domingo, 9 de fevereiro de 2020

Filosofia da Arte: Teorias não Essencialistas








Teorias não Essencialistas da Arte

Para os defensores deste tipo de abordagem, dada a natureza dinâmica, criativa e inovadora do fenómeno artístico, nunca se poderá determinar um conjunto de propriedades intrínsecas comuns a toda a obra de arte.
Deve focar-se nos aspectos relacionais, processuais e contextuais que envolvem a obra de arte.
Não há uma essência comum à obra de arte.


Os não-essencialistas 
- admitem que a arte possa ter as mais variadas funções:  alargar o conhecimento, exprimir e explorar emoções, proporcionar experiências compensadoras, divertir, proporcionar prazer, ajudar-nos a ser pessoas melhores, comunicar ideias, criticar a sociedade, transformar o mundo, criar coisas belas, valorizar as nossas vidas, ajudar-nos a suportar os males do mundo
- o que torna inútil procurar nos objetos de arte características permanentes e comuns  supostamente associadas a funções tão diferentes. 
- uma mesma obra de arte, consideram os não-essencialistas, pode servir diferentes funções, adquirir diferentes significados, admitir diferentes interpretações ou exprimir sentimentos diferentes, consoante o contexto em que ela é produzida ou apreciada.

Dado que os não-essencialistas não esperam que a definição sirva para determinar os méritos ou a qualidade de obras de arte particulares, o que eles procuram é uma definição que permita simplesmente classificar corretamente certos objetos como arte, sem qualquer preocupação de caráter valorativo (se é boa ou má obra de arte). Buscam, portanto,  uma definição que seja compatível com a existência de boas e de más obras de arte.


Teorias
Descrição
Críticas

Teoria Institucional da arte

Morris Weitz

Arthur Danto

George Dickie

Uma obra de arte só o é se for um artefacto que possui um conjunto de características ao qual foi atribuído o estatuto de candidato a apreciação por uma ou várias pessoas que atuam em nome de determinada instituição social: o mundo da arte (representantes do mundo da arte)


- Dá-nos uma definição viciosa e circular de arte

-Torna a definição de arte inútil

- Impossibilita a existência de arte primitiva ou arte solitária.



Exemplos



Andy Warhol, Caixa de Brillo (1964) - segundo Danto o que distingue a obra de Warhol dos seus semelhantes não são as caracteristicas formais, nem outras caracteristicas intrinsecas, mas o facto de ela se inserir no contexto de uma prática social instituida - o mundo da arte.

Marcel Duchamp, Antecipação de um Braço Partido (1915) - segundo Dickie esta é uma obra de arte porque Duchamp, um representante do mundo da arte, lhe atribuiu esse estatuto.



Teoria Histórica

Jerrold Levinson



Algo é uma obra de arte se, e só se, alguém com direitos de propriedade sobre isso  tiver a intenção séria de que seja encarado da mesma forma como foram correctamente encarados outros objectos abrangidos pelo conceito de “obra de arte”.

- define arte apelando a propriedades extrinsecas e relacionais/contextuais da arte.

- Intenção séria e direitos de propriedade são requisitos a ter em conta.

- Intenção séria - não pode ser momentânea, passageira ou meramente ilustrativa.

- Não explica porque que é que a primeira obra de arte é considerada arte (esta não tem precedentes).

- Algumas formas de encarar a arte do passado já não são válidas actualmente.
- É demasiado inclusiva porque não excluiu, por exemplo, fotos tipo passe e retratos rôbot que retatam o passado mas não são obras de arte.
- É demasiado exclusiva.

- Não se exige que os artistas tenham direito de propriedade sobre algumas das suas obras, por exemplo o graffiti.







Exemplos




 Intenção séria 
Um professor poderia sugerir aos seus alunos de que tem como intençao de que a sua caneta seja encarada como um ready-made(um objecto do quotidiano ao qual foi atribuido o estatuto de obra de artecom o intuito de desafiar a compreensão do conceito de arte). Ora, como os ready-made são obras de arte e alguns foram concebidos com essa mesma intenção, isso significa que existem bons precedentes históricos e, por conseguinte, pode parecer que a teoria histórica está condenada a considerar que o professor acabou de criar uma obra de arte.

Direitos de propriedade
Marcel Duchamp tentou, sem sucesso, converter o Edificio Woolworth, em Nova Iorque, num dos seus ready made. Uma possível explicação para o facto de esta tentativa não ter sido bem sucedida pode ser precisamente o facto de Marcel Duchamp não ter direitos de propriedade sobre o edificio.



                

                                               Lola

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