Thomas Kuhn
Quem é?
Nasceu
a 18 de Julho em Cincinnati - Ohio (Estados Unidos)
Professor de Filosofia e História da Ciência em Harvard, Berkeley e Boston (Especialização
em Física)
Thomas Kuhn, tal como Karl Popper, é um epistemólogo contemporâneo interessado em
explicar as lógicas de desenvolvimento do conhecimento científico. Apresenta,
no entanto, uma perspectiva que não sendo em todos os aspectos oposta à de
Popper, é diferente no que toca à linguagem utilizada (aparelho conceptual) e,
fundamentalmente, no que respeita à sua visão descontinuísta da história e
evolução da ciência.
O progresso cientifico: ruptura ou continuidade?
Karl Popper mudou por completo a noção que se tinha sobre o progresso
científico. Anteriormente, pensava-se que a ciência progredia de forma
contínua, por melhoramentos consecutivos, que iam sendo adicionados por
sucessivos cientistas.
Na sua célebre obra A Estrutura das Revoluções
Científicas (1962) defendeu que os grandes progressos da ciência não resultam
de mecanismos de continuidade, mas sim de mecanismos de ruptura. Uma ciência
que evolui de forma contínua atravessa uma etapa do seu desenvolvimento
designada, nesta teoria, por Ciência Normal. Durante esse período, o mundo ao
qual essa ciência se aplica é visto por todos os seus praticantes segundo uma
mesma perspectiva. Todos vêm o mundo da mesma maneira. A certa altura, alguns
dos praticantes dessa ciência começam a descobrir contradições internas e
chegam à conclusão que a forma de ver o mundo em que essa ciência se baseia não
é adequada. Começam a descobrir que o mundo devia ser olhado de outra maneira.
Ciência e Paradigma
Professor de Filosofia e História da Ciência em Harvard, Berkeley e Boston (Especialização em Física)
Thomas Kuhn, tal como Karl Popper, é um epistemólogo contemporâneo interessado em explicar as lógicas de desenvolvimento do conhecimento científico. Apresenta, no entanto, uma perspectiva que não sendo em todos os aspectos oposta à de Popper, é diferente no que toca à linguagem utilizada (aparelho conceptual) e, fundamentalmente, no que respeita à sua visão descontinuísta da história e evolução da ciência.
Às diversas formas de ver o mundo segundo determinados Modelos Teóricos vigentes, Kuhn chamou paradigmas. Quando alguém descobre um paradigma distinto, sobre o qual é possível basear o desenvolvimento duma ciência, diz-se que a ciência é, durante esse período, uma Ciência Revolucionária.
Segundo Kuhn, uma ciência evolui por etapas que ora são de evolução normal, ora
de ruptura revolucionária, sendo as
rupturas revolucionárias que mais contribuem para o progresso dessa ciência.
“Na Astronomia, por exemplo, durante muitos anos acreditou-se no
paradigma geocêntrico, segundo o qual o Sol rodaria à volta da Terra. Todos os
cálculos matemáticos da altura, realizados sobre os movimentos dos planetas,
confirmavam que o paradigma geocêntrico era o correcto. A certa altura, no
entanto, alguns astrónomos e físicos começaram a conjecturar que as
irregularidades que detectavam em alguns dos cálculos só poderiam ser
explicadas se a Terra rodasse em torno do Sol, e não ao contrário. Durante
muitos anos, as suas convicções provocaram fenómenos de perseguição e rejeição
social, acusações de heresia e, em alguns casos mais extremos, a perda da
própria vida, imolada nas fogueiras da Inquisição; mas, a partir de certa
altura, os cálculos começaram a confirmar que, de facto, a razão estava do lado
deles e o paradigma heliocêntrico impôs-se.”
É
curioso observar que Pedro Nunes, o nosso maior matemático e um dos grandes
matemáticos do mundo, na sua época, não aceitava o paradigma heliocêntrico,
contrariando, assim, um número já significativo de contemporâneos seus. A razão
que hoje se avança para explicar essa estranha posição é que na época os
cálculos de previsão do movimento dos planetas se apresentavam muito mais
rigorosos quando se recorria ao modelo geocêntrico, enquanto que o modelo
heliocêntrico conduzia a anomalias de cálculo que ninguém, na altura, sabia
explicar.
Ciência Normal e Ciência Extraordinária
Para Kuhn a ciência é naturalmente conservadora, reproduzindo a atitude natural
do homem à qual não se furta, também, a própria comunidade científica: é muito
mais seguro e cómodo conservar os modelos explicativos (Paradigmas) do que
submetê-los a sucessivos exames e transformações. A comunidade científica
procura naturalmente conservar os paradigmas vigentes, resistindo o mais
possível às mudanças impostas pelas novas conjecturas, procurando resguardar as
“verdades” já constituídas de qualquer crise iminente. Este espírito dogmático
(resistente à mudança) ocorre na fase designada por “ ciência normal”. Nesta
fase, toda a comunidade científica trabalha no sentido de consolidar /
conservar as explicações consensualmente em vigor, resistindo a toda a inovação
e aos conflitos de posições que possam pôr em risco a estabilidade dos modelos
científicos.
Porém, quanto maior é a obstinação da comunidade científica em defender um
modelo ou uma teoria ultrapassada, mais se manifesta a necessidade de a
substituir: quanto maior é a resistência em reconhecer a eficácia explicativa
dos novos modelos, mais acelerada é a crise que procuraram evitar e maior é a
ruptura entre os modelos caducos e os novos modelos (novos paradigmas). Esta é
a dinâmica que corresponde à REVOLUÇÃO na CIÊNCIA, da qual resultará uma fase
de Ciência Extraordinária – fase que já encerra o novo paradigma que passará, à
semelhança do paradigma anterior, por um período mais ou menos longo de
desenvolvimento e consolidação (Ciência Normal), até se verificar a
emergência/necessidade de uma nova Crise.
Conclusão
Lola
Para Kuhn a ciência é naturalmente conservadora, reproduzindo a atitude natural do homem à qual não se furta, também, a própria comunidade científica: é muito mais seguro e cómodo conservar os modelos explicativos (Paradigmas) do que submetê-los a sucessivos exames e transformações. A comunidade científica procura naturalmente conservar os paradigmas vigentes, resistindo o mais possível às mudanças impostas pelas novas conjecturas, procurando resguardar as “verdades” já constituídas de qualquer crise iminente. Este espírito dogmático (resistente à mudança) ocorre na fase designada por “ ciência normal”. Nesta fase, toda a comunidade científica trabalha no sentido de consolidar / conservar as explicações consensualmente em vigor, resistindo a toda a inovação e aos conflitos de posições que possam pôr em risco a estabilidade dos modelos científicos.
Porém, quanto maior é a obstinação da comunidade científica em defender um modelo ou uma teoria ultrapassada, mais se manifesta a necessidade de a substituir: quanto maior é a resistência em reconhecer a eficácia explicativa dos novos modelos, mais acelerada é a crise que procuraram evitar e maior é a ruptura entre os modelos caducos e os novos modelos (novos paradigmas). Esta é a dinâmica que corresponde à REVOLUÇÃO na CIÊNCIA, da qual resultará uma fase de Ciência Extraordinária – fase que já encerra o novo paradigma que passará, à semelhança do paradigma anterior, por um período mais ou menos longo de desenvolvimento e consolidação (Ciência Normal), até se verificar a emergência/necessidade de uma nova Crise.
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