terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Falácias Informais




Falácias Informais

Na tentativa de ganhar a adesão do auditorio para as nossas convicções, também utilizamos estratégias argumentativas consideradas falaciosas.
As falácias informais são argumentos inválidos que o orador quer mostrar como válidos. Não falham a nível lógico, mas sim ao nível do seu conteúdo.



Tipo de Falácia

Características

Exemplos












Falácia da Petição de Princípio






Uma premissa contém palavras com igual significado das presentes na conclusão para que a conclusão possa ser tomada como premissa.
A premissa e a conclusão repetem-se.

A verdade da conclusão é pressuposta pelas premissas. Muitas vezes, a conclusão é apenas reafirmada nas premissas de uma forma ligeiramente diferente. Nos casos mais subtis, a premissa é uma consequência da conclusão.

- Há competitividade nos jogos olímpicos porque se trata de uma competição de alto nível.

- Dado que não estou mentir, segue-se que estou a dizer a verdade.
- Sabemos que Deus existe, porque a Bíblia o diz. E o que a Bíblia diz deve ser verdadeiro, dado que foi escrita por Deus e Deus não mente. (Neste caso teríamos de concordar primeiro que Deus existe para aceitarmos que ele escreveu a Bíblia)











Falácia do Falso Dilema




Apresentam-se apenas duas alternativas para   um problema, escondendo outras soluções intermédias.
Uso de premissas de tipo disjuntivo.



É dado um limitado número de opções (na maioria dos casos apenas duas), quando de facto há mais. O falso dilema é um uso ilegítimo do operador "ou". Pôr as questões ou opiniões em termos de "ou sim ou sopas" gera, com frequência (mas nem sempre), esta falácia.



- Ou és boa pessoa ou és má pessoa.
·  - Ou concordas comigo ou não. (Porque se pode concordar parcialmente.)
·  - Reduz-te ao silêncio ou aceita o país que temos. (Porque uma pessoa tem o direito de denunciar o que entender.)
·     - Ou votas no Silveira ou será a desgraça nacional. (Porque os outros candidatos podem não ser assim tão maus.)
·    - Uma pessoa ou é boa ou é má. (Porque muitas pessoas são apenas parcialmente boas.)



Falácia de Ad Hominem

(contra a pessoa)

Desvalorizam-se os argumentos do oponente ao atacar directamente o seu estatuto, a sua religião, as suas características pessoais…
Tentativa de destituir a credibilidade do orador com insultos contra a pessoa. 






Não sabes o que dizes porque és um inculto.








Falácia de Apelo à Ignorância

Comprova-se uma tese pela inexistência de evidências que sustentem a sua falsidade.
Não reunindo provas suficientes que uma tese é falsa, então esta é tomada como verdadeira.

Os argumentos desta classe concluem que algo é verdadeiro por não se ter provado que é falso; ou conclui que algo é falso porque não se provou que é verdadeiro. (Isto é um caso especial do falso dilema, já que presume que todas as proposições têm de ser realmente conhecidas como verdadeiras ou falsas). Mas, como Davis escreve, "A falta de prova não é uma prova." (p. 59)

- Se ninguém prova que Deus não existe, então Deus existe!
·     - Os fantasmas existem! Já provaste que não existem?
·    -  Como os cientistas não podem provar que se vai dar uma guerra global, ela provavelmente não ocorrerá.
·    - Fred disse que era mais esperto do que Jill, mas não o provou. Portanto, isso deve ser falso.








Derrapagem
(bola de          neve) 






Para mostrar que uma proposição, P, é inaceitável, extraem-se consequências inaceitáveis de P e consequências das consequências... O argumento é falacioso quando pelo menos um dos seus passos é falso ou duvidoso. Mas a falsidade de uma ou mais premissas é ocultada pelos vários passos "se... então..." que constituem o todo do argumento.


- Se aprovamos leis contra as armas automáticas, não demorará muito até aprovarmos leis contra todas as armas, e então começaremos a restringir todos os nossos direitos.  Acabaremos por viver num estado totalitário. Portanto não devemos banir as armas automáticas.
- Nunca deves jogar. Uma vez que comeces a jogar verás que é difícil deixar o jogo. Em breve estarás a deixar todo o teu dinheiro no jogo e, inclusivamente, pode acontecer que te vires para o crime para suportar as tuas despesas e pagar as dívidas.
- Se eu abrir uma excepção para ti, terei de abrir excepções para todos.









Boneco de palha (espantalho) 








O argumentador, em vez de atacar o melhor argumento do seu opositor, ataca um argumento diferente, mais fraco ou tendenciosamente interpretado. 

Infelizmente é uma das "técnicas" de argumentação mais usadas.

- As pessoas que querem legalizar o aborto, querem prevenção irresponsável da gravidez. Mas nós queremos uma sexualidade responsável. Logo, o aborto não deve ser legalizado.
- Devemos manter o recrutamento obrigatório. As pessoas não querem o fazer o serviço militar porque não lhes convém. Mas devem reconhecer que há coisas mais importantes do que a conveniência.


Lola

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