terça-feira, 16 de maio de 2017

Presidente - Filósofo




Presidente - Filósofo



Ao ler o capítulo VII de A República podemos observar o dialogo de Sócrates com Glauco sobre a educação, filosofia, política e ética.
Para Sócrates nem todos eram nascidos para governar e essa capacidade seria descoberta durante a sua instrução que era feita da seguinte forma: na primeira infância seria dado ênfase a ginástica, logo após a artes e a musica, e enfim ao cálculo, pois segundo Sócrates o homem nascido para o calculo poderia dar-se bem em qualquer outra ciência, ele ainda enfatizava que o calculo era a forma mais pura de ciência, tanto para a filosofia para se obter a essência de todas as coisas como para guerra por meio da geometria.
No final da educação era introduzida a dialéctica, por meio dela os que se destacavam passam a estudar por mais cinco anos, a dialéctica seria então de importância fundamental ao filosofo para que os mesmo ganhassem capacidades de  persuasão para entender e questionar e solucionar todas as coisas.
Para Sócrates apenas os filósofos, poderiam ser governantes, pois saberiam discernir o que é correto para o povo e tirar-los da ‘corrente’ da ignorância, mas em contrapartida também defendia que nem todos estavam preparados para a ‘luz’, ou seja, a verdade utilizou da alegoria da caverna para ilustrar isto, para ele depois de pronto o filosofo deveria retornar a ‘caverna’ pois vivendo a verdade teria de agora ver as trevas estando assim um governante pronto, um filosofo não poderia recusar o comando de uma cidade, pois dentre o povo ele sempre seria o mais habilitado, sabendo discernir o que era melhor ao povo, um filosofo que recusasse este feito não poderia ser considerado como tal.

Apenas por meio da filosofia segundo os escritos de Platão o homem conseguiria ser um governante, pois os seus estudos o levariam a ter o conhecimento ético e político, o que poderíamos dizer ser essencial neste cargo.
Deste modo apenas o Filosofo Rei e, apenas ele, saberia agir com ética, fazendo assim o melhor ao povo.





Um dia destes assistimos à vitória do mais novo presidente da V Republica Francesa!


Emmanuel Macron, nascido a 21 de Dezembro de 1977, em Amiens, filho único de médicos recebeu uma educação (de esquerda, dizem alguns) da sua avo materna Germaine  que lhe incutiu o gosto pela literatura! Esta directora de uma escola, falecida em 2013, foi o seu pilar, a confidente e uma verdadeira bússola na sua vida!
Terminados os estudos   no liceu La Providence à Amiens, Macron veio para Paris onde frequentou o prestigiado liceu Henri IV!
Emmanuel Macron obteve um diploma de estudos aprofundados (DEA) em Filosofia, na Universidade Paris X-Nanterre e é, também diplomado Pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris (IEP).

Emmanuel Macron optou por um ramo de estudos pouco usual: a Filosofia. Terminou o curso com uma tese sobre Maquiavel e chegou a ser assistente de Paul Ricoeur. Quem conhece Macron diz que a filosofia é a sua grande paixão. “Ele entrou na política através da filosofia”, dizia há um ano o então director da Organização Mundial do Comércio, Pascal Lamy, que conhece Macron há mais de uma década. É possível encontrar nele ainda hoje alguns tiques de professor, como no debate contra Marine Le Pen em que foram várias as ocasiões em que adoptou um tom pedagógico que parece ter desconcertado a sua rival.
Depois da licenciatura, ingressou na École Nationale d’Administration (ENA), em Paris, instituição de passagem obrigatória para quem tenha a mínima ambição de sucesso na política francesa. 
Gosta de Literatura e, como sabemos, a França distingue-se pela sua tradição literária: de La Fontaine, de Saint-Exupéry ou de Marcel Aymé.  Literário, sobretudo, porque a adolescência é acompanhada com leituras de Verlaine, Rimbaud, Baudelaire. Literária porque fala a língua de  Molière e reflecte criticamente com os seus escritores e filósofos: de Voltaire e Descartes a Claude Lévi-Strauss.

A 14 de Maio último, o prestigiado jornal Le Monde escrevia numa das suas páginas ( e a propósito do seu gosto pela literatura):

« M. Macron, soyez un président littéraire »


Eu, por mim,  ousava, apenas, pedir desinteressadamente:

Senhor  Emmanuel Macron seja um Presidente Filósofo!


                                                Lola

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