segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

David Hume



David Hume
 O empirismo céptico


Qual o origem do conhecimento?

O entendimento humano é limitado para conhecer;
Não há fundamento metafisico do conhecimento;
O conhecimento tem origem na experiência - valoriza o objecto a conhecer;
Crenças e ideias vêm da experiência, até as ideias mais complexas;

Da realidade o homem tem percepções - as mais importantes são as impressões;

Impressões são: Sensações, emoções, amor, ódio, revolta, paixão e desejo;
As impressões representam-se em ideias ou pensamentos;
As ideias derivam das impressões;
Não há ideias sem impressões previas:

Ex: A cor do carro que vemos é uma impressão (sensorial);
A memória da cor do carro é uma ideia (deriva da impressão)


O que temos na mente?

Temos Impressões e ideias
As impressões distinguem-se das ideias pelo grau de força e de vivacidade com que as apreendemos. 
As impressões são mais fortes e violentas do que as ideias. 
Por "impressões", Hume entende as sensações, as emoções e as paixões, como quando vemos, ouvimos, desejamos, queremos, amamos, ou odiamos. 
As ideias têm menos força e vivacidade que as respetivas impressões. 
A diferença entre impressões e ideias basta comparar a impressão visual que temos, por exemplo, da nossa casa com a ideia que formamos dela quando não está presente aos nossos sentidos. 
A ideia da nossa casa é mais fraca, menos viva, do que a impressão. 
Passa-se o mesmo com todas as impressões e ideias. 
Para distinguir   duas percepções, basta comparar os respetivos graus de força e de vivacidade para sabermos qual é a impressão e qual é a ideia.
 As percepções mais fortes e mais vivas são impressões; as outras são ideias.

Quais os elementos do conhecimento?

Para David Hume há dois elementos do conhecimento: impressões e ideias;
Todo o conhecimento deriva da experiência e não de um fundamento metafisico como defendia Descartes;

Como se distingue uma ideia verdadeira de uma ficção?

Pela existência ou não de uma impressão.
Não há ideias abstractas mas sim particulares com as quais relacionamos outras semelhantes através do hábito.


Que tipos ou modos de conhecimento defende David Hume?

Hume defende dois tipos de conhecimento: 

A- Relações de ideias

Está presente na ciência como geometria, álgebra e matemática
Todos os conhecimentos da lógica e da matemática apresentam-se como evidentes, analíticos, necessários e baseiam-se no principio da não contradição.


B- Questões de facto:

Não são objecto da razão humana;
Não têm a mesma natureza da relação de ideias;
Não se baseiam no principio da não contradição;
Justificam-se pela experiência sensível que fornece impressões;
São proposições contingentes, pois é sempre possível afirmar o principio de um facto.


O que distingue as Impressões e ideias simples das complexas?

David Hume divide também as impressões e as ideias em simples e complexas. 
As impressões e as ideias simples são indivisíveis, isto é, não podem ser decompostas em mais simples e são, por isso, as unidades cognitivas mais básicas com que a mente trabalha. 
As ideias e as impressões complexas, pelo contrário, podem ser decompostas em impressões e em ideias simples. 
Ex:  a impressão e a ideia de Serra da Freita ou de neve são complexas, uma vez que podem ser decompostas num conjunto de impressões e de ideias simples, 
A  impressão e a ideia de vermelho são simples porque não podem ser decompostas em outras mais simples.


Como se associam as ideias?

David Hume  defende que existem princípios que regulam a forma como as nossas ideias se associam  entre si. Estes princípios são três: 

Semelhança:  Ex. Uma pintura e o original

Contiguidade no tempo e no espaço: Ex. Uma mesa de sala de aula lembra-nos as outras da mesma sala.


Relação de causa e efeito: Ex. uma queda leva à dor.


David Hume e o principio da causalidade

 " Se afirmamos ter a ideia de ligação necessária deveremos encontrar alguma impressão que esteja na origem desta ideia."

D. Hume, 
Ensaio sobre o Entendimento Humano.


Para Hume, como para os outros filósofos a ideia de causalidade está associada à ideia de conexão necessária.
As relações causais estabelecem relações de necessidade entre a causa e o seu efeito, de tal modo que quando a causa ocorre o efeito tem de seguir-se.
Ex. O apito do arbitro e o fim do jogo.
Prevemos que isto vai acontecer em situações futuras;
O principio da causalidade é o fundamento de toda a investigação cientifica.

O que nos diz o principio da causalidade?

Há uma ligação ou conexão necessária entre dois fenomenos: ocorrendo A (causa), podemos prever ou antecipar B (efeito);
Ex: O aumento da temperatura (A) origina a dilatação dos corpos (B);
David Hume faz uma analise detallhada do principio da causalidade e apresenta uma teoria do conhecimento:
  • Todas as nossas ideias derivam de impressões sensiveis;
  • Sem impressão sensível não há conhecimento;
  • Haverá impressão sensível da ideia de conexão necessária?



Como poderemos conhecer  as conexões necessárias entre diferentes acontecimentos?

Há duas resposta possíveis a esta questão: pela razão, isto é, a priori, ou pela experiência. 

"Atrever-me-ei a afirmar, a título de proposta geral que não admite exceções, que o conhecimento dessa relação em nenhum caso é alcançado por meio de raciocínios a priori, mas deriva inteiramente da experiência, ao descobrimos que certos objetos particulares se acham constantemente conjugados entre si."

David Hume,
Investigação sobre o Entendimento Humano, p. 43.


 Não podemos dizer que tenhamos conhecimento a priori da causa de um acontecimento, ou de um facto.
Embora tendo consciência da importância que o princípio de causalidade teve na história da humanidade, Hume vai submetê-la a uma crítica rigorosa.
Segundo David Hume, o nosso conhecimento dos factos restringe-se às impressões actuais e às recordações de impressões passadas.
Se não dispomos de impressões relativas ao que acontecerá no futuro, também não possuímos o conhecimento dos factos futuros.
Não podemos dizer o que acontece no futuro porque um facto futuro ainda não aconteceu.
 Há muitos factos que esperamos que se verifiquem no futuro. 
Por exemplo, esperamos que um papel se queime sempre que  o atirarmos ao fogo.
Esta certeza que julgamos ter (que o papel se queima), tem por base a noção de causa (nós realizamos uma inferência causal), ou seja, atribuímos ao fogo a causa de o papel se queimar.

Poderemos conhecer a ideia de causalidade ou conexão necessária?

 Segundo Hume, não dispomos de qualquer impressão da ideia de causalidade  ou conexão necessária entre os fenómenos.
Só a partir da experiência é que se pode conhecer a relação entre a causa e o efeito.
É um conhecimento a posteriori e não à priori;
Para o autor escocês, não se pode ultrapassar o que a experiência nos permite.
A experiência é, pois, a única fonte de validade dos conhecimentos de factos. 
Só podemos ter um conhecimento a posteriori.
A única coisa que sabemos é que entre dois fenómenos se verificou, no passado, uma sucessão constante, ou seja, que a seguir a um determinado facto ocorreu sempre um mesmo facto.
Sobre o conhecimento de factos futuros possuímos uma crença, uma proposição, uma probabilidade baseados no hábito ou costume.




Qual o papel do hábito?

 O hábito que nos leva a inferir uma relação de causa e efeito entre dois fenómenos.

Se no passado ocorreu sempre um determinado facto a seguir a outro, então nós esperamos que no presente e no futuro também ocorra assim.

O hábito e o costume permitem-nos partir de experiências passadas e presentes em direcção ao futuro.

 O nosso conhecimento de factos futuros não é um conhecimento rigoroso, é apenas uma convicção que se baseia num princípio psicológico: o hábito.

O hábito é, no entanto, um guia importante na vida prática e no dia-a-dia.
Porque ainda não vivemos o futuro, o hábito permite-nos esperar o que poderá acontecer e leva-nos a ter prudência e cuidado ou boas expectativas.
Como seres humanos, temos vontade, criando a ideia de que o futuro seja previsível e, portanto, controlável.




Cepticismo Moderado

David Hume é considerado um céptico moderado porque defende que o conhecimento dos factos – presentes e passados – é possível. Quando afirma que não possuímos nenhuma faculdade que nos permita conhecer factos futuros defende que a nossa razão é incapaz de formular leis da natureza de que é exemplo a “lei de causalidade”.



A quem interessar:



in http://www.the-philosophy.com/hume-impressions-ideas







                                                Lola

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