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Descartes: Deus
- Como afasta Descartes a existência do Génio Maligno?
- Descartes mostrou que a razão, só por si, é capaz de produzir conhecimentos verdadeiros, pois ela alcançou uma verdade inquestionável.
- Mas apesar da razão ter chegado ao conhecimento verdadeiro, ainda não está excluída a hipótese do Deus enganador.
- O cogito deu a Descartes o critério para distinguir o verdadeiro do falso;
- Poderá Descartes procurar outras ideias claras e distintas e descobrir outras verdades?
- Mas o que garante que Descartes não se engana quando concebe algo muito clara e distintamente?
- Como o génio maligno poderia fazer conceber clara e distintamente coisas erradas é necessária uma garantia do critério de clareza e distinção.
- Só Deus pode garantir que Descartes não se engana quando pensa clara e distintamente;
- Como sabemos, no terceiro nível da dúvida , Descartes admitiu a existência de um Deus enganador , mas, uma vez provada a existência de Deus essa hipótese é afastada, pois enganar seria uma imperfeição;
- A existência de Deus como ser perfeito , afasta a existência de um génio maligno e garante a verdade das ideias claras e distintas, logo evidentes;
-Deus, sendo perfeito, não pode ser enganador. Enquanto perfeição, Deus é garantia da verdade das nossas ideias claras e distintas (por exemplo: 2+2=4 ou «penso,logo, existo»).
-Se Deus é perfeito e criador do homem e da realidade, então é também o criador das verdades incontestáveis e o fundamento da certeza.
-Segundo Descartes, é Deus que garante a adequação entre o pensamento evidente (verdadeiro) e a realidade, conferindo assim validade ao conhecimento.
-Deus é a perfeição, ou seja, é o bem, a virtude, a eternidade, logo, não poderá ser o autor do mal nem responsável pelos nossos erros.
-Se Deus não existisse e não fosse perfeito, não teríamos a garantia da verdade dos conhecimentos produzidos pela razão, nem teríamos a garantia de que um pensamento claro e distinto corresponde a uma evidência, isto é, a uma verdade incontestável. Se Deus não é enganador, então as nossas evidências racionais são absolutamente verdadeiras.
-Se Deus não existisse, para Descartes, seria «o caos» e nunca poderíamos ter a garantia do funcionamento coerente da nossa razão nem ter noção de como se tornou possível a nossa existência.
Qual o papel de Deus na filosofia cartesiana?
- Deus assume, na filosofia cartesiana, um papel fundamental - Porquê?
- Garante a verdade das ideias inatas e do critério de verdade
- Garante a validade das evidencias e a objectividade do conhecimento
- Deus, que não é enganador, criou tudo que existe
Deus é a garantia da existência do mundo exterior, pois Descartes concebe, de forma clara e distinta, que o mundo físico consiste em extensão e movimento
- Não há, por isso mesmo, razão para duvidar que o mundo existe
- Deus valida o conhecimento humano e garante a adequação entre o pensamento e a realidade
- Deus valida o critério de verdade
- Deus permite chegar à certeza da existência do mundo exterior
- A razão , bem conduzida, e apoiada pela veracidade divina, pode conhecer toda a realidade
- Deus é o fundamento e a garantia de toda a verdade.
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