"No reino dos fins tudo tem um
preço ou uma dignidade. Quando uma coisa tem um preço, pode-se pôr em vez dela
qualquer outra como equivalente; mas quando uma coisa está acima de todo o
preço, e portanto não permite equivalente, então ela tem dignidade.
O que se relaciona com as inclinações e necessidades gerais do homem tem um
preço venal; aquilo que, mesmo sem pressupor uma
necessidade, é conforme a um certo gosto, isto é a uma satisfação
no jogo livre e sem finalidade das nossas faculdades anímicas, tem um
preço de afeição ou de sentimento; aquilo porém que constitui a
condição graças à qual qualquer coisa pode ser um fim em si mesma, não tem
apenas um valor relativo, isto é um preço, mas um valor íntimo, isto é
dignidade.
Ora a moralidade é a única condição que pode fazer de um ser racional um fim
em si mesmo, pois só por ela lhe é possível ser membro legislador no reino dos
fins. portanto a moralidade, e a humanidade enquanto capaz de
moralidade, são as únicas coisas que têm dignidade. A destreza e a
diligência no trabalho têm um preço venal; a argúcia de espírito, a imaginação
viva e as fantasias têm um preço de sentimento; pelo contrário, a lealdade nas
promessas, o bem querer fundado em princípios ( e não no instinto) têm um valor
íntimo."
Lola
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