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terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Kant e o Conhecimento



Kant e o Conhecimento


"Até agora se supôs que todo nosso conhecimento tinha que se regular pelos objetos; porém todas as tentativas de mediante conceitos estabelecer algo a priori sobre os mesmos, através do que ampliaria o nosso conhecimento, fracassaram sob esta pressuposição. Por isso tente-se ver uma vez se não progredimos melhor nas tarefas da Metafísica admitindo que os objetos têm que se regular pelo nosso conhecimento, o que concorda melhor com a requerida possibilidade de um conhecimento a priori dos objetos que deve estabelecer algo sobre os mesmos antes de nos serem dados."...

Kant, Critica da Razão Pura 


Immanuel Kant responde à questão de como é possível o conhecimento afirmando que o sujeito  possui as condições de possibilidade da experiência, ou seja,  o conhecimento é possível porque o homem possui faculdades que o tornam possível. 

Assim, o grande objectivo de Kant é  investigar a razão e seus limites e não tentar entender como deve ser o mundo para que se possa conhecer.

- Mas quais são exatamente, segundo Kant, estas faculdades ou formas a priori existentes no homem que o permitem conhecer a realidade?

-Quais são essas  condições de possibilidade da experiência?


Em Kant, há duas principais fontes de conhecimento no sujeito:

1. A sensibilidade, por meio da qual os objetos são dados na intuição. 

2. O entendimento, por meio do qual os objetos são pensados nos conceitos

Kant define sensibilidade como o modo receptivo - passivo - pelo qual somos afetados pelos objetos, e intuição, a maneira direta de nos referirmos aos objetos

Exemplificando: tenho uma multiplicidade de sensações dos objetos do mundo, como cor, cheiro, calor, textura, etc. Estas sensações são o que podemos chamar de matéria do fenômeno, ou seja, o conteúdo da experiência. 

Mas para que todas estas impressões tenham algum sentido e entrem no campo do cognoscível (daquilo que se pode conhecer), elas precisam, em primeiro lugar, serem colocadas em formas a priori da intuição, que são o espaço e o tempo

Estas formas puras da intuição surgem antes de qualquer representação mental do objeto; antes que se possa pensar a palavra "cadeira", a cadeira deve ser apresentada, recebida, na forma a priori do espaço e do tempo. 

Este é o primeiro passo para que se possa conhecer algo Assim, apreendemos daqui duas coisas: primeiro, o conhecimento só é possível se os objetos da experiência forem dados no espaço e no tempo; e, 

segundo, espaço e tempo são propriedades subjetivas, isto é, atributos do sujeito e não do mundo (da coisa-em-si)

Espaço e tempo

Espaço é a forma do sentido externo; e tempo, do sentido interno. Isto é, os objetos externos  apresentam-se numa forma espacial; e os internos, numa forma temporal

Exemplificando...

Tenho um livro numa mesa na sala de aula (espaço). Agora, retiro mentalmente o livro da sala de aula. O que fica? O espaço vazio. 

Agora tento fazer contrário, retirar o espaço vazio e deixar só o livro. Será possivel?

Não!

E o tempo? Ele é minha percepção interna. Só posso conceber a existência de um "eu" estando em relação a um passado e a um futuro. Só concebemos as coisas no tempo, em um antes, um agora e um depois. 

Voltemos exemplo anterior: 

Podemos eliminar o livro do tempo - ele foi destruído por um fogo. Porém, não posso eliminar o tempo do livro - pois eu sempre o penso numa duração -  um antes e um depois.

O que poderemos concluir?

Segundo Kant, é impossível conhecer os objetos externos sem ordená-los num ESPAÇO - e de que nossa percepção interna destes mesmos objetos fica impossível sem um TEMPO.

O que são o espaço e o tempo?

- Formas apriori da sensibilidade.

- Preexistem como faculdades do sujeito - e, portanto, são a priori e universais - quando eliminamos os objetos da experiência. Por isso, 

- Segundo Kant, espaço e tempo são atributos do sujeito e condições de possibilidade de qualquer experiência

Exemplificando...

Vejo uma casa!

- Esta casa é vista com as suas cores e formas, que são as sensações deste objeto. Estas sensações são recebidas e organizadas pela intuição no espaço e no tempo. Esta é a primeira condição para o conhecimento

- O segundo momento, depois de o sujeito receber o objeto na intuição, na sensibilidade, pela faculdade do entendimento ele reunirá estas intuições em conceitos, como, por exemplo, "Casa" ou "A Casa é cor de rosa". 

Esta é a segunda condição para o conhecimento.

 

As categorias

No entendimento existem os conceitos puros a priori do entendimento que são essenciais  para a nossa compreensão da realidade.

Kant acreditava que as categorias são as condições que nos permitem organizar nossa experiência do mundo

O que aconteceria se não possuíssemos essas categorias? Como seria nossa percepção da realidade?

Imagine um mundo onde a nossa mente não tem a capacidade de perceber a unidade. Cada objeto, cada pessoa, cada momento não seria visto como um todo, mas como um amontoado caótico de sensações e impressões. As maçãs na cozinha, por exemplo, não seriam percebidas como entidades individuais, mas como um emaranhado confuso de cores e formas.

Já sabemos que:

Temos objetos no mundo, que só podemos conhecer como fenômenos, isto é, na medida em que aparecem para o sujeito. 

Mas, para serem conhecidos precisam, antes de tudo, aparecer no espaço e tempo, que são faculdades do sujeito. 

Os conceitos básicos são chamados categorias, que são representações que reúnem o múltiplo (organizam) das intuições sensíveis.

São formas vazias, a serem preenchidas pelos fenômenos. Os fenômenos, por outro lado, só podem ser pensados dentro das categorias. 

As categorias, em Kant, são 12

1.   Quantidade: Unidade, Pluralidade e Totalidade.

2.   Qualidade: Realidade, Negação e Limitação.

3.   Relação: Substância, Causalidade e Comunidade.

4.   Modalidade: Possibilidade, Existência e Necessidade.

EEmplificando...

Em Hume, a causalidade - relação de causa e efeito - resultava do hábito ou costume. Já para Kant, Hume estava errado em procurar a causalidade na Natureza. Só podemos pensar as coisas em uma relação de causa e efeito porque a causalidade está no sujeito, não no mundo. Uma criança vê uma bola sendo arremessada (causa) e olha na direção de quem atirou a bola (efeito). 

Como a criança liga um fato com o outro? Porque ela possui, a priori, a categoria de causalidade, que a permite conhecer.


Kant faz uma síntese entre racionalismo e empirismo pos considera que  sem o conteúdo da experiência, dados na intuição, os pensamentos são vazios de mundo (racionalismo); por outro lado, sem os conceitos, eles não têm nenhum sentido para nós (empirismo).


 "Sem sensibilidade nenhum objeto nos seria dado, e sem entendimento nenhum seria pensado. Pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são cegas!"



LOLA

domingo, 2 de janeiro de 2022

Kant e o conhecimento



 Kant e o conhecimento



O debate histórico entre racionalistas e empiristas, em final do século XVIII, conduziu ao criticismo/apriorismo que procurou conciliar e superar as limitações de ambas as correntes filosóficas.

Porquê?

Nem o racionalismo, nem o empirismo são respostas totais e fechadas aos problemas que pretendem responder.

É, pois,  Kant quem vai estabelecer a mediação, afirmando que todo o conhecimento começa na e pela experiência, mas não se limita a ela.


« Se todo o conhecimento começa com a experiência, nem todo deriva dela.»
Kant (Critica da Razão Pura)


Ao afirmar que todo o conhecimento começa com a experiência, Kant rejeita o racionalismo inatista, mas ao defender que, apesar de começar com a experiência, nem todo o conhecimento deriva dela, rejeita igualmente o empirismo.


Kant defendia que, quer  as sensações quer a razão desempenhavam um papel fundamental  no nosso conhecimento do mundo.

Está de acordo com os empiristas ao defender que devemos todos os nossos conhecimentos às sensações.


Mas...

concorda, também, com os racionalistas – na nossa razão também há condições importantes para o modo como compreendemos o mundo à nossa volta.

Porquê?

Há certas condições em nós mesmos que contribuem para a nossa concepção do mundo.

Se os racionalistas tinham esquecido a importância da experiência,  os empiristas não queriam admitir que a nossa razão influencia a nossa concepção do mundo.



Segundo Kant, no conhecimento dos objectos, há sempre elementos que dependem do próprio objecto e constituem a matéria do conhecimento e outros que dependem do sujeito e constituem a forma do conhecimento.

Então...


conhecimento é fruto de uma colaboração entre nós e o mundo: nós contribuimos com a forma, o mundo com a matéria.

Kant utiliza o termo matéria, para designar os dados exteriores captados pelos órgãos sensoriais e o termo forma para designar as estruturas cognitivas do sujeito ( a sensibilidade capta os dados; o entendimento organiza-os).

Em Kant, há a preponderância do sujeito no processo cognitivo, isto é, o conhecimento resulta da capacidade receptiva e organizadora que o sujeito possui sobre a diversidade dos dados da experiência.

Conhecer implica a actividade de um sujeito que dispõe de sensibilidade e de entendimento. Os dados do objecto só chegam à consciência depois de passarem pela sensibilidade e de serem ordenados pelo entendimento do sujeito. Ou seja, para que haja conhecimento, as impressões sensíveis tem que ser organizadas por algo que pertence ao sujeito e que é anterior e independente da experiência. (a priori)

EX: O que se passa no computador pode ajudar-nos a compreender o ponto de vista Kantiano.
Quaisquer que sejam os dados que recebe do exterior, o computador necessita de estar equipado com um programa prévio para ser capaz de processar esses dados.
 O programa de computador assemelha-se aos elementos a priori existentes no sujeito :sensibilidade e entendimento.
Os elementos introduzidos pelo teclado, comparam-se aos dados provenientes do mundo: os dados que, sendo captados pelos órgãos sensoriais, vão ser interpretados pelo entendimento.

É pela interacção dinâmica estabelecida entre homem e mundo, sujeito e objecto, que o conhecimento, segundo Kant, se vai constituindo.

Kant admite a existência de uma realidade exterior ao sujeito que este não conhece em si mesma, mas segundo o modo subjectivo da sua percepção



 Não conhecemos a realidade tal como ela é em si mesma, mas apenas a realidade tal como é para nós. 

 A coisa em si, ou NUMENO aquilo que será a realidade considerada independentemente do facto de ser conhecida por um sujeito, não pode ser conhecida (é incognoscível). 

Para Kant só o FENÓMENO pode ser conhecido.



Então, o que é o apriorismo?

O apriorismo é uma posição gnoseológica que concilia o empirismo e o racionalismo. Se o  empirismo defende que a fonte de todo conhecimento é a experiência, o racionalismo vê a  razão como fonte única do conhecimento.

 O apriorismo entende que ambos os factores, experiência e razão, intervém no conhecimento.

Kant  é o iniciador desta posição, afirmando que não há dúvida de que o ponto de partida do conhecimento humano é a experiência. Diz ele: "Mas se é verdade que todos os nossos conhecimentos começam com a experiência, nem todos, derivam dela".

Distingue  entre matéria e forma do conhecimento, sendo matéria o elemento proveniente da experiência - a posteriori -, e forma, o do pensamento - a priori. O primeiro fornece a matéria do conhecimento, enquanto o segundo, a forma. Por isso, há dois elementos no conhecimento , um material e outro formal.  

Para Kant não existe conhecimento sem a intervenção da experiência nem  sem as formas a priori, daí ele próprio afirmar que  "os conceitos sem as intuições são vazios, as intuições sem os conceitos são cegas".


Tarefa:
  1.  O que é o apriorismo kantiano?
  2.   Quais as fontes do conhecimento para Kant?
  3.   Defina-as.
  4.   De que é resultado o conhecimento em Kant?
  5.   Distinga matéria e forma do conhecimento.
  6.   Porque concorda Kant com os empiristas?
  7.   Porque concorda Kant com os racionalistas?
  8.   Qual o papel da razão em Kant?
  9.   Quais as ideias da Razão?
  10.   O que se pode conhecer, segundo Kant?
  11.   Porque é o númeno incognoscível?
  12.   Explique a seguinte afirmação "Todo o conhecimento começa com a experiência, mas nem todo deriva dela" (Kant, Critica da Razão Pura)


                                             Lola

terça-feira, 15 de abril de 2014

Kant e o conhecimento



KANT E O PROBLEMA DO CONHECIMENTO


*      Nem o racionalismo, nem o empirismo dão respostas totais e definitivas ao problema que pretendem responder.

*      É Kant quem vai estabelecer a mediação, afirmando que todo o conhecimento começa na e pela experiência, mas não se limita a ela.

« Se todo o conhecimento começa com a experiência, nem todo deriva dela.» Kant

*      Ao afirmar que todo o conhecimento começa com a experiência, Kant rejeita o racionalismo inatista, mas ao defender que, apesar de começar com a experiência, nem todo o conhecimento deriva dela, rejeita igualmente o empirismo.

*      Kant defendia que tanto as sensações como a razão tinham um papel importante no nosso conhecimento do mundo.

*      Está de acordo com os empiristas ao defender que devemos todos os nossos conhecimentos às sensações. Mas – e aqui concorda com os racionalistas – na nossa razão também há condições importantes para o modo como compreendemos o mundo à nossa volta. Há certas condições em nós mesmos que contribuem para a nossa concepção do mundo.

Então

os racionalistas tinham esquecido a importância da experiência e os empiristas não queriam admitir que a nossa razão influencia a nossa concepção do mundo.


*      Para Kant, no conhecimento dos objectos, há sempre elementos que dependem do próprio objecto e constituem a matéria do conhecimento e outros que dependem do sujeito e constituem a forma.

*      Para Kant, o conhecimento é fruto de uma colaboração entre nós e o mundo: nós contribuimos com a forma, o mundo com a matéria.

*      Kant utiliza o termo matéria, para designar os dados exteriores captados pelos órgãos sensoriais e o termo forma para designar as estruturas cognitivas do sujeito ( a sensibilidade capta os dados; o entendimento organiza-os).

*   Em Kant, há a preponderância do sujeito no processo cognitivo, isto é, o conhecimento resulta da capacidade receptiva (sensibilidade) e organizadora (entendimento) que o sujeito possui sobre a diversidade dos dados da experiência.

*   Conhecer implica a actividade de um sujeito que dispõe de sensibilidade e de entendimento. Os dados do objecto só chegam à consciência depois de passarem pela sensibilidade e de serem ordenados pelo entendimento do sujeito -  para que haja conhecimento, as impressões sensíveis tem que ser organizadas por algo que pertence ao sujeito e que é anterior e independente da experiência. (a priori)


EX: O que se passa no computador pode ajudar-nos a compreender o ponto de vista Kantiano.
Quaisquer que sejam os dados que recebe do exterior, o computador necessita de estar equipado com um programa prévio para ser capaz de processar esses dados.
    O programa de computador assemelha-se aos elementos a priori existentes no sujeito :sensibilidade e entendimento.
     Os elementos introduzidos pelo teclado, comparam-se aos dados provenientes do mundo: os dados que, sendo captados pelos órgãos sensoriais, vão ser interpretados pelo entendimento.



*      É pela interacção dinâmica estabelecida entre homem e mundo, sujeito e objecto, que o conhecimento, segundo Kant, se vai constituindo.

*      Kant admite a existência de uma realidade exterior ao sujeito que este não conhece em si mesma (numeno), mas segundo o modo subjectivo da sua percepção (fenomeno). 

Não conhecemos a realidade tal como ela é em si mesma, mas apenas a realidade tal como é para nós.

 Se as nossas faculdades de conhecer fossem outras, também seria outra a representação do real que construiríamos. 

A coisa em si, aquilo que será a realidade considerada independentemente do facto de ser conhecida por um sujeito, não pode ser conhecida (é incognoscível).






                                            Lola



quinta-feira, 27 de março de 2014

Kant e o conhecimento

                    


KANT E O CONHECIMENTO


“TODO O CONHECIMENTO COMEÇA COM A EXPERIÊNCIA MAS NEM TODO DERIVA DELA” (Critica da Razão Pura)

  • O Empirismo e o racionalismo dão respostas opostas ao problema da origem do conhecimento;
  • Haverá alguma concepção que concilie e supere as duas posições?
  • Para Kant o conhecimento não pode fundamentar-se unicamente na razão nem unicamente na experiência;
  • « Se todo o conhecimento começa com a experiência, nem todo deriva dela. Kant (Critica da Razão Pura)
  • Ao afirmar que todo o conhecimento começa com a experiência, Kant rejeita o racionalismo inatista, mas ao defender que, apesar de começar com a experiência, nem todo o conhecimento deriva dela, rejeita igualmente o empirismo.
  • Está de acordo com os empiristas ao defender que devemos todos os nossos conhecimentos às sensações.
  • Concorda, também, com os racionalistas – na nossa razão também há condições importantes para o modo como compreendemos o mundo à nossa volta.
  • Kant quem vai estabelecer a mediação, afirmando que todo o conhecimento começa na e pela experiência, mas não se limita a ela.
  • Kant defendia que, quer  as sensações quer a razão desempenhavam um papel fundamental  no nosso conhecimento do mundo.
  • As fontes do conhecimento são: a sensibilidade que recebe os dados da experiência (matéria do conhecimento a posteriori) e o entendimento que unifica/organiza os dados fornecidos pela sensibilidade;
  • Segundo Kant, no conhecimento dos objectos, há sempre elementos que dependem do próprio objecto e constituem a matéria do conhecimento e outros que dependem do sujeito e constituem a forma do conhecimento.
  • Segundo Kant, o conhecimento é fruto de uma colaboração entre nós e o mundo: nós contribuímos com a forma, o mundo com a matéria.
  • Em Kant, há a preponderância do sujeito no processo cognitivo, isto é, o conhecimento resulta da capacidade receptiva e organizadora que o sujeito possui sobre a diversidade dos dados da experiência.
  • Conhecer implica a actividade de um sujeito que dispõe de sensibilidade e de entendimento. Os dados do objecto só chegam à consciência depois de passarem pela sensibilidade e de serem ordenados pelo entendimento do sujeito. Ou seja, para que haja conhecimento, as impressões sensíveis tem que ser organizadas por algo que pertence ao sujeito e que é anterior e independente da experiência. (a priori)
  • Na sensibilidade existem formas a priori que são o espaço e o tempo; no entendimento existem conceitos puros ou categorias que são produzidas pelo entendimento (logo a priori) e não provêm da experiência;
  • O conhecimento , em Kant, exige uma matéria a posteriori fornecida pela experiência e uma forma a priori dada pelo entendimento;
  • O conhecimento é o resultado da capacidade receptiva (sensibilidade) e organizadora do sujeito (entendimento). Para Kant só a razão nada conhece e só a experiência nada conhece;
  • Kant utiliza o termo matéria, para designar os dados exteriores captados pelos órgãos sensoriais e o termo forma para designar as estruturas cognitivas do sujeito ( a sensibilidade capta os dados; o entendimento organiza-os).
  • Kant concorda com os empiristas pois a experiência é a fonte do conhecimento mas concorda também com os racionalistas já que só a razão confere universalidade e necessidade ao conhecimento. Para Kant o verdadeiro conhecimento é universal e necessário;
  • O que se pode conhecer para Kant? Conhecemos unicamente os fenómenos, as simples manifestações, aquilo que aparece ao sujeito cognoscente;
  • Kant distingue fenómeno e númeno. O númeno é uma realidade em si, a essência, uma ideia que não podemos captar pela experiência e, que por isso mesmo, não podem ser conhecidas mas pensadas. 
  • Não conhecemos a realidade tal como ela é em si mesma, mas apenas a realidade tal como é para nós. 
  • A coisa em si, ou NUMENO aquilo que será a realidade considerada independentemente do facto de ser conhecida por um sujeito, não pode ser conhecida (é incognoscível). Para Kant só o FENÓMENO pode ser conhecido.
  • Que realidades são essas? São três: Deus, Alma e Liberdade.
  • Em Kant o sujeito tem um papel activo no conhecimento enquanto os empiristas e os racionalistas atribuem ao sujeito um papel passivo;
  • O apriorismo é uma posição gnoseológica que concilia o empirismo e o racionalismo. Se o  empirismo defende que a fonte de todo conhecimento é a experiência, o racionalismo vê a  razão como fonte única do conhecimento.
  •  O apriorismo entende que ambos os factores, experiência e razão, intervém no conhecimento.
  • Kant  é o iniciador desta posição, afirmando que não há dúvida de que o ponto de partida do conhecimento humano é a experiência. Diz ele: "Mas se é verdade que todos os nossos conhecimentos começam com a experiência, nem todos, derivam dela".
  • Distingue  entre matéria e forma do conhecimento, sendo matéria o elemento proveniente da experiência - a posteriori -, e forma, o do pensamento - a priori. O primeiro fornece a matéria do conhecimento, enquanto o segundo, a forma. Por isso, há dois elementos no conhecimento , um material e outro formal.  
  • Para Kant não existe conhecimento sem a intervenção da experiência nem  sem as formas a priori, daí ele próprio afirmar que  "os conceitos sem as intuições são vazios, as intuições sem os conceitos são cegas".
  •  A concepção de Kant sobre o conhecimento foi mais tarde desenvolvida por Jean Piaget – enquanto Kant analisa as estruturas cognitivas do sujeito (categorias do entendimento a priori), Piaget estudou o desenvolvimento das estruturas cognitivas.
  • Para Kant e para Piaget o conhecimento resulta de uma relação dialéctica e progressiva entre o sujeito e o objecto.


Lola
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