HIPÓTESES
É na terceira etapa do método
hipotético-dedutivo - experimentação –
que se coloca a questão da validação da hipótese.
Como validar as hipóteses? Que critério para que a hipótese tenha maior cientificidade?
Como validar as hipóteses? Que critério para que a hipótese tenha maior cientificidade?
Há duas teorias que procuram responder a esta problemática:
A – Verificacionismo
- Teoria defendida por Francis Bacon, Stuart Mill e pelos pensadores do Círculo de Viena
- Teoria defendida por Francis Bacon, Stuart Mill e pelos pensadores do Círculo de Viena
- O conhecimento científico resulta do método
indutivo – este método é usado em ciências como a Física e a Biologia
(Observação, hipótese, experimentação e lei - generalização)
- as experiências servem para verificar ou confirmar as hipóteses;
- A verificação e a confirmação experimental são o critério para distinguir
o que é científico do que não é.
Podemos colocar alguns problemas em relação a esta perspectiva:
Sendo a hipótese geral e os factos observados particulares, verificada a
consequência, estará verificada a hipótese?
David Hume defendia o carácter ilusório e INJUSTIFICADO do método indutivo; A repetição e o
hábito podem não ser garantia de generalização;
B – Falsificacionismo
- Teoria defendida por Karl Popper;
- Teoria defendida por Karl Popper;
- Não concorda com o método indutivo e defende o método hipotético-dedutivo (conjectural) – Observação, hipótese ou conjectura, experimentação e lei;
- As experiências não servem para confirmar as hipóteses mas para as
refutar – é o critério de falsificação;
- As teorias ou hipóteses têm de ser refutáveis ou falsificáveis;
- So as teorias que resistem à falsificação, são cientificamente válidas - é a
experiência que testa a resistência da hipótese à sua falsificação;
Ex. Todos os cisnes são brancos – basta encontrar um cisne preto
para ser falsificável e esta é a missão do cientista: falsificar (encontrar um
cisne de outra cor) e não confirmar (encontrando mais cisnes brancos)
- A hipótese é uma mera conjectura, ou seja, um quadro de inteligibilidade válido – se não se confirmar, ou melhor, se resistir à falsificação o cientista
terá de abandonar e reformular a hipótese.
- Segundo esta perspectiva do ponto de vista lógico uma teoria nunca é
comprovada mas pode ser ou não refutada – o 570º cisne branco a aparecer não
prova que todos os cisnes sejam brancos, mas o primeiro cisne preto prova que
nem todos os cisnes são brancos;
KARL POPPER e a evolução da ciência
- A ciência está em revolução permanente;
- As hipóteses podem ser falsificáveis e substituídas;
- A ciência avança por conjecturas e refutações;
- A ciência é um conjunto de hipóteses provisórias que serão substituídas por outras mais válidas. Porém esta substituição não se dá ao acaso: acontece se a teoria é insuficiente para explicar os problemas ou se surgem novos problemas que essa teoria não consegue explicar.
Thomas Khun e a evolução da ciência
.........
Thomas Khun e a evolução da ciência
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A RACIONALIDADE CIENTIFICA E A QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE
Será a Ciência objectiva? Poder-se-á afastar o sujeito da investigação científica?
- A ciência é o esforço racional de compreensão, clarificação e visão do essencial dos fenómenos – daquilo que é objectivo;
- O cientista terá de se esquecer da sua subjectividade para fazer ciência com objectividade;
- Para afastar o acessório e o acidental na ciência, Bachelard defende a “psicanálise do conhecimento objectivo” que é um processo mental para purificar a mente do cientista de todos os obstáculos;
-A ciência moderna: Galileu aliou a racionalidade à objectividade usando a linguagem matemática, valorizando as qualidades objectivas pois só essas podem ser quantificáveis (altura, peso); Descartes, no sèc. XVII valoriza as qualidades primárias porque só estas são objectivas - A objectividade liga-se à quantificação.
A objectividade científica segundo o:
1- Positivismo (Círculo de Viena) - a ciência é um conhecimento verdadeiro, certo, descritivo e objectivo, os factos podem ser descritos com rigor e exactidão, podem ser medidos.O cientista é um ser neutro. Este é o paradigma da modernidade ou o mito do cientismo.
Karl Popper – critica o positivismo defendendo que a ciência não não é a descrição objectiva, certa do fenómeno em si. Não há factos puros e o cientista não é neutro mas sim um sujeito activo que tem um quadro teórico de referência (ideias, valores e princípios). É criativo e crítico. A verdade é aproximada e as teorias têm de ser cada vez melhores. As teorias não são verdadeiras mas verosímeis.
Conceitos centrais da epistemologia de Karl Popper: conjectura, falsificabilidade e verosimilhança.
3 -Thomas Khun – o cientista não é neutro mas condicionado e contextualizado. A investigação científica depende da época (factos, conhecimentos, regras e técnicas). Uma teoria científica ou paradigma científico é válido numa determinada época e reina numa comunidade científica pois só nestas se faz ciência.Com base nos paradigmas que toda a comunidade cientifica aceita vive-se aquilo que Khun chama ciência normal. Se surgem anomalias (factos não explicados pelo paradigma) a ciência torna-se ciência extraordinária e dá-se uma revolução científica com o surgimento de um novo paradigma mais amplo e que é oposto ao paradigma anterior. Entre o velho e o novo paradigma há uma incomensurabilidade ou um conflito. A mudança do velho paradigma não cumulativa mas é um modo qualitativamente diferente de olhar o real. A verdade e objectividade ligam-se ao paradigma e, claro, na época. O método científico exige experimentação e argumentação (metáforas, analogias e exemplos). Sujeito e objecto não são puros – há sempre subjectividade quer na descoberta de novas teorias quer na sua justificação.
Mais do que objectividade deve falar-se de intersubjectividade.
Mais do que objectividade deve falar-se de intersubjectividade.
E se dois cientistas investigam o mesmo fenómeno e têm teorias explicativas opostas? (ver texto 20, p.203)
Para concluir...
- A ciência moderna de Galileu e Descartes evoluiu para a ciência pós-moderna de Einstein e Heisenberg – já não é uma concepção de ciência certa, objectiva e verdadeira.
A objectividade na ciência não depende só do uso de instrumentos técnicos - ao estudar um fenómeno o cientista intervem nele, altera-o (texto 21, p. 205);
- A objectividade não é, na ciência, nem definitiva nem absoluta – é antes um resultado incerto que resulta de um esforço intersubjectivo de vários cientistas que formam sa comunidades científicas.
- Embora os cientistas lutem pela objectividade, eles são influenciados por factores ideológicos porque estudar um fenómeno e não outro?), económicos( o financiamento dos governos e as descobertas que podem fazer subir as acções das empresas) e estéticos (critérios do belo de uma determinada época, texto 26, p. 207)
- A ciência é, por isso, contextualizada, histórica, cultural, é situada e interessada
A RACIONALIDADE CIENTÍFICA – Como entendê-la?
- Tradicionalmente, entendia-se a ciência como: objectiva, neutra, certa, necessária, universal e demonstrativa. O cientista era visto como um ser puramente racional e imparcial.
- Hoje, a objectividade foi substituida pela intersubjectividade, a sua racionalidade é condicionada e relativa, a verdade é verosímil e plausível e é demontrativa e argumentativa.
A CIÊNCIA É UM DOS MODOS POSSÍVEIS DE LER O REAL – é uma interpretação tal como a pintura, a poesia e a filosofia.
Lola
KARL POPPER e a evolução da ciência
- A ciência está em revolução permanente;
- As hipóteses podem ser falsificáveis e substituídas;
- A ciência avança por conjecturas e refutações;
- A ciência é um conjunto de hipóteses provisórias que serão substituídas por outras mais válidas. Porém esta substituição não se dá ao acaso: acontece se a teoria é insuficiente para explicar os problemas ou se surgem novos problemas que essa teoria não consegue explicar.
Thomas Khun e a evolução da ciência
a completar
Thomas Khun e a evolução da ciência
a completar
A RACIONALIDADE CIENTIFICA E A QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE (pp. 196 a 211)
Será a Ciência objectiva? Poder-se-á afastar o sujeito da investigação científica?
- A ciência é o esforço racional de compreensão, clarificação e visão do essencial dos fenómenos – daquilo que é objectivo;
- O cientista terá de se esquecer da sua subjectividade para fazer ciência com objectividade;
- Para afastar o acessório e o acidental na ciência, Bachelard defende a “psicanálise do conhecimento objectivo” que é um processo mental para purificar a mente do cientista de todos os obstáculos;
-A ciência moderna: Galileu aliou a racionalidade à objectividade usando a linguagem matemática, valorizando as qualidades objectivas pois só essas podem ser quantificáveis (altura, peso); Descartes, no sèc. XVII valoriza as qualidades primárias porque só estas são objectivas - A objectividade liga-se à quantificação.
A objectividade científica segundo o:
1- Positivismo (Círculo de Viena) - a ciência é um conhecimento verdadeiro, certo, descritivo e objectivo, os factos podem ser descritos com rigor e exactidão, podem ser medidos.O cientista é um ser neutro. Este é o paradigma da modernidade ou o mito do cientismo.
2- Karl Popper – critica o positivismo defendendo que a ciência não não é a descrição objectiva, certa do fenómeno em si. Não há factos puros e o cientista não é neutro mas sim um sujeito activo que tem um quadro teórico de referência (ideias, valores e princípios). É criativo e crítico. A verdade é aproximada e as teorias têm de ser cada vez melhores. As teorias não são verdadeiras mas verosímeis.
Conceitos centrais da epistemologia de Karl Popper são: conjectura, falsificabilidade e verosimilhança.
3 - Thomas Khun – o cientista não é neutro mas condicionado e contextualizado. A investigação científica depende da época (factos, conhecimentos, regras e técnicas). Uma teoria científica ou paradigma científico é válido numa determinada época e reina numa comunidade científica pois só nestas se faz ciência.Com base nos paradigmas que toda a comunidade cientifica aceita vive-se aquilo que Khun chama ciência normal. Se surgem anomalias (factos não explicados pelo paradigma) a ciência torna-se ciência extraordinária e dá-se uma revolução científica com o surgimento de um novo paradigma mais amplo e que é oposto ao paradigma anterior. Entre o velho e o novo paradigma há uma incomensurabilidade ou um conflito. A mudança do velho paradigma não cumulativa mas é um modo qualitativamente diferente de olhar o real. A verdade e objectividade ligam-se ao paradigma e, claro, na época. O método científico exige experimentação e argumentação (metáforas, analogias e exemplos). Sujeito e objecto não são puros – há sempre subjectividade quer na descoberta de novas teorias quer na sua justificação.
Mais do que objectividade deve falar-se de intersubjectividade.
Mais do que objectividade deve falar-se de intersubjectividade.
E se dois cientistas investigam o mesmo fenómeno e têm teorias explicativas opostas? (ver texto 20, p.203)
Para concluir...
- A ciência moderna de Galileu e Descartes evoluiu para a ciência pós-moderna de Einstein e Heisenberg – já não é uma concepção de ciência certa, objectiva e verdadeira.
A objectividade na ciência não depende só do uso de instrumentos técnicos - ao estudar um fenómeno o cientista intervem nele, altera-o (texto 21, p. 205);
- A objectividade não é, na ciência, nem definitiva nem absoluta – é antes um resultado incerto que resulta de um esforço intersubjectivo de vários cientistas que formam sa comunidades científicas.
- Embora os cientistas lutem pela objectividade, eles são influenciados por factores ideológicos porque estudar um fenómeno e não outro?), económicos( o financiamento dos governos e as descobertas que podem fazer subir as acções das empresas) e estéticos (critérios do belo de uma determinada época, texto 26, p. 207)
- A ciência é, por isso, contextualizada, histórica, cultural, é situada e interessada
A RACIONALIDADE CIENTÍFICA – Como entendê-la?
- Tradicionalmente, entendia-se a ciência como: objectiva, neutra, certa, necessária, universal e demonstrativa. O cientista era visto como um ser puramente racional e imparcial.
- Hoje, a objectividade foi substituida pela intersubjectividade, a sua racionalidade é condicionada e relativa, a verdade é verosímil e plausível e é demontrativa e argumentativa.
A CIÊNCIA É UM DOS MODOS POSSÍVEIS DE LER O REAL – é uma interpretação tal como a pintura, a poesia e a filosofia.
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