Como se analisa um texto em Filosofia?
TEXTO A
“Tomando
a noção de útil no sentido prático, aplicável, eficaz,
a filosofia é sem dúvida um saber, uma actividade inútil, ou melhor, utilizando
uma bela sugestão de Valéry, frágil. E, no entanto - ponto que
é decisivo – a força dessa fragilidade marcou épocas, falhou teorias, suscitou
visões do mundo; criou conceitos, articulou saberes, inventou mundos. A
filosofia foi sempre uma actividade que se singularizou pelos imensos efeitos da
sua ausência de utilidade.”
M. M.
Carrilho – Filósofos, para quê?
TEMA: a utilidade da Filosofia (o
tema é o assunto em geral)
TESE: a Filosofia é inutil ( a tese
é a posição do autor face ao tema)
ARGUMENTOS: não é um saber prático,
aplicável, eficaz Argumentos são as razões a favor ou contra uma determinada
tese)
CONCLUSÃO: essa inutilidade “marcou
épocas....inventou mundos”.
TEXTO B
“Iludem-se,
então, os que procuram a verdade na filosofia? Iludem-se, por certo, se
procuram na filosofia a verdade total e definitiva, a fórmula completa, nítida
e inalterável da lei suprema das coisas, esse segredo transcendente que, uma
vez conhecido, se isso fosse possível, os tornaria deuses, segundo a expressão
bíblica, ou, segundo o nosso modo de ver, os tornaria inertes ininteligíveis…
Uma
filosofia definitiva, feita e assente uma vez para todo o sempre, implicaria a
imobilidade do pensamento humano: o absoluto anestesiá-lo-ia.”
Antero de
Quental – Tendências Gerais da Filosofia
na
segunda metade do século XIX
TEMA: a verdade na Filosofia
TESE: não há verdade total e
definitiva em Filosofia
ARGUMENTOS: Se existisse essa
verdade absoluta, o pensamento humano não se desenvolveria, estagnava, seriamos
deuses ou seres inertes.
CONCLUSÃO: Uma verdade definitiva e
eterna tornaria o Homem um ser anestesiado por se sentir um ser
absoluto.
Lola
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