terça-feira, 15 de abril de 2014

Valores e Cultura



Valores e Cultura


"Encontro-me na companhia de dois franceses, a quarenta kilometros de Brazzaville. Ai termina a estrada alcatroada e começa a pista. Na beira da estrada hà uma bomba de mão sobre uma pipa de ferro com gasolina, que nos permite encher o reservatorio do carro. Apesar do insolito, reconhecemos estes conjuntos de significações e temos para lhes responder um conjunto de reacções culturais habituais. Perguntamos ao indigena da bomba se hà alguma coisa para beber, porque faz calor. Conduz-nos à sua casa, a alguns passos dali, e descobrimos um compartimento que se assemelha a um bricabraque com peças isoladas e diversos bidões, e num canto um enorme frigorifico ultramoderno, em cujo interior iluminado, vemos maravilhados, garrafas de cerveja, de coca-cola, de sumos de frutos, de àguas minerais.Continuamos, pois, a mover-nos num universo de significações reconhecidas.
A filha da familia indigena tira as rolhas com graça e desnvoltura. Pagamos em francos locais. Mas um de nos, com gestos, mimica e palavras pede à rapariga, hà pouco tão amàvel, que venha até diante da casa para lhe tirar o retrato.
A vista da màquina fotogràfica provoca um comportamento de pânico. Insiste-se. Isto indispõe toda a familia e retiramo-nos perante a colera geral. "


Roger Mucchielli, Introduction à la psychologie



Como explicar a invulgaridade da reacção da rapariga?






Lola

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