quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Filosofia, Retórica e Democracia




 Filosofia, Retórica e Democracia



  1.       Qual a origem da rivalidade entre Filosofia e Retórica?
  2.      Qual a origem e quem originou a Retórica?     
  3.      Quem eram os sofistas?
  4.       Qual era o principal objectivo dos sofistas ?
  5.       Qual a sua concepção de verdade?
  6.      Qual a distinção entre sofista e filósofo?
  7.      O que procura o  sofista e o filósofo perante o auditório?
  8.       Porque é que a Filosofia Socrático-Platónica não aceita o relativismo ?
  9.      O que procura o filosofo com o seu discurso?
  10.      Segundo Aristóteles o que é e do que se ocupa a retórica?
  11.      Defina a Nova Retórica ?
  12.      Apresente as ideias fundamentais da Nova Retórica
  13.     Segundo Michel Meyer que conceitos podemos encontrar a chave para a    explicação dos diferentes momentos da Retórica?
  14.      Como viram a retórica Platão, Aristóteles, Cícero e Perelman?
  15.      Relacione  cidadania, democracia e retórica?


A Filosofia e a Retórica nem sempre se entendem. 

Chaim Perelman, o filósofo responsável por reabilitar a teoria da argumentação e dar uma nova concepção de Retórica, pensa que na origem deste confronto entre Filosofia e Retórica estão diferentes ideais: enquanto a Filosofia tem como principal objectivo a busca da verdade e a vida contemplativa, a Retórica visa influenciar os homens através da palavra pronunciada pelos Sofistas 

Na Grécia antiga, os Sofistas  faziam uso retórico da linguagem para persuadir, motivar os filhos dos aristocratas para ascender a cargos políticos e assim, estes auto-intitulados mestres do saber  utilizavam a sabedoria e a habilidade linguística para impressionar e convencero seu auditório.

O contacto com diferentes culturas fez os Sofistas acreditar e defender a verdade relativa (Retórica Grega), ou seja, uma verdade que se adequa às necessidades de cada homem.

Após os Sofistas terem defendido o conceito de verdade relativa geraram um confronto com alguns filósofos, visto que o conceito de filósofo está associado a “amigo do saber”, enquanto o termo de Sofista que inicialmente significava sábio está agora associado a um “falso saber”.

Como já foi referido para os Sofistas a retórica é a arte de bem falar para conquistar os seus ouvintes a favor de uma determinada tese, ao contrário dos filósofos, como por exemplo, Sócrates e Platão, que defendiam a verdade universal (Filosofia) e também que uma boa argumentação exige dois ideais: Verdade e Bem.

  A nova retórica de Perelman apresenta uma nova racionalidade, valorizando o Logos no discurso. De novar que para Perelman a nova Retórica tem uma importante ligação à Filosofia.

 Na história da retórica os conceitos Ethos, Pathos e Logos foram adquirindo uma importância diferente. Para alguns filósofos como Aristóteles e Perelman, valorizam o papel do Logos (dimensão do discurso, este deve ter um conteúdo racional), Platão realçava Pathos (dimensão do auditório, conhecimento do auditório e este deve despertar sentimentos, emoções e paixões) e Cícero o Ethos (dimensão do orador, este deve ser credível, ter respeito e moderação, atende ao estilo e eloquência do orador). 

Actualmente, Ethos, Pathos e Logos devem estar em pé de igualdade, de outra forma não fazem sentido. Estes são usados para seduzir, manipular e convencer.

A Retórica só é usada em regimes democráticos pois o poder está concentrado o povo (demos), a igualdade da lei entre diferentes membros do povo formam a cidadania. Este livre uso da palavra é um instrumento de defesa do povo, mas se este dom da palavra é mal usado (insultos, racismo, preconceitos), poderá levar à manipulação e demagogia.

A nossa sociedade com todo o poder dos meios de comunicação poderá originar situações de sedução, manipulação e demagogia e estas são prejudiciais à democracia. 

A Retórica está intimamente relacionada com a democracia pois na democracia há participação de todos os membros do povo e estes discutem ideias propostas através da argumentação. 

Na democracia há garantia da igualdade de direitos e deveres pois existe uma variedade de consensos para uma mesma tese, mas na democracia, há o perigo da demagogia e este poderá existir graças à manipulação.





Lola

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