sábado, 15 de novembro de 2014

Escrevem os mochinhos



Hanna Arendt

Um dia destes ao abordar o tema "A Acção Humana" escolhi algumas estratégias de introdução ao tema entre as quais um texto de Hanna Arendt da sua obra "A condição Humana" com o objectivo de distinguir três conceitos da sua filosofa: labor, trabalho e acção.

A aluna Mariana Gomes Ferreira do 10° A, talvez surpreendida pela existência de filosofia no feminino, escreveu este texto que me enviou!

Aqui vai:





Hannah Arendt  nasceu no dia 14 de outubro de 1906 na Alemanha e faleceu a 4 de dezembro de 1975 nos Estados Unidos. Hannah Arendt foi uma filósofa de origem judaica, uma das mais influentes do século XX. Os seus principais interesses eram: a Teoria política, a modernidade, a Filosofia da História.
Com catorze anos, já tinha lido a Crítica da razão pura de Kant e a Psicologia das conceções do mundo de Jaspers. Aos 17 anos foi obrigada a abandonar a escola por problemas disciplinares, indo então, sozinha, para Berlim, onde, sem haver concluído a sua formação, teve aulas de teologia cristã pela primeira vez….
Em 1924, começou os seus estudos na Universidade de Magdburgo e durante um ano assistiu às aulas de Filosofia de Martin Heidegger e de Nicolas Hartmann.
No começo de 1926, decidiu trocar de universidade, indo para a Universidade Albert Ludwig de Freiburg, para estudar sob a orientação de Edmund Husserl. Ela também estudou filosofia na Universidade de Heidelberg e  formou-se em 1928, sob a tutoria de Karl Jaspers, com a tese O conceito de amor em Santo Agostinho.
O seu primeiro livro chama-se O conceito do amor em Santo Agostinho: Ensaio de uma interpretação filosófica. Trata-se de sua tese, editada em 1929 em Berlim, na qual ela enlaça elementos da filosofia de Martin Heidegger com os de Karl Jaspers e enfatiza a importância do nascimento, tanto para o indivíduo como para seu próximo. A obra foi resenhada em importantes publicações filosóficas e literárias. Criticou-se o fato de que Arendt considerasse Santo Agostinho como filósofo e não como sacerdote, além do fato de não ter citado a literatura teológica mais recente.
No livro As origens do totalitarismo (1951) consolida o seu prestígio como uma das figuras maiores do pensamento político ocidental. Arendt assemelha de forma polémica o nazismo e o stalinismo, como ideologias totalitárias, isto é, com uma explicação compreensiva da sociedade mas também da vida individual, e mostra como a via totalitária depende da banalização do terror, da manipulação das massas, do criticismo face à mensagem do poder. Hitler e Stalin seriam duas faces da mesma moeda, tendo alcançado o poder por terem explorado a solidão organizada das massas.
 Sete anos depois publica A condição humana, obra onde adota a clássica tripartição grega e enfatiza a importância da política como acção e como processo, dirigida à conquista da liberdade:
«Com a expressão 'vita activa', pretendo designar três actividades humanas fundamentais: labor, trabalho e ação. (...) O labor é a actividade que corresponde ao processo biológico do corpo humano (...). A condição humana do labor é a própria vida. O trabalho é a actividade correspondente ao artificialismo da existência humana (...). O trabalho produz um mundo "artificial" de coisas, nitidamente diferente de qualquer ambiente natural. A condição humana do trabalho é a mundanidade. A acção, única actividade que se exerce directamente entre os homens sem a mediação das coisas ou da matéria, corresponde à condição humana da pluralidade, ao facto de que homens, e não o Homem, vivem na Terra e habitam o mundo. Todos os aspectos da condição humana têm alguma relação com a política; mas esta pluralidade é especificamente 'a' condição (...) de toda a vida política.»
Depois publica Sobre a Revolução  (1963), onde examina a revolução francesa e a revolução americana, mostrando o que têm de comum e de diferente, defendendo que a preservação da liberdade só é possível se as instituições pós-revolucionárias interiorizarem e mantiverem vivas as ideias revolucionárias. Lembraria aos seus concidadãos norte-americanos (entretanto adquirira a nacionalidade norte-americana) que se se distanciassem dos ideais que tinham inspirado a revolução americana perderiam o seu sentido de pertença e identidade.
Hannah Arendt faleceu em 1975 e está sepultada em Bard College, nos Estados Unidos.

 Mariana Guedes Ferreira, 10° A










Jà viram o filme?






Lola

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