terça-feira, 12 de janeiro de 2016

David Bowie





David Bowie


Da intervenção...



Alemanha agradece a Bowie por ter "ajudado a derrubar o Muro"





O Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão agradeceu a David Bowie, que morreu no domingo, por ter "ajudado a derrubar" o Muro de Berlim em 1989 com a música "Heroes", que se transformou num hino anti Guerra Fria.


"Adeus David Bowie. Está agora entre os #Heroes. Obrigado por ajudares a derrubar o Muro", lê-se numa mensagem na conta do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão na rede social Twitter, com uma ligação para o vídeo da música.

Bowie escreveu "Heroes" quando, nos anos 1970, viveu por três anos na Berlim dividida do pós-guerra.
Enquanto gravava nos estúdios Hansa, em Berlim ocidental, perto da fronteira onde militares da Alemanha de Leste tinham ordens para matar, observou um casal a beijar-se, cena que retratou na letra da música como um apelo para que o amor se sobrepusesse às divisões.





Tirado DAQUI

"Consigo lembrar-me/De pé junto ao muro/As armas a dispararem sobre as nossas cabeças/E nós beijámo-nos/Como se nada pudesse cair" ("I can remember/Standing by the wall/And the guns shot above our heads/And we kissed, as though nothing could fall").
Anos mais tarde, em 1987, Bowie interpretou a canção num concerto no Reichstag (parlamento alemão), perto do Muro, que levou centenas de jovens da Alemanha de Leste a juntar-se na fronteira para ouvir a música.
David Bowie começou o concerto afirmando ao microfone, em alemão, "Cumprimentos a todos os nossos amigos que estão do outro lado do muro", cantando em seguida "Heroes". Do outro lado do muro, segundo relatos, centenas aplaudiram a música aos gritos de "O muro tem de cair!".
"Não podia ter composto a música que compus se não tivesse ficado completamente cativado por Berlim, pelas suas estruturas especiais e as suas tensões, o Muro e o seu impacto na cidade", disse Bowie numa entrevista ao diário Tagespiegel em 2002.
Nas comemorações do 25.º aniversário da queda do Muro, em novembro de 2014, o músico britânico Peter Gabriel foi convidado a cantar uma versão reduzida de "Heroes", com bandas de rock da Alemanha Ocidental e Oriental e com antigos dissidentes em palco.
David Bowie morreu de cancro no domingo, aos 69 anos, dois dias depois da edição do seu 25.º álbum, "Blackstar".



...à consciência da finitude!




Tirado DAQUI




No último clipe, "Lazarus", Bowie transforma a morte em obra de arte
Artista aparece em uma cama de hospital cantando versos que, diante do impacto de sua morte, ilustram sua emocionante despedida
"Olha aqui, eu estou no céu", começa a cantar Bowie em Lazarus, canção daquele que nenhum fã poderia imaginar que seria mesmo seu último disco, Blackstar, lançado na última sexta-feira, dia em que completou 69 anos. A melancólica canção remete ao personagem bíblico (Lázaro é o homem que Jesus Cristo traz de volta do mundo dos mortos) — e era justo um fã de Bowie querer interpretá-la como uma celebração do artista à vida e à retomada da carreira com mais uma de suas surpreendentes reinvenções sonoras.
Mas o videoclipe de Lazarus, revisto agora sob o tremendo impacto da morte de Bowie, foi de fato uma despedida. Visivelmente debilitado pelo câncer que enfrentou de forma muito reservada nos últimos 18 meses, Bowie aparece em uma cama de hospital cantando versos como "eu estou em perigo, nada tenho a perder" e falando de "cicatrizes que não podem ser vistas" . Está vendado, com dois pequenos objetos circulares sobre os olhos, emulando os milenares rituais que colocam moedas sobre as vistas dos mortos.
Por um breve momento, aparece próximo a uma janela, iluminado, e dança lembrando "do tempo que cheguei a Nova York e estava vivendo como um rei". Essa sequência pode ter sido seu esforço derradeiro esforço para mostra-se ao fãs com a energia performática e transgressora que lhe foi tão característica ao longo de sua trajetória. E então vai saindo de cena lentamente, caminhado para trás até fechar a porta. O brilho vira escuridão. Bowie foi um artista corajoso inovador até seus últimos instantes. Fez de seu próprio obituário uma emocionante obra de arte.
Via Zero Hora Entretenimento





Olha para mim, estou em perigo, já não tenho nada a perder

Ele despediu-se de nós com um vídeo. Que era premonitório, sabemo-lo agora. “Lazarus” é o adeus. Comovente, duro. “Isso não é típico de mim?” David Bowie morreu esta segunda-feira, vítima de cancro

“Olha para mim, estou no céu / Tenho cicatrizes que não podem ser vistas / Olha para mim, estou em perigo / Já não tenho nada a perder.”
David Bowie está deitado numa cama de hospital, vendado, dois botões cosidos no lugar dos olhos. Está agitado, como a música que canta. Os gestos são teatrais. As palavras inquietam-nos, agora que sabemos que o ícone partiu. Bowie conhecia o seu destino.
Descrevemos o vídeo de “Lazarus”, o segundo single a ser extraído de “Blackstar”, o álbum do músico inglês lançado na passada sexta-feira, no dia em que completava 69 anos. O nome é roubado a Lázaro, personagem bíblica que morre e é ressuscitada poucos dias depois por Jesus Cristo, quando o seu corpo está envolvido por faixas, tal como o de Bowie no vídeo. Muitas vidas couberam nos 69 anos de Bowie; o legado fica entre nós, o milagre foi o seu talento.
Apesar de ter sido escrita para o musical homónimo que estreou em Nova Iorque no mês passado, “Lazarus” parece uma espécie de capítulo final, o encerramento de uma vida que todos conhecemos, mas nem sempre compreendemos (“Tenho drama, não pode ser roubado / Todos me conhecem agora”). Soa à despedida de quem sabia o que estava para vir.

A crítica rendeu-se ao novo álbum e a “Lazarus”, o último vídeo de Bowie. Embora seja sempre difícil perder um ídolo, talvez o consolo possa ser encontrado nos versos que põem um ponto final, na carreira e na vida do cantor: “Desta ou de nenhuma forma / Sabes que vou ser livre/ Tal como um pássaro / Isso não é típico de mim?”.

In Expresso de 11 de Janeiro de 2015



Mural em Brixton, cidade onde nasceu!
Lola



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