segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Coação e livre arbitreo



Coação e livre arbítrio


A Acção Humana é considerada um dos temas fundamentais da Filosofia .

 E porquê?
É através das escolhas ao longo da vida, do caminho que procura construir que o homem se define ou como diz Hanna Arendt " A acção é a actividade que  não pode ser imaginada fora da sociedade dos homens" (In A Condição Humana) 
 As nossas acções podem ter consequências nos outros, logo, a Acção Humana necessita de ser acompanhada por responsabilidade.

Mas, nem todos os movimentos do Homem são considerados acções. Ou seja, os actos involuntários e inconscientes, isto é, os actos que realizámos sem que desejássemos que tivessem acontecido, onde não somos o agente, não são considerados  acções -  actos do Homem.
Exemplos : Espirrar, andar sonâmbulo, transpirar.
  Acção Humana exige um ser : consciente, voluntário, livre e intencional.- é algo que  acontece quando um agente escolhe fazer uma interferência no decurso natural das escolhas, mediante motivos e possuindo uma intenção.
Para tomar  decisões, o agente deliberou, isto é, reflectiu sobre os prós e os contras, e para isso teve a liberdade de escolha, e embora possa ter sido vítima de influência, não foi coagido por ninguém e terá então que assumir as consequências das suas acções, ou seja, ser responsável.
Se o agente é “vítima de influência”, significa que a Acção Humana é condicionada , isto é, existem condicionantes de vários tipos:

  • Físico-biológicas
  • Psicológicas
  • Socio-culturais. 

Estas condicionam mas não determinam,  pois a Acção Humana é livre.

Será que a coação nos priva de livre-arbítrio?

 Considere um ladrão que o coage a dar-lhe o dinheiro dizendo (convincentemente) "O dinheiro ou a vida!" O ladrão roubou-lhe o dinheiro. Será que também lhe roubou o livre-arbítrio?
O ladrão coloca-o perante uma opção - poder ficar com o dinheiro e morrer ou entregar-lhe a carteira e viver. Uma opção de que o ladrão o privou é guardar o dinheiro e também a vida. Você não é livre de fazer isso!

Para reflexão:

 Mas será que o ladrão lhe roubou o seu livre-arbítrio?
 Foi o agente livre no agir?
Teria agido desse modo se não fosse coagido?




                                              Lola

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