quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Porque são Mulheres...


Porque são Mulheres...

Parlamento russo aprova “lei da bofetada” e descriminaliza violência doméstica

A nova legislação descriminaliza agressões com dor física, desde que não causem “lesões corporais graves”. Só no caso de haver algum risco para a saúde da vítima é que o agressor enfrenta acusações criminais.
 A nova lei passará agora por uma votação no Conselho da Federação do Senado, onde nenhuma oposição é esperada 
 O Parlamento russo, a Duma, aprovou esta sexta-feira a descriminalização da violência doméstica com 380 votos contra três. A nova moldura legal não prevê penalizações nos casos em que “não existam lesões corporais graves” e quando não ocorram mais do que uma vez por ano. A violência doméstica passa de uma ofensa criminal a uma ofensa administrativa.
Segundo a agência de notícias russa Tass, a legislação agora aprovada, a chamada “lei da bofetada”, altera o artigo 116.º do código penal russo ao excluir das ofensas criminais as agressões físicas a familiares, sejam pais que batam nos filhos ou maridos que agridam esposas. Só no caso de haver agressões recorrentes é que alguém poderá vir a ser processado criminalmente.
A nova legislação descriminaliza agressões com dor física, desde que não causem “lesões corporais graves”. Só no caso de haver algum risco para a saúde da vítima é que o agressor enfrenta acusações criminais.
Nos casos de agressões repetidas os acusados enfrentam uma multa até 40 mil rublos (621 euros), serviço comunitário obrigatório até seis meses ou uma pena de prisão até três meses. O delito administrativo para agressões físicas pela primeira vez prevê uma multa de até 30 mil rublos (466), prisão até 15 dias ou serviço comunitário obrigatório até 120 horas.
A primeira proposta para despenalizar a violência familiar provocou polémica. Vyacheslav Volodin, porta-voz da Duma, classificou esta lei como sendo de "de alto nível" e prometeu levar em conta a opinião pública durante a segunda discussão.
Segundo a agência Tass, no início desta semana, Volodin disse aos jornalistas que as sondagens mostraram que 59% dos entrevistados se pronunciaram contra a punição severa por pequenos conflitos na família, quando daí não resultassem danos físicos ou lesões graves.
Por seu lado, a deputada Olga Batálina, uma das autoras da lei, citou o Centro de Pesquisa de Opinião Pública da Rússia para dizer que a maioria dos russos condena a violência doméstica, mas apoia a iniciativa de aliviar as penas para agressões pela primeira vez.
Outra deputada, Yelena Mizúlina, ultraconservadora do Partido Rússia Justa, também co-autora da lei, afirmou na semana passada que a nova legislação aplica-se a agressões que provoquem apenas “contusões e escoriações”, que, no seu entender, são agressões livres de responsabilidade. “Na tradição cultural da família russa, as relações entre pais e filhos estão construídas sobre a autoridade dos pais”, apontou Mizúlina, citada pelo El País. E acrescentou que “as leis devem apoiar esta tradição familiar”. Esta foi a mesma deputada que no Verão de 2013 impulsionou a lei contra a propaganda homossexual, discriminatória a minorias sexuais.


PÚBLICO
CARLA CARVALHO TOMÁS 
28 de Janeiro de 2017, 2:26



Lola

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