Presidente - Filósofo
Ao ler o capítulo VII de A República
podemos observar o dialogo de Sócrates com Glauco sobre a educação, filosofia,
política e ética.
Para Sócrates nem todos eram nascidos
para governar e essa capacidade seria descoberta durante a sua instrução que
era feita da seguinte forma: na primeira infância seria dado ênfase a
ginástica, logo após a artes e a musica, e enfim ao cálculo, pois segundo
Sócrates o homem nascido para o calculo poderia dar-se bem em qualquer outra
ciência, ele ainda enfatizava que o calculo era a forma mais pura de ciência,
tanto para a filosofia para se obter a essência de todas as coisas como para
guerra por meio da geometria.
No final da educação era introduzida a dialéctica, por meio dela os que se destacavam passam a estudar
por mais cinco anos, a dialéctica seria então de importância fundamental ao
filosofo para que os mesmo ganhassem capacidades de persuasão para entender e questionar e
solucionar todas as coisas.
Para Sócrates apenas os filósofos,
poderiam ser governantes, pois saberiam discernir o que é correto para o povo e
tirar-los da ‘corrente’ da ignorância, mas em contrapartida também defendia que
nem todos estavam preparados para a ‘luz’, ou seja, a verdade utilizou da
alegoria da caverna para ilustrar isto, para ele depois de pronto o filosofo
deveria retornar a ‘caverna’ pois vivendo a verdade teria de agora ver as
trevas estando assim um governante pronto, um filosofo não poderia recusar o
comando de uma cidade, pois dentre o povo ele sempre seria o mais habilitado,
sabendo discernir o que era melhor ao povo, um filosofo que recusasse este
feito não poderia ser considerado como tal.
Apenas por meio da filosofia segundo os
escritos de Platão o homem conseguiria ser um governante, pois os seus estudos o
levariam a ter o conhecimento ético e político, o que poderíamos dizer ser
essencial neste cargo.
Deste modo apenas o Filosofo Rei e, apenas ele, saberia agir com ética, fazendo assim o melhor ao povo.
Deste modo apenas o Filosofo Rei e, apenas ele, saberia agir com ética, fazendo assim o melhor ao povo.
Um dia destes assistimos à vitória do mais novo presidente da V Republica Francesa!
Emmanuel Macron, nascido a 21 de
Dezembro de 1977, em Amiens, filho único de médicos recebeu uma
educação (de esquerda, dizem alguns) da sua avo materna
Germaine que lhe incutiu o gosto pela literatura! Esta directora de
uma escola, falecida em 2013, foi o seu pilar, a confidente e uma verdadeira
bússola na sua vida!
Terminados os estudos no liceu La
Providence à Amiens, Macron veio para Paris onde frequentou o prestigiado
liceu Henri IV!
Emmanuel Macron obteve um diploma de estudos
aprofundados (DEA) em Filosofia, na Universidade Paris X-Nanterre e
é, também diplomado Pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris (IEP).
Emmanuel Macron optou por um ramo de
estudos pouco usual: a Filosofia. Terminou o curso com uma tese sobre Maquiavel
e chegou a ser assistente de Paul Ricoeur. Quem conhece Macron diz que a
filosofia é a sua grande paixão. “Ele entrou na política através da filosofia”,
dizia há um ano o então director da Organização Mundial do Comércio, Pascal
Lamy, que conhece Macron há mais de uma década. É possível encontrar nele ainda
hoje alguns tiques de professor, como no debate contra Marine Le Pen em que
foram várias as ocasiões em que adoptou um tom pedagógico que parece ter
desconcertado a sua rival.
Depois da licenciatura, ingressou na
École Nationale d’Administration (ENA), em Paris, instituição de passagem
obrigatória para quem tenha a mínima ambição de sucesso na política
francesa.
Gosta de Literatura e, como sabemos, a
França distingue-se pela sua tradição literária: de La Fontaine, de Saint-Exupéry ou de Marcel Aymé.
Literário, sobretudo, porque a adolescência é acompanhada com leituras de
Verlaine, Rimbaud, Baudelaire. Literária porque fala a língua de Molière
e reflecte criticamente com os seus escritores e filósofos: de Voltaire e
Descartes a Claude Lévi-Strauss.
A
14 de Maio último, o prestigiado jornal Le Monde escrevia numa das suas páginas
( e a propósito do seu gosto pela literatura):
« M. Macron, soyez un
président littéraire »
Eu, por mim, ousava, apenas, pedir desinteressadamente:
Senhor Emmanuel Macron seja um Presidente Filósofo!
Lola
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