UTOPIA - que sentido(s)?
500 anos depois, o sentido
de Utopia não se perdeu
Obra canónica de Thomas More foi
publicada em 1516. Não foi o primeiro texto sobre um ideal utópico, mas
inaugurou uma tradição de obras publicadas à luz de uma génese comum: a
proposta de projectos alternativos para a sociedade.
Quadro de
1527 que retrata Thomas More, que pertence à colecção Frick, Nova Iorque FRANCIS G. MAYER/CORBIS
“... é
fácil confessar que muitíssimas coisas há na terra da Utopia que gostaria de
ver implantadas nas nossas cidades, em toda a verdade e não apenas em
expectativa”. Estas são as últimas palavras de Thomas More na sua Utopia,
ditas depois de Rafael Hitlodeu, o navegador que alegadamente conheceu a ilha
da Utopia, terminar o seu relato e elogiar a estrutura da ilha. A ideia é
clara: More simpatiza com alguns dos princípios da sociedade utopiana, mas não
a vê como um modelo a implementar de forma exacta.
“A intenção de More é não apresentar as
ideias de Hitlodeu e a sociedade utopiana como modelares, esperando que o
leitor seja capaz de um exercício de reflexão crítica sobre os aspectos
positivos e negativos dessa sociedade”, diz Fátima Vieira, professora da
Faculdade de Letras da Universidade do Porto especializada em estudos
sobre a utopia.
No ano em que se assinalam 500 anos da
sua publicação, a Utopia continua a ser lida, discutida e
analisada, e encontra-se em qualquer biblioteca como clássico da literatura. E
a sua mensagem, dizem os especialistas com quem falámos, continua a fazer
sentido hoje: existem alternativas ao que está instituído.
“É um texto de grande amplitude, de
abertura, de descoberta de caminhos, que até àquela altura não havia na cultura
europeia”, diz Manuel Frias Martins, professor de Cultura Renascentista da
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Uma sociedade em que nada é de
ninguém – tudo é de todos. Em que o bem-comum é mais precioso do que o bem
individual. Em que a guerra é abominada e a caça é tida como loucura. Em que o
ouro e outros metais ditos preciosos não têm valor. Em que um dia de trabalho
tem seis horas, uma noite de sono tem oito e o resto do tempo é ocupado por
cada um como entender. Assim é na ilha da Utopia, objecto central da obra
homónima de Thomas More publicada em 1516, antítese da sociedade europeia do
século XVI.
More nasceu em 1477 (ou 1478, segundo
alguns historiadores), em Londres. Foi advogado, chanceler de Henrique VIII e
fez parte da Câmara dos Comuns. Em 1515, baseado em A República de
Platão, começa a planear a redacção da Utopia. Depois de uma visita a
Londres do seu amigo Erasmo, autor de Elogio da Loucura, More envia-lhe o
texto terminado. Erasmo, alegadamente sem o autor saber, entrega o texto ao
impressor Thierry Martens de Lovaina, que o publica.
Redigida em latim, a Utopia,
escreveu José de Pina Martins no estudo introdutório à edição da obra de More
da Fundação Calouste Gulbenkian (2006), é “um escrito fundamental do
humanismo”. “O ser humano encontra-se no centro do mundo e está nas suas mãos
decidir o seu destino”, explica Fátima Vieira. “Não poderia nunca ter sido
escrita na Idade Média, quando se acreditava que o destino havia sido já
decidido por Deus”. A obra é escrita num tempo novo, em que o homem europeu
encabeça os Descobrimentos, que revelam povos desconhecidos, ideias e costumes
diferentes, novas possibilidades. É de Portugal, um dos países protagonistas
dessas viagens intercontinentais, que vem a personagem central da obra — o navegador
Rafael Hitlodeu, que dá a conhecer a ilha da Utopia. A obra, classifica Pina
Martins, é um texto “do humanismo renascentista”.
Redigida
em latim, a Utopia, escreveu José de Pina Martins no estudo introdutório à
edição da obra de More da Fundação Calouste Gulbenkian (2006), é “um escrito
fundamental do humanismo”
Mas a obra é, também, reflexo de um
contexto de acentuadas desigualdades sociais, em que direitos e liberdades
estavam longe de ser uma garantia. E assim, Utopia — que é
“obviamente uma obra de ficção, mas com um grande contributo para o pensamento
filosófico”, diz Fátima Vieira — desenvolve-se em dois livros: o primeiro traça
um olhar crítico sobre a época e o segundo dá a conhecer a ilha visitada por
Rafael Hitlodeu.
A modernidade da obra
A Utopia é uma obra marcada pela realidade, mas também pela ficção. O primeiro livro trata da realidade – More faz um retrato crítico da Inglaterra (e da Europa) do ponto de vista social, político, económico e religioso. “É um olhar de alguém que sofre com aquele que sofre, um olhar sobre aquele que tem de roubar porque tem fome. More critica as estruturas do Estado exactamente porque acabam por promover o roubo e, em vez de castigar, deviam de facto reorganizar a própria sociedade de maneira a evitar que houvesse pobres e fome”, elucida Manuel Frias Martins. Para o académico, More é, assim, “um dos grandes humanistas que anunciam a modernidade”.
O livro II é integralmente dedicado à
ilha da Utopia, à sua organização e aos seus princípios. É, segundo Fátima
Vieira, “perfeita ficção”, denunciada pelo próprio navegador que, tal como a
ilha, é imaginário. Outros indícios, como os nomes e a sua etimologia,
contribuem para essa mesma ideia: a ilha – Utopia, neologismo criado por More que
significa “não-lugar” –, a capital – Amauroto, “cidade sem habitantes” –, o rio
– Anidro, “rio sem água” –, e o príncipe – Adamos, “chefe sem povo”.
“Todo este jogo é agravado pelo facto de
o próprio nome do viajante utópico, Rafael Hitlodeu, conter também uma
contradição: se, por um lado, Rafael nos lembra o arcanjo Rafael, portador da
‘cura divina’, por outro lado a etimologia grega de ‘Hitlodeu’ aponta para o
facto de ele ser um ‘perito em bagatelas’”, diz Fátima Vieira. Em Utopia,
esclarece, há constantes contradições. Mas como interpretá-las? “Todas estas
contradições remetem a ilha da Utopia para o plano das ideias, para o plano
meramente teórico, e era isso que More pretendia”, explica Fátima Vieira, que
preside a Utopian Studies Society/Europe, uma associação interdisciplinar
dedicada a estudos sobre o pensamento utópico e que está a preparar
várias iniciativas para assinalar os 500 anos da obra de More.
É justamente no livro II que a inovação
de More é visível – e acentua-se quando nos apercebemos de que vários
princípios da sociedade utopiana, a que continuamos a ambicionar hoje, não são
ainda uma realidade em muitos pontos do globo.
A sociedade utopiana é “uma democracia,
visto que são os cidadãos que elegem os seus representantes”, diz Paulo
Tunhas, professor de filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
“Mas é uma democracia que tem componentes totalitárias. É, indiscutivelmente,
um sistema fechado”, como evidenciam alguns princípios: “não se pode, por
exemplo, sair de uma zona do território para outra sem autorização”. Numa época
de monarquias, a ilha da Utopia tem um sistema político baseado na vontade do
povo. “É uma nova forma de fazer política, em que todos os cidadãos podem
participar”, explica Mónica Dias, professora do Instituto de Estudos Políticos
da Universidade Católica Portuguesa. Para que isso seja possível, More
“apresenta o ideal educativo – o acesso de todos à educação é uma das facetas
mais importantes da ilha”.
A obra de More tem, além disso, um
importante papel na área do Direito. “Há uma ideia de Estado de Direito marcada
– as pessoas não são condenadas pela arbitrariedade e pela vontade de um
príncipe, há leis conhecidas e respeitadas por todos”, nota Mónica Dias.
O autor inglês não esquece, também, a
religião e dedica-lhe um capítulo. Na ilha da Utopia há liberdade religiosa
(ainda que existam algumas crenças obrigatórias, como a imortalidade da alma) –
“isto é a aceitação da diferença, é a modernidade”, advoga Frias Martins.
Mas para o professor da Faculdade de
Letras da Universidade de Lisboa, a modernidade de Thomas More relaciona-se
principalmente com a ideia de “identificar a propriedade privada como o cerne
das desigualdades sociais”, diz. É por isso que o autor cria na sua Utopia uma
sociedade em que a propriedade privada não existe. “O iluminismo do século XIX
vai beber à Utopia muitos dos seus ideais e sobretudo o modo como
vai ler os males sociais. Vai propor correcções dos males sociais em termos de
reorganização política da sociedade.”
Costumo dizer que se alguma vez uma utopia se realizar, realiza-se sempre
como tragédia. Porque a utopia não é realizável, por isso é que é uma utopia
Manuel Frias Martins, professor de Cultura Renascentista da Faculdade de
Letras da Universidade de Lisboa
Como Fátima Vieira observa, durante
muito tempo pensou-se que More propôs a abolição da propriedade privada, “e por
isso foi muitas vezes descrito como um protocomunista”, mas
a académica defende que não se pode olhar para Rafael Hitlodeu como
um porta-voz de More. “Essa ideia da ausência de propriedade privada de que
Rafael Hitlodeu fala ao descrever a ilha da Utopia, não é necessariamente uma
proposta defendida por Thomas More”, diz. “A ideia de olhar para o livro e
associar-se ao pensamento comunista é típica do século XIX e do século XX, mas
é errada porque se está a confundir a ideia de utopia – a ideia de pensar uma
alternativa – com as idealizações dessa utopia.”
Mónica Dias defende que não é possível
ver um paralelismo directo entre o princípio de abolição da propriedade privada
expresso em Utopia e o princípio teorizado no socialismo que
surge apenas no século XIX, num contexto filosófico, económico e social muito
diferente. “Os socialistas não vão, aliás, buscar essa ideia a More, vão sim a
Platão, em A República, e a outros filósofos”, advoga.
A docente do Instituto de Estudos
Políticos da Universidade Católica Portuguesa rejeita comparações entre o
socialismo científico enunciado por Karl Marx e Friedrich Engels no século XIX
e o texto de Thomas More. “O socialismo científico do século XIX, de Karl Marx
e Friedrich Engels, aponta para uma sociedade perfeita num fim da História –
onde a utopia já não seria necessária — e por isso apela a algo mais drástico,
uma revolução – uma alteração total do sistema social —, que não é o que More
queria”, afirma Mónica Dias.
“Podemos dizer é que, da mesma maneira
que Thomas More olhou para a sua sociedade, viu que havia desigualdades e
escreveu Utopia apresentando uma forte crítica social e
mostrando que havia um caminho alternativo, os reformistas sociais do século
XIX olharam para a sua sociedade e propuseram reformas sociais”. Foi o caso de
Robert Owen, reformista britânico considerado um dos rostos do socialismo utópico
e que, entre outras medidas, propôs melhorias para as condições de trabalho.
“Thomas More nunca foi um revolucionário [como Marx e Engels], foi um
reformista. Não escreveu um manifesto [como Marx e Engels], mas uma obra
literária.”
More destina ainda um capítulo à guerra,
considerada pelos utopianos como “bestial”. Homens e mulheres estão preparados
para combater, caso seja necessário, mas na ilha da Utopia a guerra é sempre
encarada como uma medida de último recurso. “Esta ideia de paz, por oposição à
guerra, é uma ideia que começa no final da Idade Média e avança no
Renascimento. O Humanismo é-lhe muito sensível. O século XVI é o século das
guerras religiosas, e portanto a questão da paz acaba por ser um elemento
central de quem se interessa por pensar o seu tempo. A questão da guerra é, de
facto, a questão da paz, ou seja, a valorização da paz e a crença de que a
guerra é um desiderato anti-humano, anti-social e anti-bem comum”, explica o
professor de Cultura Renascentista da Faculdade de Letras da Universidade de
Lisboa.
As convicções religiosas de More viriam
a ser, aliás, o motivo da sua morte. Em 1531, o rei inglês Henrique VIII, que
queria casar com Ana Bolena, proclama-se Chefe Supremo da Igreja, depois de o
Papa Clemente VII lhe negar o divórcio de Catarina de Aragão. More, que não
reconhece Henrique VIII como chefe da Igreja e se opõe ao divórcio, é condenado
à morte por traição. É decapitado em 1535 e a sua cabeça exposta na Torre de
Londres.
As utopias para além da Utopia
Apesar de não ser o primeiro texto sobre um ideal utópico, Utopia — uma palavra criada por More — viria a inaugurar uma tradição de obras que foram, depois, publicadas à luz de uma génese comum: a proposta de projectos alternativos para a sociedade. Para se proteger, Thomas More escreveu de maneira a que fosse sempre “Rafael Hitlodeu a fazer a apologia dessa ordem alternativa” e não o autor propriamente dito, diz Fátima Vieira, que explica que “o género literário utópico, em virtude desta estratégia narrativa, permite a crítica e a passagem de uma mensagem subversiva, tendo por isso conhecido grande pujança, ao longo destes cinco séculos, em tempos de opressão”.
À obra de Thomas More seguiram-se outras
utopias renascentistas e, já no século XVII, em 1624, Nova
Atlântida, do britânico Francis Bacon aparece como a primeira utopia
científica, em que “a base do progresso da sociedade é assegurada por avanços
científicos”, afirma a professora da Faculdade de Letras da Universidade do
Porto. Hoje, Nova Atlântida é “considerada fundadora de um género literário
muito próximo do utópico: a ficção científica”.
No século XVIII, a presidente do ramo
europeu da Utopian Studies Society destaca As Viagens de Gulliver do
irlandês Jonathan Swift, publicada em 1726. “São paradigmáticas de uma atitude
cínica em relação à ideia de possibilidade de aperfeiçoamento do ser humano e
dos modos de organização em sociedade – é um bom exemplo de uma utopia
satírica”. Mas nesse século houve também “um movimento mais positivo, informado
pela visão iluminista do ser humano, e que se estende pelo século XIX. No
século XVIII encontramos um conjunto de utopias que, na lógica do pensamento
iluminista, nos falam de um futuro de felicidade. São, nessa medida,
‘eucronias’. Memoirs of Planetes (1795), de Thomas
Northmore, é um bom exemplo de uma utopia que vê o futuro como forçosamente
melhor do que o presente”.
As utopias do século XIX apostam na
educação — “confiava-se que a sociedade melhor surgiria como reflexo de um
indivíduo melhor”, esclarece Fátima Vieira. É neste século que, no contexto da
Revolução Industrial e da “agudização do conflito de classe”, surgem as utopias
marxistas. Entre elas, a professora destaca Notícias de Lugar
Nenhum (1890), do britânico William Morris, em que “a revolução,
abolindo todas as formas de propriedade privada, liberta o indivíduo para uma
forma de vida mais solidária”, elucida.
Erasmo FRANCIS
G. MAYER/CORBIS
UTOPIA e DISTOPIA
A partir da ideia de utopia surgiram
variantes, como a distopia. O século XX ficou precisamente marcado por
distopias, entre as quais se destacam várias obras dos britânicos H. G. Wells,
Aldous Huxley e George Orwell e do russo Yevgeny Zamyatin. Nas décadas de 60 e
70 houve, porém, “um revivalismo utópico de feição feminista e ecologista”,
nota Fátima Vieira. Foi nessa conjuntura que surgiram obras como Ecotopia (1975)
de Ernest Callenbach ou Woman on the Edge of Time (1976) de
Marge Piercy.
A especialista em estudos sobre utopia
esclarece, no entanto, que as distopias não são necessariamente pessimistas,
uma vez que não são antónimas das utopias. “A percepção que temos da distopia
mudará se a entendermos como um aviso – a ideia de que aquele é um caminho que
não devemos seguir – que ainda vamos a tempo de ouvir.”
Fátima Vieira nota que, nos últimos
anos, várias obras têm apontado “para uma redefinição da utopia literária”,
entre as quais Utopia III (2006) do português José de Pina
Martins, Inglaterra, uma Fábula (1999) do argentino Leopoldo
Brizuela ou A Ilha da Mão Esquerda (1995) do francês Alexandre
Jardin. “Estas obras são meta-utópicas, isto é, são exercícios de reflexão
sobre o pensamento utópico, e buscam revalidar a utopia como estratégia para a
construção do futuro. Cada uma das obras revisita uma obra utópica e
actualiza-a para os nossos dias. O que sai valorizado dessas obras é a utopia
enquanto estratégia, considerada válida hoje, como ontem, para a imaginação de
formas de organização alternativa da sociedade.”
O lugar das utopias
Hoje, importa perceber qual é o lugar e o sentido de Utopia e das utopias em geral. Manuel Frias Martins acredita que as utopias existem “para serem perseguidas” e que devem ser concretizadas “em alguns dos seus ideais”, mas alerta para os seus perigos: “Costumo dizer que se alguma vez uma utopia se realizar, realiza-se sempre como tragédia. Porque a utopia não é realizável, por isso é que é uma utopia. Implementar uma utopia como objectivo final significa eliminar diferenças dentro da própria utopia e eliminar diferenças só se faz através da repressão da diferença. Que, neste contexto, é exactamente o contrário da utopia. Se isso acontecer, estamos perante tragédias que envolvem a morte de milhões de pessoas”.
Paulo Tunhas acredita que “a associação
entre utopias e sistemas totalitários desfez o impulso utópico” e defende que a
palavra “utopia” é, hoje, “utilizada num sentido muito vago”. “Hoje em dia
reivindica-se a utopia, o direito à utopia, como se a utopia fosse uma coisa
fácil, digamos assim”, acrescenta.
Fátima Vieira considera que já passou o
tempo “dos grandes planos para a transformação do mundo, como os que foram
oferecidos no século XIX”. Ainda assim, “o desejo de mudança continua”, diz. A
especialista em estudos sobre a utopia destaca as leituras do
sociólogo francês Michel Maffesoli, que defende que existem hoje utopias
intersticiais: “As utopias não existem como grandes planos, mas existem como
pequenos planos, em micro-utopias que vão sendo realizadas. Quase não se dá por
elas, mas vão efectivamente contribuindo para alterar o mundo.” Fala ainda do
filósofo francês Gilles Lipovetsky que acredita, por sua vez, que nos
nossos dias são comuns as “utopias individuais, decorrentes da consciência de
que a transformação colectiva poderá decorrer da acção de indivíduos comuns,
formando redes”.
Quanto ao sentido da utopia, a especialista não tem dúvidas: “a utopia é
hoje vista como uma estratégia de pensamento prospectivo e holístico. Na
verdade, o raciocínio utópico parte do entendimento de que as sociedades
funcionam como sistemas e que, por isso, cada vez que for alterado um dos
aspectos desse sistema (por exemplo, o económico), todos os outros aspectos
serão afectados.” Fátima Vieira remete para um vídeo
publicado no YouTube, no qual o escritor uruguaio Eduardo Galeano
descreve “a forma exemplar como o realizador de cinema argentino Fernando Birri
terá explicado para que serve a utopia: a utopia é algo que colocamos no nosso
horizonte, damos dez passos e ela afasta-se dez passos, damos mais dez passos e
ela afasta-se outros dez. Mas é para isso mesmo que ela serve - para nos fazer
caminhar”.
Editado por Isabel Salema
In Publico, BEATRIZ DIAS COELHO
02/01/2016 -
08:49
Lola
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