Relativismo Cultural e Relativismo moral
Juízos são baseados na experiência e a experiência é interpretada por cada indivíduo nos termos de sua própria aculturação.
Melville Herskovits
"Nas discussões calorosas sobre a universalidade de
valores morais tornou-se comum apelar para a cultura. Nesses argumentos, a cultura seria
responsável para justificar atitudes. Porém, sem levar o conceito vago de
cultura empregado nessas discussões, o triste é ver poucos diferenciarem com
maestria o relativismo moral de relativismo cultural.
Relativismo cultural é uma atitude e pressuposto de método de
pesquisa que serve para descrever, analisar e avaliar a cultura de um grupo
humano baseado em termos e valores daquele grupo. Quando se refere aos aspectos
morais, trata-se de um relativismo moral descritivo.
Por outro lado, relativismo moral é
acreditar que não há valores absolutos ou universais, mas que a moral é
determinada pelas circunstâncias. Há argumentos culturalistas para esse relativismo
moral, o qual seria um relativismo moral normativo. Falar em um relativismo
cultural normativo é um equívoco, como se verá.
O relativismo cultural opõe-se ao etnocentrismo enquanto
relativismo moral opõe-se ao universalismo moral.
Julgando o Outro pelos meus próprios valores:
etnocentrismo
O problema de como julgar os “outros” ou o
“estranho” é universal e antigo. Os gregos chamavam de barbaroi a todos
os que eles não entendiam. Os primeiros portugueses a encarar a
diversidade cultural dos nativos brasileiros submeteram línguas como o tupi
antigo à gramática latina e reclamavam que para os tupi não havia “fé, nem lei,
nem rei” – tanto pela ausência dos fonemas /f/, /l/ e /r/ quanto pela
falta de religião, normas legais e organização social nos moldes
europeus. Assim, a língua indígena por não ser nada similar aos que
os europeus conheciam, era tida como defeituosa como os próprios indígenas.
Essa atitude de julgar a cultura alheia, frequentemente julgando-a inferior,
exemplifica o etnocentrismo.
Baseando-se nesse etnocentrismo, autoridades coloniais
e antropólogos do século XIX categorizavam o mundo em um esquema evolutivo em
civilizados (eles mesmos), bárbaros (outras nações) e selvagens (gente
que supostamente viviam como animais). Tais diferenças de escala teriam razões
deterministas: ou era a raça ou o clima que afetavam o grau de civilidade.
Depois do
estabelecimento da antropologia como ciência mediante de longas viagens de
campo percebeu-se que não importava o quanto uma sociedade era dependente de
tecnologia: todos eram igualmente racionais e suas línguas completas para
expressar qualquer ideia. Adicionalmente, moralidade existia em todos os
grupos humanos.
Do mesmo
modo que não havia uma língua superior a outra, não seria possível uma
cultura ser melhor que outra ou escalável como a mais ou a menos “evoluída”.
A origem do relativismo cultural como método vem da
antropologia. A antropologia é
uma ciência de observação, mas não se examina seus sujeitos sob uma lupa.
Antes, o antropólogo vive entre o povo em estudo para compreender uma
cultura pelos seus próprios critérios.
Relativismo
cultural permite descrever e avaliar elementos de uma cultura empregando
conceitos inerentes a ela. Obviamente, no estudo de culturas incluem-se
categorias morais como “o bem” e “o mal”, mas não é a moral o objeto do
relativismo cultural.
Relativismo cultural é antes um método de pesquisa
Deve-se creditar ao antropólogo teuto-americano Franz Boas o
conceito de relativismo cultural. Boas demonstrou o erro de atribuir razões do
comportamento humano por critérios de raça. Para Boas, a cultura explicaria a
diversidade de valores, atitudes e comportamentos. E não haveria uma cultura
superior a outra que servisse de parâmetro para interpretar traços culturais da
considerada inferior.
Imagine ler
um texto em inglês ou outra língua conforme a ortografia e a semântica do
português. Não haveria sentido algum, além ser ridículo. Caso queira entender e
pronunciar corretamente o texto, o intérprete teria que suspender seus
parâmetros culturais da língua portuguesa e ler conforme as normas do inglês. E
ainda, faz sentido dizer que o idioma português é superior ao inglês ou
qualquer outro escalonamento axiológico?
A suspensão
a priori de juízos para compreensão da cultura alheia é o relativismo cultural.
Depois disso, a avaliação do conteúdo (inclusive em seus aspectos morais) é
outro processo.
Empregar o
relativismo cultural não implica necessariamente em adotar um relativismo
moral. O próprio Boas apregoava uma forma de universalismo moral:
Como antropólogo, sinto profundamente que é possível afirmar certas verdades fundamentais, as quais são comuns a toda humanidade , não obstante a forma em que ocorram em sociedades específicas. Essas características humanas gerais são uma proteção contra uma atitude relativista generalizante. Acredito que a capacidade de ver a verdade humana geral no âmbito das formas social em que ocorre é um dos pontos de vista que deveria para ser mais enfatizado com força.
Franz Boas. Carta ao American Council of
Learned Societies. 17 de fevereiro de 1941.
Uma discípula de Boas, Ruth Benedict tornou o conceito
popular de uma forma aplicada. Benedict escreveu Patterns of Culture (1934) e mais tarde instruiria
os soldados americanos a enfrentar a ideologia racista do nazismo.
Um contemporâneo de Boas, William Sumner, cunhou
o termo folkways em 1906 para referir -se aos
parâmetros de comportamentos e valores aceitáveis de dada cultura. Apesar de
moralmente relativista, sua tese principal é de que a moral
não resulta de uma razão universal ou fonte divina, mas é
culturalmente construída em cada sociedade particular. Os dados etnográficos
difundidos por Boas, Sumner e Benedict levaram à conscientização da
existência exceções éticas e variedades morais.
Entretanto, é pacífico entre os mais diversos
antropólogos a existência de universais culturais tanto quanto há o relativismo
cultural humano. Sem cair em essencialismos, a antropologia busca mapear as “semelhança de família” ou traços comuns do que constitui o ser humano.
Há sim uma grande variação do que constitui o corpo de valores dos sistemas
morais. Contudo, universalmente há elementos comuns de humanidade, como não
fazer dano ao seu semelhante (quem é o meu semelhante é outra questão), o que
permite a existência da socialidade humana, conforme aponta Carrithers (1992).
Por essa razão, argumentos de uma suposta existência de um relativismo cultural
normativo não corresponde aos dados antropológicos.
A
popularização do conceito de relativismo cultural teve várias consequências,
desde o movimento de direitos civis nos Estados Unidos até as contraculturas
juvenis dos anos 1960 e 1970. Um resultado colateral foi defensores do
relativismo moral apropriarem de maneira leiga dados antropológicos e a
heurística de relativismo cultural para justificar um niilismo moral.
Tal atitude
de esconder-se atrás da cultura para justificar atos também parece ser
universal e antigo. Quando o viajante Hans Staden, enquanto prisioneiro dos
tupinambás, censurou seus captores pela antropofagia, eles apelaram para o
argumento de relativismo moral. “Entre nós se come os inimigos”.
Relativismo moral
Relativismo
moral, por ambiguidade terminológica, é um conceito problemático. O
filósofo Emrys Westacott lista seis termos empregados no sentido de
relativismo moral:
1. Relativismo moral, strictu sensu, seria tanto a postura ética que
julgamentos morais são verdadeiros ou falsos e os atos são certos ou errados
somente sob uma perspectiva de uma comunidade particular. E nenhuma perspectiva
pode ser superior à outra.
2. O relativismo
normativo é a perspectiva ética que não se deve interferir nas
instâncias morais de uma comunidade particular.
3. O relativismo
metaético nega o relativismo moral no sentido que nem mesmo dentro de
uma comunidade há absolutos morais, pois os absolutos morais não existem, sendo
mantidos por pontos de vista particulares.
4. O não
cognitivismo ético considera que falta capacidades linguístico-cognitivas
de validar julgamentos morais. Assim, a noção de certo e errado é construída
cognitivamente, embora sua expressão não signifique a mesma coisa a cada
pessoa. A medida que a distância entre pessoas aumenta (distância cultural, por
exemplo), aumenta a divergência no que se deva considerar ético ou não.
5. O não
realismo ético nega a existência de uma ordem moral objetiva que
seja capaz de validar o julgamento de certo ou errado. Assim, a moral seria
negociada em comunidades específicas.
6. Já o descritivismo
ético pressupõe uma atitude não prescritiva ao lidar com a diversidade
moral. Foi a postura ética adotada por antropólogos como Westermack, Sumners e
Benedict. Hoje, o eticista David Wong usa uma variante a qual chama
“relativismo pluralístico” que pressupõe múltiplos sistemas morais válidos
quando se reconhece a razoabilidade da moral do Outro, mesmo que não concorde
com ela.
Por fim,
Westacott afirma que relativismo cultural seria a crença que a cultura
deve ser interpretada em seus próprios termos. Westacott legitimamente afirma
que esse termo indica um princípio metodológico da antropologia. No campo da
ética, seria o oposto do relativismo descritivo, pois a superfície de posturas
éticas não necessariamente revelam os paradigmas de seus significados
situacionais.
Culturas podem ser destrutivas
Outro
antropólogo boasiano, Clyde Kluckhohn, exemplifica relativismo moral: “se os
Bugabugas fazem assim, porque não podemos nós? É tudo relativo de
qualquer jeito” (1944). Kluckhohn continua: o que esquecem é o fato de que os
Bugabugas fazem assim porque é elemento integrado de sua cultura. E os
Bugabugas não se comportam como nós porque o que fazemos causam horror a eles.
Finalmente, se os Bugabugas fazem algo que consideram moralmente certos, não significa
que minha sociedade hospedeira deva me aceitar caso meu comportamento
for contra minha sociedade ao imitar os Bugabugas.
O antropólogo Robert B. Edgerton e o geógrafo-biólogo
com interesses antropológicos Jared M. Diamond demonstram que práticas culturais
como sacrifício humano e destruição de um ecossistema por razões culturais são
disfuncionais e destrutivas. Edgerton (1992) questiona se deveríamos aceitar
como válidos e moralmente aceitos em nome do relativismo cultural o sati, a imolação da viúva entre alguns grupos hindus.
Já Diamond (2005) retrata colapsos por causas culturais, como a civilização da
Ilha de Páscoa. Os pascuenses, uma das mais complexas entre as sociedades
malaio-polinésias, cortaram todas as árvores da ilha por motivos de rituais.
Ambos os casos seriam avaliados objetivamente como destrutivos não importa se
por um antropólogo inglês, indiano ou pascuense. É a famosa análise êmica/ética,
outro método relativo que a antropologia largamente usa.
Matar é
geralmente considerado moralmente errado, mas se em sociedades ocidentais há
aceitação de matar em autodefesa, guerra e alguns países, como pena capital. No
entanto, em sociedades como os Amish e os Lepcha essas exceções não são
aceitáveis. Causa horror entre os Amish e Lepcha tirar a vida humana ou usar de
violência, mas não exclui a possibilidade de haver desviantes da norma entre
essas sociedades. Uma pessoa que mata outra na sociedade ocidental pode ser
condenada como criminoso ou condecorada como herói enquanto receberia a ojeriza
entre os Lepcha e Amish. Caso um Amish ou Lepcha for covardemente atacados e eu
tivesse meios de defendê-los, devo fazê-lo, pois caso contrário seria omissão
segundo as normas da minha cultura.
A moral pode
ser uma construção social e variar segundo a diversidade cultural, porém é
universal a crença que não se deve fazer mal a um semelhante.
Uma maneira
de diferenciar os conceitos de relativismo moral e relativismo cultural é
aplicá-los em um caso. Tomamos, por exemplo, a linguagem. Sob a perspectiva de relativismo
cultural, todas as línguas são válidas — não há línguas melhores que outras,
pois todas são completas para expressar pensamentos e emoções. Também cada
registro linguístico é válido em seu contexto. O sotaque do Chico Bento nos
quadrinhos está correto em um ambiente de fala dialetal caipira. Tal como o
jargão jurídico e pomposo dos ministros do STF faz parte do registro usado por
aquela comunidade de falantes. Agora, aplicando o conceito de relativismo
moral: seria certo um ministro do STF chamar seus pares de F*#$#! e Chico Bento
mandar Zé Lelé à P3¨#$? Ambas as ofensas são moralmente inaceitáveis, embora
possíveis na recursividade linguística daquelas comunidades. O fato de esses
termos existirem nessas comunidades culturais não tornaria seus usos
indiscriminados moralmente legítimos.
Pouquíssimas culturas viveram em estrito isolamento
Pouquíssimas
culturas viveram em estrito isolamento. E atualmente a emergência de uma
condição pós-moderna, faltando referências de autoridade, aumenta ainda mais a
insegurança coletiva. Há pressas para tomar posições em tópicos controversos,
mesmo quando faltam informações relevantes. Religiões com cosmovisões simples
de se entender e com códigos de condutas rígidos e bem definidos florescem em
áreas com anomia. Vivemos na sociedade do dilema.
Neste mundo diverso surgem políticas para acomodar as
diferenças. Idealmente, os desviantes deveriam ser julgados por seus pares
e os conflitos resolvidos dentro de uma comunidade. Porém, vivemos agora em um
mundo pluralista que requer negociação de valores e normas entre diferentes
elementos nem sempre iguais em poder. Uns apregoam a assimilação da
minoria ao comportamento da maioria enquanto outros clamam pela integração,
preservação das diferenças como parte de um grande mecanismo. A primeira
diretriz política de uma é a sopa enquanto essa última política é a salada de
frutas.
Qualquer
sociedade, desde a de pequena escala e quase homogênea à grande e complexa
cidade onde coexistem várias cores e sabores, possui valores e normas próprias.
Simples ou pluralista, ainda há em toda sociedade uma espécie de contrato
social. A cultura não é estática, dessa forma sua dinâmica de mudança constante
coexiste com conflitos. Neste ambiente, a cultura articula e negocia para
garantir sua continuidade. Por isso, a democracia é o melhor para as sociedades
plurais: prevê liberdade de discussão e pensamento, as leis são feitas por
processos parlamentares e há distribuição difusa de poder.
A democracia
aberta à discussão é o sistema defendido pelo filósofo político Karl Popper,
defensor de uma ética universal em meio a diversidade. Popper também discorreu
sobre o paradoxo do intolerante nas sociedades abertas. Deveríamos tolerar a
intolerância? Tolerar a intolerância não é uma ameaça à própria intolerância?
Popper dizia que não.
O fracasso
de ampla negociação nas primeiras décadas do século XX levou ao totalitarismo
de sociedades antes liberais, como demonstrou Hannah Arendt (1951). Ainda que
seja fruto de um processo elitizado e ocidental, a negociação e aplicação do
relativismo cultural permitiram redigir a Declaração Universal dos Direitos
Humanos. Embora ainda permaneça muitos problemas nesse documento, serviu como
base comum de diágolo e garatia de direitos humanos não só para as maiorias do
ocidente, mas um universalismo moral aplicável a todos.
Relativismo moral nega a validade de valores em
ambientes pluralistas
O relativismo moral não é uma alternativa para o
bem-viver em pluralidade cultural, mas sim é uma ideologia. Enquanto ideologia
política, o relativismo moral nega a validade de valores objetivos em ambientes
pluralistas, submetendo ao casuísmo, particularismo, fluidez de normas mudadas
ao vento, circunstancialismo moral — o que cala a negociação no espaço público.
Esta
ideologia política popular de relativismo moral emprega argumentos rasos da
antropologia (relativismo cultural) e da filosofia (relativismo ético)
tratando-os superficialmente de maneira confusa. Cada grupo humano possui seus
critérios de valores morais, os quais devem ser apresentados nos diálogos entre
grupos culturais.
Um exemplo de relativismo moral é considerar
moralmente válidas práticas eugênicas entre indígenas no Brasil sob argumento
de “respeitar a cultura dos índios”. Sob perspectiva do relativismo cultural (e
um tanto funcionalista), um
antropólogo poderia entender que deixar crianças indesejadas ou os deficientes
morrerem é uma decisão baseada na ética “dos males, o menor” para garantir a
sobrevivência do grupo. Os dilemas e a carga emocional envolvidos nessa prática
seriam levando em conta por um antropólogo estudando a moralidade. Seria moral
se a eugenia dos indígenas fosse aceita tacitamente por eles, encarada como
banal ou benéfica sem consequências negativas para o grupo. Entretanto, os
anais etnológicos demonstram que tais atos eugênicos, embora raros, nunca ocorrem sem
dor.
Salvaguardar
como direito a prática de eugenia entre grupos indígenas e negar alternativas
da manutenção — inclusive dos indesejáveis — desses grupos seria aplicar o
relativismo moral de forma destrutiva à coexistência pluralista.
Alguns
antropólogos defendiam relativismo moral, mas em base na filosofia e não na
antropologia, como o caso de Edvard Westermarck, que apregoava a inexistência
de valores objetivos. Outra antropóloga, a já mencionada Ruth Benedict, após a
análise etnológica de valoração através de cultura, passou a esposar um
relativismo ético enquanto filosofia e um relativismo descritivo enquanto
lidando com diferentes culturas. O escrutínio do relativismo moral pertence à
filosofia e à ética, enquanto o relativismo cultural é um modo de trabalho
antropológico. Westermarck e Benedict permanecem como vozes isolada entre os
antropólogos que pesquisam o tópico.
Outros
antropólogos, como Marvin Harris distingue entre “relatividade dos valores” e
“verdade relativa”. Da mesma forma que um cientista tendo seus valores
subjetivos consegue produzir ciência objetivamente válida, é possível fazer
juízos de valor com base em conhecimento informado com dados antropológicos
oriundos do método de relativismo cultural.
Hoje,
principalmente inspirados no pensamento do filósofo e antropólogo Ernest
Gellner, boa parte dos antropólogos defendem que a moral é uma construção
social, tão real, tão objetiva e tão válida quanto outros fenômenos culturais
como a linguagem, a olaria, os ornamentos corporais e assim por diante. Basta
haver uma contextualização apropriada.
Independente
de qual política seguir, seja integração ou assimilação, é necessário garantir
o direito à existência humana, o respeito a diversidade, a compreensão de
culturas não-hegemônicas e o fomento de diálogos entre diferenças. Esses
são elementos cruciais para garantir o mínimo de estabilidade em sociedades
plurais. Nessas sociedades convivem diferentes grupos — todos com valores
morais, o que varia são somente as substâncias deles. Isso é relativismo
cultural aplicado à diversidade cultural".
SAIBA MAIS
Arendt, Hannah. 1951. The
Origins of Totalitarianism.
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Edgerton, Robert B. 1992. Sick Socities: Challenging the Myth of Primitive Harmony.
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Referência:
ALVES, Leonardo Marcondes. Diferença entre relativismo cultural e relativismo moral. Ensaios e Notas, 2011.
Disponível em: https://wp.me/pHDzN-44 . Acesso em: 6 de Março de 2023
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