Os Inuit
Os Inuit - a tradição e a modernidade num povo extremo
Os Inuit são conhecidos por esquimós, mas muitos
rejeitam o termo, que significa "comedores de carne crua". Tendo
atravessado o estreito de Béringue por volta de 3000 a.C., os Inuit hoje
habitam uma vasta área do Árctico, mas a sua língua e a sua cultura são
consistentes.
As antigas habitações dos Inuit eram, porém, diferentes: rectangulares
e cobertas com terra (Alasca) ou em forma de cúpula e feitas de pedras, terra e
ossos de baleia (Gronelândia). No Canadá, os Inuit por vezes constroem iglos,
mas vivem a maior parte do ano em casas. Viviam à base de peixe e carne de rena
ou alce, alimentos que ainda hoje consomem. A pesca da baleia ainda é vital na
sua economia, tanto que recentemente os Inuit contestaram as quotas da
International Whaling Comission
.
Percorriam terras cobertas de neve e gelo em trenós
puxados por cães ou deslocavam-se por mar, em caiaques ou umiaks, um pouco
maiores. Hoje, porém, muitos usam veículos próprios para a neve, espingardas e
equipamento para campismo moderno. Outrora utilizavam também ferramentas feitas
de osso de baleia e morsa, muitas vezes cuidadosamente esculpidos.
Hoje, porém,
esses objectos são apenas artísticos. A religião tradicional dos Inuit
organiza-se em torno de complexas crenças xamanistas, muitas delas descritas
através da tradição oral que inclui epopeias e duelos cantados.
In Curiosidades Geogràficas
Como vivem os esquimós?
No gelo e na neve, submetidos a temperaturas de até
-45 °C. A palavra “esquimó” se refere a grupos étnicos que ocupam o extremo
norte do planeta desde 5 mil a.C. Atualmente, são cerca de 150 mil pessoas,
ocupando uma faixa litorânea com cerca de 3 mil km de extensão, que cobre a
Sibéria, o Alasca, o norte do Canadá e a Groenlândia.
Dentre dezenas de etnias,
os inuits são os mais populosos. Eles são tão comuns no Canadá e na Groenlândia
que lá “inuit” define os moradores das áreas geladas. O termo “esquimó” é
pejorativo – significaria “comedor de carne crua”. Mas, segundo Anna Berge,
linguista da Universida de do Alasca, “não é certo que essa seja a origem da
palavra. Eles mesmos não se chamam de ‘esquimós’”.
Em geral, eles são baixos,
com 1,60 m de altura, braços e pernas curtos e fortes. Costumam ser pacíficos e
solidários: todos trabalham para o bem da comunidade, e não há classes sociais.
TAREFAS DIVIDIDAS
Mulheres fazem o vilarejo funcionar, enquanto os
homens viajam para obter comida
Marido e mulheres
Quanto mais posses, mais esposas o esquimó pode ter
– em geral, no máximo são três. As crianças, consideradas reencarnações dos
antepassados, são carregadas nas costas pelas mães para evitar o vento frio. Em
comunidades tradicionais, elas não vão à escola e aprendem as atividades dos
pais na prática
Dieta carnívora
A alimentação dos esquimós, baseada em carne, é
usada como exemplo para justificar a dieta de Atkins, sem carboidratos. Como o
frio inibe a agricultura e o cozimento (por ser demorado e demandar muita
energia), os povos comem muita carne defumada, preparada pelas mulheres em
buracos no chão
Iglu de pau
Na real, a palavra “iglu” significa “casa”, e o
tipo mais comum não é o feito de gelo, mas de madeira. Cada um costuma ter
cerca de 25 x 15 m, com telhado inclinado para impedir desabamento por acúmulo
de neve. A vila também tem um barracão em que as mulheres fabricam roupas e
barcos
Dando no couro
A base do vestuário é pele de foca, de urso e de
raposa. Para melhorar o aquecimento, os pelos são voltados para dentro. A
fabricação é responsabilidade das mulheres, que mascam o couro e o deixam
curtindo na urina delas. Para facilitar a costura, são usados os tendões dos
próprios animais
Dependendo da região, a roupa é mais rústica –
manchada de urina – ou mais uniforme e com adereços, resultado do contato com o
ambiente urbano
Pesca na raça
Dependendo da região, os povos do gelo caçam
salmão, foca, urso, raposa ou baleia. Grupos que vivem no Ártico canadense
pescam grandes mariscos em perigosas cavernas naturais que surgem, uma vez por
ano e por poucas horas,no gelo que cobre lagos e mares. No Alasca, a caça às
baleias é feita com pequenos barcos e harpões
Quando encontram uma baleia no raso (geralmente
alimentando filhotes), os esquimós a cercam e lançam as armas até vencer o
bicho pelo cansaço
Caverna fabricada
Iglus de gelo, só nas viagens de caça e pesca. Eles
são feitos com grandes blocos de neve compactada, cortados no solo. Os tijolos
são dispostos em espiral, subindo até o teto e coberto por um bloco que, ao
mesmo tempo, sela e sustenta a construção.O “cimento” também é gelo – derretido
com lamparinas de óleo de baleia
O formato arredondado evita que a neve se acumule e
derrube o iglu – que pode acomodar até 20 pessoas
Pode vir quente
A entrada, cavada no chão, barra o ar gelado. As
camas ficam o mais alto possível. Uma fogueira garante a iluminação e o
aquecimento, aumentando a temperatura de -45 oC para agradáveis 16 oC. De
quebra, o calor interno dá uma leve derretida na neve, que escorre e congela de
novo, reforçando a vedação
Au-automóvel
Para se locomover por camadas de gelo de até 2 km de espessura, o melhor
meio de transporte são os trenós puxados por cães – os malamutes predominam na
região do Canadá, e os ruskies, na Sibéria. Os veículos, para até quatro
pessoas, chegam a 40 km/h. A navegação é feita com barcos de pele de baleia
GELO DE TODO JEITO
Esquimós não têm centenas de
palavras para se referir à neve
A diversidade de dialetos entre
as etnias ajudou a difundir o mito de que os esquimós têm centenas de palavras
para “neve”.
Para cada povo, são entre cinco e sete palavras. No
vocabulário inuit, é assim:
TLAPA Muito fina, em pó
TLAMO Cai em flocos grandes
TLATIM Cai em flocos pequenos
KRIPYA Neve que derreteu e recongelou
TLAYING Misturada com barro
KRIPLYANA Neve dura e azulada
In Mundo Estranho
por Tiago Cordeiro | Edição 128
Sem comentários:
Enviar um comentário