Estética: mercado e pluralidade da obra de arte
Objecto produzido
e valor de mercado da obra de arte
A
existência da arte pressupõe o seu financiamento. Mas um artista subsidiado
pelo estado não poderá pôr em causa a sua liberdade de expressão?
Na
arte contemporânea encontramos várias expressões de arte tais como: Art Pop,
Happening, Arte conceptual, Minimal Art, Land Art, e Body Art – estas são uma
denúncia e rejeição de todo o tipo de normatividade e valor tradicional
economicista da arte. Usam materiais frágeis, simplicidade, pessoas e corpos.
A economia influencia a
produção artística e, por isso, nas sociedades mais desenvolvidas há leilões
onde um público específico adquire obras de arte.
A industrialização da estética na sociedade contemporânea.
Esta
industrialização porá em causa o carácter único e irrepetivel da obra de arte?
O
que permite distinguir um objecto de uma obra de arte?
Os
mass-media aumentam a divulgação das obras de arte entre o público. Mas isto
fortalece a experiência estética ou transforma o prazer estético em diversão?
Na
modernidade surge uma nova concepção de indíviduo que produz a obra de arte –
surgem os direitos de autor. Mas cada vez mais, nas sociedades de
massas, economicistas, estes são postos em causa pela publicidade, pelos livros
de bolso e pela Internet.
Hoje,
os bens culturais são industrializados, os museus são lugares de excursão e é
difícil encontrar um autor único – veja-se o exemplo do cinema em que é difícil
definir a autoria de uma produção artística.
A democratização das sociedades
implicou um maior acesso das populações à arte. Há uma massificação e um
consumismo cada vez maior e a arte surge como espetáculo. Embora o artista seja
mais divulgado ele poderá ser esmagado por esse poder.
Pluralidade de sentidos da obra de arte.
Há ou não uma interpretação
canônica (modelo) da obra de arte?
NÃO.
A obra de arte não se esgota nas interpretações já feitas e suscita sempre
inúmeras interpretações o que a enriquece. A obra de arte exige um esforço de
interpretação pessoal já que ela é intemporal – admirar uma obra de arte do
Renascimento continua a ser enriquecedor. Mas, claro, que há argumentações nas
interpretações da obra de arte melhor fundamentadas que outras – os críticos e
o homem comum.Se queremos analisar uma obra de arte devemos documentar-nos,
pois há obras que são ricas de sentidos.
A arte como manifestação da identidade cultural de um povo
Uma
obra de arte relaciona-se com a época em que surge e há que situá-la num
contexto social e histórico através dos temas, motivos, material usado pelo
artista, objectos, recursos e políticas culturais que cada época possibilita
aos artistas. Cada época valoriza tipos
de arte em detrimento de outros.
A arte nascendo num contexto cultural, assume-se como um esforço de autonomia e
liberdade.
A arte como alargamento do horizonte de cada ser humano
A
arte ajuda-nos a ver a realidade a partir de ângulos nunca antes
experimentados. Através da arte conhecemos melhor o mundo e a nós mesmos. Ela é
construção de mundos e de realidades de ficção, porque o artista que não copia
o real, dá forma, constrói, torna visíveis realidades, figuras e mundos
possíveis.
A
arte exige criatividade e muito trabalho, e, muitas vezes, uma dedicação
exclusiva por parte do artista que estuda, experimenta, cria, faz, desfaz e
refaz. Cézanne, por exemplo, pintou muitas vezes a mesma montanha, a várias
horas do dia como se nunca estivesse satisfeito na expressão da sua experiência
estética.
Não
seriamos hoje o que somos se não tivessem existido todas as obras de arte
produzidas pelos artistas e que são património da humanidade.
Harold
Bloom afirmou que “o mundo é como é porque Shakespeare existiu”.
Que mundo seria o nosso sem as
figuras, as cores, os sons, as personagens, as formas e os universos criados
pelos artistas?
Como
sabemos, o homem é um ser frágil, que, continuamente, doa sentido ao mundo. A
realidade é um mistério que desafia sempre as nossas interpretações.
O
homem tem, por isso mesmo, necessidade de, constantemente, de reinventar a
arte.
Lola
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