Escritores na Escola – João Carlos Brito
Querido Escritor,
caríssimo Professor:
Noutro dia, a
professora. da biblioteca da escola disse-me:
- Rosa, vem cá um
escritor, a apresentação è contigo! Engoli
em seco!
Fiquei, entanto, a
pensar que ela estava com falta de chá e
disse cá com os meus botões: lá vem um morcão ou
alguém que não mostra os dentes porque tem o rei na barriga!
Mas não!
Hoje vejo que
está perante nós um espadarte, um pão e que até dá gosto estarmos
aqui alapados a olhar
para ele esperando que não seja mais um tramblazama que
venha à escola endrominar-nos c’os
livros que escreve em vez de laurear a
pevide pelos Clérigos acima, pelas ruelas da Sé ou por Santa
Catarina abaixo!
Eu que sou uma sostra e gosto tanto de chonar fiquei logo a bufar pela trabalheira que me dá em
ter de meter a colherada num
assunto de livros e até fiquei com a sensação de não me caber um feijão no cu mas como não
sou pessoa de meia tigela e
não queria meter água lá
fui escrevendo com este cortante briol antes mesmo de me dar o fanico.
E foi trigo limpo, farinha amparo!
Sabe Escritor?
Também a
Francesinha faz parte do meu imaginário adolescente! Tinha eu a idade desta miudagem (confesso que era um
autentico pau de virar tripas com
os meus 45 kilos) e lembro-me de ir, com um amigo, ao café Luso, perto de
Carlos Alberto, comer a francesinha, na altura, considerada a melhor da cidade!
Era um ambiente estranhamente tripeiro: azeiteiros e negócio das carnes tudo no mesmo
espaço: algumas não tinham papas na
língua, outros pareciam não
quebrar um prato!
E depois da conversa ...
Porque vamos ficar cá com uma traça será tempo de
ir ao comes e bebes, dar ao dente ou encher a mula.
Vamos, por certo,
ao Restaurante Pedagógico da Escola, onde não sei bem se se come à
fartazana ou se a comida não
cabe na cova de um dente.
Certo, certo é que
não podemos apanhar uma carraspana o
que não é impeditivo, mesmo assim, de comer
à pala.
Estou convencida
que deve ser um pitéu mas
bom, bom seria acompanhado de uma boa
pomada.
Claro, sobre a mesa
não faltará o afamado molete e
seria, até interessante a ementa combinar uma boa francesinha, um fino e umcimbalino.
Estou certa que o
nosso escritor é um bom garfo pois
provavelmente, nesse momento, já terá a
barriga a dar horas.
Mas não posso
esquecer de lhe dizer que….
…
não vamos arrotar, com certeza!
E agora…
…. é tempo de passar a pasta ao escritor convidado!
Que nasceu e vive
no Porto e todos sabemos que bale mais
uma rua do Porto ca Gaia toda.
Estou certa que,
vai cair no goto desta canalha que quer dar o litro na escola e
que são, no meu entendimento, doces
como o mel!
Em nome de todos
Obrigado
Lola
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