A arte de morrer
A vida que há na morte
Cabe-lhes tratar e curar, mas têm de lidar
com a morte, confrontá-la, torná-la mais doce do que o medo. Médicos e
enfermeiros partilham histórias sobre o que se fala quando chega o fim
O fim está perto. Deitado numa cama de
hospital, o rapaz respira cada vez com maior dificuldade. Cada sopro é sempre
menor do que o anterior. Respirar é dor. A agonia cresce. Naquele inevitável
caminho para a morte, pede de forma clara: “Matem-me. Não quero sofrer.” O
médico, tão jovem quanto o doente e impressionado com a dimensão do sofrimento,
recusa-se a deixá-lo sozinho.
Nuno Miranda, hoje com 57 anos e
hematologista no IPO de Lisboa, esperou 12 longas horas, sem nada poder fazer,
que a dispneia, consequência de um linfoma, matasse o rapaz. “Era novo, tinha
uma capacidade de resistência enorme”, recorda. Foi a primeira vez que lhe
fizeram tal pedido. Negou-o, recorrendo à verdade: “A lei portuguesa não me
permite.” Mas a raiva interior que sentiu marcou-o. Nunca esqueceu a sua
incapacidade de acalmar aquela dor. “Aquele sofrimento era imoral, o sofrimento
deforma as pessoas.”
Passaram-se 25 anos desde que aquele jovem
pediu para morrer. Mas é como se voltasse agora àquele quarto de hospital. “Na
minha vida profissional, não tive mais de uma dúzia de casos. Mas cada um
esmagou-me. Não é verdade que se consiga tratar todo o sofrimento. Já vi muitas
mortes horríveis, e, perante esse apelo, sentimo-nos pequenos, impotentes.” Um
sentimento de insuficiência que não passa com a idade ou a experiência.
Ouvir um doente a mendigar a morte é a
inversão do processo para o qual o médico foi preparado. Não é um pedido comum.
Chega numa fase em que já não há reversão possível e, muitas vezes, nos últimos
dias de vida. “A primeira vez que um doente me pediu isso, eu era muito novo,
encarei como um falhanço”, conta o oncologista Jorge Espírito Santo. Só o tempo
e a experiência fizeram o ex-diretor do Serviço de Oncologia do Barreiro e
subscritor do movimento pela Despenalização da Morte Assistida perceber que o
pedido não tinha a ver com ele, mas com o doente. Com a maneira como aquela
pessoa entendia a sua vida e a perspetivava. “No interesse dos meus doentes —
numa situação de doença irreversível em que há um pedido claro, reiterado e
consciente —, tenho de poder fazer algo para ir ao encontro deles. Precisei de
anos para aprender isso.”
Cada vez que o pedido é feito é como se
fosse a primeira. Recentemente, uma doente de 50 anos, com uma doença no
sangue, com cuidados paliativos adequados, despediu-se da família e dos amigos
e quis escrever ela própria o seu destino. Chegou ao pé de Nuno Miranda e
pediu-lhe para antecipar a morte. “A angústia era enorme. Estava acompanhada
por um psicólogo, sabia que ia morrer dentro de dias, mas não queria estar à
espera.” O médico voltou a dar a mesma resposta. Um pouco diferente da que
transmite aos doentes no momento do diagnóstico. Àqueles que lhe dizem que não
querem chegar onde outros já chegaram. Que lhe perguntam se ele pode ajudar
quando acharem que atingiram uma situação que consideram insustentável.
“Converso com eles. Digo-lhes que vamos discutir a doença à medida que ela
progride, que hoje há mais tratamentos.” Um dia de cada vez. Passo a passo.
Como aconteceu com Jorge Espírito Santo, que ainda há pouco tempo informou um
doente de que o cancro tinha regressado pela terceira vez. “Ele começou a
chorar. Mostrei-lhe a quantidade de tratamentos que podíamos fazer. Mas não lhe
disse que podia não responder bem a nenhum”, segreda.
Porque aquele é um pedido que esmaga.
Esmagará também a mão de quem atua? Ou o fim do sofrimento tira o peso da mão
que o alivia? Nuno Miranda viu de perto dois casos de eutanásia durante os anos
em que viveu na Holanda. A lei tinha acabado de entrar em vigor, e uma mulher
portuguesa, emigrante há vários anos naquele país, com uma doença oncológica,
pediu para morrer. Conseguiu. “Foi dramático para o médico que o fez, ficou
muito afetado. Ninguém sai incólume de um processo destes.” Não há nenhum
prazer em ser a mão que embala o fim. “A parte complicada não é o pedir. É o
fazer.” Mas “o sofrimento também não é um bem”. Seria, então, preferível que
fosse o doente a tomar o cocktail de medicamentos que lhe provocaria a morte em
vez de ser o médico a administrá-lo? As duas opções estão em cima da mesa, na
discussão dos anteprojetos de lei do Bloco de Esquerda e do PAN.
SANTIFICAR A DOR
Gilberto Couto, gastrenterologista,
acredita que se tornarão possíveis as duas hipóteses: a da eutanásia auto e
heteroadministrada. “As duas dão a possibilidade de optar, numa última fase, em
que a doença dá cabo do doente, em que há um conflito de qualidade de vida.” E
recorda um doente de 60 anos, com cancro do cólon metastizado, sem hipótese de
ser operado e que não queria ficar colostomizado nem morrer entubado, inanimado
e sem reconhecer a família. O médico explicou-lhe que não era possível e encaminhou-o
para a consulta da dor. Passado algum tempo, encontrou-o nos cuidados
intensivos do hospital, ligado a uma máquina e com um saco para a recolha das
fezes. “Senti que ele tinha sido traído.”
Para a comunidade médica, a discussão
centra-se na ética. “Se um doente está em fase terminal, não há retorno; se eu
já lhe ofereci todas as terapêuticas disponíveis e adequadas, não há tratamento
possível. A única expectativa é que venha a falecer num período de doença.
Nessa fase, a primeira preocupação do médico deve ser defender os interesses do
doente, o que é eticamente irrepreensível”, defende Jorge Espírito Santo.
Os anos a trabalhar com doentes
oncológicos fizeram Gilberto Couto ver que não existe santificação no
sofrimento. Qual é a justificação para se ver uma criança morrer de cancro?
“Fui perdendo a fé com a experiência do sofrimento. Vi pessoas sofrerem imenso,
e não precisavam de ter passado por isso. O sofrimento não santifica.”
Atualmente a exercer no Hospital da Luz — que faz parte de um grupo que por
posição ideológica, e à semelhança do que aconteceu com o aborto, optou por não
aplicar a lei —, sabe que naquele hospital nunca será chamado a decidir. “Teria
de ter formação, mas se um doente consciente, com certeza e em fase terminal me
pedisse faria. Se fosse essa a sua vontade.”
Para quem está habituado a preservar a
vida, a inversão de papéis atormenta. “Antecipar a morte não é uma questão
nova. O direito a querer morrer, pedindo a alguém que nos mate, é que é. Não
tenho pruridos em relação à primeira opção, tenho muitos em relação à segunda”,
assume Nuno Miranda. É o reverso do paradigma médico e a transferência do poder
para o doente. Uma revolução. Hoje, o sofrimento dos doentes pode ser aliviado
— não iniciando ou interrompendo tratamentos que são considerados inúteis, de
acordo com vontade expressa pelo doente e a sua família ou decidida pelos
médicos que o acompanham, ou desligando a única máquina que o liga à vida. É a
chamada eutanásia passiva ou indireta. “Essa todos nós já a fizemos. E qual é a
diferença entre uma eutanásia e outra? A primeira não tem, sequer, de ser feita
com o acordo do doente. Fica ao critério de outros, o que me parece uma grande
arbitrariedade”, defende Gilberto Couto.
Cristina Galvão tem outro percurso. Com 33
anos de carreira, nos mais de 12 mil dias de profissão conquistou doentes que
não lhe saem da memória. Como a mulher, há 25 anos, no Alentejo, que já não
conseguia engolir, tornando impossível a administração de medicamentos por via
oral, e que avisara não querer morrer no hospital, mas sim passar as últimas
horas na intimidade de casa. Sem grande alternativa terapêutica, eram os
próprios familiares que lhe administravam injeções de um anti-inflamatório a
cada oito horas para aliviar a dor. Até que pararam, porque morreu. “Marcou-me
intensamente e pensei que era preciso encontrar uma alternativa.” Quando teve
de acompanhar um familiar com uma doença oncológica avançada, ao dar entrada
num hospital central, Cristina Galvão sugeriu que lhe administrassem morfina. A
resposta do colega de serviço explodiu-lhe no rosto: “Quer matá-la
rapidamente?” A resposta silenciou-o: “Não, quero que viva com a máxima
qualidade possível o tempo que ainda tem para viver.”
Porque morrer, morremos todos, mas de que
forma? É esta a questão que preocupa estes médicos: o modo como a morte aborda
os seus doentes e que papel terão no acompanhamento desta chegada definitiva.
“Cada um tem uma história distinta, mesmo que o diagnóstico seja o mesmo, e as
respostas terapêuticas devem ser adaptadas aos percursos de vida de cada
pessoa. Não temos tratamento para as doenças em fase avançada, mas temos tratamento
para aliviar o sofrimento”, explica Cristina Galvão.
Começou como médica de família, a ver os
pacientes envelhecer e adoecer, mas a angústia dos seus doentes colou-se de tal
forma a ela que sentiu necessidade de fazer um mestrado em Gerontologia. E mais
tarde outro em Cuidados Paliativos Pediátricos, Medicina da Dor e Cuidados
Paliativos a Doentes Não Oncológicos. Os títulos das especializações são um
mapa do caminho profissional escolhido. Os conceitos explicam que é com o
limite humano que esta médica trabalha, cuidando atualmente de doentes com
sofrimento intenso nas suas casas na região de Beja.
“Em milhares de doentes, são raros os que
pedem para antecipar a morte, e quando o fazem é porque estão a passar por um
sofrimento intenso. ‘Isto não é vida, é melhor morrer’, desabafam . Mas assim
que os sintomas são controlados deixam de pedir, porque o sintoma não é a
pessoa.” A morte, por mais inseparável que pareça, também não nos define. Como
não definiu aquele jovem de cerca de 20 anos com coragem para olhá-la de
frente. Sozinho, entrou num caminho onde não havia espaço para mais ninguém.
Agonia. Quando a vida se aproxima do fim em sofrimento, há quem peça ao
médico que lhe abrevie a vida
Cristina Galvão recorda-o de forma
especial. É um caso impossível de esquecer. Foram longas as conversas, intensas
as explicações, sempre mais pequenas do que a dimensão do cancro que o estava a
matar. Um dia, disse que queria morrer a dormir. Cristina e a equipa
disseram-lhe então que, quando a altura chegasse, voltariam a colocar-lhe a
questão. E que, se não houvesse tempo para perguntas e respostas, se ele não
conseguisse falar, tomariam como certa a decisão. Houve tempo, a pergunta
regressou, e a resposta foi outra: “Duas horas antes de morrer, perguntámos-lhe
se a vontade de dormir ainda era válida, e ele respondeu que não, que queria
ser senhor do seu destino até ao fim.” A família deu-lhe a mão, amparou-lhe a
chegada da morte. “Estava completamente lúcido e tranquilo.”
Quando a morte chega, nunca vem só, traz
uma bagagem pesada, carregada de emoções e lacunas tão duras quanto o excesso.
Nesta hora sem margem de adiamento, tudo pesa, tudo falta, tudo conta. As
relações familiares conturbadas e os problemas mal resolvidos são especialmente
importantes. Como o daquele doente com um pedido de desculpas a fazer ao
sobrinho. A equipa de cuidados paliativos de Beja abraçou a causa como se de um
vírus se tratasse, ligou ao sobrinho, explicou-lhe o que se passava. “Não, não
quero falar com o meu tio, não aceito as desculpas.” Na cama, a urgência
aumentou. Nova tentativa. “Eu vou, mas não perdoo e não vou ao funeral. Não
contem comigo.” O sobrinho veio, o tio desculpou-se, mas o rancor manteve-se.
Uma hora após a conversa, a morte encerrou o conflito. “O senhor morreu
tranquilo”, partilha Cristina Galvão. Era no pedir que estava a absolvição.
Ver um neto casar-se, um filho acabar a
licenciatura ou fechar um negócio são desejos impossíveis de alcançar no fim de
uma jornada. Mais do que esticar o fio da vida quase até rebentar, cabe aos
profissionais das equipas de cuidados paliativos encontrar formas de trabalhar
com o doente e a família objetivos alcançáveis no tempo que sobra. Têm de
explicar a beleza dos pequenos nadas. Como o sorriso de prazer depois das duas
pequenas colheradas de iogurte dadas ao doente oncológico para quem o apetite
já era uma saudade. “É preciso aprender a guardar no coração o que há de
positivo num processo menos bom, ensinar às famílias que estes doentes não têm
vontade de comer e que é preciso saber parar. É das fases mais difíceis, porque
não os estamos a deixar com fome, eles perdem o apetite porque a morte está a
aproximar-se”, ensina Cristina Galvão.
A médica também não se esquece do primeiro
muçulmano que lhe surgiu, em fim de vida, sozinho e desorientado. Todo um mundo
desconhecido de ritos a respeitar e sobre os quais nada sabia. Contactou a
mesquita de Lisboa e foram-lhe dadas indicações precisas para o antes, o
durante e o depois. “Tínhamos de saber sobretudo o que não devíamos fazer, por
respeito à pessoa e às suas convicções mais profundas.” E assim fizeram. Mesmo
quando o doente teve de ser transferido para uma unidade de cuidados
paliativos, acompanhava-o não só a lista da medicação como a dos atos
proscritos pela sua religião.
“Não posso dizer a um doente que resolvo a
situação amanhã, porque ele pode não ter amanhã, mas já vi casamentos serem
antecipados”, recorda a médica. O mais difícil é ter resposta para aquela
pergunta que lhes chega todos os dias: “E agora o que é que eu faço?”
medo da morte
Rita Charon, a clínica americana
especializada em Medicina Narrativa, ensina que as histórias podem aproximar os
doentes de quem os trata. “Quantas vezes um doente nos pergunta o que faríamos
se ele fosse a nossa mãe? Quantas? O médico deve sentir-se honrado.” E deixa um
alerta: “Os doentes não podem ser abandonados, porque nós, os médicos, temos
medo da morte.”
Medo, Miguel Tavares ainda terá algum, mas
aos 42 anos mudou muito, porque metade da sua vida foi passada a lidar com os
últimos momentos de milhares de doentes. Enfermeiro numa unidade de cuidados
paliativos na Região Norte, a sensação da banalidade da finitude colou-se-lhe à
pele, afinal, aquela “não é uma camisola que se despe”. Vestiu-a ainda no
estágio, ao ver um idoso com um cancro muito avançado ser obrigado a fazer uma
colonoscopia, sem anestesia, um dia antes de morrer. “Aquele corpo foi
ultrajado, e perguntei-me se não havia outra forma de lidar com a morte
iminente.” Depois de anos nos cuidados intensivos, teve de decidir se
continuava e, com receio de “tornar-se demasiado técnico por trabalhar com
doentes inconscientes”, preferiu mudar. Há 16 anos não se ouvia falar em
cuidados paliativos, até que uma colega trouxe a mensagem de Espanha. E foi
aquele o caminho escolhido, até hoje sem desvios.
“O ato biológico de morrer é perfeitamente
banal, mas o processo é profundamente individual”, sublinha. Razões que se
erguem à noite, quando as luzes se apagam e os doentes veem-se mais sozinhos.
“A noite é péssima companheira para alguém em fim de vida. É mais silenciosa,
escura, um momento para encarar o passado. Muitas pessoas que quase não se
queixam durante o dia, à noite requisitam muito apoio, e quando começa a
amanhecer adormecem.” Explica que “não é de analgesia química que precisam, mas
de analgesia humana, para uma dor mais profunda que o sofrimento físico”.
Já ouviu segredos de vida, calou desabafos
há muito adiados e percebeu que os doentes terminais costumam passar por três
fases. Chegam revoltados, tentando encontrar culpados para a situação que os
enferma, depois rendem-se e entregam-se aos cuidados sem maiores
reivindicações. Os que têm tempo atingem a transcendência com uma clareza que
impressiona. Doentes houve que já o fizeram chorar, e quando isso acontece
Miguel agradece-lhes.
“Digo muitas vezes obrigado por me
permitirem estar ali, a acompanhá-los.” Também foi por eles que várias vezes
repetiu o exercício de escrever uma lista do que gostaria de fazer no último
ano de vida. Descobriu que mais de metade eram coisas para fazer acompanhado. E
foi assim que se foi descobrindo. “Sou contra a eutanásia, porque acredito que
há alternativas e, sobretudo, porque penso que quando o homem vier a decidir
sobre a própria morte, ele que não decide sobre o próprio nascimento, é porque
se está a sobrepor a algo que não é sua função.” E é por isso que, diz, mais do
que ajudar as pessoas a morrer, a sua tarefa “é ligar as pessoas à vida,
enquanto cá estão”.
É no que também acredita Edna Gonçalves,
presidente da Comissão Nacional de Cuidados Paliativos. Tanto que tem
descoberto recentemente que o melhor tratamento que pode dar a alguns dos seus
doentes em fim de vida é reduzir-lhes a medicação. Recorda um homem que era
agressivo com a equipa médica e com a família, até que uma conversa revelou que
o foco dessa intranquilidade era uma filha, também ela com problemas de saúde,
que precisava dele. Tentaram encontrar formas de a amparar e, assim, pacificar
o pai. Ou o doente com um cancro avançado, metastizado, que gritava de dor,
confuso, até que lhe diminuíram a medicação, dando-lhe oportunidade para falar
da doença, contar o que o atormentava. “O mais fácil era aumentar a dose, mas
não é para isso que lá estamos, é para fazer as pessoas viverem. Matar, mesmo
que metaforicamente, é crime.”
Ver os outros a morrer é confrontar-se com
o próprio fim, e Edna Gonçalves fê-lo. “Quando durante muito tempo tratamos da
proximidade da morte dos outros, ganhamos gosto pela vida. Não sei o que será
de mim quando morrer, mas alguns dos doentes que conheci estarão comigo, porque
me ensinaram muito.”
Morrer é banal, certo e garantido. A
sociedade, e cada um de nós individualmente, recusa-se, porém, a aceitar a
doença e a consequente morte. O fim não deve chegar, mesmo que seja ele o
companheiro mais fiel e garantido de toda a gente.
Há três anos, a médica americana Jessica Zitter tornou visível aquilo de
que ninguém gosta de falar, muito menos os médicos: “Recusamo-nos a esperar
pelo último suspiro e, em lugar disso, bombeamos ar em corpos mortos, num
ritual de prolongação da vida. Como uma parteira a dar palmadas no recém-nascido,
agora os médicos tentam dar socos para afastar a morte do moribundo. Mesmo
quando chega, muitas vezes de forma inesperada, não há sabedoria ou preparação
para este momento fundamental. Há sempre um misto de pânico e confusão. Nós,
médicos, temos de reaprender a antiga arte de morrer.”
in Expresso,01.04.2017 às 12h00
CAROLINA REIS
Lola
Sem comentários:
Enviar um comentário