sábado, 28 de abril de 2018

David Hume


David Hume
              Causalidade e 
                conexão  necessária

Considera Hume que a ordem e a causalidade das nossas ideias assentam em princípios que permitem uni-las e associa-las. Assim sendo, os princípios de associação de ideias são:
- A semelhança: quando um rosto desenhado nos remete para o rosto original, por exemplo;
- A contiguidade no tempo e no espaço: a lembrança de um comboio faz pensar na estação, nos passageiros, etc.
- A causalidade (causa e efeito): por exemplo, a água fria posta ao lume (causa) faz pensar na fervura (efeito) que se seguirá.

Ora, considera Hume ser justamente na relação causa e efeito que se baseiam os nossos raciocíniosacerca dos factos. Os nossos conhecimentos de factos restringe-se às impressões actuais e às recordações de impressões passadas. Uma vez que não dispomos de impressões relativasao que acontecerá no futuro, também não possuímos o conhecimento dos factos futuros.
Mesmo assim, há muitos factos que esperamos que se verifiquem no futuro. Esperamos que um papel se queime se o atirarmos ao fogo, ou que a roupa se molhe se cair na água.
Estas certezas do que acontecerá têm por base uma inferência causal. 
Só a partir da experiência é que se pode conhecer a relação entre causa e efeito. 
É um conhecimento a posteriori e não a priori . A única coisa que se percepciona é que entre dois fenómenos, no passado, se verificou uma sucessão constante (um deles ocorreu sempre a seguir ao outro). Isso não nos pode levar a concluir que entre os factos haja uma conexão necessária.
O nosso conhecimento acerca dos factos futuros não é um rigoroso conhecimento. Trata-se apenas de uma crença, no sentido da suposição e da probabilidade. Tal não significa que não tenhamos a carteza que o fogo queimará ou a água molhará.
Contudo, esta certeza tem apenas um fundamento psicológico: o hábito ou costume. É o hábito de ver um facto suceder ao outro que nos leva à crença de que sempre assim sucederá.
Ora, o hábito é um guia imprescindível da vida prática, mas não constitui um princípio
racional.




                                          Lola

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