David Hume
A conexão necessária
"Quando olhamos
para os objetos exteriores à nossa volta e consideramos a operação das causas,
nunca somos capazes de identificar, num caso singular, qualquer poder ou
conexão necessária, qualquer qualidade que ligue o efeito à causa e torne o
primeiro uma consequência infalível da segunda.
O impulso da primeira
bola de bilhar é seguido pelo movimento da segunda, e isso é tudo ao que é dado
aos nossos sentidos externos. O espírito não sente qualquer impressão ou
sentimento interno devido a uma sucessão de objetos. Em consequência, em nenhum
caso singular, particular, de causa e efeito, há alguma coisa capaz de sugerir
a ideia de poder ou de conexão necessária.
Parece então que esta
ideia de conexão necessária entre eventos surge de uma multiplicidade de casos
similares de conjunção constante entre esses eventos, e esta ideia nunca pode
ser sugerida por qualquer desses casos singulares (…). Mas numa multiplicidade
de casos nada há que seja diferente de cada um dos casos individuais que se
supõe serem exactamente similares, a não ser que, depois da repetição de casos
similares, a mente é levada pelo hábito, quando aparece um dos eventos, a esperar
o seu acompanhante usual e a acreditar que ele vai ocorrer.
Portanto esta conexão que sentimos na mente, esta transição costumeira de um objeto para o seu acompanhante habitual, é o sentimento ou impressão a partir do qual formamos a ideia de conexão necessária".
Portanto esta conexão que sentimos na mente, esta transição costumeira de um objeto para o seu acompanhante habitual, é o sentimento ou impressão a partir do qual formamos a ideia de conexão necessária".
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