Kant - mentir por amor
Fado do Ladrão Enamorado
Vê se pões a gargantilha
Porque amanhã é domingo
E eu quero que o povo note
A maneira como brilha
No bico do teu decote
E se alguem perguntar
Dizes que eu a comprei
Ninguem precisa saber
Que foi por ti que a roubei
E se alguém desconfiar
Porque não tenho um tostão
Dizes que é uma vulgar
Joia de imitação
Nunca fui grande ladrão
Nunca dei golpe perfeito
Acho que foi a paixão
Que me aguçou o jeito
Por isso põe a gargantilha
Porque amanhã é domingo
E eu quero que o povo note
A maneira como brilha
No bico do teu decote
Que diria Kant desta mentira e deste roubo por
amor?
A condição prática moral para a paz perpétua na república das letras é a
aceitação universal do princípio da veracidade ou, inversamente, a proibição
total da mentira em assuntos teóricos: “Tu não deves mentir (nem mesmo na mais
piedosa das intenções)” (p. 504). Isso significa, em particular, que não se
deve mentir sobre o supra-sensível.
Na mesma oportunidade, Kant retoma a tese de 1791 de que a mentira é o
crime principal, afirmando ser ela “a mancha podre da natureza humana”.
Depois de fazer a distinção, tal como em 1791, entre a mentira interna
(diante de Deus ou de si mesmo) e a externa (diante de outros), esclarece que
ambas podem ser de duas espécies: a que dá por verdadeiro o que se tem
consciência ser falso e a que dá por certo aquilo que se está consciente ser
subjetivamente incerto (p. 504).
Texto tirado daqui
Vejamos um
exemplo de "mentira externa"
"Um dono de casa ordena ao seu criado que negue a sua [do dono]
presença se um certo indivíduoperguntar por ele. O criado faz isso e, como
resultado, seu senhor sai furtivamente de casa e cometeum grave crime que, de
outra maneira, teria sido impedido pelo guarda enviado para prendê-lo. Sobre
quem (de acordo com princípios éticos) recai a culpa neste caso? Certamente
também sobre o criado,que violou um dever para consigo mesmo por meio de uma
mentira, cujas conseqüências lhe são imputadas pela sua própria consciência.
(Kant 1797b, p. 88)..."
Texto tirado daqui
Lola
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