terça-feira, 9 de novembro de 2021

Preparação Ficha de Avaliação 11º Ano

 


Preparação 2ª Ficha de

Avaliação - 11º Ano


Temas: 

 O racionalismo de Descartes 

(Do Cogito a Deus,  Ideias,  Provas, Mundo, Críticas).

 O empirismo de David Hume

O apriorismo de Kant 



Estrutura da Ficha de Avaliação:

 

 

Grupo I -  Itens de seleção - Escolha múltipla. (50 pontos).

Grupo II - Itens de resposta curta. (50 pontos).

Grupo III - Itens de resposta restrita. (50 pontos).

Grupo IV - Item de resposta extensa - Análise de um texto filosófico. (50 pontos).

 

 

Nota: Nos quatro grupos de questões serão avaliados todos os domínios.

 

 

Tempo : 50 minutos

 

 

Aprendizagens essenciais a avaliar:


  1. Como chega Descartes a Deus?
  2.   Apresente as provas da existência de Deus.
  3.   Critique o argumento ontológico.
  4.   Qual o papel de Deus na filosofia cartesiana 
  5.   Como chega Descartes à existência dos corpos/extensão?
  6.   Apresente as substâncias cartesianas.
  7.   Como é que Descartes explica a teoria do erro?
  8.   Porque se pode afirmar que Descartes é um racionalista dogmático?
  9.   O que é o Racionalismo?
  10.   David Hume: qual o objectivo da sua Filosofia?
  11.  Distinga as posições de Descartes e David Hume quanto ao fundamento metafisico do conhecimento.
  12. Explique as críticas de Hume a Descartes.
  13.   Quais os elementos do conhecimento?
  14.   O que são impressões?
  15.   O que são ideias?
  16.   Exemplifique uma impressão e uma ideia.
  17.   Qual a origem do conhecimento, para Hume?
  18.   Como se distingue uma ideia verdadeira de uma ficção?
  19.   Porque é que David Hume nega a existência de ideias abstractas?
  20.   Identifique tipos ou modos de conhecimento, segundo Hume.
  21.   Caracterize-os.
  22.   Relacione conhecimento humano com o principio da não contradição.
  23.   O que são proposições contingentes?
  24.   Apresente os princípios  de associação de ideias?
  25.   Como se conhecem os factos?
  26.   Justifique a afirmação "Não há conhecimento rigoroso acerca dos factos futuros".
  27.   Qual a posição de Hume em relação à intuição (eu) ?
  28.   E em relação ao Mundo?
  29.   Como explica Hume a ( In) existência de Deus?
  30.   Porque se pode afirmar que David Hume é um empirista céptico?
  31.   O que é o Empirismo?
  32. Compare as teorias Filosóficas de Descartes e Hume. 
  33.   O que é o apriorismo kantiano?
  34.   Quais as fontes do conhecimento para Kant?
  35.   Defina-as.
  36.   De que é resultado o conhecimento em Kant?
  37.   Distinga matéria e forma do conhecimento.
  38.   Porque concorda Kant com os empiristas?
  39.   Porque concorda Kant com os racionalistas?
  40. Qual o papel da razão em Kant?
  41. Quais as ideias da Razão?
  42.   O que se pode conhecer, segundo Kant?
  43.   Porque é o númeno incognoscível?
  44.   Qual o papel da razão em Kant?
  45.   Explique a seguinte afirmação "Todo o conhecimento começa com a experiência, mas nem todo deriva dela" (Kant, Critica da Razão Pura)


VAMOS, ENTAO, TESTAR OS CONHECIMENTOS!

 A - O racionalismo de Descartes 



I - Assinale a opção correcta.

1. De acordo com Descartes os conteúdos da nossa mente podem classificar-se como:
A. Ideias inatas; ideias fictícias; ideias adventícias;
B. ideias factícias; ideias complexas; ideias simples,
C. ideias adventícias; ideias inatas; ideias factícias.
D. ideias simples, ideias inatas, ideias claras e distintas.

2. Identifique a afirmação verdadeira:
A. Descartes é céptico porque parte da dúvida.
B. Descartes não é céptico porque a dúvida é metódica.
C. Descartes é céptico porque não procura a verdade e a encontra por acaso.
D. Descartes é céptico porque consegue duvidar de tudo.

3. Identifique a afirmação errada:
A. O principal problema de Descartes é o de encontrar a garantia de que o nosso conhecimento é absolutamente seguro.
B. A condição necessária para que algo seja declarado conhecimento absolutamente seguro é resistir completamente à dúvida.
C. Descartes consegue provar que os sentidos não nos enganam.
D. O primeiro conhecimento absolutamente seguro é a existência do sujeito que tem consciência de que os sentidos e o entendimento o podem enganar.


4. De acordo com a filosofia cartesiana, Deus existe porque:
A. O universo físico tem de ter uma causa;
B. A organização do Universo aponta para um criador inteligente;
C. A própria ideia de ser perfeito implica a sua existência.
D. Nenhuma das respostas anteriores é correta.


5. Segundo Descartes, apenas é verdadeira a seguinte afirmação:

A. Sabemos que o mundo exterior é real porque os sentidos o comprovam;
B. Sabemos que o mundo exterior é real porque sabemos que o sujeito existe;
C. Sabemos que o mundo exterior é real porque o cogito é um princípio indubitável que garante a sua existência;
D. Sabemos que Deus existe porque o mundo exterior é real.


6. Na filosofia cartesiana, a ideia de Deus que o sujeito possui teve origem:

A. Numa ideia, proveniente dos sentidos, que o sujeito descobriu na sua própria razão;
B. Na necessidade de encontrar um criador para tudo o que existe;
C. No eu pensante, ao submeter todos os conhecimentos que possui à dúvida radical;
D. Em Deus, que a deixou em nós como a sua marca.


7. Analise os seguintes termos:
1. 'Sereia'.
2. 'Vela de cera'.
3. 'Ser Perfeito'.


- Escolha a alternativa que identifique corretamente os termos de acordo com a perspectiva cartesiana:


(A) 1. Ideia inata; 2. ideia adventícia; 3. ideia factícia.
(B) 3. Ideia inata; 2. ideia adventícia; 1. ideia factícia.
(C) 1. Ideia adventícia; 2. ideia adventícia; 3. ideia factícia.
(D) 1. Ideia inata; 2. ideia adventícia; 3. ideia inata.



II - Assinale as afirmações VERDADEIRAS e FALSAS. Justifique as FALSAS.

1. Para Descartes, não existem ideias inatas, todas as nossas ideias têm uma origem empírica, mesmo as mais complexas e abstratas. 

2. O cogito é, para Descartes, um modelo e um critério de verdade, já que só será aceite como verdadeiro aquilo que aprendermos de forma tão clara e distinta como este primeiro princípio. 

3. O cogito é, segundo Descartes, uma verdade primeira, pois nenhuma verdade lhe pode ser anterior e será a partir dela que a reconstrução do saber vai ser possível. 

4.  O cogito, o «Penso, logo existo», é uma verdade adventícia porque é uma verdade que não deriva nem depende da experiência, dos sentidos. 

5.  Com a descoberta do seu primeiro princípio, Descartes chega à certeza de que ele próprio existe, mas a existência de objetos físicos e de outros seres pensantes continua sob suspeita. 

6. Para Descartes, conceber Deus como inexistente é tão absurdo como, por exemplo, conceber um triângulo sem três ângulos.

7.  Embora a primeira verdade indubitável seja o cogito, Deus é, para o sistema cartesiano, o fundamento metafísico de todo o saber, isto é, de todas as crenças verdadeiras. 

8.  Descartes é um racionalista, pois considera que só as verdades descobertas pela razão e deduzidas destas merecem o título de conhecimento. 

9. Segundo Descartes, aplicando corretamente as nossas faculdades podemos alcançar verdades indubitáveis sobre o mundo físico e sobre realidades que ultrapassam a experiência. 

10. Uma das críticas frequentemente dirigida a Descartes é o facto de  usar o critério de evidência para provar a existência de Deus e, simultaneamente, usar Deus para fundamentar aquele critério. 


III - Defina os seguintes conceitos

1.   Argumento Ontológico

2.   Res Extensa 

3.   Ideias inatas

4.   Racionalismo

5.   Circulo Cartesiano

6.   Argumento da regressão Infinita

7.   Argumento da marca impressa

8.   Cepticismo

9.   Evidência

10.  Génio Maligno

11.  Deus  

12.  Solipsismo


IV - Apresente respostas curtas às questões. 

 Mas, logo em seguida, notei que, enquanto queria pensar que tudo era falso, eu, que assim o pensava, necessariamente era alguma coisa. E, notando que esta verdade, eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as extravagantes suposições dos cépticos seriam impotentes para a abalar, julguei que a poderia aceitar, sem escrúpulo, para primeiro princípio da filosofia que procurava.

Descartes, Discurso do Método

 

1. Quais as substâncias defendidas por Descartes?
2. Como é que Descartes raciocina acerca do argumento céptico da impossibilidade do conhecimento. 

3. Explique por que razão «todas as extravagantes suposições dos cépticos seriam impotentes» para abalar a certeza da nossa existência como seres pensantes.

4. Formule um dos argumentos de Descartes a favor da existência de Deus, distinguindo claramente as premissas da conclusão. 

5. O argumento anterior é a priori ou a posteriori? Justifique.

 

Texto A


“(...)Esta verdade, eu penso, logo, existo , era tão firme e tão certa que todas as extravagantes suposições dos cépticos seriam impotentes para a abalar.” 

                    Descartes, Discurso do Método

6. Porque é que, de acordo com Descartes, não podemos duvidar da verdade do cogito?
7. Justifique a seguinte afirmação: “O cogito é uma verdade necessária”.




Texto B

“Descartes (...) procurava verdades que nenhum cético pudesse desafiar. Para descobri-las, começou por adotar um método de dúvida cética, rejeitando todas as crenças que poderiam, sob qualquer condição imaginável, ser falsas ou duvidosas. Rejeitou prontamente as crenças baseadas nos sentidos porque estes às vezes nos enganam. Rejeitou as crenças sobre a realidade física porque o que consideramos ser tal realidade pode fazer apenas parte de um sonho. Rejeitou as crenças baseadas no raciocínio porque podemos ser sistematicamente enganados por uma força demoníaca.” 

                                                                                                          Richard Popkin


8. Será que Descartes conseguiu mesmo refutar o cepticismo? Na sua justificação deve centrar-se no argumento céptico da regressão infinita. 


V - Questões de desenvolvimento 

 

Texto A

Tenho outra preocupação: como pode o autor evitar raciocinar em círculo quando diz que estamos certos de que aquilo que percebemos clara e distintamente é verdade apenas porque Deus existe?

Pois podemos estar certos de que Deus existe apenas porque percebemos isso clara e distintamente. Assim, antes de podermos estar certos de que Deus existe, devemos poder estar certos de que aquilo que percebemos clara e evidentemente é verdade.

                                                                                                 Antoine Arnauld

1. Apresente o tema, a tese e  a critica em forma de um argumento dedutivo.

 

Texto B

Ora, não sendo Deus enganador, é absolutamente manifesto que ele não introduz em mim essas ideias, nem imediatamente por si próprio, nem também por meio de outra criatura […] Porque, não me tendo Deus dado absolutamente nenhuma faculdade para conhecer isto, mas, pelo contrário, uma grande propensão para crer que elas são emitidas pelas coisas corpóreas, não vejo por que se possa compreender que ele não é enganador, se estas ideias fossem emitidas por outras que não as coisas corpóreas. E, portanto, as coisas corpóreas existem. 

 

Descartes, Meditações sobre a Filosofia Primeira

 

2. Apresente o tema, a tese e o argumento em forma de premissas e conclusão.


Texto C

 “Assim, dado que temos em nós a ideia de Deus ou do ser supremo, com razão podemos examinar a causa por que a temos; e encontraremos nela tanta imensidade que por isso nos certificamos absolutamente de que ela só pode ter sido posta em nós por um ser em que exista efectivamente a plenitude de todas as perfeições, ou seja, por um Deus realmente existente. Com efeito, pela luz natural é evidente não só que do nada nada se faz, mas também que não se produz o que é mais perfeito pelo que é menos perfeito, como causa eficiente e total; e, ainda, que não pode haver em nós a ideia ou imagem de alguma coisa da qual não exista algures, seja em nós, seja fora de nós, algum arquétipo que contenha a coisa e todas as suas perfeições. E porque de modo nenhum encontramos em nós aquelas supremas perfeições cuja ideia possuímos, disso concluímos correctamente que elas existem, ou certamente existiram alguma vez, em algum ser diferente de nós, a saber, em Deus; do que se segue com total evidência que elas ainda existem.”

 

Descartes, Princípios da Filosofia, I Parte, p. 64.


1. Apresente o tema, a tese e os argumentos.


 

 B - O empirismo de David Hume

1. Hume considera que:

(A) as impressões são cópias das ideias.
(B) as ideias são cópias das impressões.
(C) não há distinção entre impressões e ideias.
(D) não há relação entre impressões e ideias.

 

2. De acordo com Hume, as ideias acerca da natureza só estão adequadamente justificadas quando se apoiam

(A) no princípio da uniformidade da natureza.
(B) na razão.
(C) na experiência.
(D) em argumentos indutivos fortes.

 

3. Hume distinguiu as questões de facto das relações de ideias. De acordo com esta distinção, 

(A) as questões de facto apenas podem ser decididas pela experiência. 

(B) as verdades matemáticas são questões de facto. 

(C) todos os raciocínios sobre causas e efeitos exprimem relações de ideias. 

(D) negar uma questão de facto resulta numa contradição.

 

4. Identifique a afirmação verdadeira.

     a) Todos os conteúdos da mente são percepções e estas reduzem-se às ideias.

 b) A experiência sensível é a única fonte dos nossos conhecimentos.

 c) As ideias são puras e simples criações da nossa razão.

                          

 

5. Identifique a afirmação errada.

  a) As proposições do tipo 2 + 3 = 5 são conhecimentos de facto.

  b) As proposições que consistem na relação entre ideias são proposições cuja validade não depende da experiência.

  c) As proposições factuais são aquelas cujo valor de verdade é aferido pela experiência.

                 

                 

6. Identifique a afirmação verdadeira:

   a) A mente humana trabalha com ideias inatas.

   b) "O ouro é amarelo" é uma proposição válida, independentemente de qualquer recurso à observação.

   c)  Só as proposições que não dependem da confirmação da experiência e respeitam o princípio de não contradição são absolutamente certas.

        

                 

7. Identifique as afirmações verdadeiras.

   a) A pretensa relação causal nada mais é do que uma conjunção constante de factos, que gera uma ficção mental que catalogamos como necessária.

   b) A inferência causal é um raciocínio que vai para além do testemunho imediato dos sentidos.

   c)  A interferência causal não se baseia na razão, mas sim no costume (hábito).

   d)  A sucessão temporal constante entre dois fenómenos não é sinónimo de conexão necessária ou causal entre eles.

   e) O hábito não é fonte de conhecimento científico, mas sim de crença.

   f)  A razão é um fenómeno psicológico, com base orgânica, que gera ficções úteis para a nossa sobrevivência.

                 

                 

8. Segundo Hume, há ideias:

  a) Inatas.

  b) Que são produtos exclusivos da razão.

  c)  A que não corresponde qualquer impressão sensível.

  d) Há ideias que resultam de impressões.

        

                

9. Na perspectiva de Hume, as conclusões dos nossos raciocínios acerca de questões d de facto são:

   a) Quando muito, prováveis, mas nunca certas.

   b) Demonstrativas.

   c) Necessariamente verdadeiras.

        

                

10. O empirismo de Hume é um cepticismo porque:

    a) Afirma que o conhecimento deriva da experiência e não alcança objectos fora do campo da experiência.

    b) Reduz o conhecimento científico do conhecimento matemático.

    c) Afirma que o conhecimento deriva da experiência, mas não podemos ter qualquer certeza acerca do comportamento futuro dos objectos.


Identifique VERDADES NECESSÀRIAS e VERDADES CONTINGENTES

Amália nasceu em Lisboa Verdade Contingente
Nenhum preto é branco Verdade Necessária
Um pedaço de metal dilatou ao ser aquecido Verdade Contingente
Um triângulo tem três lados Verdade Necessária



Identifique QUESTÕES DE FACTO e RELACÕES DE IDEIAS:

Deus existe ou não existe RELAÇÃO DE IDEIAS
Deus existe QUESTÃO DE FACTO
Três morangos são mais que dois RELAÇÃO DE IDEIAS
O sol vai nascer amanhã QUESTÃO DE FACTO
As coisas velhas não são novas RELAÇÃO DE IDEIAS
Os planetas têm órbitas elipticas QUEST
ÃO DE FACTO
Pedro Abrunhosa é um musico português QUESTÃO DE FACTO


Complete de acordo com a filosofia de David Hume

A relação de causa e efeito é uma relação de CAUSALIDADE
Habitualmente concluimos que há uma relação de causa e efeito com base NUMA CONJUNÇÃO CONSTANTE
Há uma conexão necessária entre dois acontecimentos quando UM NÃO PODE OCORRER SEM O OUTRO
A conexão necessária entre dois acontecimentos é algo que não CONSEGUIMOS OBSERVAR
Conjunção constante e conexão necessária são COISAS DIFERENTES
A nossa convicção de que há uma conexão necessária entre acontecimentos é apenas fruto do HÁBITO


 Selecciona a alternativa correcta:

1. Hume defende que ...
A. as impressões são cópias menos vívidas de ideias.
B. as impressões são cópias mais vívidas de ideias.
C. as ideias são cópias mais vívidas de impressões.
D. as ideias são cópias menos vívidas de impressões.

2. Hume defende que ...
A. todas as nossas ideias têm origem empírica.
B. apenas as ideias simples têm origem empírica.
C. apenas as ideias complexas têm origem empírica.
D. nenhuma ideia tem origem empírica.

3. Hume defende que as afirmações sobre questões de facto …
A. exprimem verdades necessárias.
B. exprimem verdades contingentes.
C. não exprimem verdades.
D. não têm sentido.

4. Hume defende que as afirmações sob
re relações de ideias …
A. exprimem verdades necessárias.
B. exprimem verdades contingentes.
C. não exprimem verdades.
D. não têm sentido.

5. Hume defende que as inferências causais …
A. baseiam‐se na observação de conjunções constantes.
B. não se baseiam na observação.
C. baseiam‐se na observação de conexões necessárias.
D. têm um carácter demonstrativo. 

6. Segundo Hume, a ideia de conexão necessária entre causa e efeito … 
A. resulta da observação. 
B. resulta de um sentimento interno. (O Hábito)
C. tem uma origem desconhecida.
D. não existe.

II - Assinale as afirmações VERDADEIRAS e FALSAS. Justifique as FALSAS.


1. Para D. Hume, o conhecimento absolutamente certo, como o conhecimento matemático, funda-se em ideias inatas. ____
2.  Aos conteúdos da nossa mente Hume chama perceções, distribuindo-se estas por duas categorias principais, as impressões e as ideias. ____
3. De acordo com D. Hume, a experiência de entalar um dedo é mais vívida do que a imagem mental ou recordação deste acontecimento. ____
4. Para o filósofo D. Hume, as nossas experiências ou impressões são sempre derivadas ou resultantes das ideias, das quais são cópias. ____
5. Segundo Hume, ideias complexas como as de bruxa ou unicórnio, ainda que indiretamente são também cópias de impressões. ____
6. Diz-nos Hume que as ideias simples são representações ou imagens que foram deixadas na nossa mente pelas impressões. ____
7. De acordo com D. Hume, é possível que uma pessoa cega desde a nascença forme a ideia de azul, amarelo ou de qualquer outra cor. ____
8. De acordo com D. Hume, o princípio da cópia torna impossível a existência de uma mente equipada desde a origem com um conjunto de ideias inatas. ____
9. Para D. Hume a ideia de Deus é uma exceção ao princípio da cópia, reside na nossa mente desde que esta começou a existir, independentemente da experiência. ____
10. Para Descartes e D. Hume as ideias de sereia, de unicórnio e de bruxa são criadas pela nossa imaginação, a partir de outras ideias. ____
11. Para D. Hume, não existem ideias inatas, todas as nossas ideias têm uma origem empírica, mesmo as mais completas e abstratas. ____
12. Para Hume, as relações de ideias são proposições contingentes que afirmam ou implicam entidades concretas e que só podem ser conhecidas a posteriori. ____
13. De acordo com Hume, as questões de facto são verdades necessárias, isto é, proposições absolutamente certas que são conhecidas a priori. ____
14. Tanto Descartes como Hume julgam que temos conhecimento a priori e consideram este conhecimento como absolutamente certo. ____
15. Que o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos dois lados é, segundo Hume, uma proposição que exprime conhecimento acerca de questões de facto. ____
16. Que três vezes cinco é igual à metade de trinta estabelece, para Hume, uma relação de ideias, pois a sua verdade não depende de nenhum exame empírico. ____
17. As relações de ideias são, segundo Hume, proposições cuja verdade pode ser conhecida pela simples inspeção lógica do seu conteúdo. ____
18. De acordo com Hume, as questões de facto não são evidentes à luz da intuição racional, precisamos da experiência para saber se são verdadeiras ou falsas. ____
19. Segundo Hume, as relações causais, por exemplo saber que A é causa de B ou que B é efeito de A, podem ser descobertas a priori. ____
20. As inferências causais são, para Hume, racionalmente injustificáveis, mas psicologicamente explicáveis, pois são construídas com base no costume ou no hábito. ____
21. Dado que o princípio da uniformidade da natureza não é justificável, é perfeitamente possível, diz Hume, que o futuro não se assemelhe ao passado. ____
22. De acordo com os filósofos empiristas, a ideia de conexão necessária, ou seja, a ideia de que A provocará inevitável e necessariamente B, existe objetivamente na natureza. ____
23. Hume diz-nos que desde que partamos de premissas verdadeiras, o conhecimento obtido por indução é absolutamente certo e indubitável. ____
24. Hume defende que desde que usemos corretamente as nossas faculdades podemos alcançar verdades indubitáveis sobre o mundo físico e sobre realidades que ultrapassam a experiência. ____
25. Hume é um cético radical pois defende que devemos deixar de acreditar na ideia de regularidade constante dos fenómenos. ____



Defina os seguintes conceito
  1. Empirismo
  2. Impressões
  3. Ideias 
  4. Relações de Ideias
  5. Questões de facto
  6. Principios de associação de ideias
  7. Principio da causalidade
  8. Conexão Necessária
  9. Conjunção constante
  10. Hábito
  11. Indução
  12. Principio da regularidade da natureza

Qual é, segundo Hume a origem da ideia de causalidade  ?

Para David Hume, o conceito de causa não tem qualquer validade objectiva nem fundamento racional. À ideia de causa não corresponde qualquer impressão sensível.
Que regularmente vejamos ou tenhamos visto B acontecer depois de A não nos permite estabelecer uma relação causal objectiva, ou seja, que B acontecerá necessariamente de­pois de A. A experiência — para Hume o único critério quanto ao conhecimento dos fac­tos — permite-me captar uma sucessãoregular entre dois fenómenos, mas não uma suces­são necessária (ou seja, só permite ver o que acontece aqui e agora e não o que sempre acontecerá). Pela experiência, sabemos que sempre no passado a água ferveu, mas não é le­gítimo concluir que no futuro sempre ferverá. E contudo acreditamos — e é, útil que acreditemos — que o aquecimento da água é a causa necessária da sua fervura. Porquê?
A explicação de Hume baseia-se em factores psicológicos. Transformamos uma suces­são temporal regular em relação causal ou necessária devido ao costume ou ao hábito: habi­tuados a ver que B sucede regularmente a A, acreditamos que A é a causa necessária de B, isto é, que sempre assim será.
O conceito de causa é o resultado de uma ilusão psicológica.
Na verdade, o que acontece é que, por nos habituarmos a ver dois objectos sucederem-se um ao outro do mesmo modo, criamos a tendência para crer que, aparecendo o primeiro, apare­cerá também o segundo. Nada mais ilusório do que esta relação de dependência, porque transformou-se uma relação de mera sucessão temporal (o antes e o depois) em relação cau­sal. Não há, segundo Hume, qualquer fundamento objectivo na experiência que confirme esta relação. Assim, o princípio de causalidade considerado um princípio racional e objec­tivo nada mais é do que uma crença subjectiva, o produto de um hábito, a transformação de uma expectativa em realidade.
Negando a origem a priori do conceito de causa e do princípio de causalidade, Hume rejeita um instrumento no qual a metafísica tradicional se baseava para as suas especula­ções. 
Como usamos a ideia de causa para compreender muito do que acontece no mundo, então como ela exprime uma conexão de que não temos experiência, o nosso conhecimento do mundo não passa de conjectura que bem pode ser uma ilusão.



Distinga questões de facto e relações de ideias?

Os conhecimentos a que Hume dá o nome de "relação entre ideias" são conhecimentos a priori. Consistem, esses conhecimentos, em analisar o significado dos elementos de uma proposição, em estabelecer relações entre as ideias que ela contém. As "relações entre ideias" são proposições cuja verdade pode ser conhecida pela simples inspecção lógica do seu conteúdo.

Vejamos: A proposição "O quadrado tem quatro lados" é um juízo necessariamente verdadeiro e para disso estarmos certos basta analisar o significado de "quadrado". Trata-se de uma verdade necessária porque a sua negação implica uma contradição.
Vemos assim que, embora todas as ideias tenham o seu fundamento nas impressões, podemos conhecer sem necessidade de recorrer às impressões, isto é, ao confronto com a experiência. É o caso dos conhecimentos da lógica e da matemática. Contudo, diz Hume, tais conhecimentos, ou seja, as proposições lógicas e matemáticas, nada nos dizem sobre o que existe e acontece no mundo. Se nos limitarmos a este tipo de conhecimentos, nada ficamos a saber sobre o mundo.

O segundo tipo de conhecimento – o conhecimento de questões de facto – já implica um confronto das proposições (do que dizemos) com a experiência. Os conhecimentos de facto são proposições cujo valor de verdade tem de ser testado pela experiência, ou seja, temos de "inspeccionar" o mundo dos factos para verificar se elas são verdadeiras ou falsas.

Assim, a proposição "Este martelo é pesado" é um juízo cujo valor de verdade não pode ser decidido pela simples inspecção a priori do significado dos termos, isto é, temos de a confrontar com uma verificação experimental elementar, ou seja, a sua verdade ou falsidade só pode ser determinada a posteriori.

Como todas as nossas ideias têm uma origem empírica, não há conhecimento a priori de questões de facto, ou seja, o nosso conhecimento do mundo depende completamente da experiência. E, quando as nossas ideias acerca do mundo exprimem mais do que aquilo que observamos ou de que nos lembramos de ter observado, estamos a ultrapassar o que a experiência nos permite e nenhum conhecimento certo e seguro podemos assim constituir. Será o caso da ideia de causalidade. 


Leia o texto e responda às questões:

"Em que consiste a nossa ideia de necessidade quando dizemos que dois objetos estão necessariamente ligados entre si? A este respeito repetirei o que muitas vezes disse: como não temos ideia alguma que não derive de uma impressão se afirmarmos ter a ideia de ligação necessária (ou causal) deveremos encontrar alguma impressão que esteja na origem desta ideia. Para isso, ponho-me a considerar o objeto em que comummente se supõe que a necessidade se encontra. E como vejo que esta se atribui sempre a causas e efeitos, dirijo a minha atenção para dois objetos supostamente colocados em tal relação (causa-efeito) e examino-os em todas as situações possíveis. Apercebo-me de imediato que são contíguos em termos de tempo e lugar e que o objeto denominando causa precede o outro, a que chamamos efeito. Não existe um só caso em que possa ir mais longe, não me é possível descobrir uma terceira relação entre esses objetos.

Suponhamos que uma pessoa, embora dotada das mais fortes faculdades de razão e reflexão, é trazida subitamente para este mundo; observaria, de facto, imediatamente uma contínua sucessão de objetos e um acontecimento sucedendo-se a outro, mas nada mais seria capaz de descobrir. Não conseguiria, a princípio, mediante qualquer raciocínio, alcançar a ideia de causa e efeito, visto que os poderes particulares pelos quais todas as operações da natureza são executadas, nunca aparecem aos sentidos; nem é justo concluir, unicamente porque um evento, num caso, precede outro, que o primeiro é, por isso, a causa e o segundo o efeito. A sua conjunção pode ser arbitrária e casual. Pode não haver motivo para inferir um a partir do aparecimento do outro. E, numa palavra, tal pessoa, sem mais experiência, nunca poderia utilizar a sua conjetura ou raciocínio acerca de qualquer questão de facto ou certificar-se de alguma coisa para além do que está imediatamente presente à memória e aos seus sentidos".

D. Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano.

1.  Que problema é discutido no texto?

2.  O que se entende por conexão necessária entre dois objetos?

3. A causalidade pode, segundo Hume, ser definida como uma conexão necessária. Justifique

4.   Em que principio se baseiam as inferências causais segundo Hume?

5. A crença no princípio da uniformidade da natureza está, para Hume, justificada? Porquê?


Leia o texto seguinte.

Em suma, todos os materiais do pensamento são derivados do nosso sentimento externo e interno. Apenas a mistura e a composição destes materiais competem à mente e à vontade. Ou, para me expressar em linguagem filosófica, todas as nossas ideias ou perceções mais fracas são cópias das nossas impressões, ou perceções mais vívidas.
[…] Se acontecer, devido a algum defeito orgânico, que uma pessoa seja incapaz de experimentar alguma espécie de sensação, verificamos sempre que ela é igualmente incapaz de conceber as ideias correspondentes. Um cego não pode ter a noção das cores, nem um surdo dos sons. Restitua se a qualquer um deles aquele sentido em que é deficiente e, ao abrir-se essa nova entrada para as suas sensações, abrir-se-á também uma entrada para as ideias, e ele deixará de ter qualquer dificuldade em conceber esses objetos.

D. Hume, 

Investigação sobre o Entendimento Humano, 
1. Explicite as razões usadas no texto para defender que a origem de todas as nossas ideias reside nas impressões dos sentidos.
1. Explicitação das razões usadas no texto:

– se as ideias não derivassem das impressões dos sentidos, os cegos e os surdos seriam capazes de formar ideias das cores e dos sons, respetivamente;
– os cegos e os surdos são incapazes de formar ideias das cores e dos sons, respetivamente.
OU
– se as ideias não derivassem das impressões dos sentidos, as pessoas com uma incapacidade que as priva de um certo tipo de sensações poderiam, ainda assim, ter as ideias correspondentes;
– as pessoas com uma incapacidade que as priva de um certo tipo de sensações não podem ter as ideias correspondentes.

2. Concordaria Descartes com a tese segundo a qual «todas as nossas ideias […] são cópias das nossas impressões»?

Justifique a sua resposta.

– Descartes não concordaria com a tese apresentada.
Justificação:

– temos ideias que não poderiam ter tido origem nos sentidos, como o cogito / «eu penso», cuja origem é a priori / só pode ser o próprio ato de pensar;

– temos ideias inatas, (como a ideia de Deus,) que possuímos desde que nascemos, sem qualquer intervenção dos sentidos





Distinga Relação de Ideias e Questões de Facto.

David Hume afirmou existirem dois tipos de conhecimento. O primeiro, as Relações de Ideias, corresponde ao conhecimento a priori, é resultado de intuições e deduções e rege-se pelo princípio da não contradição. Por exemplo, o triângulo tem três lados. é uma proposição analítica, porque o predicado já está contido necessariamente no sujeito. É, por isso, uma verdade necessária. 
Pelo contrário, o conhecimento do tipo Questões de Facto é um conhecimento a posteriori, derivado da experiência e resulta de processos indutivos. É contingente e corresponde a proposições sintéticas, como por exemplo os homens são inteligentes O sujeito homem não possui de modo necessário o predicado Inteligente.


     Caracterize a relação causal de acordo com Hume.

Para Hume, a causalidade consiste num processo de conhecer que transcende as experiências do passado e do presente. Quer isto dizer que a causalidade fundamenta-se a partir de um processo que se resume ao hábito, à contiguidade espácio-temporal e à sucessão de eventos. Apesar de ser através da experiência que adquiro a noção de relação entre fenómenos, essa relação não está necessariamente presente. Simplesmente adquiro essa noção pelo facto do mesmo fenómeno se repetir. Assim, há certas características que acompanham um fenómeno tipo A e B. Entre eles existe uma certa conjunção de acontecimentos. A antecede B e A apresenta-se sempre em conjunção com B. Do mesmo modo, eles estão próximos no espaço e no tempo e também existe uma precedência cronológica habitual. Todos estes factores são os motivos pelos quais efetuamos relações de causa e efeito. Só que esta relação não é necessária, é contigente e baseia-se numa crença na repetição dos fenómenos.

      Defina o problema da indução segundo Hume.

A indução consiste numa inferência que decorre da observação e das respectivas generalizações e previsões. Apesar da base da indução ser a causalidade, esta baseia-se numa mera repetição de eventos o que não significa que tal relação seja necessária e, por isso, é difícil de prever que tal ocorra no futuro. Esse é problema da indução. O simples facto de acontecer no passado não significa que os mesmos fenómenos ocorram no futuro. Simplesmente existe uma crença. A conclusão de um argumento indutivo pode sempre ser falsa mesmo que a experiência que acumulámos sobre um determinado assunto aponte em sentido contrário

     Explique por que razão segundo Hume a relação causal não pode justificar a indução.

Porque a relação causal que estabeleço entre dois fenómenos decorre de uma mera regularidade. A generalização efectuada pela indução não é de todo sustentada a priori, nem é necessária, decorre de uma mera crença na regularidade dos fenómenos. No passado constatámos padrões e acreditámos que eles continuariam a produzir-se no futuro e que isso sempre aconteceu. Porém, como asseverou Hume do facto de no passado o futuro se ter revelado semelhante ao passado não se pode inferir que, no futuro, o futuro seja como o passado ou, dito de outro modo, a nossa experiência apenas pode justificar as nossas crenças acerca do futuro se tivermos uma justificação independente (dela) para acreditar que o futuro será como o passado; mas, claro, isso é o que precisamente não temos.
Por outras palavras, o único modo por meio do qual se pode fazer apelo à experiência para verificar se P logo Q é o de observar se no passado se observou sempre que P logo Q. Portanto, para mostrar que P logo Q é verdadeira seria necessário mostrar que não haveria casos em que Plogo  ~Q e de termos esgotado todas as inferências do tipo P logo Q. Assim, P logo Q não podem resumir-se àqueles que foram objecto das nossas observações passadas e presentes. Se P logo Q ocorre num certo universo não posso inferir daí que ocorra em qualquer universo.
        Explique a que tipo de cepticismo conduz a crítica de Hume da indução.

Perante a dificuldade da indução parece haver uma só saída: o ceticismo. Efetivamente, o problema da indução veio mostrar-nos que não é possível conhecer a realidade, pois não devemos confundir a realidade com a perceção que possuímos dessa realidade. Na base do conhecimento está tão só uma crença na uniformidade da natureza. Para Hume é bom que assim seja caso contrário ficaríamos numa posição de imobilismo. Portanto, o ceticismo de Hume não é radical, antes pode ser qualificado de mitigado ou moderado.


Comparação entre as filosofias de Descartes e David Hume

1. Considere os seguintes enunciados relativos à comparação entre as teorias do conhecimento de Descartes e de David Hume. 
1. Para o primeiro, todas as ideias são inatas; para o segundo, nenhuma ideia é inata. 
2. Os dois autores defendem que há ideias que têm origem na experiência. 
3. Para o primeiro, o conhecimento tem de ser indubitável; para o segundo, pode não ser indubitável.
 4. Os dois autores defendem que não há conhecimento sem experiência. 

Deve afirmar-se que
(A) 1 e 4 são corretos; 2 e 3 são incorretos. 
(B) 1, 2 e 3 são corretos; 4 é incorreto. 
(C) 2 e 3 são corretos; 1 e 4 são incorretos.
 (D) 1, 3 e 4 são corretos; 2 é incorreto.

Leia o texto A

Existe uma espécie de ceticismo, anterior a qualquer estudo ou filosofia, muito recomendado por Descartes e outros como sendo a soberana salvaguarda contra os erros e os juízos precipitados.
Este ceticismo recomenda uma dúvida universal, não apenas quanto aos nossos princípios e opiniões anteriores, mas também quanto às nossas próprias faculdades, de cuja veracidade, diz ele, nos devemos assegurar por meio de uma cadeia argumentativa deduzida de algum princípio original que seja totalmente impossível tornar-se enganador ou falacioso. Mas nem existe qualquer princípio original como esse, […] nem, se existisse, poderíamos avançar um passo além dele, a não ser pelo uso daquelas mesmas faculdades das quais se supõe que já suspeitamos.

D. Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano,
 Lisboa, IN-CM, 2002, pp. 161-162

2. Explicite a crítica de Hume, apresentada no texto, ao ceticismo «recomendado por Descartes».
3. Distinga, no que respeita à fundamentação do conhecimento, a perspetiva racionalista de Descartes da perspetiva empirista de Hume.

 Leia o texto B

Em suma, todos os materiais do pensamento são derivados do nosso sentimento externo e interno. Apenas a mistura e a composição destes materiais competem à mente e à vontade. Ou, para me expressar em linguagem filosófica, todas as nossas ideias ou perceções mais fracas são cópias das nossas impressões, ou perceções mais vívidas.

[…] Se acontecer, devido a algum defeito orgânico, que uma pessoa seja incapaz de experimentar alguma espécie de sensação, verificamos sempre que ela é igualmente incapaz de conceber as ideias correspondentes. Um cego não pode ter a noção das cores, nem um surdo dos sons. Restitua se a qualquer um deles aquele sentido em que é deficiente e, ao abrir-se essa nova entrada para as suas sensações, abrir-se-á também uma entrada para as ideias, e ele deixará de ter qualquer dificuldade em conceber esses objetos.

D. Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2002, pp. 35-36 (adaptado)

4. Explicite as razões usadas no texto para defender que a origem de todas as nossas ideias reside nas impressões dos sentidos.

5. Concordaria Descartes com a tese segundo a qual «todas as nossas ideias […] são cópias das nossas impressões»?
Justifique a sua resposta

4. Explicitação das razões usadas no texto:
– se as ideias não derivassem das impressões dos sentidos, os cegos e os surdos seriam capazes de formar ideias das cores e dos sons, respetivamente;
– os cegos e os surdos são incapazes de formar ideias das cores e dos sons, respetivamente.

OU

– se as ideias não derivassem das impressões dos sentidos, as pessoas com uma incapacidade que as priva de um certo tipo de sensações poderiam, ainda assim, ter as ideias correspondentes;
– as pessoas com uma incapacidade que as priva de um certo tipo de sensações não podem ter as ideias correspondentes.

5. Identificação da posição de Descartes:
– Descartes não concordaria com a tese apresentada.
Justificação:
– temos ideias que não poderiam ter tido origem nos sentidos, como o cogito / «eu penso», cuja origem é a priori / só pode ser o próprio ato de pensar;
– temos ideias inatas, (como a ideia de Deus,) que possuímos desde que nascemos, sem qualquer intervenção dos sentidos

Leia o texto C  de Hume e o texto D  de Descartes

A geometria ajuda-nos a aplicar leis do movimento, oferecendo-nos as dimensões corretas de todas as partes e grandezas que podem participar em qualquer espécie de máquina, mas apesar disso a descoberta das próprias leis continua a dever-se simplesmente à experiência […]. Quando raciocinamos a priori, considerando um objeto ou causa apenas tal como aparece à mente, independentemente de qualquer observação, ele jamais poderá sugerir-nos a ideia de qualquer objeto distinto, tal como o seu efeito, e muito menos mostrar-nos a conexão inseparável e inviolável que existe entre eles. 

D. Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, IN-CM, 2002, pp. 46-47 (texto adaptado). 

As coisas corpóreas podem não existir de um modo que corresponda exatamente ao que delas percebo pelos sentidos, porque, em muitos casos, a perceção dos sentidos é muito obscura e confusa; mas, pelo menos, existem nelas todas as propriedades que entendo clara e distintamente, isto é, todas aquelas que, vistas em termos gerais, estão compreendidas no objeto da matemática pura. 

R. Descartes, Meditações sobre a Filosofia Primeira, Coimbra, Livraria Almedina, 1985, p. 210 (texto adaptado).

6. Haverá conhecimento a priori do mundo? Confronte as respostas de Hume e de Descartes a esta questão

Leia o texto E

“[…] Quando analisamos os nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos ou sublimes que possam ser, sempre constatamos que eles se decompõem em ideias simples copiadas de alguma sensação ou sentimento precedente. Mesmo quanto àquelas ideias que, à primeira vista, parecem mais distantes dessa origem, constata-se, após um exame mais apurado, que dela são derivadas.

 A ideia de Deus, no sentido de um Ser infinitamente inteligente, sábio e bondoso, deriva da reflexão sobre as operações da nossa própria mente e de aumentar sem limites aquelas qualidades de bondade e de sabedoria.”


David Hume, «Investigação sobre o Entendimento Humano», 
in Tratados Filosóficos I, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2002


1. Nomeie os tipos de percepção da mente, segundo Hume.
2. Explicite, a partir do texto, a origem da ideia de Deus na filosofia de Hume.

3. Confronte as ideias expressas no texto de Hume com o racionalismo de Descartes.

4. Segundo David Hume podemos considerar o cogito um conhecimento a priori? Justifique. 


Leia o texto F

Todas as ideias são copiadas de impressões ou de sentimentos precedentes e, onde não pudermos encontrar impressão alguma, podemos ter a certeza de que não há qualquer ideia. Em todos os exemplos singulares das operações de corpos ou mentes, não há nada que produza qualquer impressão e, consequentemente, nada que possa sugerir qualquer ideia de poder ou conexão necessária. Mas quando aparecem muitos casos uniformes, e o mesmo objeto é sempre seguido pelo mesmo evento, começamos a ter a noção de causa e de conexão.

 Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano 

 

1. A partir do texto, exponha a tese empirista de Hume sobre a origem da ideia de conexão causal. Na sua resposta, integre, de forma pertinente, informação do texto.



C - O apriorismo de Kant 

...........


A COMPLETAR.....




Lola

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