quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Validade e Falsificabilidade das hipoteses




VALIDADE E FALSIFICABILIDADE DAS

 HIPÓTESES


 É na terceira etapa do método hipotético-dedutivo  - experimentação – que se coloca a questão da validação da hipótese. 

Como validar as hipóteses? Que critério para que a hipótese tenha maior cientificidade?

duas teorias que procuram responder a esta problemática:


A – Verificacionismo

 - Teoria defendida por Francis Bacon, Stuart Mill e  pelos pensadores do Círculo de Viena
- O conhecimento científico resulta do método indutivo – este método é usado em ciências como a Física e a Biologia (Observação, hipótese, experimentação e lei - generalização)
- as experiências servem para verificar  ou confirmar as hipóteses;
- a hipótese só é válida se a observação natural ou laboratorial dos factos estiver de acordo com essa mesma hipótese.
- A verificação e a confirmação experimental são o critério para distinguir o que é científico do que não é.

Podemos colocar alguns problemas em relação a esta perspectiva:

Sendo a hipótese geral e os factos observados particulares, verificada a consequência, estará verificada a hipótese?
David Hume defendia o carácter ilusório e INJUSTIFICADO do método indutivo; A repetição e o hábito podem não ser garantia de generalização;


B – Falsificacionismo

- Teoria defendida por Karl Popper;
- Não concorda com o método indutivo e defende o método hipotético-dedutivo (conjectural) – Observação, hipótese ou conjectura, experimentação e lei;
- As experiências não servem para confirmar as hipóteses mas para as refutar – é o critério de falsificação;
- As teorias ou hipóteses têm de ser refutáveis ou falsificáveis;
- So as teorias que resistem à falsificação, são cientificamente válidas - é a experiência que testa a resistência da hipótese à sua falsificação;
Ex. Todos os cisnes são brancos – basta encontrar um cisne preto para ser falsificável e esta é a missão do cientista: falsificar (encontrar um cisne de outra cor) e não confirmar (encontrando mais cisnes brancos)
- A hipótese é uma mera conjectura, ou seja, um quadro de inteligibilidade válido – se não se confirmar, ou melhor, se resistir à falsificação o cientista terá de abandonar e reformular a hipótese.
- Segundo esta perspectiva do ponto de vista lógico uma teoria nunca é comprovada mas pode ser ou não refutada – o 570º cisne branco a aparecer não prova que todos os cisnes sejam brancos, mas o primeiro cisne preto prova que nem todos os cisnes são brancos;


KARL POPPER e a evolução da ciência

- A ciência está em revolução permanente;
- As hipóteses podem ser falsificáveis e substituídas;
- A ciência avança por conjecturas e refutações;
- A ciência é um conjunto de hipóteses provisórias que serão substituídas por outras mais válidas. Porém esta substituição não se dá ao acaso: acontece se a teoria é insuficiente para explicar os problemas ou se surgem novos problemas que essa teoria não consegue explicar.

Thomas Khun e a evolução da ciência

.........


A RACIONALIDADE CIENTIFICA E A QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE 

Será a Ciência objectiva? Poder-se-á afastar o sujeito da investigação científica?
- A ciência é o esforço racional de compreensão, clarificação e visão do essencial dos fenómenos – daquilo que é objectivo;
- O cientista terá de se esquecer da sua subjectividade para fazer ciência com objectividade;
- Para afastar o acessório e o acidental na ciência, Bachelard defende a “psicanálise do conhecimento objectivo” que é um processo mental para purificar a mente do cientista de todos os obstáculos;
-A ciência moderna: Galileu aliou a racionalidade à objectividade usando a linguagem matemática, valorizando as qualidades objectivas pois só essas podem ser quantificáveis (altura, peso); Descartes, no sèc. XVII valoriza as qualidades primárias porque só estas são objectivas -  A objectividade liga-se à quantificação.

objectividade científica segundo o:

1- Positivismo (Círculo de Viena) - a ciência é um conhecimento verdadeiro, certo, descritivo e objectivo, os factos podem ser descritos com rigor e exactidão, podem ser medidos.O cientista é um ser  neutro. Este é o paradigma da modernidade ou o mito do cientismo.
    Karl Popper – critica o positivismo defendendo que a ciência não não é a descrição objectiva, certa do fenómeno em si. Não há factos puros e o cientista não é neutro mas sim um sujeito activo que tem um quadro teórico de referência (ideias, valores e princípios). É criativo e crítico. A verdade é aproximada e as teorias têm de ser cada vez melhores. As teorias não são verdadeiras mas verosímeis.

Conceitos centrais da epistemologia de Karl Popper: conjectura, falsificabilidade e verosimilhança.

3 -Thomas Khun – o cientista não é neutro mas condicionado e contextualizado. A investigação científica depende da época (factos, conhecimentos, regras e técnicas). Uma teoria científica ou paradigma científico é válido numa determinada época e reina numa comunidade científica pois só nestas se faz ciência.Com base nos paradigmas que toda a comunidade cientifica aceita vive-se aquilo que Khun chama ciência normal. Se surgem anomalias (factos não explicados pelo paradigma) a ciência torna-se ciência extraordinária e dá-se uma revolução científica com o surgimento de um novo paradigma mais amplo  e que é oposto ao paradigma anterior. Entre o velho e o novo paradigma há uma incomensurabilidade ou um conflito. A mudança do velho paradigma não cumulativa mas é um modo qualitativamente diferente de olhar o real. A verdade e objectividade ligam-se ao paradigma e, claro, na época. O método científico exige experimentação e argumentação (metáforas, analogias e exemplos). Sujeito e objecto não são puros – há sempre subjectividade quer na descoberta de novas teorias quer na sua justificação. 

       Mais do que objectividade deve falar-se de intersubjectividade.
E se dois cientistas investigam o mesmo fenómeno e têm teorias explicativas opostas? (ver texto 20, p.203)


Para concluir...

- A ciência moderna de Galileu e Descartes evoluiu para a ciência pós-moderna de Einstein e Heisenberg – já não é uma concepção de ciência certa, objectiva e verdadeira.
A objectividade na ciência não depende só do uso de instrumentos técnicos  - ao estudar um fenómeno o cientista intervem nele, altera-o (texto 21, p. 205);
- A objectividade não é, na ciência, nem definitiva nem absoluta – é antes um resultado incerto que resulta de um esforço intersubjectivo de vários cientistas que formam sa comunidades científicas.
- Embora os cientistas lutem pela objectividade, eles são influenciados por factores ideológicos porque estudar um fenómeno e não outro?), económicos( o financiamento dos governos e as descobertas que podem fazer subir as acções das empresas) e estéticos (critérios do belo de uma determinada época, texto 26, p. 207)
- A ciência é, por isso, contextualizada, histórica, cultural, é situada e interessada

A RACIONALIDADE CIENTÍFICA – Como entendê-la?
- Tradicionalmente, entendia-se a ciência como: objectiva, neutra, certa, necessária, universal e demonstrativa. O cientista era visto como um ser puramente racional e  imparcial.
- Hoje, a objectividade foi substituida pela intersubjectividade, a sua racionalidade é condicionada e relativa, a verdade é verosímil e plausível e é demontrativa e argumentativa.

A CIÊNCIA É UM DOS MODOS POSSÍVEIS DE LER O REAL – é uma interpretação tal como a pintura, a poesia e a filosofia.





Lola










KARL POPPER e a evolução da ciência

- A ciência está em revolução permanente;
- As hipóteses podem ser falsificáveis e substituídas;
- A ciência avança por conjecturas e refutações;
- A ciência é um conjunto de hipóteses provisórias que serão substituídas por outras mais válidas. Porém esta substituição não se dá ao acaso: acontece se a teoria é insuficiente para explicar os problemas ou se surgem novos problemas que essa teoria não consegue explicar.

Thomas Khun e a evolução da ciência

a completar


A RACIONALIDADE CIENTIFICA E A QUESTÃO DA OBJECTIVIDADE (pp. 196 a 211)

Será a Ciência objectiva? Poder-se-á afastar o sujeito da investigação científica?
- A ciência é o esforço racional de compreensão, clarificação e visão do essencial dos fenómenos – daquilo que é objectivo;
- O cientista terá de se esquecer da sua subjectividade para fazer ciência com objectividade;
- Para afastar o acessório e o acidental na ciência, Bachelard defende a “psicanálise do conhecimento objectivo” que é um processo mental para purificar a mente do cientista de todos os obstáculos;
-A ciência moderna: Galileu aliou a racionalidade à objectividade usando a linguagem matemática, valorizando as qualidades objectivas pois só essas podem ser quantificáveis (altura, peso); Descartes, no sèc. XVII valoriza as qualidades primárias porque só estas são objectivas -  A objectividade liga-se à quantificação.

objectividade científica segundo o:

1-       Positivismo (Círculo de Viena) - a ciência é um conhecimento verdadeiro, certo, descritivo e objectivo, os factos podem ser descritos com rigor e exactidão, podem ser medidos.O cientista é um ser  neutro. Este é o paradigma da modernidade ou o mito do cientismo.
2-       Karl Popper – critica o positivismo defendendo que a ciência não não é a descrição objectiva, certa do fenómeno em si. Não há factos puros e o cientista não é neutro mas sim um sujeito activo que tem um quadro teórico de referência (ideias, valores e princípios). É criativo e crítico. A verdade é aproximada e as teorias têm de ser cada vez melhores. As teorias não são verdadeiras mas verosímeis.

Conceitos centrais da epistemologia de Karl Popper são: conjectura, falsificabilidade e verosimilhança.

3 -   Thomas Khun – o cientista não é neutro mas condicionado e contextualizado. A investigação científica depende da época (factos, conhecimentos, regras e técnicas). Uma teoria científica ou paradigma científico é válido numa determinada época e reina numa comunidade científica pois só nestas se faz ciência.Com base nos paradigmas que toda a comunidade cientifica aceita vive-se aquilo que Khun chama ciência normal. Se surgem anomalias (factos não explicados pelo paradigma) a ciência torna-se ciência extraordinária e dá-se uma revolução científica com o surgimento de um novo paradigma mais amplo  e que é oposto ao paradigma anterior. Entre o velho e o novo paradigma há uma incomensurabilidade ou um conflito. A mudança do velho paradigma não cumulativa mas é um modo qualitativamente diferente de olhar o real. A verdade e objectividade ligam-se ao paradigma e, claro, na época. O método científico exige experimentação e argumentação (metáforas, analogias e exemplos). Sujeito e objecto não são puros – há sempre subjectividade quer na descoberta de novas teorias quer na sua justificação. 

       Mais do que objectividade deve falar-se de intersubjectividade.
E se dois cientistas investigam o mesmo fenómeno e têm teorias explicativas opostas? (ver texto 20, p.203)


Para concluir...

- A ciência moderna de Galileu e Descartes evoluiu para a ciência pós-moderna de Einstein e Heisenberg – já não é uma concepção de ciência certa, objectiva e verdadeira.
A objectividade na ciência não depende só do uso de instrumentos técnicos  - ao estudar um fenómeno o cientista intervem nele, altera-o (texto 21, p. 205);
- A objectividade não é, na ciência, nem definitiva nem absoluta – é antes um resultado incerto que resulta de um esforço intersubjectivo de vários cientistas que formam sa comunidades científicas.
- Embora os cientistas lutem pela objectividade, eles são influenciados por factores ideológicos porque estudar um fenómeno e não outro?), económicos( o financiamento dos governos e as descobertas que podem fazer subir as acções das empresas) e estéticos (critérios do belo de uma determinada época, texto 26, p. 207)
- A ciência é, por isso, contextualizada, histórica, cultural, é situada e interessada

A RACIONALIDADE CIENTÍFICA – Como entendê-la?
- Tradicionalmente, entendia-se a ciência como: objectiva, neutra, certa, necessária, universal e demonstrativa. O cientista era visto como um ser puramente racional e  imparcial.
- Hoje, a objectividade foi substituida pela intersubjectividade, a sua racionalidade é condicionada e relativa, a verdade é verosímil e plausível e é demontrativa e argumentativa.

A CIÊNCIA É UM DOS MODOS POSSÍVEIS DE LER O REAL – é uma interpretação tal como a pintura, a poesia e a filosofia.






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