A
palavra "pensar" deriva da palavra latina pensare,
que significa pesar. Isto permite-nos compreender o que caracteriza os
actos do pensamento (da razão):
Pensar
é conhecer, o seja, é recolher dados acerca de algo, o que não
deixa de poder ser encarado como um acto de avaliação, e aqui convém
dizer que só conhecemos algo de novo, integrando-o no conjunto dos
conhecimentos já adquiridos, o que remete para uma necessária ponderação
dos elementos novos e da sua compatibilidade com os já adquiridos.
Pensar
é, também, julgar, ou
seja, é comparar objectos (conceitos), de forma a que possamos distinguir e
relacionar, de uma forma pertinente, os elementos da nossa realidade, interna e
externa.
Pensar
é, igualmente, raciocinar, é, a partir da análise do que
conhecemos, que somos capazes de descobrir novas relações entre os objectos do
nosso conhecimento, ou novas qualidades do real, que não poderiam ser
simplesmente conhecidas através da experiência sensível.
Vamos
centrar-nos nestes três tópicos, o conhecer, o julgar e o raciocinar, se bem
que o pensamento abarque um vastíssimo leque de actividades mentais e de
operações lógicas.
Em
primeiro lugar veremos que o pensamento obedece a regras formais, os princípios
lógicos da razão, que são o fundamento da sua consistência. Estes são normas, regras, leis, principios e critérios que nos permitem pensar bem;
Os
Princípios Lógicos da Razão –
como devemos pensar?
1)
Princípio da Identidade: A=A
Cada
objecto é igual a si próprio; Cada proposição é equivalente a si mesma. O
Princípio da Identidade determina que todo o ser é igual a si próprio: (X = X);
(A = A); “ uma girafa é uma girafa”- uma girafa é igual a si mesma.
- É um principio evidente
- Sem este principio nenhum pensamento seria possivel
- É fundamental e necessário.
2)
Princípio da não-contradição:
Uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo
tempo, de acordo com a mesma perspectiva; Uma proposição não pode ser
verdadeira e falsa ao mesmo tempo, de acordo com a mesma perspectiva.
O
Princípio de não Contradição determina que proposições contraditórias não podem ser verdadeiras ao mesmo
tempo: (se X é Verdadeiro, ~ X é Falso) e vice-versa.
“ Uma girafa não é uma não girafa e uma não girafa não é uma girafa”.
- Este principio é a forma negativa do principio da identidade.
3)
Princípio do Terceiro Excluído:
um indivíduo ou é ou não é, não há uma
terceira hipótese; Uma proposição ou é verdadeira, ou é falsa, não há uma
terceira possibilidade.
O Princípio do terceiro excluído determina que
uma proposição ou é verdadeira ou é falsa, não havendo terceira possibilidade
ou meio termo: ( se X é Verdadeiro, não pode ser simultaneamente falso) e
vice-versa.
“
Entre um ser que é uma girafa e um ser que não é uma girafa, não existe
terceira possibilidade ou meio termo: não existem “camelogirafas” ou “ patogirafas”→
esta 3ª hipótese está excluída.
- Este principio não é mais que o principio da não contradição sob a forma de Dilema.
Haverà solidariedade
dos três princípios logicos?
Estes
três princípios podem ser considerados como três formulações de uma mesma lei
geral do pensamento: os nossos pensamentos não devem conter contradições. As
contradições são a base dos nossos erros lógicos.
A
forma como os princípios estão formulados permitem-nos identificar, de uma forma
mais fácil, as inconsistências dos nossos pensamentos.
Tarefa
- Comente a seguinte afirmação de Leibniz: "Os princípios lógicos são tão necessários quanto os músculos e os tendões para andar, mesmo que disso não tenhamos consciência"
Lola
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