Argumentos
Porque é que os argumentos são essenciais?
Os argumentos são essenciais, em primeiro lugar, porque são uma forma de tentar
descobrir quais os melhores pontos de vista. Nem todos os pontos de vista são
iguais. Algumas conclusões podem ser apoiadas com boas razões; outras, com
razões menos boas. Mas muitas vezes não sabemos quais são as melhores
conclusões. Precisamos de apresentar argumentos para apoiar diferentes
conclusões, e depois avaliar tais argumentos para ver se são realmente bons.
Neste sentido, um argumento é uma forma de investigação. Alguns filósofos e
ativistas argumentaram, por exemplo, que criar animais só para fornecer carne
causa um sofrimento imenso aos animais e que, portanto, isso é injustificado e
imoral. Será que eles têm razão? Não se pode decidir consultando os preconceitos
que se têm. Estão envolvidas muitas questões. Temos obrigações morais para com
outras espécies, por exemplo, ou é só o sofrimento humano que é realmente mau?
Podem os seres humanos viver realmente bem sem carne? Alguns vegetarianos
viveram até idades muito avançadas. Será que este facto mostra que as dietas
vegetarianas são mais saudáveis? Ou é esse facto irrelevante, considerando que
alguns não vegetarianos também viveram até idades muito avançadas? (É melhor
perguntar se uma percentagem mais elevada de vegetarianos vivem até idades
avançadas.) Talvez as pessoas mais saudáveis tenham tendência para se tornarem
vegetarianas, ao contrário das outras? Todas estas questões têm de ser
consideradas cuidadosamente, e as respostas não são, à partida, óbvias.
Os argumentos também são essenciais por outra razão. Uma vez chegados a uma
conclusão bem apoiada por razões, os argumentos são a maneira pela qual a
explicamos e defendemos. Um bom argumento não se limita a repetir as
conclusões. Em vez disso, oferece razões e dados para que as outras pessoas
possam formar a sua própria opinião. Se o leitor ficar convencido que devemos
realmente mudar a forma como criamos e usamos os animais, por exemplo, terá de
usar argumentos para explicar como chegou a essa conclusão: é assim que
convencerá as outras pessoas.
Ofereça as razões e os dados que o convenceram a
si.
Ter opiniões fortes não é um erro. O erro é não ter mais nada.
Anthony Weston, A arte de Argumentar
Lola
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