segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Definição tradicional de conhecimento



Definição tradicional de conhecimento


Em todo o conhecimento proposicional verifica-se uma relação entre um sujeito e um objeto.

Esta relação é considerada uma crençaA crença é uma atitude de adesão a uma determinada proposição, tomando-a como verdadeira.
Saber é acreditar naquilo que se sabe. O conhecimento parte de uma convicção do sujeito relativamente ao objeto. A crença é uma condição necessária do conhecimento. As crenças podem ser verdadeiras ou falsas. 

Nota: Quando se fala aqui em crença temos de distinguir a crença epistemológica, relativa ao conhecimento e racional, e a crença religiosa baseada na fé. 

conhecimento de verdades tem um contrário, que é o erro. Podemos crer no falso, como no verdadeiro. Sobre muitos assuntos há opiniões diversas e incompatíveis; algumas das crenças devem ser erróneas. As crenças erróneas são sustentadas frequentes vezes com tanta energia como as verdadeiras, torna-se um problema bem difícil o de como distingui-las das verdadeiras.

 Há três pontos a observar na busca da natureza da verdade:

- admitir um teoria contrária; a teoria da verdade deve ser tal que admita o seu contrário, a falsidade.

- ser uma crença; o verdadeiro e o falso são propriedades das crenças e das proposições.

- ser justificável por algo exterior à própria crença; o verdadeiro e o falso de qualquer crença dependem de algo exterior à crença.

A concepção tradicional de conhecimento, exposta no Teeteto de Platão, é também conhecida por definição tripartida do conhecimento porque apresenta três condições para que exista conhecimento.

Quais são essas condições?

Para um conhecimento ser verdadeiro tem de ser uma crença verdadeira e justificada com base em algo exterior à crença.

Porquê?

Uma crença falsa não corresponde a qualquer conhecimento, ainda que aquela que a possui julgue deter o conhecimento.

Ninguém possui o conhecimento se não justificar cabalmente a sua crença
Daí a justificação ser, também,  uma condição necessária do conhecimento. 

Segundo Sócrates temos de comprovar se o conhecimento é uma crença verdadeira e para isso dão o exemplo de uma profissão que não é, de modo algum uma ciência. Os advogados e os oradores dispõem de uma opinião verdadeira que transmitem aos juízes de modo a que estes decidam qual a sentença a aplicar. Aqui não se faz ciência, como tal a definição tem de ser reformulada. Assim, o conhecimento é uma opinião verdadeira, fundamentada, justificada: tem de ser provida de razão, ou seja, de um raciocínio que justifique a opinião.

A crença verdadeira justificada – isto é, acompanhada de razão – equivale ao conhecimento, ao passo que a crença que não é justificada – ou seja, que é desprovida de razão – se encontra excluída do conhecimento.

Todas as três condições – crença, verdade e justificação – são necessárias para que haja conhecimento. 

Consideradas isoladamente, nenhuma delas é suficiente. Conjuntamente todas elas são necessárias pois para que possamos conhecer estas três condições têm de estar presentes em simultâneo.




Lola


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