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Stuart Mill
“Desde os primórdios da filosofia, a questão do fundamento da moralidade
tem sido considerada o principal problema do pensamento especulativo.
A doutrina que aceita como fundamento da moral a utilidade, ou o
princípio da maior felicidade, defende que as acções são correctas na
medida em que tendem a promover a felicidade, e incorrectas na medida em que
tendem a gerar o contrário da felicidade. Por felicidade entendemos o
prazer, e a ausência de dor; por infelicidade a dor, e a privação do prazer.
Tem de se admitir, no entanto, que os autores utilitaristas defenderam em geral a superioridade dos prazeres mentais sobre os corporais. É perfeitamente compatível com o princípio de utilidade reconhecer o facto de alguns tipos de prazer serem mais desejáveis e valiosos do que outros. Seria absurdo que a avaliação dos prazeres dependesse apenas da quantidade, dado que ao avaliar todas as outras coisas consideramos a qualidade a par da quantidade.
Tem de se admitir, no entanto, que os autores utilitaristas defenderam em geral a superioridade dos prazeres mentais sobre os corporais. É perfeitamente compatível com o princípio de utilidade reconhecer o facto de alguns tipos de prazer serem mais desejáveis e valiosos do que outros. Seria absurdo que a avaliação dos prazeres dependesse apenas da quantidade, dado que ao avaliar todas as outras coisas consideramos a qualidade a par da quantidade.
Segundo o princípio da maior felicidade, o fim último, por
referência ao qual e em virtude do qual todas as coisas são desejáveis (quer
estejamos a considerar o nosso próprio bem ou o das outras pessoas), é uma
existência tanto quanto possível isenta de dor e tão rica quanto possível em
prazeres, tanto em quantidade como em qualidade.
Quem salva um semelhante de se afogar faz o que está moralmente correcto,
quer o seu motivo seja o dever, ou a esperança de ser pago pelo seu incómodo.
John Stuart Mill, Utilitarismo,
págs. 43, 52, 57 e 65,
Edições Gradiva
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Lola
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