Dimensão discursiva do trabalho filosófico
A Filosofia é uma actividade conceptual (cria e exprime-se por conceitos) e argumentativa ( justifica racionalmente tudo aquilo que afirma através de argumentos).
As competências filosóficas
São três as competências da Filosofia:
São três as competências da Filosofia:
- Problematizar é tornar um facto num problema. O questionamento como atitude inerente à filosofia inicia-se com a formulação de um problema ou problematização.
- Questionar, interrogar, indagar para obter respostas.
- Conceptualizar é elaborar conceitos. Um conceito é uma entidade mental e universal, ou uma ideia que engloba todas as características essenciais de algo. Por exemplo o conceito de ALUNO
- Argumentar é apresentar razões a favor ou contra uma determinada tese.É um dos aspectos fundamentais de um texto pois são os argumentos racionais que nos mostram a solidez do pensamento do filosofo.
Os instrumentos lógicos do pensamento: Identificação
Ora, para pensar bem precisamos saber - o que existe no pensamento?
No pensamento existem os instrumentos lógicos ou aquilo de que precisamos para pensar:
No pensamento existem os instrumentos lógicos ou aquilo de que precisamos para pensar:
- Conceito
- Juízo
- Raciocínio / inferência.
Todos estes elementos são mentais, ou seja, fazem parte da esfera do pensamento e, por isso, a sua expressão verbal, oral ou escrita são:
- Termo
- Proposição
- Argumento
Definição e importância do conceito
É a unidade mínima do pensamento
É a representação mental e universal de uma dada realidade;
Capta o essencial e despreza o acidental
É do foro mental.
Pode ser constituído por dois ou mais termos- exemplo: Guarda chuva, arco íris, filósofos pré-socráticos.
É a representação mental e universal de uma dada realidade;
Capta o essencial e despreza o acidental
É do foro mental.
Pode ser constituído por dois ou mais termos- exemplo: Guarda chuva, arco íris, filósofos pré-socráticos.
Cada conceito tem uma extensão (conjunto de seres que cabem dentro desse conceito) Exemplo: conceito de PROFESSOR engloba os professores de Biologia, Filosofia, Yoga, música, culinária ... e todos os professores,
Cada conceito tem uma compreensão (conjunto de características comuns a todos os seres que constituem a extensão do conceito). Exemplo: conceito de PROFESSOR - o que há de comum? Ensina, possui informação, usa a linguagem, ser racional ...
Nota: o conceito de Homem tem maior extensão de homem livre!
Definição e importância do juízo/Proposição
O juízo é uma relação que se estabelece entre dois ou mais conceitos. Ninguém poderá estruturar um pensamento se não relacionar conceitos.
Exemplo: O PROFESSOR é COMPETENTE. (aplicou-se um atributo, neste caso COMPETENTE a um sujeito, neste caso, PROFESSOR)
Como é mental o juízo exprime-se na proposição. Estas podem ser:
Verdadeiras ou falsas (adequação à realidade)
Universais ou particulares (Todos.... Alguns....)
Afirmativas ou negativas (...é ....não é....)
Definição e importância do Raciocínio/Argumento
Os juízos unem-se formando raciocínios ou inferências.
Uma inferência é um processo lógico ou mental da qual se faz derivar uma conclusão de uma ou mais premissas.
Como é mental o raciocínio exprime-se, materialmente, no argumento.
Os juízos unem-se formando raciocínios ou inferências.
Uma inferência é um processo lógico ou mental da qual se faz derivar uma conclusão de uma ou mais premissas.
Como é mental o raciocínio exprime-se, materialmente, no argumento.
Tipos de argumentos: identificação e caracterização
Como é mental o raciocínio exprime-se, materialmente, no argumento. Estes podem ser:
Dedutivos: de premissas universais infere-se uma conclusão particular.
Exemplo: Todos os professores são racionais
Diana é professora
Diana é racional
Indutivos:de premissas particulares infere-se uma conclusão universal.
Exemplo: Alguns gatos brancos tem olhos bonitos
Logo, todos os gatos brancos têm olhos bonitos.
Condicionais
Dedutivos: de premissas universais infere-se uma conclusão particular.
Exemplo: Todos os professores são racionais
Diana é professora
Diana é racional
Indutivos:de premissas particulares infere-se uma conclusão universal.
Exemplo: Alguns gatos brancos tem olhos bonitos
Logo, todos os gatos brancos têm olhos bonitos.
Este raciocinio ou inferência baseia-se na PROBABILIDADE!
Condicionais
Exemplo: Se a Diana estudar, será professora
Estuda
logo, será professora
Regra
MODUS PONENS - afirmei a condição (modo válido)
OU
Exemplo: Se a Diana estudar, será professora
Não é professora
logo, não estudou
Regra
MODUS TOLLENS - neguei o condicionado (modo válido)
Estuda
logo, será professora
Regra
MODUS PONENS - afirmei a condição (modo válido)
OU
Exemplo: Se a Diana estudar, será professora
Não é professora
logo, não estudou
Regra
MODUS TOLLENS - neguei o condicionado (modo válido)
Validade dos argumentos
Numa inferência devemos distinguir:
Validade formal: o respeito pelas regras ou seja, quando a conclusão é inferida correctamente, segundo as regras desse raciocínio.
Verdade material: diz respeito ao conteúdo das premissas e conclusão na realação com a realidade.
Numa inferência devemos distinguir:
Validade formal: o respeito pelas regras ou seja, quando a conclusão é inferida correctamente, segundo as regras desse raciocínio.
Verdade material: diz respeito ao conteúdo das premissas e conclusão na realação com a realidade.
Ex: Os patos vivem na lua
Donald é um pato
Logo, Donald vive na lua.
Este é um raciocínio válido pois cumpre as regras do Silogismo dedutivo, mas é, materialmente, falso porque não se adequa à realidade.
Um argumento dedutivo é sólido quando as suas premissas e a conclusão são válidas e verdadeiras.
Ex: Todo o Homem é mortal
Kant é homem
Logo, Kant é mortal.
Argumentos falaciosos - falacias formais e informais.
Como se definem?
Falacias Formais são raciocinios invalidos ou incorrectos. Decorrem da forma logica do argumento ou raciocinio e são o resultado do desrespeito pelas regras de inferência vàlida.
As falácias informais são argumentos inválidos que o orador quer mostrar como válidos. Não falham a nível lógico, mas sim ao nível do seu conteúdo.
FALÀCIAS FORMAIS FALÀCIAS INFORMAIS
Exemplo de falácias ou argumentos falaciosos
Como se definem?
Falacias Formais são raciocinios invalidos ou incorrectos. Decorrem da forma logica do argumento ou raciocinio e são o resultado do desrespeito pelas regras de inferência vàlida.
As falácias informais são argumentos inválidos que o orador quer mostrar como válidos. Não falham a nível lógico, mas sim ao nível do seu conteúdo.
FALÀCIAS FORMAIS FALÀCIAS INFORMAIS
São inferências aparentemente válidas, mas na realidade são inválidas pois não respeitam as regras lógicas.
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Argumentos inválidos mas que aparentemente nos surgem como válidos já que estão dependentes da ambiguidade da linguagem natural comum.
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Relaciona-se com a estrutura do argumento
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Relaciona-se com o a matéria ou conteúdo do argumento (relação do que é afirmado/negado e a realidade.
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Identificam-se com facilidade (por exemplo a violação das oito regras do silogismo). | Há dificuldade em identificá-las, mas é possível fazê-lo. |
Exemplo de falácias ou argumentos falaciosos
Formais:
Silogismo Condicional
- Falacia da negação do antecedente
- Falacia da afirmação do consequente
Informais:
Falácia de Ad Hominem
(contra a pessoa)
Falácia de Apelo à Força |
Desvalorizam-se os argumentos do oponente ao atacar directamente o seu estatuto, a sua religião, as suas características pessoais…
Tentativa de destituir a credibilidade do orador com insultos contra a pessoa.
Imposição das ideias do orador pelo uso da força ou ameaça. O auditório aceita a tese com medo das consequências a que estariam sujeitos se tal não fizessem.
O auditório é sujeito a uma forte pressão que leva à aceitação forçada da tese.
EX: Ou entras na lista do meu partido ou eu não te darei emprego.
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Ex:
Não sabes o que dizes porque és um inculto.
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No início do 11º Ano abordaremos esta temática com maior desenvolvimento!
Lola
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