o fundamento metafísico de todo o saber, isto é, de todas as crenças verdadeiras. VERDADEIRO
8.  Descartes é um racionalista, pois considera que só as verdades descobertas pela razão e deduzidas destas merecem o título de conhecimento. VERDADEIRO
9. Segundo Descartes, aplicando corretamente as nossas faculdades podemos alcançar verdades indubitáveis sobre o mundo físico e sobre realidades que ultrapassam a experiência. VERDADEIRO

10. Uma das críticas frequentemente dirigida a Descartes é o facto de  usar o critério de evidência para provar a existência de Deus e, simultaneamente, usar Deus para fundamentar aquele critério. VERDADEIRO  - Circulo cartesiano


III - Defina os seguintes conceitos


  1. Argumento Ontológico - Uma das provas da existência de Deus em que Descartes parte da constatação de que na ideia de ser perfeito estão compreendidas todas as perfeições. A existência é uma dessas perfeições. Por consequência, Deus existe. O facto de existir é inerente à essência de Deus, de tal modo que este ser não pode ser pensado como não existente. A sua existência apresenta um carácter necessário e eterno.
  2. Rex Extensa  Ver AQUI
  3. Ideias inatas Ver AQUI
  4. Racionalismo
  5. Circulo Cartesiano
  6. Argumento da regressão Infinita Ver AQUI
  7. Argumento da marca impressa - Uma das provas da existência de Deus que tem como princípio o ser perfeito. Podemos procurar a causa que faz com que essa ideia se encontre em nós. Tal causa não pode ser do sujeito pensante, pois essa ideia representa uma substância infinita. Nesse sentido, o sujeito pensante, sendo finito, não é a causa da realidade objetiva de tal ideia. O nada também não pode ser a sua causa, nem qualquer ser imperfeito. A causa da ideia de Deus não é outro ser senão Deus. Assim, Deus é uma realidade que possui todas as perfeições representadas na ideia de ser perfeito. Em suma, é ele próprio ser perfeito e a causa originada da ideia de perfeição.
  8. Cepticismo
  9. Evidência
  10. Génio Maligno é uma espécie de deus; é génio, porque os seus poderes são, supostamente, superiores aos poderes humanos; mas, por ser maligno, não pode ser o verdadeiro Deus, uma vez que Este é bom (ocupar-nos-emos da justificação desta crença mais adiante). Este génio maligno tem uma obsessão: enganar-me. É ele que me induz a acreditar que tenho duas mãos, que tenho um corpo, que há uma realidade exterior a mim, ou que 2 + 3 são 5. Mas tudo isto pode ser falso. Todos os meus pensamentos podem ser mero produto da acção maligna deste génio.
  11. Deus -  Em Descartes, Deus é a garantia da verdade das ideias claras e distintas. Podemos demonstrar a sua existência. É uma ideia a que corresponde uma realidade efectiva. E essa realidade efectiva é que torna objectivos os nossos conhecimentos.
  12. Solipsismo - Isolamento do cogito, Descartes apenas encontrou a ideia de ser pensante.


IV - Apresente respostas curtas às questões. 

Considera o texto seguinte e responda às questões:


 Mas, logo em seguida, notei que, enquanto queria pensar que tudo era falso, eu, que assim o pensava, necessariamente era alguma coisa. E, notando que esta verdade, eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as extravagantes suposições dos cépticos seriam impotentes para a abalar, julguei que a poderia aceitar, sem escrúpulo, para primeiro princípio da filosofia que procurava.

Descartes, Discurso do Método

1. Quais as substâncias defendidas por Descartes? Ver AQUI
2. Como é que Descartes raciocina acerca do argumento céptico da impossibilidade do conhecimento.
Descartes procura responder ao argumento céptico da regressão infinita mostrando que a sua primeira premissa é falsa; isto é, mostrando que não é verdade que todas as nossas crenças são justificadas com outras crenças.

NOTA: O argumento céptico da regressão infinita  dizia que.... 

Todas as nossas crenças são justificadas com outras crenças; 
se todas as nossas crenças são justificadas com outras crenças, então há uma regressão infinita;
 se há uma regressão infinita, então as nossas crenças não estão justificadas; se as nossas crenças não estão justificadas, então não há conhecimento; 
logo, não há conhecimento.


3. Explique por que razão «todas as extravagantes suposições dos cépticos seriam impotentes» para abalar a certeza da nossa existência como seres pensantes.
Descartes afirma que os cépticos não conseguem demonstrar que não há conhecimento. Porquê? Porque há pelo menos uma verdade, «penso, logo, existo», que resiste a todas as dúvidas, mesmo as mais radicais. Essa verdade é justificada pela própria dúvida. Quando duvidamos, estamos a pensar e, se pensamos, somos necessariamente alguma coisa. Este é um conhecimento que nenhum céptico consegue abalar. 
4. Formule um dos argumentos de Descartes a favor da existência de Deus, distinguindo claramente as premissas da conclusão. Argumento da causalidade

Se o ser pensante é imperfeito e finito não criou um ser perfeito e finito como Deus
Se o ser pensante tivesse essa capacidade daria a si próprio todas as perfeições
Logo, o criador do ser imperfeito e finito é Deus.

5. O argumento anterior é a priori ou a posteriori? Justifique. 
Apriori. É um raciocínio dedutivo que provém da razão e não da experiência.


V - Questões de desenvolvimento 

A. Tenho outra preocupação: como pode o autor evitar raciocinar em círculo quando diz que estamos certos de que aquilo que percebemos clara e distintamente é verdade apenas porque Deus existe?
Pois podemos estar certos de que Deus existe apenas porque percebemos isso clara e distintamente. Assim, antes de podermos estar certos de que Deus existe, devemos poder estar certos de que aquilo que percebemos clara e evidentemente é verdade.


                                                                                                      Antoine Arnauld

1. Apresente o tema, a tese e  a critica em forma de um argumento dedutivo.
TEMA:Critica a Descartes
TESE: Descartes raciocina em circulo (Circulo Cartesiano)
ARGUMENTO:
Sei que aquilo que percebo clara e distintamente é verdade só se sei primeiro que Deus existe e não é enganador.

ENTÃO


Sei que Deus existe e não é enganador só se sei primeiro que aquilo que percebo clara e distintamente é verdade.


B. Ora, não sendo Deus enganador, é absolutamente manifesto que ele não introduz em mim essas ideias, nem imediatamente por si próprio, nem também por meio de outra criatura […] Porque, não me tendo Deus dado absolutamente nenhuma faculdade para conhecer isto, mas, pelo contrário, uma grande propensão para crer que elas são emitidas pelas coisas corpóreas, não vejo por que se possa compreender que ele não é enganador, se estas ideias fossem emitidas por outras que não as coisas corpóreas. E, portanto, as coisas corpóreas existem. 

Descartes, Meditações sobre a Filosofia Primeira




2. Apresente o tema, a tese e o argumento em forma de premissas e conclusão.
TEMA: O mundo (res extensa)
TESE: O Mundo existe e Deus  garante a sua existencia.
ARGUMENTO: Se Deus é perfeito, não poderá ser enganador
                         Deus pôs em mim a ideia de mundo (Substâncias corpóreas)
                         Logo, as coisas corpóreas existem.



3. Como responde Descartes ao argumento dos cépticos?


Descartes procura responder ao argumento céptico da regressão infinita mostrando que a sua primeira premissa é falsa; isto é, mostrando que não é verdade que todas as nossas crenças são justificadas com outras crenças. O cogito representa o triunfo sobre o cepticismo na medida em que é uma crença básica, que não precisa de ser justificada com base noutras crenças; constitui-se como primeira evidência, fornecendo os alicerces seguros que Descartes procurava para edificar o conhecimento. Por conseguinte Descartes afirma que os cépticos não conseguem demonstrar que não há conhecimento. Porquê? Porque há pelo menos uma verdade, «penso, logo, existo», que resiste a todas as dúvidas, mesmo as mais radicais. Essa verdade é justificada pela própria dúvida. Quando duvidamos, estamos a pensar e, se pensamos, somos necessariamente alguma coisa. Este é um conhecimento que nenhum céptico consegue abalar. 
Argumento céptico da regressão infinita pode ser formulado desta forma: 


Todas as nossas crenças são justificadas com outras crenças. (FALSO) 
Se todas as nossas crenças são justificadas com outras crenças, 
então há uma regressão infinita; se há uma regressão infinita, então as nossas crenças não estão justificadas. 
Se as nossas crenças não estão justificadas, então não há conhecimento. 
Logo, não há conhecimento.


Ver também Descartes: exercicios (A) 

AQUI

Serra da Freita, Arouca
By Fernando Brito

                                                Lola

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