Juízo de facto e Juízo de valor

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4. Juízo de facto e Juízo de valor
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7. Juizo  
   
   
   Fazer um juízo significa geralmente que alguém formou ou deu uma opinião. Esta opinião é comunicada oralmente ou por escrito através de uma frase declarativa, que exprime o juízo formulado. Se a frase pôde expressar a opinião ou juízo de alguém é porque há um significado associado à frase.
   
   
   Juízos de facto e Juízos de valor.
   
   
   Em geral, distinguimos dois tipos de juízos: Juízos de facto e Juízos de valor. Um exemplo do primeiro tipo seria: Galileu é italiano; um exemplo do segundo tipo seria: Galileu é o maior pensador da ciência Moderna. 
   
   
   Mas o que são valores?
   
   
   Os valores morais orientam as nossas ações quando está em causa o bem e o mal, o certo e o errado. A amizade, o respeito pelos outros, a honestidade e a generosidade são exemplos de valores éticos (morais). Os valores estéticos e os valores religiosos são também importantes na vida de muitas pessoas, basta pensarmos no papel central que a arte e a religião têm nas sociedades humanas. Como exemplos de valores estéticos, que orientam a criação artística na música, na pintura, etc., encontramos a beleza e a harmonia. A fé e o sagrado são exemplos de valores religiosos, decisivos na vida de muitas pessoas. 
   
   
   O que permitem os valores?
   
   
   Os valores intervêm e influenciam as nossas decisões nos mais variados campos.
   São eles que nos fazem preferir certas ações e excluir outras. (Se valorizamos o respeito pelos outros, há ações que não praticamos – por exemplo, ferir intencionalmente os seus sentimentos.) 
    Os Valores – morais, estéticos e religiosos – são critérios de ação. Refletem aquilo a que damos importância e orientam o nosso comportamento.
   
   
   Juízos de facto e Juízos de valor.
   
   
   Em geral, distinguimos dois tipos de juízos: Juízos de facto e Juízos de valor. Um exemplo do primeiro tipo seria: o sol é uma estrela; um exemplo do segundo tipo seria: o aborto – em certas circunstâncias – é moralmente permissível. 
   
   
   Como se caracterizam os juízos de facto e os juízos de valor?
   
   
   Os juízos de facto são descritivos: informam-nos sobre o que se passa na realidade – dizem-nos, em suma, de que modo as coisas são. “Há mais chineses que portugueses” “A atmosfera terrestre contém oxigénio”
   Juízos de fato têm valor de verdade: são verdadeiros ou falsos. São objetivos: a realidade que descrevem, quer nos agrade quer não, é como é. Não depende do que possamos pensar ou sentir, dos nossos desejos ou aversões. 
   O filme que vi ontem na televisão, por exemplo, tem uma duração de 93 minutos: eis algo de objectivo, que em nada depende de mim (como existirem nove planetas no sistema solar também não depende de mim: mesmo que eu pensasse ou desejasse o contrário, a realidade não deixaria de ser a que é).
   Os juízos de fato serem objetivos tem uma consequência importante: podemos estar errados quando os formulamos. Se alguém pensar que a Terra ocupa o centro do universo, o seu juízo está objetivamente errado. O mesmo seria se todos pensássemos dessa maneira. Não é por todos estarmos de acordo sobre um certo assunto que nos faz estar na verdade. 
   Os juízos de fato são descritivos, têm valor de verdade (exprimem proposições) e são objetivos.
   
   
   "A tourada é um espetáculo degradante - é um juízo de valor.
   Parece claro que este juízo exprime uma atitude desfavorável em relação à tourada: alguém que acredite nele sinceramente não está apenas a dizer-nos como as coisas se passam na realidade; não está apenas a descrevê-las. Está a dizer-nos como as coisas deviam ser, isto é, está a avaliá-las.
   Dizer que a tourada é degradante significa fazer uma avaliação negativa deste espetáculo. Fazer uma avaliação negativa implica uma atitude de reprovação: estamos a dizer que a tourada não deveria existir. Não nos limitamos, portanto, a descrever um fato; estamos a propor a adoção de uma norma de comportamento – neste caso, a ser aplicada pelos responsáveis políticos. 
   
   
   Porque se poderá afirmar que os juízos de valor são normativos?
   
   
   As normas servem para indicar a maneira como devemos agir. É devido a esta característica que os juízos de valor são normativos. Esta análise permite-nos concluir que os juízos de fato são descritivos e os juízos de valor têm uma função normativa. Os juízos de fato tratam daquilo que as coisas são, os juízos de valor tratam daquilo que as coisas devem ser. 
   
   
   Como relacionar a verdade e os juízos de facto e os juízos de valor?
   
   
    “Platão escreveu a República” é verdadeiro porque descreve corretamente a realidade; por outro lado, o juízo “Platão é um filósofo francês” é falso porque descreve incorretamente a realidade. Para um juízo ter valor de verdade é, portanto, necessário ser descritivo.
   Os juízos de valor são parcialmente normativos, têm valor de verdade mas a sua verdade é subjetiva (pode variar consoante o sujeito que os formula). 
   Os juízos de fato são descritivos, possuem valor de verdade (exprimem proposições), e a sua verdade ou falsidade é objetiva.

Tarefas: 

1. Considere os conceitos:

a)  árvore

b)  átomo

c)  beleza

d)  bondade

e)  clima

f)   desporto

g)  elegância

h)  inutilidade

i)   injustiça

j)   justiça

k)  mesa

l)   trovoada

m) verdade

n)  vermelho

        

Utilize-os como exemplos nos exercícios seguintes (não os repita)

1.Os valores não são coisas nem factos. Indique uma coisa e um valor (que se possa atribuir a essa coisa).

2. Os valores não são propriedades sensíveis (dos objectos). Indique uma propriedade sensível e um valor que se lhe possa aplicar.

3. Os valores são bipolares. Indique um valor positivo e o correspondente valor negativo.

4. Os valores são hierarquizáveis. Escolha três valores e ordene-os hierarquicamente do mais para o menos valioso (nb: a hierarquização é variável de pessoa para pessoa, de época para época, de cultura para cultura).

5. Quando digo “a sacralidade, a venerabilidade, a bênção são exemplos de valores religiosos” estou a classificar ou hierarquizar? (Justifique)

6. E quando digo “Não quero! Dá prazer, mas faz mal à saúde!”?

B. São-lhe dadas 8 afirmações:

a)  Os Passadiços do Paiva situam-se em Arouca.

b)  A minha casa é cor de rosa.

c)  O meu amigo é ternurento

d)  Fredy Mercury é o maior intérprete.

e)  Andar a pé faz bem à saúde.

f)  90% dos portugueses acham que o Cristianismo é a única religião verdadeira

g) Paris é a capital de Portugal

h) Lady Gaga é elegante.

1. Identifique (com JF) as que exprimem juízos de facto e (com JV) as que exprimem juízos de valor

2.  Construa um juízo de facto e outro de valor sobre a mesma coisa/pessoa/facto.

                                             Lola