domingo, 8 de dezembro de 2019

David Hume: Exercícios





David Hume
 Exercícios


Identifique VERDADES NECESSÀRIAS e VERDADES CONTINGENTES

Amália nasceu em Lisboa Verdade Contingente
Nenhum preto é branco Verdade Necessária
Um pedaço de metal dilatou ao ser aquecido Verdade Contingente
Um triângulo tem três lados Verdade Necessária


Identifique QUESTÕES DE FACTO e RELACÕES DE IDEIAS:

Deus existe ou não existe RELAÇÃO DE IDEIAS
Deus existe QUESTÃO DE FACTO
Três morangos são mais que dois RELAÇÃO DE IDEIAS
O sol vai nascer amanhã QUESTÃO DE FACTO
As coisas velhas não são novas RELAÇÃO DE IDEIAS
Os planetas têm órbitas elipticas QUESTÃO DE FACTO
Pedro Abrunhosa é um musico português QUESTÃO DE FACTO


Complete de acordo com a filosofia de David Hume

A relação de causa e efeito é uma relação de CAUSALIDADE
Habitualmente concluimos que há uma relação de causa e efeito com base NUMA CONJUNÇÃO CONSTANTE
Há uma conexão necessária entre dois acontecimentos quando UM NÃO PODE OCORRER SEM O OUTRO
A conexão necessária entre dois acontecimentos é algo que não CONSEGUIMOS OBSERVAR
Conjunção constante e conexão necessária são COISAS DIFERENTES
A nossa convicção de que há uma conexão necessária entre acontecimentos é apenas fruto do HÁBITO


 Selecciona a alternativa correcta:

1. Hume defende que ...
A. as impressões são cópias menos vívidas de ideias.
B. as impressões são cópias mais vívidas de ideias.
C. as ideias são cópias mais vívidas de impressões.
D. as ideias são cópias menos vívidas de impressões.

2. Hume defende que ...
A. todas as nossas ideias têm origem empírica.
B. apenas as ideias simples têm origem empírica.
C. apenas as ideias complexas têm origem empírica.
D. nenhuma ideia tem origem empírica.

3. Hume defende que as afirmações sobre questões de facto …
A. exprimem verdades necessárias.
B. exprimem verdades contingentes.
C. não exprimem verdades.
D. não têm sentido.

4. Hume defende que as afirmações sob
re relações de ideias …
A. exprimem verdades necessárias.
B. exprimem verdades contingentes.
C. não exprimem verdades.
D. não têm sentido.

5. Hume defende que as inferências causais …
A. baseiam‐se na observação de conjunções constantes.
B. não se baseiam na observação.
C. baseiam‐se na observação de conexões necessárias.
D. têm um carácter demonstrativo. 

6. Segundo Hume, a ideia de conexão necessária entre causa e efeito … 
A. resulta da observação. 
B. resulta de um sentimento interno. (O Hábito)
C. tem uma origem desconhecida.
D. não existe.



Defina os seguintes conceito
  1. Empirismo
  2. Impressões
  3. Ideias 
  4. Relações de Ideias
  5. Questões de facto
  6. Principios de associação de ideias
  7. Principio da causalidade
  8. Conexão Necessária
  9. Conjunção constante
  10. Hábito
  11. Indução
  12. Principio da regularidade da natureza

Qual é, segundo Hume a origem da ideia de causalidade  ?

Para David Hume, o conceito de causa não tem qualquer validade objectiva nem fundamento racional. À ideia de causa não corresponde qualquer impressão sensível.
Que regularmente vejamos ou tenhamos visto B acontecer depois de A não nos permite estabelecer uma relação causal objectiva, ou seja, que B acontecerá necessariamente de­pois de A. A experiência — para Hume o único critério quanto ao conhecimento dos fac­tos — permite-me captar uma sucessãoregular entre dois fenómenos, mas não uma suces­são necessária (ou seja, só permite ver o que acontece aqui e agora e não o que sempre acontecerá). Pela experiência, sabemos que sempre no passado a água ferveu, mas não é le­gítimo concluir que no futuro sempre ferverá. E contudo acreditamos — e é, útil que acreditemos — que o aquecimento da água é a causa necessária da sua fervura. Porquê?
A explicação de Hume baseia-se em factores psicológicos. Transformamos uma suces­são temporal regular em relação causal ou necessária devido ao costume ou ao hábito: habi­tuados a ver que B sucede regularmente a A, acreditamos que A é a causa necessária de B, isto é, que sempre assim será.
O conceito de causa é o resultado de uma ilusão psicológica.
Na verdade, o que acontece é que, por nos habituarmos a ver dois objectos sucederem-se um ao outro do mesmo modo, criamos a tendência para crer que, aparecendo o primeiro, apare­cerá também o segundo. Nada mais ilusório do que esta relação de dependência, porque transformou-se uma relação de mera sucessão temporal (o antes e o depois) em relação cau­sal. Não há, segundo Hume, qualquer fundamento objectivo na experiência que confirme esta relação. Assim, o princípio de causalidade considerado um princípio racional e objec­tivo nada mais é do que uma crença subjectiva, o produto de um hábito, a transformação de uma expectativa em realidade.
Negando a origem a priori do conceito de causa e do princípio de causalidade, Hume rejeita um instrumento no qual a metafísica tradicional se baseava para as suas especula­ções. 
Como usamos a ideia de causa para compreender muito do que acontece no mundo, então como ela exprime uma conexão de que não temos experiência, o nosso conhecimento do mundo não passa de conjectura que bem pode ser uma ilusão.



Distinga questões de facto e relações de ideias?

Os conhecimentos a que Hume dá o nome de "relação entre ideias" são conhecimentos a priori. Consistem, esses conhecimentos, em analisar o significado dos elementos de uma proposição, em estabelecer relações entre as ideias que ela contém. As "relações entre ideias" são proposições cuja verdade pode ser conhecida pela simples inspecção lógica do seu conteúdo.

Vejamos: A proposição "O quadrado tem quatro lados" é um juízo necessariamente verdadeiro e para disso estarmos certos basta analisar o significado de "quadrado". Trata-se de uma verdade necessária porque a sua negação implica uma contradição.
Vemos assim que, embora todas as ideias tenham o seu fundamento nas impressões, podemos conhecer sem necessidade de recorrer às impressões, isto é, ao confronto com a experiência. É o caso dos conhecimentos da lógica e da matemática. Contudo, diz Hume, tais conhecimentos, ou seja, as proposições lógicas e matemáticas, nada nos dizem sobre o que existe e acontece no mundo. Se nos limitarmos a este tipo de conhecimentos, nada ficamos a saber sobre o mundo.

O segundo tipo de conhecimento – o conhecimento de questões de facto – já implica um confronto das proposições (do que dizemos) com a experiência. Os conhecimentos de facto são proposições cujo valor de verdade tem de ser testado pela experiência, ou seja, temos de "inspeccionar" o mundo dos factos para verificar se elas são verdadeiras ou falsas.

Assim, a proposição "Este martelo é pesado" é um juízo cujo valor de verdade não pode ser decidido pela simples inspecção a priori do significado dos termos, isto é, temos de a confrontar com uma verificação experimental elementar, ou seja, a sua verdade ou falsidade só pode ser determinada a posteriori.

Como todas as nossas ideias têm uma origem empírica, não há conhecimento a priori de questões de facto, ou seja, o nosso conhecimento do mundo depende completamente da experiência. E, quando as nossas ideias acerca do mundo exprimem mais do que aquilo que observamos ou de que nos lembramos de ter observado, estamos a ultrapassar o que a experiência nos permite e nenhum conhecimento certo e seguro podemos assim constituir. Será o caso da ideia de causalidade. 

Leia o texto e responda às questões:

"Em que consiste a nossa ideia de necessidade quando dizemos que dois objetos estão necessariamente ligados entre si? A este respeito repetirei o que muitas vezes disse: como não temos ideia alguma que não derive de uma impressão se afirmarmos ter a ideia de ligação necessária (ou causal) deveremos encontrar alguma impressão que esteja na origem desta ideia. Para isso, ponho-me a considerar o objeto em que comummente se supõe que a necessidade se encontra. E como vejo que esta se atribui sempre a causas e efeitos, dirijo a minha atenção para dois objetos supostamente colocados em tal relação (causa-efeito) e examino-os em todas as situações possíveis. Apercebo-me de imediato que são contíguos em termos de tempo e lugar e que o objeto denominando causa precede o outro, a que chamamos efeito. Não existe um só caso em que possa ir mais longe, não me é possível descobrir uma terceira relação entre esses objetos.

Suponhamos que uma pessoa, embora dotada das mais fortes faculdades de razão e reflexão, é trazida subitamente para este mundo; observaria, de facto, imediatamente uma contínua sucessão de objetos e um acontecimento sucedendo-se a outro, mas nada mais seria capaz de descobrir. Não conseguiria, a princípio, mediante qualquer raciocínio, alcançar a ideia de causa e efeito, visto que os poderes particulares pelos quais todas as operações da natureza são executadas, nunca aparecem aos sentidos; nem é justo concluir, unicamente porque um evento, num caso, precede outro, que o primeiro é, por isso, a causa e o segundo o efeito. A sua conjunção pode ser arbitrária e casual. Pode não haver motivo para inferir um a partir do aparecimento do outro. E, numa palavra, tal pessoa, sem mais experiência, nunca poderia utilizar a sua conjetura ou raciocínio acerca de qualquer questão de facto ou certificar-se de alguma coisa para além do que está imediatamente presente à memória e aos seus sentidos".

D. Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano.

1.  Que problema é discutido no texto?

2.  O que se entende por conexão necessária entre dois objetos?

3. A causalidade pode, segundo Hume, ser definida como uma conexão necessária. Justifique

4.   Em que principio se baseiam as inferências causais segundo Hume?

5. A crença no princípio da uniformidade da natureza está, para Hume, justificada? Porquê?


Leia o texto seguinte.

Em suma, todos os materiais do pensamento são derivados do nosso sentimento externo e interno. Apenas a mistura e a composição destes materiais competem à mente e à vontade. Ou, para me expressar em linguagem filosófica, todas as nossas ideias ou perceções mais fracas são cópias das nossas impressões, ou perceções mais vívidas.
[…] Se acontecer, devido a algum defeito orgânico, que uma pessoa seja incapaz de experimentar alguma espécie de sensação, verificamos sempre que ela é igualmente incapaz de conceber as ideias correspondentes. Um cego não pode ter a noção das cores, nem um surdo dos sons. Restitua se a qualquer um deles aquele sentido em que é deficiente e, ao abrir-se essa nova entrada para as suas sensações, abrir-se-á também uma entrada para as ideias, e ele deixará de ter qualquer dificuldade em conceber esses objetos.

D. Hume, 

Investigação sobre o Entendimento Humano, 
1. Explicite as razões usadas no texto para defender que a origem de todas as nossas ideias reside nas impressões dos sentidos.
1. Explicitação das razões usadas no texto:

– se as ideias não derivassem das impressões dos sentidos, os cegos e os surdos seriam capazes de formar ideias das cores e dos sons, respetivamente;
– os cegos e os surdos são incapazes de formar ideias das cores e dos sons, respetivamente.
OU
– se as ideias não derivassem das impressões dos sentidos, as pessoas com uma incapacidade que as priva de um certo tipo de sensações poderiam, ainda assim, ter as ideias correspondentes;
– as pessoas com uma incapacidade que as priva de um certo tipo de sensações não podem ter as ideias correspondentes.

2. Concordaria Descartes com a tese segundo a qual «todas as nossas ideias […] são cópias das nossas impressões»?

Justifique a sua resposta.

– Descartes não concordaria com a tese apresentada.
Justificação:

– temos ideias que não poderiam ter tido origem nos sentidos, como o cogito / «eu penso», cuja origem é a priori / só pode ser o próprio ato de pensar;

– temos ideias inatas, (como a ideia de Deus,) que possuímos desde que nascemos, sem qualquer intervenção dos sentidos





Distinga Relação de Ideias e Questões de Facto.

David Hume afirmou existirem dois tipos de conhecimento. O primeiro, as Relações de Ideias, corresponde ao conhecimento a priori, é resultado de intuições e deduções e rege-se pelo princípio da não contradição. Por exemplo, o triângulo tem três lados. é uma proposição analítica, porque o predicado já está contido necessariamente no sujeito. É, por isso, uma verdade necessária. 
Pelo contrário, o conhecimento do tipo Questões de Facto é um conhecimento a posteriori, derivado da experiência e resulta de processos indutivos. É contingente e corresponde a proposições sintéticas, como por exemplo os homens são inteligentes O sujeito homem não possui de modo necessário o predicado Inteligente.


     Caracterize a relação causal de acordo com Hume.

Para Hume, a causalidade consiste num processo de conhecer que transcende as experiências do passado e do presente. Quer isto dizer que a causalidade fundamenta-se a partir de um processo que se resume ao hábito, à contiguidade espácio-temporal e à sucessão de eventos. Apesar de ser através da experiência que adquiro a noção de relação entre fenómenos, essa relação não está necessariamente presente. Simplesmente adquiro essa noção pelo facto do mesmo fenómeno se repetir. Assim, há certas características que acompanham um fenómeno tipo A e B. Entre eles existe uma certa conjunção de acontecimentos. A antecede B e A apresenta-se sempre em conjunção com B. Do mesmo modo, eles estão próximos no espaço e no tempo e também existe uma precedência cronológica habitual. Todos estes factores são os motivos pelos quais efetuamos relações de causa e efeito. Só que esta relação não é necessária, é contigente e baseia-se numa crença na repetição dos fenómenos.

      Defina o problema da indução segundo Hume.

A indução consiste numa inferência que decorre da observação e das respectivas generalizações e previsões. Apesar da base da indução ser a causalidade, esta baseia-se numa mera repetição de eventos o que não significa que tal relação seja necessária e, por isso, é difícil de prever que tal ocorra no futuro. Esse é problema da indução. O simples facto de acontecer no passado não significa que os mesmos fenómenos ocorram no futuro. Simplesmente existe uma crença. A conclusão de um argumento indutivo pode sempre ser falsa mesmo que a experiência que acumulámos sobre um determinado assunto aponte em sentido contrário

     Explique por que razão segundo Hume a relação causal não pode justificar a indução.

Porque a relação causal que estabeleço entre dois fenómenos decorre de uma mera regularidade. A generalização efectuada pela indução não é de todo sustentada a priori, nem é necessária, decorre de uma mera crença na regularidade dos fenómenos. No passado constatámos padrões e acreditámos que eles continuariam a produzir-se no futuro e que isso sempre aconteceu. Porém, como asseverou Hume do facto de no passado o futuro se ter revelado semelhante ao passado não se pode inferir que, no futuro, o futuro seja como o passado ou, dito de outro modo, a nossa experiência apenas pode justificar as nossas crenças acerca do futuro se tivermos uma justificação independente (dela) para acreditar que o futuro será como o passado; mas, claro, isso é o que precisamente não temos.
Por outras palavras, o único modo por meio do qual se pode fazer apelo à experiência para verificar se P logo Q é o de observar se no passado se observou sempre que P logo Q. Portanto, para mostrar que P logo Q é verdadeira seria necessário mostrar que não haveria casos em que Plogo  ~Q e de termos esgotado todas as inferências do tipo P logo Q. Assim, P logo Q não podem resumir-se àqueles que foram objecto das nossas observações passadas e presentes. Se P logo Q ocorre num certo universo não posso inferir daí que ocorra em qualquer universo.
        Explique a que tipo de cepticismo conduz a crítica de Hume da indução.

Perante a dificuldade da indução parece haver uma só saída: o ceticismo. Efetivamente, o problema da indução veio mostrar-nos que não é possível conhecer a realidade, pois não devemos confundir a realidade com a perceção que possuímos dessa realidade. Na base do conhecimento está tão só uma crença na uniformidade da natureza. Para Hume é bom que assim seja caso contrário ficaríamos numa posição de imobilismo. Portanto, o ceticismo de Hume não é radical, antes pode ser qualificado de mitigado ou moderado.



                                       Lola

2 comentários:

  1. boa tarde será que podia publicar as respostas às perguntas do segundo texto? obrigada

    ResponderEliminar
  2. poderia publicar as soluções dos exercícios em falta por favor? iria dar muito jeito para o meu estudo!

    ResponderEliminar

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...