terça-feira, 28 de junho de 2022

Exame Filosofia 2022




Exame Filosofia 2022

1ª Fase


VERSÃO 1

Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta. Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.





Considere o argumento seguinte.

Se o Pedro tem cabelos pretos, então tem olhos escuros. O Pedro não tem olhos escuros.

Logo, não tem cabelos pretos.

A validade deste argumento depende de

 

(A)      «cabelos pretos» e «se … então».

(B)      «não» e «olhos escuros».

(C)      «se … então» e «não».

(D)      «cabelos pretos» e «olhos escuros».

 

 

2.  A Ana acredita que sempre haverá marés vivas. A crença da Ana poderia ser justificada por um argumento

 

(A)      por analogia se partisse da informação, dada pela sua observação e pela de outros, de que sempre houve marés vivas.

(B)      de autoridade se partisse da informação, dada pela sua observação e pela de outros, de que sempre houve marés vivas.

         (C)  por analogia se, na página eletrónica do Instituto Hidrográfico, tivesse lido que sempre haverá marés vivas.

(D)  de autoridade se, na página eletrónica 

do Instituto Hidrográfico, tivesse lido que sempre haverá marés vivas.

 

 

3.  Dizer que «a biologia é uma ciência, porque sim» é usar um argumento

 

            (A)      falacioso, além de inválido.           (B) falacioso, embora válido.

(C)  não falacioso, além de válido.      (D) não falacioso, embora inválido.

 

 

4.  No texto seguinte de Hume, foi deixado um espaço em branco.

 

Os animais […] familiarizam-se com as propriedades mais óbvias dos objetos externos e, gradualmente, a partir do seu nascimento, acumulam conhecimento acerca da natureza do fogo, da água, da terra, das pedras, das alturas e profundidades, etc., e dos efeitos que resultam da sua operação. […] Um velho galgo deixará aos mais jovens a parte mais fatigante da caçada e colocar-se-á de maneira a enfrentar a lebre nas suas voltas rápidas; as conjeturas que ele faz nesta ocasião não se fundam senão     ______________.

D. Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, Edições 70, 1985, p. 102. (Texto adaptado)

 

Selecione a opção que, tendo em consideração a teoria do conhecimento de Hume, permite completar adequadamente o texto.

 

(A)      no seu conhecimento das causas

(B)      na sua observação e experiência

(C)      nas questões de facto e nas relações de ideias

(D)      no princípio da uniformidade da natureza



5. A Luisa fez a seguinte declaração: «se o candidato do meu partido não convidar o Luís para a sua lista, eu não votarei nele».

Que acontecimentos mostrariam que a declaração da Rita era, afinal, falsa?

 

(A)      O candidato do partido da Rita não convidou o Luís para a lista dele; a Rita votou no candidato do seu partido.

(B)      O candidato do partido da Rita não convidou o Luís para a lista dele; a Rita não votou no candidato do seu partido.

(C)      O candidato do partido da Rita convidou o Luís para a lista dele; a Rita votou no candidato do seu partido.

(D)      O candidato do partido da Rita convidou o Luís para a lista dele; a Rita não votou no candidato do seu partido.

 

 

6.     Considere que um dado argumento tem conclusão falsa. Isso significa que

 

(A)      uma das suas premissas é falsa.

(B)      é inválido ou que uma das suas premissas é falsa.

(C)      é inválido.

(D)      é inválido e que uma das suas premissas é falsa.

 

 

7. Identifique o bem social primário que é diretamente regulado pelo princípio da diferença de Rawls.


(A)      Rendimento.

(B)      Liberdades políticas.

(C)      Oportunidades.

(D)      Direito de voto.

 

 

8.     O contratualismo, defendido por Rawls, assenta na ideia de que os princípios de justiça

 

(A)      protegem qualquer tipo de contrato.

(B)      exprimem igual consideração pelas pessoas.

(C)      resultam de um acordo entre partes.

(D)      decorrem da noção de bem comum.

 

 

9. De acordo com Popper, a finalidade dos testes experimentais é a

 

(A)      refutação de teorias.

(B)      confirmação de teorias.

(C)      corroboração de teorias.

(D)      verificação de teorias.


10.      Atente nas afirmações seguintes.

 

I.     A órbita dos planetas em torno do Sol é circular.

II.    Além da Terra, pode haver planetas com vida inteligente.

III.  O Observatório de Roque de los Muchachos tem 17 telescópios.

IV.  Há outros planetas com vida inteligente ou não há.

V.   Todos os círculos têm um centro.

 

Selecione a opção que apresenta todas as afirmações falsificáveis.

 

(A)      II e IV.

(B)      I, II e V.

(C)      III, IV e V.

(D)      I e III.

 

 

11.Considere os dois diagramas seguintes, que representam diferentes posições sobre o livre-arbítrio.


 


 

O Diagrama 1 representa a circunstância em que o futuro F2 é a única continuação possível do presente estado de coisas, P, ainda que pareça aos agentes que os futuros F1 e F3 podem igualmente ocorrer.  O Diagrama 2 representa a circunstância em que, dependendo das escolhas dos agentes, três futuros alternativos, F1, F2 e F3, podem ser a continuação do presente estado de coisas, P.

Qual dos diagramas representa adequadamente a ideia de que o determinismo é verdadeiro?

Explique a sua escolha.

 

12.  Considere o texto seguinte.

 

Suponha-se que estou no restaurante e o empregado diz: «O que deseja?» Não posso dizer-lhe: «Sou um determinista. Esperarei simplesmente para ver o que ocorre.» [...] Por que razão não posso fazer isso? Bem, a resposta é que a minha recusa em exercer o livre-arbítrio só é inteligível para mim se eu pressupuser que se trata de um exercício de livre-arbítrio.

J. Searle, Da Realidade Física à Realidade Humana, Lisboa, Gradiva, 2020, p. 282.

 

 

Explicite a crítica ao determinismo radical presente no texto anterior.


13.      Considere o texto seguinte.

 

Diz-me tu mesmo francamente, desafio-te… responde-me: imagina que és tu que constróis o edifício do destino da humanidade, para no final fazer as pessoas felizes, dar-lhes enfim a paz e o sossego, mas para isso é necessário e inevitável torturar apenas uma criaturinha pequenina, por exemplo, aquela criança, [...] e assentar esse edifício nas suas lágrimas não vingadas: concordarias em ser o arquiteto nessas condições? Diz-me, e não mintas!

  Não, não concordaria – disse Aliocha em voz baixa.

E podes admitir a ideia de que as pessoas para quem constróis esse edifício concordassem em aceitar a sua felicidade à custa do sangue injustificado de um pequeno mártir, e aceitando-a vivessem felizes para sempre?

  Não, não posso admitir.

F. Dostoievski, Os Irmãos Karamázov, Lisboa, Relógio D'Água Editores, 2012, p. 251.

 

 


Identifique a teoria moral que está a ser rejeitada por Aliocha.

Justifique a identificação feita.

 


Aliocha rejeita a maneira descrita de se alcançar a felicidade.

Que justificação moral poderia Aliocha dar para essa rejeição?

 

 

14.      Leia o texto seguinte.

 

Descartes ficou eternamente famoso com o seu dito «penso, logo existo» (cogito ergo sum). Mas deu-lhe muito trabalho chegar a ele […]. Ao considerar a autoapreensão o caso paradigmático de conhecimento, […] Descartes colocou-nos firmemente no centro do domínio cognitivo.

[…] A ênfase mudou de «como são as coisas?» para «como podemos saber como são as coisas?».

N. Rescher, Uma Viagem pela Filosofia em 101 Episódios, Lisboa, Gradiva, 2018, pp. 148-149. (Texto adaptado)

 

 


15. De acordo com o texto, deu muito trabalho a Descartes chegar ao cogito. Explique como Descartes lá chegou.

 


«Como podemos saber como são as coisas?»

Será que o cogito é o passo fundamental da resposta a esta questão?

 

Na sua resposta, deve:

-    apresentar inequivocamente a sua posição;

-    argumentar a favor da sua posição.


16. Leia o texto seguinte.

 

Aquilo maior do que o qual nada pode ser pensado não pode existir apenas no pensamento. [...] Se aquilo maior do que o qual nada pode ser pensado existisse apenas no pensamento, então este mesmo ser, maior do que o qual nada pode ser pensado, seria uma coisa maior do que a qual algo pode ser pensado. Ora, isso é evidentemente impossível. Portanto, não há dúvida de que algo maior do que o qual nada pode ser pensado existe tanto no pensamento como na realidade.

Anselmo de Cantuária, Proslógion, Capítulo II, in Opúsculos Selectos da Filosofia Medieval,

Braga, Faculdade de Filosofia de Braga, 1991, p. 138. (Texto adaptado)

 

 

17. Será que o argumento de Anselmo é empírico? Justifique.

 

18.Leia o texto seguinte.

 

Se uma forma representativa tiver algum interesse, é como forma, e não como representação. O elemento representativo numa obra de arte pode ou não ser prejudicial; é sempre irrelevante.

C. Bell, Arte, Lisboa, Texto & Grafia, 2009, p. 31. (Texto adaptado)

 

 

Concorda com a perspetiva apresentada no texto?

 

Na sua resposta, deve:

-    formular o problema considerado no texto;

-    identificar a perspetiva defendida no texto;

-    apresentar inequivocamente a sua posição acerca da perspetiva defendida no texto;

-    argumentar a favor da sua posição.

 

 

FIM


COTAÇÕES

 

 

As pontuações obtidas nas respostas a estes

12 itens da prova contribuem obrigatoriamente para

a classificação final.

 

 

1.

 

 

5.

 

 

7.

 

 

9.

 

 

11.

 

 

12.

 

 

13.1.

 

 

13.2.

 

 

14.1.

 

 

14.2.

 

 

15.

 

 

16.

 

 

Subtotal

Cotação (em pontos)

11

11

11

11

14

14

14

14

14

14

14

14

156

 

Destes 6 itens, contribuem

para a classificação final da prova os 4 itens cujas respostas obtenham melhor pontuação.

 

 

2.

 

 

3.

 

 

4.

 

 

6.

 

 

8.

 

 

10.

 

 

Subtotal

Cotação (em pontos)

4 × 11 pontos

44

TOTAL

200


   









CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO

 

 

Item

 

Versão 1

 

Versão 2

 

Pontuação

1.

(C)

(B)

11

2.

(D)

(C)

11

3.

(B)

(A)

11

4.

(B)

(B)

11

5.

(A)

(C)

11

6.

(B)

(D)

11

7.

(A)

(B)

11

8.

(C)

(A)

11

9.

(A)

(D)

11

10.

(D)

(C)

11

 

 

11.      14 pontos

 

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Identificação do diagrama que representa adequadamente a ideia de que o determinismo é verdadeiro:

-    Diagrama 1.

Explicação:

-   
o modo como as coisas são num certo momento determina, dadas as leis da natureza, o modo como serão no futuro;

-    (dadas as leis da natureza,) apenas o futuro F2 pode ser a continuação do presente estado de coisas, P, como se representa no Diagrama 1;

OU

-    todos os acontecimentos resultam de acontecimentos anteriores e das leis da natureza;

-    o que acontecerá no futuro será também consequência necessária de acontecimentos anteriores e das leis da natureza, como se representa no Diagrama 1;

OU

-    aos agentes parece que três futuros alternativos são realizáveis, F1, F2 e F3, como se representa no Diagrama 2, mas isso é uma mera ilusão;

-    a ilusão decorre de os agentes não terem conhecimento de tudo (acontecimentos anteriores e leis da natureza) o que determina os acontecimentos futuros.


 

Níveis

 

Descritores de desempenho

 

Pontuação

 

4

Identifica o diagrama que representa adequadamente a ideia de que o determinismo é

verdadeiro.

Explica, de modo completo e preciso, a escolha feita.

 

14

 

 

3

Identifica o diagrama que representa adequadamente a ideia de que o determinismo é

verdadeiro.

Explica, de modo completo, mas com imprecisões OU de modo preciso, mas incompleto, a escolha feita.

 

 

11

 

2

Identifica o diagrama que representa adequadamente a ideia de que o determinismo é

verdadeiro.

Explica, de modo incompleto e com imprecisões, a escolha feita.

 

7

 

 

 

1

Apenas identifica o diagrama que representa adequadamente a ideia de que o determinismo é verdadeiro.

OU

Apenas refere corretamente aspetos relevantes para a explicação solicitada (por exemplo, afirma que, de acordo com o determinismo, todos os acontecimentos são causados por acontecimentos anteriores).

 

 

 

4



 

12.      14 pontos

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes. Explicitação da crítica ao determinismo radical presente no texto:

-    realizar ações implica acreditar que a decisão de as realizar está sob o nosso controlo;

-   
há uma conexão interna e inevitável entre decidir agir de um certo modo e acreditar que essa decisão está sob o nosso controlo (e essa conexão ocorre sejam quais forem as causas da decisão);

-    o determinismo radical requereria que, no momento em que escolhêssemos a ação a realizar, tivéssemos a crença de que não podíamos ter escolhido de outro modo / ter feito uma escolha diferente (algo que é impossível).

 

 

Níveis

 

Descritores de desempenho

 

Pontuação

3

Explicita, de modo completo e preciso, a crítica ao determinismo radical presente no texto.

14

 

2

Explicita, de modo completo, mas com imprecisões OU de modo preciso, mas incompleto, a crítica ao determinismo radical presente no texto.

 

9

 

1

Explicita, de modo incompleto e com imprecisões, a crítica ao determinismo radical presente no texto.

 

4


13.1.  

14 pontos

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes. Identificação da teoria moral rejeitada por Aliocha:

-    teoria utilitarista de Mill / utilitarismo.

Justificação:

-    num caso excecional como o descrito (em que a felicidade da humanidade dependeria da tortura de um inocente), a opção de torturar um inocente decorreria do princípio da utilidade;

-    de acordo com este princípio, pode haver casos em que o sacrifício de um inocente seja justificado pelo saldo da felicidade agregada.

 

 

Níveis

 

Descritores de desempenho

 

Pontuação

 

4

Identifica a teoria moral rejeitada por Aliocha.

Justifica, de modo completo e preciso, a identificação feita.

 

14

 

3

Identifica a teoria moral rejeitada por Aliocha.

Justifica, de modo completo, mas com imprecisões OU de modo preciso, mas incompleto, a identificação feita.

 

11

 

2

Identifica a teoria moral rejeitada por Aliocha.

Justifica, de modo incompleto e com imprecisões, a identificação feita.

 

7

 

 

1

Apenas identifica a teoria moral rejeitada por Aliocha.

OU

Apenas refere corretamente aspetos relevantes para a justificação solicitada (por exemplo, afirma que o bem, de acordo com o utilitarismo, consiste na felicidade).

 

 

4

 

 

13.2.  
14 pontos

 

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Apresentação de uma justificação moral para rejeitar a maneira descrita de se alcançar a felicidade:

-    cada ser humano é (primariamente) uma pessoa com direitos, e não um mero elemento de um agregado;

-    os direitos fundamentais de uma pessoa, mesmo que as circunstâncias o justifiquem, não podem ser sacrificados em benefício da felicidade agregada.

OU

-    na sua condição de pessoa, cada ser humano tem uma dignidade inviolável;

-    cada ser humano, por ter uma dignidade inviolável, deve ser respeitado como um fim em si mesmo, e isso significa que nunca deverá ser instrumentalizado ou usado em benefício da felicidade agregada. 

OU

-    as liberdades básicas a que cada pessoa tem direito não são permutáveis por outros bens;

-    uma liberdade básica, como o direito à integridade física, não é permutável pela utilidade geral que poderia resultar do sacrifício de uma pessoa inocente.

 

 

Níveis

 

Descritores de desempenho

 

Pontuação

3

Apresenta, de modo completo e preciso, a justificação solicitada.

14

 

2

Apresenta, de modo completo, mas com imprecisões OU de modo preciso, mas incompleto, a justificação solicitada.

 

9

1

Apresenta, de modo incompleto e com imprecisões, a justificação solicitada.

4


14.1.  


14 pontos

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes. Explicação de como Descartes chegou ao cogito:

-    Descartes submeteu todas as suas crenças a um processo deliberado de dúvida, de modo a verificar se alguma crença era indubitavelmente verdadeira;

-    (num primeiro momento,) este processo atingiu as crenças a posteriori, dependentes dos sentidos;

-    (posteriormente,) a hipótese do génio maligno pôs também em causa as crenças a priori, que podem ser obtidas sem o concurso da experiência;

-    porém, ainda que o génio maligno fosse capaz de o enganar em tudo, não o poderia enganar quanto ao facto de ele existir enquanto pensava (por conseguinte, o processo exaustivo de dúvida deixou incólume, e até reforçou, a crença de que ele próprio existe e é um ser pensante).

 

 

Níveis

 

Descritores de desempenho

 

Pontuação

3

Explica, de modo completo e preciso, como Descartes chegou ao cogito.

14

 

2

Explica, de modo completo, mas com imprecisões OU de modo preciso, mas incompleto,

como Descartes chegou ao cogito.

 

9

1

Explica, de modo incompleto e com imprecisões, como Descartes chegou ao cogito.

4


14.2.  

14 pontos

 

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes. Apresentação inequívoca da posição defendida.

Justificação da posição defendida – cenários de resposta:

No caso de o examinando afirmar que o cogito é o passo fundamental da resposta à questão

apresentada:

-    o cogito é indubitável e, sendo a primeira certeza, é o fundamento seguro do conhecimento;

-    a partir da indubitabilidade do cogito é possível inferir outras verdades e recuperar a confiança nas nossas faculdades;

-    desde que usadas de modo prudente (aplicando o critério da clareza e distinção), as nossas faculdades permitem-nos conhecer o mundo.

No caso de o examinando afirmar que o cogito não é o passo fundamental da resposta à questão

apresentada:

-    ainda que o cogito seja indubitável, não pode fundar o conhecimento;

-    o processo de dúvida, sendo universal, teria atingido a confiança nas nossas faculdades (cognitivas);

-    ora, para avançarmos além do cogito, precisaríamos de confiar nas nossas faculdades (designadamente, na faculdade de raciocínio).

OU

-    o problema do conhecimento não é o de termos ideias, mas antes o de essas ideias corresponderem às coisas fora da nossa mente;

-    para avançarmos além do cogito e das ideias e chegarmos ao mundo e às coisas, precisamos da regra da clareza e distinção;

-   
mas a certeza desta regra só será alcançada uma vez estabelecida a existência de Deus e, para a estabelecermos, temos de confiar na regra (o que constitui um raciocínio circular).

OU

-    se a dúvida universal recomendada por Descartes fosse levada às últimas consequências, o cogito (a ideia de haver um eu pensante) também não resistiria (nem poderia ser o fundamento do edifício do conhecimento);

-    do facto de haver pensamentos não se pode inferir que há um eu que os pensa OU a ideia de haver um eu pensante, sujeito dos pensamentos, pressupõe, sem justificação, a existência de uma entidade (o eu) independente da descoberta de pensamentos;

-    ora, a ideia de haver um eu pensante é tão duvidosa como, por exemplo, a crença de que há uma folha de papel que corresponde à ideia de «esta folha de papel» (sendo também posta em causa pela hipótese do génio maligno).

OU

-    o eu/sujeito é uma coisa pensante que se conhece a si mesma a priori, mas, ainda que se aceite a autoapreensão do eu/sujeito como um caso de genuíno conhecimento substancial, é errado inferir que as coisas exteriores ao eu/sujeito possam ser conhecidas do mesmo modo;

-    a relação dos agentes cognitivos com as coisas exteriores apenas poderá ocorrer por intermédio da experiência e, por isso, o conhecimento dessas coisas depende dos dados fornecidos pela experiência (é a posteriori);

-    a autoapreensão do cogito, por ser a priori, não contém informação sobre como são as coisas (e, por conseguinte, não é um passo indispensável para se ter conhecimento substancial das coisas).

 

Nota ‒ Os aspetos constantes nos cenários de resposta apresentados são apenas ilustrativos, não esgotando o espectro de respostas adequadas possíveis.


A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas a cada um dos parâmetros seguintes.

 

A – Argumentação a favor de uma posição pessoal   8 pontos

B – Adequação conceptual e teórica      4 pontos

C – Comunicação   2 pontos

 

Parâmetros

 

Níveis

 

Descritores de desempenho

 

Pontuação

 

 

 

 

 

 

 

 

A

Argumentação a favor de uma posição pessoal

 

 

 

3

Apresenta inequivocamente a posição defendida. Evidencia domínio das competências argumentativas:

·    articula adequadamente os argumentos, as razões ou os exemplos

apresentados;

·    apresenta, com clareza e correção, argumentos persuasivos, razões ponderosas ou exemplos adequados e plausíveis a favor da posição defendida ou contra posições rivais da defendida.

 

 

 

8

 

 

 

2

Apresenta inequivocamente a posição defendida. Evidencia domínio das competências argumentativas:

·    elenca os argumentos, as razões ou os exemplos;

·    apresenta, com imprecisões, argumentos persuasivos, razões ponderosas ou exemplos adequados e plausíveis a favor da posição defendida ou contra posições rivais da defendida.

 

 

 

5

 

 

1

Apresenta a posição defendida, ainda que de modo implícito.

Evidencia uma intenção argumentativa, mas os argumentos ou as razões apresentados a favor da posição defendida, ou contra posições rivais da defendida, são fracos ou claramente falaciosos, ou os exemplos selecionados são inadequados.

 

 

2

 

 

B

Adequação conceptual e teórica

 

2

Aplica corretamente conceitos relevantes para a discussão do problema. Mobiliza (uma) perspetiva(s) teórica(s) adequada(s) à discussão do problema, mostrando compreensão dessa(s) perspetiva(s).

 

4

 

 

1

Aplica com imprecisões conceitos relevantes para a discussão do problema.

Mobiliza com imprecisões (uma) perspetiva(s) teórica(s) adequada(s) à discussão do problema, mostrando uma compreensão parcial dos aspetos centrais dessa(s) perspetiva(s).

 

 

2

 

 

C

Comunicação

 

2

Apresenta um discurso estruturado e fluente.

Escreve de forma globalmente correta, podendo apresentar falhas pontuais que não comprometem a clareza da comunicação.

 

2

 

1

Apresenta um discurso com falhas na estruturação ou pouco fluente. Escreve de forma globalmente correta, podendo apresentar falhas pontuais que não comprometem a clareza da comunicação.

 

1




Nota ‒ A resposta é classificada com zero pontos no parâmetro C – Comunicação se não for atingido o nível 1 de desempenho em, pelo menos, um dos outros parâmetros.


15. 


14 pontos

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes. Indicação do tipo de argumento:

-    o argumento não é empírico OU o argumento é a priori.

Justificação:

-    um argumento empírico assenta em algum tipo de observação OU inclui, pelo menos, uma premissa com conteúdo empírico;

-    neste argumento, Anselmo, partindo apenas da análise do conceito de Deus – «aquilo maior do que o qual nada pode ser pensado» –, conclui que Deus existe.

 

 

Níveis

 

Descritores de desempenho

 

Pontuação

 

4

Indica que o argumento não é empírico. Justifica de modo completo e preciso.

 

14

 

3

Indica que o argumento não é empírico.

Justifica de modo completo, mas com imprecisões OU de modo preciso, mas incompleto.

 

11

 

2

Indica que o argumento não é empírico.

Justifica de modo incompleto e com imprecisões.

 

7

 

 

1

Apenas indica que o argumento não é empírico.

OU

Apenas refere corretamente aspetos relevantes para a justificação solicitada (por exemplo, explica a noção de argumento empírico).

 

 

4


16. 

14 pontos

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes. Formulação do problema considerado no texto:

-    que característica(s) ou propriedade(s) é(são) necessária(s) para que algo seja arte? OU o que é a arte? OU será a arte apenas forma (significante)? OU será que a representação é uma condição necessária da arte?

Identificação da perspetiva defendida no texto:

-    perspetiva formalista da arte.

Apresentação inequívoca da posição defendida. Justificação da posição defendida – cenários de resposta:

No caso de o examinando concordar com a perspetiva defendida no texto:

-    muitas obras de arte não têm qualquer elemento representativo (por exemplo, pinturas abstratas), e isso significa que a representação não é uma condição necessária da arte;

-    há objetos, como vasos e peças de mobiliário, que são geralmente classificados como arte e, claramente, não o são pela sua função, nem pelo seu conteúdo representacional nem pela sua expressividade, mas apenas pelas suas propriedades formais – uma certa combinação de linhas, ou um certo jogo de cores, ou ainda uma certa organização de volumes –, que lhe conferem forma significante;

-    essas propriedades são interessantes em si mesmas e são objeto de contemplação desinteressada, pelo que só elas permitem explicar o que faz de algo uma obra de arte, capaz de despertar em nós um tipo peculiar de emoção – a emoção estética.

No caso de o examinando não concordar com a perspetiva defendida no texto:

-   
há obras de arte cujas propriedades artísticas são inseparáveis do seu conteúdo representativo (por exemplo, parte da explicação para que Diário de Anne Frank seja reconhecido como uma obra literária deve-se ao facto de essa obra ser uma descrição vívida do contexto histórico em que foi escrita);

-    há obras de arte cuja forma é indistinguível de objetos que não são arte (Fonte, de Marcel Duchamp, por exemplo, é um urinol cuja forma é indistinguível de um vulgar urinol) e, de acordo com a perspetiva formalista da arte, tais objetos não poderiam deixar de ser classificados como arte, incluindo na arte objetos que ninguém estaria disposto a considerar arte (OU mostrando que se trata de uma perspetiva demasiado inclusiva/abrangente do conceito de arte);

-    não é possível atribuir forma significante a certas obras – por exemplo, a obras que consistem em lixo aleatoriamente espalhado pelo chão – se elas não tiverem sido previamente classificadas como arte, pelo que, nestes casos, a forma significante, por si só, não pode ser usada para classificar algo como arte.

 

Nota ‒ Os aspetos constantes nos cenários de resposta apresentados são apenas ilustrativos, não esgotando o espectro de respostas adequadas possíveis.


A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas a cada um dos parâmetros seguintes.

A – Problematização          2 pontos

B – Argumentação a favor de uma posição pessoal   6 pontos

C – Adequação conceptual e teórica     4 pontos

D – Comunicação   2 pontos


 

Parâmetros

 

Níveis

 

Descritores de desempenho

 

Pontuação

 

A

Problematização

2

Formula adequadamente o problema filosófico considerado no texto.

2

 

1

Formula com imprecisões, ou de modo implícito, o problema filosófico considerado no texto.

 

1

 

 

 

 

 

 

 

 

 

B

Argumentação a favor de uma posição pessoal

 

 

 

 

3

Apresenta inequivocamente a posição defendida, identificando, com precisão, a perspetiva expressa no texto.

Evidencia domínio das competências argumentativas:

·    articula adequadamente os argumentos, as razões ou os exemplos apresentados;

·    apresenta, com clareza e correção, argumentos persuasivos, razões ponderosas ou exemplos adequados e plausíveis a favor da posição defendida ou contra posições rivais da defendida.

 

 

 

 

6

 

 

 

2

Apresenta a posição defendida, identificando, de modo impreciso, a perspetiva expressa no texto.

Evidencia domínio das competências argumentativas:

·    elenca os argumentos, as razões ou os exemplos;

·    apresenta, com imprecisões, argumentos persuasivos, razões ponderosas ou exemplos adequados e plausíveis a favor da posição defendida ou contra posições rivais da defendida.

 

 

 

4

 

 

 

1

Apresenta a posição defendida, identificando, de modo impreciso, a perspetiva expressa no texto.

Evidencia uma intenção argumentativa, mas os argumentos ou as razões apresentados a favor da posição defendida, ou contra posições rivais da defendida, são fracos ou claramente falaciosos, ou os exemplos selecionados são inadequados.

 

 

 

2

 

 

C

Adequação conceptual e teórica

 

2

Aplica corretamente conceitos relevantes para a discussão do problema. Mobiliza (uma) perspetiva(s) teórica(s) adequada(s) à discussão do problema, mostrando compreensão dessa(s) perspetiva(s).

 

4

 

1

Aplica com imprecisões conceitos relevantes para a discussão do problema. Mobiliza com imprecisões (uma) perspetiva(s) teórica(s) adequada(s) à discussão do problema, mostrando uma compreensão parcial dos aspetos centrais dessa(s) perspetiva(s).

 

 

2

 

 

D

Comunicação

 

2

Apresenta um discurso estruturado e fluente.

Escreve de forma globalmente correta, podendo apresentar falhas pontuais que não comprometem a clareza da comunicação.

 

2

 

1

Apresenta um discurso com falhas na estruturação ou pouco fluente. Escreve de forma globalmente correta, podendo apresentar falhas pontuais que não comprometem a clareza da comunicação.

 

1















Nota A resposta é classificada com zero pontos no parâmetro D Comunicação se não for atingido o nível 1 de desempenho em, pelo menos, um dos outros parâmetros.



COTAÇÕES

 

As pontuações obtidas nas respostas a estes

12 itens da prova contribuem obrigatoriamente para

a classificação final.

 

 

1.

 

 

5.

 

 

7.

 

 

9.

 

 

11.

 

 

12.

 

 

13.1.

 

 

13.2.

 

 

14.1.

 

 

14.2.

 

 

15.

 

 

16.

 

 

Subtotal

Cotação (em pontos)

11

11

11

11

14

14

14

14

14

14

14

14

156

 

Destes 6 itens, contribuem para a classificação final da

prova os 4 itens cujas respostas obtenham melhor pontuação.

 

 

2.

 

 

3.

 

 

4.

 

 

6.

 

 

8.

 

 

10.

 

 

Subtotal

Cotação (em pontos)

4 × 11 pontos

44

TOTAL

200

 

 Parecer da SOCIEDADE PORTUGUESA DE FILOSOFIA

  

No conjunto, a Sociedade Portuguesa de Filosofia entende que, “do ponto de vista científico, a prova está de um modo geral bem elaborada”. Mas deixa um alerta: “Algumas questões de resposta de escolha múltipla podem ser legitimamente interpretadas de modo que as soluções apresentadas pelos critérios de classificação possam não ser as mais correctas.”  

Público, on line, de 29 de Junho de 2022.




Exame Filosofia 2022

2ª Fase


VERSÃO 1

  Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta. Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.





1. Um argumento que seja dedutivamente válido

 

(A)      não pode ter as premissas falsas.

(B)      pode ter a conclusão falsa.

a.(C)      tem conclusão verdadeira.

(D)      tem premissas verdadeiras.

 

 2.     Imagine que alguém argumenta do modo seguinte.

 

Assim como não faz sentido perguntar o que existiu antes do Big Bang, também não faz qualquer sentido perguntar o que existiu antes de Deus. Tal como os cientistas consideram que o espaço e o tempo começaram a existir no instante do Big Bang, eu defendo que o espaço e o tempo começaram a existir quando Deus criou o Universo a partir do nada.

 

Argumentar deste modo é apresentar um argumento

 

(A)      de autoridade, cuja conclusão é a de que Deus existe.

(B)      indutivo, cuja conclusão é a de que o Big Bang existiu.

(C)      por analogia, cuja conclusão é a de que não faz sentido perguntar o que existiu antes de Deus.

(D)      dedutivo, cuja conclusão é a de que não faz sentido perguntar o que existiu antes do Big Bang.

 

 

3.     Suponha que um vulcanólogo afirma que um certo vulcão, que acaba de entrar em erupção, estará ativo por um período entre um e três meses. É razoável pensar que a informação que melhor sustentaria esta previsão é a de que, de acordo com os dados disponíveis,

 

(A)      esse e outros vulcões da mesma região sempre estiveram ativos por um período entre um e três meses.

(B)      o mesmo vulcão, na única erupção conhecida, esteve ativo por um período exato de dois meses.

(C)      o mesmo vulcão, na erupção mais recente, esteve ativo por um período inferior a quatro meses.

(D)      esse ou outros vulcões da mesma região estiveram várias vezes ativos por períodos inferiores a quatro meses.


4.     Suponha que a Elsa quer defender que a proteção do bem-estar animal não justifica a imposição de limites morais aos testes de produtos cosméticos.

A Elsa incorreria numa falácia do apelo à ignorância se argumentasse do modo seguinte.

 

(A)      quem esteja sempre a falar de sofrimento animal, mas os animais não falam. Ora, se os principais interessados nada nos dizem, não podemos saber se sentem prazer ou dor, sendo razoável presumir que não sentem.

(B)      As pessoas que atacam a indústria cosmética consideram a beleza um valor secundário, e isto é razoável. Contudo, mal cessassem os testes na indústria cosmética, estas pessoas iriam atacar toda a experimentação animal.

(C)      Há quem pense que seria possível limitar os testes com animais sem limitar o desenvolvimento da indústria cosmética. Mas isto é falso, e atacar a indústria cosmética é atacar o emprego e a vida de quem dela depende.

(D)      As pessoas que se preocupam muito com os animais acabam por se preocupar pouco com as outras pessoas. Todo o radicalismo acaba por levar à incompreensão e à completa inversão dos valores morais.

 

 


5. Selecione a opção em que se ordenam do menor para o maior âmbito as conectivas que ocorrem em

P → (Q ˄ ¬R).

 

(A)  Conjunção, negação, condicional.                        

(B)  Negação, condicional, conjunção.

(C)  Condicional, conjunção, negação.                      

  (D)  Negação, conjunção, condicional.

 

 

6.            Verifique se, nos argumentos seguintes, a conclusão é uma consequência lógica das premissas.


I

Se temos de respeitar as normas de segurança rodoviária, precisamos de as conhecer.

Se precisamos de conhecer as normas de segurança rodoviária, é importante elas serem ensinadas na escola.

Por conseguinte, se é importante as normas de segurança rodoviária serem ensinadas na escola, temos de respeitar essas normas.

 

II

Precisamos de conhecer as normas de segurança rodoviária ou essas normas têm de ser ensinadas na escola.

Ora, precisamos de conhecer as normas de segurança rodoviária.

Logo, as normas de segurança rodoviária não têm de ser ensinadas na escola.

 

Selecione a opção que apresenta o resultado da verificação feita.

 

(A)      As conclusões de I e de II são uma consequência lógica das respetivas premissas.

(B)      As conclusões de I e de II não são uma consequência lógica das respetivas premissas.

(C)      A conclusão de II é uma consequência lógica das suas premissas, mas a conclusão de I não é.

(D)      A conclusão de I é uma consequência lógica das suas premissas, mas a conclusão de II não é.



7. Considere a tese seguinte.

Se o determinismo for verdadeiro, então não existe livre-arbítrio.

Esta tese é rejeitada

 

(A)      apenas pelos defensores do determinismo radical.

(B)      tanto pelos defensores do libertismo como pelos defensores do determinismo moderado.

(C)      apenas pelos defensores do determinismo moderado.

(D)      tanto pelos defensores do libertismo como pelos defensores do determinismo radical.

 

 

8.   Selecione a afirmação que os libertistas consideram falsa.

 

(A)      Algumas ações são livres.

(B)      Uma ação realizada sob coação não é livre.

(C)      Uma ação livre está de acordo com as preferências do agente.

(D)      Todas as ações são determinadas por acontecimentos anteriores.

 

 

9.   Ao aplicar a dúvida metódica, Descartes chega a imaginar que há um génio maligno que o engana sistematicamente nos seus raciocínios, mas acaba por concluir que


(A)      a hipótese é improvável e, por ser improvável, não tem poder persuasivo.

(B)      só Deus teria o poder de o enganar, e Deus, sendo bom, não o quereria enganar.

(C)      esse génio não o poderia enganar acerca da sua própria existência enquanto ele pensasse que era alguma coisa.

(D)      esse génio, sendo maligno, não poderia garantir a veracidade das ideias claras e distintas nem o conhecimento.

 

 


10. Selecione a opção que permite completar corretamente a frase seguinte.

Ao classificar os objetos da investigação humana, Hume distingue as proposições que dizem

respeito a                       das proposições que dizem respeito a                          .

 

(A)      questões de facto ... relações de ideias

(B)      impressões ... ideias

(C)      perceções ... conteúdos da mente

(D)      conjunções constantes ... conexões necessárias

 

 


11. Considere os dois imperativos seguintes.

1.     Não viole os contratos se quer fazer bons negócios.

2.     Não viole os contratos.

 

Identifique o imperativo, 1. ou 2., que, de acordo com Kant, é moral, explicitando a característica que o

distingue daquele que não é moral.



12. Leia o texto seguinte.

 

As emoções e os sentimentos podem provocar distúrbios destrutivos nos processos de raciocínio em determinadas circunstâncias. [...] [Mas] a ausência de emoções não deixa de poder comprometer a racionalidade que nos torna distintamente humanos e nos permite decidir em conformidade com um sentido de futuro pessoal, convenção social e princípio moral. […]

Emoção, sentimento e regulação biológica desempenham um papel na razão humana. […]

O facto de agir de acordo com um dado princípio ético requerer a participação de circuitos [neurológicos] modestos no cerne do cérebro não empobrece esse princípio ético. O edifício da ética não desaba, a moralidade não está ameaçada.

A. Damásio, O Erro de Descartes – Emoção, Razão e Cérebro Humano, Mem Martins,

Publicações Europa-América, 1985, pp. 14-15. (Texto adaptado)

 

 

Argumente contra a ética de Kant a partir da informação do texto anterior.


 

13. Considere o texto seguinte.

 

Parece claro que o esforço que uma pessoa está disposta a fazer é influenciado pelas suas capacidades e talentos naturais e pelas alternativas que se lhe oferecem. É mais provável  que os mais dotados, mantendo-se tudo o resto igual, se apliquem conscienciosamente, e não parece haver forma de descontar a sua vantagem sobre os outros. A ideia de compensar o mérito é impraticável.

J. Rawls, Uma Teoria da Justiça, Lisboa, Editorial Presença, 2001, p. 246. (Texto adaptado)

 

 


13.1 Segundo Rawls, a compensação do mérito não é exigida pelos princípios da justiça, pois isso

levaria a que certas pessoas fossem duplamente beneficiadas. Porque ocorreria esse duplo benefício?

 


Rawls defende que o primeiro princípio de uma sociedade justa o da igual liberdade é inviolável.

13.2 Será que este princípio visa privilegiar um certo modo de vida que os membros da sociedade considerem bom?

Justifique.

 

 


14. Considere a proposição expressa pela frase seguinte.


Quando as pessoas pensam de maneira positiva, acabam por superar qualquer dificuldade.

 

A proposição expressa pela frase anterior não é falsificável. Porquê?

 

 

15. Há quem afirme que é possível confirmar teorias científicas realizando experiências e testes laboratoriais.

Colocando-se na perspetiva de Popper sobre o método científico, como avaliaria esta afirmação? Justifique.


16.Distinga as definições essencialistas da arte das definições não essencialistas da arte.

 

 


17. Suponha que não há provas conclusivas de que Deus existe nem de que não existe. Seria, ainda assim, uma boa decisão acreditar que Deus existe?

Na sua resposta, deve:

-    clarificar o problema em causa;

-    apresentar inequivocamente a sua posição;

-    argumentar a favor da sua posição.


FIM


COTAÇÕES

 

 

As pontuações obtidas nas respostas a estes

12 itens da prova contribuem obrigatoriamente para

a classificação final.

 

 

1.

 

 

5.

 

 

7.

 

 

10.

 

 

11.

 

 

12.

 

 

13.1.

 

 

13.2.

 

 

14.

 

 

15.

 

 

16.

 

 

17.

 

 

Subtotal

Cotação (em pontos)

11

11

11

11

14

14

14

14

14

14

14

14

156

 

Destes 6 itens, contribuem

para a classificação final da prova os 4 itens cujas respostas obtenham melhor pontuação.

 

 

2.

 

 

3.

 

 

4.

 

 

6.

 

 

8.

 

 

9.

 

 

Subtotal

Cotação (em pontos)

4 × 11 pontos

44

TOTAL

200






CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE CLASSIFICAÇÃO


Item

 

Versão 1

 

Versão 2

 

Pontuação

1.

B

D

11

2.

C

B

11

3.

A

C

11

4.

A

A

11

5.

D

A

11

6.

B

C

11

7.

C

D

11

8.

D

B

11

9.

C

A

11

10.

A

C11



11. ......................................................................................................... 14 pontos

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Identificação do imperativo moral:

− o imperativo 2 é moral.

 Explicitação da característica que distingue o imperativo moral do não moral: − a ordem contida no imperativo 2 é incondicional / é independente de qualquer condição; − em contrapartida, a ordem contida no imperativo 1 faz depender o respeito pelos contratos da condição/hipótese de se querer fazer bons negócios.

ou

− o imperativo 2 é categórico (proíbe incondicionalmente a violação de contratos); − em contrapartida, o imperativo 1 é hipotético (faz depender a proibição de violar o contrato de uma inclinação: o desejo de fazer bons negócios).

 

 

 

Níveis

 

Descritores de desempenho

 

Pontuação

 

4

Identifica o imperativo moral.

Explicita, de modo completo e preciso, a característica que distingue o imperativo moral do não moral.

 

14

 

3

Identifica o imperativo moral.

Explicita, de modo completo, mas com imprecisões OU de modo preciso, mas incompleto, a característica que distingue o imperativo moral do não moral.

 

11

 

2

Identifica o imperativo moral.

Explicita, de modo incompleto e com imprecisões, a característica que distingue o imperativo moral do não moral.

 

7

 

 

1

Apenas identifica o imperativo moral.

OU

Apenas refere aspetos relevantes para a explicitação solicitada (por exemplo, afirma que agir por dever é diferente de agir em conformidade com o dever).

 

 

4


12. .......................................................................................................  14 pontos

 A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Argumentação ‒ cenários de resposta:

 − Kant defende que as escolhas motivadas por sentimentos/emoções, incluindo sentimentos/emoções habitualmente tidos por bons, não são morais;

− mas a razão precisa dos sentimentos/emoções para descortinar o que é moralmente correto;

− por conseguinte, é falso que os sentimentos/emoções ameacem a moralidade

OU é falso que os sentimentos/emoções não tenham um papel na moralidade.

− o dever não é o único motivo moral para agir;

− motivos como a compaixão pelos outros ou a vergonha (ou o temor) da reprovação social (reprovação decorrente de não se respeitar as convenções sociais, os princípios morais ou as normas culturais que reforçam o tecido social) podem levar a ações que são conformes ao dever;

− estas ações, considerando os dados da experiência (da humanidade), já deram provas de que aumentam o saldo de felicidade (ou a felicidade global) e, por isso, têm valor moral.

Nota ‒ Os aspetos constantes nos cenários de resposta apresentados são apenas ilustrativos, não esgotando o espectro de respostas adequadas possíveis.


A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas a cada um dos parâmetros seguintes.

 

A Argumentação................................................................................................................................................................. 8 pontos

B Adequação conceptual e teórica.................................................................................................................................. 4 pontos

C Comunicação.................................................................................................................................................................. 2 pontos

 

Parâmetros

 

Níveis

 

Descritores de desempenho

 

Pontuação

 

 

 

 

 

A

Argumentação

 

 

3

Evidencia domínio das competências argumentativas:

·   articula adequadamente os argumentos, as razões ou os exemplos apresentados;

·    apresenta, com clareza e correção, argumentos persuasivos, razões ponderosas ou exemplos adequados e plausíveis.

 

 

8

 

 

2

Evidencia domínio das competências argumentativas:

·    elenca os argumentos, as razões ou os exemplos;

·    apresenta, com imprecisões, argumentos persuasivos, razões ponderosas ou exemplos adequados e plausíveis.

 

 

5

 

1

Evidencia uma intenção argumentativa, mas os argumentos ou as razões apresentados são fracos ou claramente falaciosos, ou os exemplos selecionados são inadequados.

 

2

 

B

Adequação conceptual e teórica

 

2

Aplica corretamente conceitos relevantes.

Mobiliza a perspetiva teórica adequada, mostrando compreensão da perspetiva.

 

4

 

1

Aplica com imprecisões conceitos relevantes.

Mobiliza com imprecisões a perspetiva teórica, mostrando uma compreensão parcial dos aspetos centrais da perspetiva.

 

2

 

 

C

Comunicação

 

2

Apresenta um discurso estruturado e fluente.

Escreve de forma globalmente correta, podendo apresentar falhas pontuais que não comprometem a clareza da comunicação.

 

2

 

1

Apresenta um discurso com falhas na estruturação ou pouco fluente. Escreve de forma globalmente correta, podendo apresentar falhas pontuais que não comprometem a clareza da comunicação.

 

1


13.1. ...................................................................................................... 14 pontos

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Explicação:

− o esforço que cada um põe no desempenho de funções e cargos «é influenciado pelas suas capacidades e talentos naturais»;

− no desempenho de funções e cargos, é mais provável que os que têm mais capacidades e talentos naturais «se apliquem conscienciosamente» e obtenham resultados melhores;

 − caso se compensasse o mérito mediante a atribuição de maiores recompensas àqueles que obtêm resultados melhores no desempenho de funções e cargos, os mais dotados, além de já terem sido beneficiados pela distribuição natural de capacidades, seriam ainda beneficiados por uma ordem social baseada na «ideia de compensar o mérito» (, o que seria injusto).

 

 

Níveis

 

Descritores de desempenho

 

Pontuação

 

3

Explica, de modo completo e preciso, que a compensação do mérito levaria a que certas pessoas fossem duplamente beneficiadas.

 

14

 

2

Explica, de modo completo, mas com imprecisões OU de modo preciso, mas incompleto, que a compensação do mérito levaria a que certas pessoas fossem duplamente beneficiadas.

 

9

 

1

Explica, de modo incompleto e com imprecisões, que a compensação do mérito levaria a que certas pessoas fossem duplamente beneficiadas.

 

4



13.2. .................................................................................................... 14 pontos

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes. Indicação de que o princípio não tem a finalidade referida:

− o princípio da igual liberdade não visa privilegiar um certo modo de vida que os membros da sociedade considerem bom

OU

que seja partilhado pela maioria dos membros da sociedade.

Justificação:

− o princípio da igual liberdade confere a todas as pessoas as mesmas liberdades, e cada um goza de liberdades que são compatíveis com o facto de todos os outros gozarem dessas mesmas liberdades;

− entre as liberdades básicas (fundamentais) conferidas pelo princípio da igual liberdade encontram-se, por exemplo, as liberdades de consciência, de pensamento, de reunião, de associação, o direito à integridade psicológica e o direito à integridade física;

− admite-se que a família de liberdades protegidas pelo princípio da igual liberdade é inviolável, porque só assim cada cidadão poderá exercer a sua capacidade para ter um sentido do bem

– a sua capacidade para formar, prosseguir e rever a conceção pessoal de bem (ou de vida moralmente valiosa) que considera razoável.


 

Níveis

 

Descritores de desempenho

 

Pontuação

 

4

Indica que o princípio não tem a finalidade referida. Justifica de modo completo e preciso.

 

14

 

3

Indica que o princípio não tem a finalidade referida.

Justifica de modo completo, mas com imprecisões OU de modo preciso, mas incompleto.

 

11

 

2

Indica que o princípio não tem a finalidade referida. Justifica de modo incompleto e com imprecisões.

 

7

 

 

1

Apenas indica que o princípio não tem a finalidade referida.

OU

Apenas refere corretamente aspetos relevantes para a justificação solicitada (por exemplo, explica o princípio da igual liberdade).

 

 

4


 

14. ........................................................................................................ 14 pontos

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Explicação:

− para uma proposição ser falsificável, tem de ser possível conceber observações que, a ocorrerem, seriam incompatíveis com ela OU a falsificariam; − a frase contém expressões (designadamente, «pensar de maneira positiva» e «acabar por superar qualquer dificuldade») que (pela sua vagueza) inviabilizam a conceção de observações incompatíveis com o que nela se afirma (OU que, pela sua vagueza, a tornam compatível com qualquer estado de coisas) OU a proposição é expressa de tal modo que não é possível descrever uma observação que, a ser feita, a falsificasse (OU de tal modo que não é possível conceber uma observação que a falsificaria) OU a proposição é imune à crítica decorrente da observação (OU é imune à crítica empírica);

− a observação de uma pessoa otimista (admitindo que a expressão popular «pensar de maneira positiva» significa ser otimista) que não tivesse superado uma certa dificuldade, por exemplo, poderia ser compatibilizada com o que se afirma, alegando-se que «não fora suficientemente otimista», ou que «no fundo, não fora otimista», ou que «ainda acabaria por superar a dificuldades”.

 

Níveis

 

Descritores de desempenho

 

Pontuação

3

Explica de modo completo e preciso.

14

2

Explica de modo completo, mas com imprecisões OU de modo preciso, mas incompleto.

9

1

Explica de modo incompleto e com imprecisões.

4



15. ....................................................................................................... 14 pontos

 A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Avaliação da afirmação a partir da perspetiva de Popper:

 − a afirmação é falsa.

Justificação:

− se procurarmos casos que estejam de acordo com a hipótese, conseguimos encontrá-los; − contudo, nenhum número de observações consistentes com a hipótese é suficiente para a confirmar ou para lhe conferir um certo grau de probabilidade; − o método científico consiste em expor as teorias à crítica, submetendo-as a testes rigorosos, orientados para a sua falsificação; − quando não é falsificada, a teoria é corroborada pelos testes, mas nunca é confirmada.

 

 

Níveis

 

Descritores de desempenho

 

Pontuação

 

4

Avalia a afirmação a partir da perspetiva de Popper. Justifica de modo completo e preciso.

 

14

 

3

Avalia a afirmação a partir da perspetiva de Popper.

Justifica de modo completo, mas com imprecisões OU de modo preciso, mas incompleto.

 

11

 

2

Avalia a afirmação a partir da perspetiva de Popper. Justifica de modo incompleto e com imprecisões.

 

7

 

 

1

Apenas avalia a afirmação a partir da perspetiva de Popper.

OU

Apenas refere corretamente aspetos relevantes para a avaliação solicitada (por exemplo, explica o método das conjeturas e refutações).

 

 

4


16. ....................................................................................................... 14 pontos

 A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Distinção entre definições essencialistas da arte e definições não essencialistas da arte:

− apesar de tanto as definições essencialistas da arte como as não essencialistas proporem uma definição de arte em termos de condições necessárias e suficientes, só as primeiras identificam tais condições com uma (hipotética) essência da arte, que as segundas dizem não existir;

− enquanto as definições essencialistas procuram as condições necessárias e suficientes

 ‒ que consideram ser essência

‒ nas características intrínsecas dos objetos artísticos / das obras de arte, as definições não essencialistas procuram as condições necessárias e suficientes da arte nas circunstâncias em que os objetos adquirem o estatuto de arte / no contexto adequado que permite a um dado objeto adquirir o estatuto de arte.

 

 

Níveis

 

Descritores de desempenho

 

Pontuação

 

3

Distingue, de modo completo e preciso, as teorias essencialistas da arte das teorias não

essencialistas.

 

14

 

2

Distingue, de modo completo, mas com imprecisões OU de modo preciso, mas incompleto, as teorias essencialistas da arte das teorias não essencialistas.

 

9

 

1

Distingue, de modo incompleto e com imprecisões, as teorias essencialistas da arte das teorias não essencialistas.

 

4


17. ....................................................................................................... 14 pontos 

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Clarificação do problema:

− admitindo que as provas a favor da existência de Deus e também a favor da sua inexistência são inconclusivas, reconhecemos que não sabemos se Deus existe;

− contudo, (apesar da ausência de provas conclusivas,) podemos ainda tentar decidir se é melhor acreditar, ou não acreditar, que Deus existe.

Apresentação inequívoca da posição defendida.

Justificação da posição defendida

– cenários de resposta:

No caso de o examinando considerar que, nas condições descritas, pode haver bons motivos para acreditar que deus existe:

− quer Deus exista quer não exista, acreditar que Deus existe é a aposta mais vantajosa / é preferível acreditar que Deus existe, tendo em conta as consequências de todas as possibilidades: se eu acreditar que Deus existe e Deus existir, ganho o infinito / ganho a felicidade eterna / ganho o paraíso / salvo-me; se eu acreditar que Deus existe e Deus não existir, nada perco de relevante; se eu não acreditar que Deus existe e Deus não existir, nada ganho de relevante; se eu não acreditar que Deus existe e Deus existir, perco a vida eterna (algo infinito) / deixo-me condenar;

− tendo em conta que está em jogo a salvação, seria insensato (irrazoável) não acreditar em Deus (apesar de não termos provas da existência de Deus);

− na ausência de provas, de modo a acreditarmos que Deus existe, temos de estimular a fé, e isso faz-se pela participação nos rituais religiosos.

No caso de o examinando considerar que, nas condições descritas, não há bons motivos para acreditar que deus existe:

− se não temos provas conclusivas de que Deus existe nem de que não existe, a posição agnóstica é a única (epistémica e moralmente) aceitável;

− em geral, o grau de convicção decorre da força da prova / do grau de evidência, sendo irracional manter (ou desejar manter) convicções mais fortes do que a prova / do que o grau de evidência disponível;

− manter crenças irracionais é uma atitude dogmática reprovável / é epistemicamente irresponsável.

ou

− se não conhecemos Deus, também não podemos saber se Deus prefere um crente interesseiro a um descrente sincero (alguém incapaz de acreditar sem razões);

− além disso, também não sabemos se a maneira apropriada de acreditar em Deus é acreditar sem provas;

 − não é, pois, de excluir que Deus deteste a superstição e condene quem mantém crenças injustificadas.

 ou

− a «aposta de Pascal» parece pressupor que a crença pode resultar de uma decisão voluntária nossa;

− mas nós não decidimos simplesmente acreditar no que acreditamos, sem razões;

− assim, a crença de que Deus existe também não resulta simplesmente da nossa decisão, tendo de haver algum tipo de razões que nos levem a acreditar.

Nota ‒ Os aspetos constantes nos cenários de resposta apresentados são apenas ilustrativos, não esgotando o espectro de respostas adequadas possíveis.

 

A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas a cada um dos parâmetros seguintes.

 

A Problematização........................................................................................................ 2 pontos

B Argumentação a favor de uma posição pessoal............................................................................................................. 6 pontos

C Adequação conceptual e teórica................................................................................................................................ 4 pontos

D Comunicação................................................................................................................ 2 pontos


 

Parâmetros

 

Níveis

 

Descritores de desempenho

 

Pontuação

 

A

Problematização

 

2

Clarifica adequadamente formulada.

o

problema

filosófico

inerente

à

questão

 

2

 

1

Clarifica com imprecisões, ou de modo implícito, o problema filosófico inerente à questão formulada.

 

1

 

 

 

 

 

B

Argumentação a favor de uma posição pessoal

 

 

 

3

Apresenta inequivocamente a posição defendida. Evidencia domínio das competências argumentativas:

·    articula adequadamente os argumentos, as razões ou os exemplos

apresentados;

·   apresenta, com clareza e correção, argumentos persuasivos, razões ponderosas ou exemplos adequados e plausíveis a favor da posição defendida ou contra posições rivais da defendida.

 

 

 

6

 

 

 

2

Apresenta inequivocamente a posição defendida. Evidencia domínio das competências argumentativas:

·    elenca os argumentos, as razões ou os exemplos;

·   apresenta, com imprecisões, argumentos persuasivos, razões ponderosas ou exemplos adequados e plausíveis a favor da posição defendida ou contra posições rivais da defendida.

 

 

 

4

 

 

1

Apresenta a posição defendida, ainda que de modo implícito.

Evidencia uma intenção argumentativa, mas os argumentos ou as razões apresentados a favor da posição defendida, ou contra posições rivais da defendida, são fracos ou claramente falaciosos, ou os exemplos selecionados são inadequados.

 

 

2

 

 

C

Adequação conceptual e teórica

 

2

Aplica corretamente conceitos relevantes para a discussão do problema. Mobiliza (uma) perspetiva(s) teórica(s) adequada(s) à discussão do problema, mostrando compreensão dessa(s) perspetiva(s).

 

4

 

1

Aplica com imprecisões conceitos relevantes para a discussão do problema. Mobiliza com imprecisões (uma) perspetiva(s) teórica(s) adequada(s) à discussão do problema, mostrando uma compreensão parcial dos aspetos centrais dessa(s) perspetiva(s).

 

 

2

 

 

D

Comunicação

 

2

Apresenta um discurso estruturado e fluente.

Escreve de forma globalmente correta, podendo apresentar falhas pontuais que não comprometem a clareza da comunicação.

 

2

 

1

Apresenta um discurso com falhas na estruturação ou pouco fluente. Escreve de forma globalmente correta, podendo apresentar falhas pontuais que não comprometem a clareza da comunicação.

 

1

 

FIM





 LOLA

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