Violência imparável
"Porque ela está ali". À mão de semear...
:(. E o empate de ontem na Luz permite-me que conte história acerca do contexto cultural sem ferir susceptibilidades: muitas vezes ouvi mulheres dizerem " não gosta de mim, já nem sequer me bate quando o Porto perde!". A agressão física como prova de que, pelo menos!, não se tornara ainda invisível na relação
:(. E também aqui a violência é "democrática", colegas meus contavam as mesmas histórias sobre outras regiões e outros clubes. O erro do árbitro, avançado ou guarda-redes era pago pela mulher. "Porque ela estava ali", como escreve António Barreto. Sempre ali estiveram, as mulheres. E as (lentas) mudanças a que fomos assistindo saíram-lhes, amiúde, literalmente dos corpos. Contra cavalos e bastões, na prisão, em suicídios para chamar a atenção do mundo. Nada lhes caiu no regaço, foi conquistado. Ombro a ombro com uma minoria de homens que recusaram uma superioridade "tradicional", justificada pelo Plano de Deus ou os "factos" da Natureza. Mas a vergonha continua escandalosamente viva. E o facto de também existir violência exercida sobre homens não a apaga, "apenas" a agrava...
in dn
Julio Machado Vaz


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