terça-feira, 15 de abril de 2014

Kant e o conhecimento



KANT E O PROBLEMA DO CONHECIMENTO


*      Nem o racionalismo, nem o empirismo dão respostas totais e definitivas ao problema que pretendem responder.

*      É Kant quem vai estabelecer a mediação, afirmando que todo o conhecimento começa na e pela experiência, mas não se limita a ela.

« Se todo o conhecimento começa com a experiência, nem todo deriva dela.» Kant

*      Ao afirmar que todo o conhecimento começa com a experiência, Kant rejeita o racionalismo inatista, mas ao defender que, apesar de começar com a experiência, nem todo o conhecimento deriva dela, rejeita igualmente o empirismo.

*      Kant defendia que tanto as sensações como a razão tinham um papel importante no nosso conhecimento do mundo.

*      Está de acordo com os empiristas ao defender que devemos todos os nossos conhecimentos às sensações. Mas – e aqui concorda com os racionalistas – na nossa razão também há condições importantes para o modo como compreendemos o mundo à nossa volta. Há certas condições em nós mesmos que contribuem para a nossa concepção do mundo.

Então

os racionalistas tinham esquecido a importância da experiência e os empiristas não queriam admitir que a nossa razão influencia a nossa concepção do mundo.


*      Para Kant, no conhecimento dos objectos, há sempre elementos que dependem do próprio objecto e constituem a matéria do conhecimento e outros que dependem do sujeito e constituem a forma.

*      Para Kant, o conhecimento é fruto de uma colaboração entre nós e o mundo: nós contribuimos com a forma, o mundo com a matéria.

*      Kant utiliza o termo matéria, para designar os dados exteriores captados pelos órgãos sensoriais e o termo forma para designar as estruturas cognitivas do sujeito ( a sensibilidade capta os dados; o entendimento organiza-os).

*   Em Kant, há a preponderância do sujeito no processo cognitivo, isto é, o conhecimento resulta da capacidade receptiva (sensibilidade) e organizadora (entendimento) que o sujeito possui sobre a diversidade dos dados da experiência.

*   Conhecer implica a actividade de um sujeito que dispõe de sensibilidade e de entendimento. Os dados do objecto só chegam à consciência depois de passarem pela sensibilidade e de serem ordenados pelo entendimento do sujeito -  para que haja conhecimento, as impressões sensíveis tem que ser organizadas por algo que pertence ao sujeito e que é anterior e independente da experiência. (a priori)


EX: O que se passa no computador pode ajudar-nos a compreender o ponto de vista Kantiano.
Quaisquer que sejam os dados que recebe do exterior, o computador necessita de estar equipado com um programa prévio para ser capaz de processar esses dados.
    O programa de computador assemelha-se aos elementos a priori existentes no sujeito :sensibilidade e entendimento.
     Os elementos introduzidos pelo teclado, comparam-se aos dados provenientes do mundo: os dados que, sendo captados pelos órgãos sensoriais, vão ser interpretados pelo entendimento.



*      É pela interacção dinâmica estabelecida entre homem e mundo, sujeito e objecto, que o conhecimento, segundo Kant, se vai constituindo.

*      Kant admite a existência de uma realidade exterior ao sujeito que este não conhece em si mesma (numeno), mas segundo o modo subjectivo da sua percepção (fenomeno). 

Não conhecemos a realidade tal como ela é em si mesma, mas apenas a realidade tal como é para nós.

 Se as nossas faculdades de conhecer fossem outras, também seria outra a representação do real que construiríamos. 

A coisa em si, aquilo que será a realidade considerada independentemente do facto de ser conhecida por um sujeito, não pode ser conhecida (é incognoscível).






                                            Lola



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