sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Livre Arbítrio - exercícios



Problema do Livre Arbítrio 

Questões de exame


Leia o texto seguinte.
“Tal como os estudos experimentais mostraram, [...] fazemos o que fazemos por causa do que
aconteceu [...]. Infelizmente, o que aconteceu deixa poucas pistas observáveis, e os motivos
para fazermos o que fazemos [...] ultrapassam, assim, largamente o alcance da autoanálise.
Talvez seja por isso […] que o comportamento tem sido tão frequentemente atribuído a um ato de vontade que o desencadeia, produz ou cria”.
B. F. Skinner, Recent Issues in the Analysis of Behavior,
Columbus, Merrill Publishing Company, 1989, p. 15 (adaptado)

De acordo com o texto,
(A) pensamos ter livre-arbítrio, porque a nossa capacidade de autoanálise é limitada.
(B) podemos inferir que temos livre-arbítrio, ainda que as pistas observáveis sejam poucas.
(C) temos livre-arbítrio, porque o nosso comportamento tem origem num ato criativo da vontade.
(D) os estudos experimentais permitem concluir que o livre-arbítrio molda o nosso comportamento.

2014 1ª fase

Leia o texto seguinte.
“É difícil não pensar que temos livre-arbítrio. Quando estamos a decidir o que fazer, a escolha parece inteiramente nossa. A sensação interior de liberdade é tão poderosa que podemos ser incapazes de abandonar a ideia de livre-arbítrio, por muito fortes que sejam as provas da sua inexistência. E, obviamente, existem bastantes provas de que não há livre-arbítrio. Quanto mais aprendemos sobre as causas do comportamento humano, menos provável parece que escolhamos livremente as nossas ações”.
J. Rachels, Problemas da Filosofia, Lisboa, Gradiva, 2009, p. 182

1. Como explicam os deterministas radicais a «sensação interior de liberdade» referida no texto?
2. Apresente uma objeção ao determinismo radical.

2014 2ª fase

Os deterministas moderados defendem que
(A) nenhuma ação é causada.
(B) todas as ações são causadas e algumas são livres.
(C) nenhuma ação é livre.
(D) todas as ações são livres e algumas não são causadas.

Um libertista concordaria com a afirmação seguinte.
(A) Uma ação pode resultar de escolhas nossas, mas estas resultam de fatores genéticos e ambientais.
(B) O conhecimento das leis da natureza e das circunstâncias relevantes permite prever qualquer ação.
(C) Se uma ação é livre, então é causada apenas pela decisão de quem a pratica.
(D) Se uma ação resulta do livre-arbítrio de alguém, então não existem leis da natureza.

2016 1ª fase

Leia o texto.
“O homem, estando condenado a ser livre, carrega o peso do mundo inteiro nos seus ombros […]. Ele tem de assumir a situação em que se encontra com a consciência orgulhosa de ser o seu autor, pois os piores obstáculos ou as piores ameaças que põem em perigo a sua pessoa apenas adquirem sentido através do seu próprio projeto […]. É, portanto, insensato pensar sequer em lamentar-se, uma vez que nada de exterior a si decidiu aquilo que ele sente, aquilo que ele vive ou aquilo que ele é”.
J.-P. Sartre, L’Être et le Néant, Paris, Gallimard,1943,
p. 612 (adaptado)
Identifique a posição acerca do livre-arbítrio que é apoiada pelo texto.

2016 1ª fase

Considere as afirmações seguintes.
1. Até aos 18 anos, os nossos pais respondem por nós e não somos livres.
2. As nossas escolhas são livres, ainda que estejam submetidas à causalidade natural.
3. As ditaduras caracterizam-se por suprimirem as liberdades fundamentais dos cidadãos.
4. No Universo, tudo está determinado e a liberdade é uma ilusão.
Quais são as afirmações que apresentam respostas ao problema do livre-arbítrio?
(A) 2 e 4.
(B) 1 e 3.
(C) 3 e 4.
(D) 1 e 2.

2015 2ª fase

Poderá a consciência da nossa liberdade ser uma ilusão?
Responda à questão proposta.
Na sua resposta:
– apresente inequivocamente a sua posição;
– argumente a favor da sua posição.

2018 1ª fase

Imagine que um agente poderoso fazia recuar o tempo até um qualquer ponto do passado, para que, a partir daí, mantendo-se as leis da natureza, a história recomeçasse.


Qual das situações seguintes poria em causa o determinismo radical?

(A) As deliberações dos agentes seriam causadas por acontecimentos anteriores.
(B) Em alguns casos, haveria alternativas aos acontecimentos da história.
(C) Teríamos a ilusão de que haveria mais do que um futuro possível.
(D) Ocorreriam acontecimentos que não teríamos sido capazes de prever.


2012 1ª fase

Leia o texto seguinte do filósofo Espinosa acerca do problema do livre-arbítrio.
“Uma pedra recebe de uma causa exterior que a empurra uma certa quantidade de movimento,
pela qual continuará necessariamente a mover-se depois da paragem da impulsão externa. [...]
Imaginai agora, por favor, que a pedra, enquanto está em movimento, sabe e pensa que é
ela que faz todo o esforço possível para continuar em movimento. Esta pedra, seguramente, […]
acreditará ser livre e perseverar no seu movimento pela única razão de o desejar. Assim é esta
liberdade humana que todos os homens se vangloriam de ter e que consiste somente nisto, que os homens são conscientes dos seus desejos e ignorantes das causas que os determinam”.
Spinoza, «Lettre à Schuller», in Oeuvres Complètes,
Paris, Gallimard, 1954
Identifique a tese defendida no texto.
Justifique a resposta, a partir do texto.

2012 Época especial

Leia o texto seguinte.
“Se admitíssemos o determinismo, o nosso vocabulário teria de sofrer modificações drasticamente extremas. […] Podemos admirar ou elogiar um indivíduo porque é belo, ou generoso, ou musicalmente dotado – mas tais coisas não dependem da sua escolha […]. A conduta honrosa ou desonrosa, a busca do prazer e o martírio heróico, a coragem e a cobardia, a mentira e a veracidade, o fazer o que é justo resistindo às tentações, tudo isso passaria a ser como o sermos belos ou feios, altos ou baixos, velhos ou jovens […]. Na realidade, a própria noção de ato implica uma escolha; mas se a escolha for, pelo seu lado, determinada, que diferença poderá haver ainda entre a ação e o simples comportamento?

Isaiah Berlin, O Poder das Ideias, Lisboa,
Relógio D’Água Editores, 2006

Concorda com as consequências do determinismo, apresentadas pelo autor? Justifique a resposta, a partir do texto.


                                            Lola

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