Hanna Arendt
Um dia destes ao abordar o tema "A Acção Humana" escolhi algumas estratégias de introdução ao tema entre as quais um texto de Hanna Arendt da sua obra "A condição Humana" com o objectivo de distinguir três conceitos da sua filosofa: labor, trabalho e acção.
A aluna Mariana Gomes Ferreira do 10° A, talvez surpreendida pela existência de filosofia no feminino, escreveu este texto que me enviou!
Aqui vai:
Hannah Arendt nasceu no dia 14 de outubro de 1906 na Alemanha e faleceu a 4 de dezembro de 1975 nos
Estados Unidos. Hannah Arendt foi uma filósofa de origem judaica,
uma das mais influentes do século XX. Os seus principais interesses eram: a Teoria política, a
modernidade, a Filosofia da História.
Com catorze anos, já tinha lido a Crítica da razão pura de Kant e a Psicologia das conceções do mundo
de Jaspers. Aos 17 anos foi obrigada a abandonar a escola por problemas disciplinares,
indo então, sozinha, para Berlim, onde, sem haver concluído a sua formação, teve aulas de teologia cristã pela primeira vez….
Em 1924, começou os seus estudos na Universidade de Magdburgo
e durante um ano assistiu às aulas de Filosofia de Martin Heidegger e de Nicolas
Hartmann.
No começo de 1926, decidiu trocar de universidade, indo
para a Universidade Albert Ludwig de Freiburg, para estudar sob
a orientação de Edmund Husserl. Ela também estudou filosofia na Universidade
de Heidelberg e formou-se em 1928, sob a tutoria de Karl Jaspers, com
a tese O conceito de amor em Santo Agostinho.
O seu primeiro
livro chama-se O conceito do amor em Santo Agostinho: Ensaio de
uma interpretação filosófica. Trata-se de sua tese, editada em 1929 em Berlim, na qual ela enlaça elementos da filosofia de
Martin Heidegger com os de Karl Jaspers e enfatiza a importância do nascimento,
tanto para o indivíduo como para seu próximo. A obra foi resenhada em
importantes publicações filosóficas e literárias. Criticou-se o fato de que
Arendt considerasse Santo
Agostinho como filósofo e não como sacerdote,
além do fato de não ter citado a literatura teológica mais recente.
No livro As
origens do totalitarismo (1951) consolida o
seu prestígio como uma das figuras maiores do pensamento político ocidental.
Arendt assemelha de forma polémica o nazismo e
o stalinismo, como ideologias totalitárias,
isto é, com uma explicação compreensiva da sociedade mas também da vida
individual, e mostra como a via totalitária depende da banalização
do terror, da manipulação das massas, do criticismo face à mensagem
do poder. Hitler e Stalin seriam duas faces da mesma moeda,
tendo alcançado o poder por terem explorado a solidão organizada das
massas.
Sete anos depois publica A
condição humana, obra onde adota a
clássica tripartição grega e enfatiza a importância da política como acção e como processo, dirigida à
conquista da liberdade:
«Com a expressão 'vita activa', pretendo designar três actividades humanas
fundamentais: labor, trabalho e ação. (...) O labor é a actividade que
corresponde ao processo biológico do corpo humano (...). A condição humana do
labor é a própria vida. O trabalho é a actividade correspondente ao
artificialismo da existência humana (...). O trabalho produz um mundo
"artificial" de coisas, nitidamente diferente de qualquer ambiente
natural. A condição humana do trabalho é a mundanidade. A acção, única actividade
que se exerce directamente entre os homens sem a mediação das coisas ou da
matéria, corresponde à condição humana da pluralidade, ao facto de que homens,
e não o Homem, vivem na Terra e habitam o mundo. Todos os aspectos da condição
humana têm alguma relação com a política; mas esta pluralidade é
especificamente 'a' condição (...) de toda a vida política.»
Depois publica Sobre
a Revolução (1963), onde examina a revolução
francesa e a revolução americana, mostrando o que têm de comum e de
diferente, defendendo que a preservação da liberdade só é possível se
as instituições pós-revolucionárias interiorizarem e mantiverem vivas
as ideias revolucionárias. Lembraria aos seus concidadãos norte-americanos
(entretanto adquirira a nacionalidade norte-americana) que se se distanciassem
dos ideais que tinham inspirado a revolução americana perderiam o seu sentido
de pertença e identidade.
Hannah Arendt faleceu em 1975 e
está sepultada em Bard College, nos Estados Unidos.
Lola
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