segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Teorias dos valores

Teorias dos valores


Nem o objectivismo nem o subjectivismo conseguem explicar satisfatoriamente a maneira de ser dos valores. Estes não se reduzem às vivências do sujeito que avalia, nem existem em si como um mundo de objectos independentes cujo valor se determina exclusivamente pelas suas propriedades naturais objectivas. 

Os valores existem, para um sujeito, não no sentido de um mero indivíduo, mas de ser social; exigem também um suporte material, sensível (seja um objecto, uma acção, um costume ou uma instituição) sem o qual não têm sentido.


É o Homem - como ser histórico e social e com a sua actividade prática - que cria os valores e os bens nos quais eles se encarnam, independentemente dos quais só existem como projectos ou objectos ideais. Os valores são, pois, criações humanas, e só existem e se realizam no Homem e pelo Homem.

As coisas não criadas pelo Homem (os seres da natureza) só adquirem um valor, entrando numa relação especial com ele, integrando-se no seu mundo como coisas humanas ou humanizadas. Ás suas propriedades naturais, objectivas, só se tornam valiosas quando servem para fins ou necessidades dos homens e quando adquirem, portanto, o modo de ser peculiar de um objecto natural humano.

Os valores, então, possuem uma objectividade especial que se distingue da objectividade meramente natural ou física dos objectos que existem ou podem existir independentemente do Homem, com anterioridade à - ou à margem da - sociedade. É uma objectividade especial - humana, social -, que não se pode reduzir ao acto psíquico de um sujeito individual nem tão pouco às propriedades naturais de um objecto real. Trata-se de uma objectividade que transcende o limite de um indivíduo ou de um grupo social determinado, mas que não ultrapassa o âmbito do Homem como ser histórico - social. Existem, assim, objectivamente, isto é, com uma objectividade histórico - social. Os valores, por conseguinte, existem unicamente num mundo social, isto é, pelo Homem e para o Homem.

Adotfo Sanches Vázques, Ética, 
Ed. Civilização Brasileira


1. Explique porque motivo, segundo o autor, nem o objectivismo nem o subjectivismo conseguem explicar de um modo satisfatório o ser dos valores.


2. Qual é na sua opinião, a importância que desempenham os valores na orientação da vida humana.

3. Será possível uma ideia universal de valores? Justifique






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                                                Lola

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