Cem milhões de raparigas não sabem ler, revela a UNESCO
Segundo um relatório concluído entre 2013 e 2014, até
175 milhões de jovens de países em desenvolvimento não sabem ler e, deles, 61
por cento são mulheres
Cerca de 100 milhões de raparigas de países pobres
e médios não sabem ler, revelou hoje a UNESCO, instando à colocação da
igualdade de género no centro da nova agenda mundial do desenvolvimento.
A Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura (UNESCO) sublinhou o “grave desequilíbrio entre os géneros”
de que padece a educação à escala mundial, na abertura, hoje, da 58.ª sessão da
Comissão do Estatuto Jurídico e Social da Mulher.
Dados de 2011 indicam que só 60 por cento dos
países alcançaram a paridade no ensino básico e 38 por cento no ensino
secundário.
Essas percentagens caem para 20 e 10 por cento,
respetivamente, no caso dos países de baixos rendimentos.
De acordo com a UNESCO, as meninas dos países
árabes são as que se encontram em pior situação, seguidas das da Ásia meridional
e ocidental e da África Subsaariana.
“Com as tendências atuais, prevê-se que só 70 por
cento dos países terá alcançado a paridade no ensino primário em 2015 e
unicamente 56 por cento o terá conseguido no segundo ciclo do ensino
secundário”, indicou a agência especializada da ONU em comunicado.
Segundo um relatório concluído entre 2013 e 2014,
até 175 milhões de jovens de países em desenvolvimento não sabem ler e, deles,
61 por cento são mulheres.
A UNESCO frisou, por isso, a necessidade de
consagrar a promoção da igualdade, especialmente no âmbito educativo, como
objetivo fulcral da nova agenda do desenvolvimento.
“É simplesmente intolerável que as meninas fiquem
para trás. Para as meninas pobres, a educação é uma das vias mais poderosas
para um futuro melhor, que as ajudará a escapar ao círculo vicioso da pobreza”,
afirma, no documento, a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova.
*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo
ortográfico aplicado pela agência Lusa
In Ionline de 1O de Março de 2O14
Lola
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