Preparação Testes
11ºAno - Lógica
(Actualmente faz parte das aprendizagens essenciais do 10º ano)
Estrutura
·
Itens de
escolha múltipla
·
Itens de
resposta restrita
·
Itens de
resposta extensa
Tempo : 90 minutos
Conteúdos
*Silogismo categórico
- Modos válidos e falácias
*Silogismo Hipotético
- Condicional
- Disjuntivo
- Modos válidos e falácias
* Estrutura de um texto argumentativo
- tema
- problema
- tese
- argumentos
- conclusão
- conceitos
Vamos testar os conhecimentos?
1. Construa um modo válido diferente para cada um dos silogismos.
Se não sou cantor, sou músico.
Não sou cantor
Logo, sou músico.
Modo válido: Afirmação do antecedente.
Modo válido: Afirmação do antecedente.
Se o gato é preto, eu não sou branco
2. Construa uma falácia diferente para
cada um dos silogismos.
Se esperar consigo o meu objectivo
Não espero
não consigo o meu objectivo
Não espero
não consigo o meu objectivo
Falácia da negação do antecedente.
Se eu perder fico triste
Fico triste
logo, perdi
Falácia da afirmação do consequente.
Fico triste
logo, perdi
Falácia da afirmação do consequente.
3. Construa (Indicando as regras) os modos válidos para completar o seguinte silogismo:
Ou o teste é fácil, ou difícil.
4. Construa (Indicando as
regras) os modos válidos para completar o seguinte silogismo:
Se não for a Paris, não gasto dinheiro
5. Avalie. a validade do seguinte
silogismo:
Inválido, falácia da ilícita menor.
Nenhum político é amigo da verdade
Todos os amigos da verdade são filósofos
Logo, nenhum filósofo é político.
Inválido, falácia da ilícita menor.
O termo menor "Filósofos" ocorre
distribuído na conclusão e não distribuído na segunda premissa, o que significa
que na conclusão estamos a falar do conjunto de todos e na premissa de alguns.
6. Mostre porque razão o seguinte silogismo não é válido:
O golfinho é animal
A vaca é animal
Logo,a vaca é golfinho.
O termo médio tem de estar, pelo menos uma vez, distribuído.
7. Corrija o silogismo mantendo a figura.
8. Complete (de
modo válido) o seguinte
silogismo. Justifique:
Nenhum aluno é piloto da
TAP
____________________ Alguns pilotos da TAP são professores
Algum Professor não é aluno
Como justifica a sua validade?
Como justifica a sua validade?
O silogismo tem 3 termos e só 3 termos
O termo médio está distribuído na premissa maior (que, por ser do tipo E, tem os dois termos distribuídos).
O termo maior está distribuído na conclusão (tipo
O), estando distribuído na premissa maior (do tipo E, como já referido).
A conclusão segue a parte mais fraca: a premissa
maior é negativa e a premissa menor, particular, pelo que a conclusão é
particular negativa.
|
O silogismo não tem 2 premissas particulares, nem 2 premissas negativas (a
premissa maior é universal e a menor, afirmativa) nem duas premissas afirmativas da qual se tenha extraido uma conclusão negativa.
9. Invente um conteúdo para a seguinte forma lógica:
Se A então B
Não B
Logo, Não A
Se berrares, levas um estalo
Não levaste um estalo
Logo, não berraste
Se berrares, levas um estalo
Não levaste um estalo
Logo, não berraste
10. Escreva as duas premissas do silogismo que nos permitam
obter a seguinte conclusão
Nenhuma vaca é magra
11. Conclua, justificando, o seguinte silogismo:
Algumas alunas são elegantes
Alguns alunas são vaidosas
Logo,___________________
Não é possível pois de duas premissas particulares nada se pode concluir,
12. Com os termos pianista, cantor e musico construa
um silogismo de modo AAA.
A- Identifique e
justifique o seguinte
raciocínio:
Só aos alunos que
estudam no 10º ano é permitido estudar Filosofia;
Scolari não estudará
Filosofia porque não estuda no 10º ano.
Todos os alunos de 10º ano estudam Filosofia
Scolari não estuda filosofia
Scolari não é aluno de 10º Ano
2ª figura, modo AOO
Todos os alunos de 10º ano estudam Filosofia
Scolari não estuda filosofia
Scolari não é aluno de 10º Ano
2ª figura, modo AOO
13. Mostre porque razão o seguinte silogismo não é
válido:
O professor é racional
O aluno é racional
Logo, o aluno é
professor.
Invalido porque infringe a regra que diz: o termo médio tem de ser
tomado, pelo menos uma vez, universalmente.
14. Corrija o silogismo mantendo a figura.
Sabendo que é da segunda figura P/P...vamos construir um modo válido...pode ser o modo EIO
Nenhum Professor é racional
Alguns alunos são racionais
Alguns alunos não são professores.
15. Complete (de
modo válido) o seguinte
silogismo:
Nenhum aluno é elefante
____________________
Nenhum professor é aluno
16. Porque é que o argumento seguinte não é válido?
Argumentar com correcção facilita a comunicação.
Estudar lógica
desenvolve a capacidade de argumentar.
Logo, estudar lógica só tem
utilidade para os programadores informáticos.
Este argumento não é
válido:
- Ambas as
premissas são verdadeiras e a conclusão também pode ser, mas esta não decorre
das premissas;
- As premissas não sustentam nem legitimam a conclusão;
17. Escreva as
duas premissas do silogismo que nos permitam obter a seguinte
conclusão
Nenhum gato é siamês.
Nenhum animal é siamês
Todos o gato é animal
logo, nenhum gato é siamês
Nenhum animal é siamês
Todos o gato é animal
logo, nenhum gato é siamês
1ª figura, modo EAE
18. Conclua, justificando, o seguinte silogismo:
Alguns astronautas são famosos
Alguns astronautas são aventureiros
Logo,___________________
19. Mostre porque razão o seguinte silogismo não é válido:
Todos os políticos são
homens
Alguns políticos são
corruptos
Logo, todos os políticos
são corruptos.
Viola a regra: o termo médio nunca pode estar na conclusão.
Viola a regra: o termo médio nunca pode estar na conclusão.
20. Corrija o silogismo (mantendo a figura).
Todos os políticos são homens
Alguns políticos são corruptos
Logo, alguns corruptos são homens. 3ª figura, modo AII
OU
OU
Todos os políticos são homens
Todos os políticos são corruptos
Logo, alguns corruptos são homens 3ª figura, modo AAI
21. Complete o silogismo de modo a torná-lo válido:
________________________________
A funcionária é um
mamífero
A funcionária respira
por pulmões.
Todos os mamíferos respiram por pulmões 1ª figura, modo AII
Todos os mamíferos respiram por pulmões 1ª figura, modo AII
22. Identifique a figura e o modo do silogismo.
23. Verifique (justificando) a validade do silogismo.
24. Escreva as duas premissas que permitam obter as seguintes
conclusões:
Todos os alunos são
desconcentrados
Alguns professores são
loiros
Tendo em conta o
silogismo seguinte,:
Todo o Homem
é racional.
Nenhum gato é racional.
Nenhum gato é homem.
25. Identifique o termo maior, menor e médio.
26. Indique o modo do silogismo e justifique.
Modo AEE - o modo tem a ver com a quantidade e qualidade das proposições que constituem o silogismo.
Modo AEE - o modo tem a ver com a quantidade e qualidade das proposições que constituem o silogismo.
27. Identifique a que figura pertence e justifique.
2ª figura (P/P)- a figura tem a ver com a posição do termo médio nas premissas.
28. Identifique as regras que os seguintes silogismos infringem.
Todos os répteis são
animais de sangue frio.
Todos os caracóis são
animais de sangue frio.
Todos os caracóis são
répteis.
O termo médio tem de
estar, pelo menos uma vez, distribuído.
Alguns canários
não são cantores.
Todos os canários são
animais de estimação.
Alguns animais de
estimação são cantores.
A conclusão segue sempre a parte mais fraca.
A conclusão segue sempre a parte mais fraca.
Alguns animais de estimação NÃO são cantores. 3ªfigura, modo OAO
29. Identifique as regras que os seguintes modos de silogismo
infringem:
- I I I De duas premissas particulares nada se pode concluir
- E E E De duas premissas negativas nada se pode concluir
-A A O De duas premissas afirmativas não se pode tirar uma conclusão negativa
30. Coloque o seguinte argumento na forma canónica do silogismo categórico
Estudar lógica é útil para todas as pessoas porque aprender a argumentar com correcção facilita a comunicação e porque aprender lógica desenvolve a capacidade de argumentar.
Estudar lógica é útil para todas as pessoas porque aprender a argumentar com correcção facilita a comunicação e porque aprender lógica desenvolve a capacidade de argumentar.
Argumentar com correcção facilita a comunicação
Estudar lógica desenvolve a capacidade de argumentar
Logo, estudar lógica é útil para todas as pessoas
Tendo em conta o
silogismo seguinte:
Todo o filósofo é sábio.
Todo o filósofo é homem.
Algum homem é sábio.
31. Identifique o termo maior, menor e médio.
32. Indique o modo do silogismo.
33. Identifique a figura.
34. Identifique as regras que o seguinte silogismo infringem.
Todos os lagartos são répteis.
Alguns animais não são répteis.
Alguns lagartos são animais.
A conclusão segue
sempre a parte mais fraca
35. Identifique as regras que o seguinte silogismo infringe:
Todos os manuais
escolares são livros que exigem concentração. (ND)
Alguns romances são
livros que exigem concentração. (ND)
Alguns romances são
manuais escolares.
O termo médio (livros que exigem concentração) tem de ser tomado, pelo menos uma vez, universalmente.
O termo médio (livros que exigem concentração) tem de ser tomado, pelo menos uma vez, universalmente.
36. Identifique as regras que os seguintes modos de silogismo
infringem:
Relembrando
E O O - De duas premissas negativas nada se pode concluir
I I A - De duas premissas particulares nada se pode concluir
I A O - De duas premissas afirmativas não se pode tirar uma conclusão negativa
Relembrando
1.
O silogismo só
deve ter três termos (o maior, o menor e o médio).
2.
De duas
premissas negativas nada resulta.
3.
De duas
premissas particulares nada resulta.
4.
O termo médio
nunca entra na conclusão.
5.
O termo médio
deve ser tomado, pelo menos uma vez, universalmente
6.
Nenhum termo
pode ser mais extenso na conclusão do que nas premissas.
7.
De duas
premissas afirmativas não se pode concluir uma negativa.
8.
A conclusão
segue sempre a premissa mais fraca (se nas premissas uma delas for negativa,
a conclusão deve ser negativa; se uma for particular a conclusão deve ser
particular)
37. Coloque os seguintes argumentos na forma canónica do silogismo categórico
O ensino deve privilegiar o desenvolvimento de competências, uma vez que, hoje em dia, o conhecimento está disponível on-line e os cidadãos só precisam de saber procurá-lo, seleccioná-lo e fazer a sua apropriação pessoal
O ensino deve privilegiar o desenvolvimento de competências, uma vez que, hoje em dia, o conhecimento está disponível on-line e os cidadãos só precisam de saber procurá-lo, seleccioná-lo e fazer a sua apropriação pessoal
O conhecimento está disponível on-line.
Os cidadãos só precisam de saber procurar, seleccionar e fazer a apropriação do conhecimento.
Logo, o ensino deve privilegiar o desenvolvimento de competências.
A minha
irmã adora cinema, por isso tenho a certeza de que vai gostar do Matrix, dado
que não há apreciador de cinema que não goste do Matrix.
Todos os apreciadores de cinema gostam do Matrix.
A minha irmã é apreciadora de cinema cinema.
Logo, a minha irmã vai gostar do Matrix
38. Tendo em conta o silogismo seguinte, responda às questões
que se seguem:
Nenhum político é rico.
Alguns políticos são
corruptos.
Alguns corruptos não são
ricos.
39.
Identifique o termo maior, menor e
médio.
40. Indique o modo do silogismo e justifique.
41.
Identifique a figura
42.
Identifique as regras que o seguinte
silogismo infringe.
Todas as aves são
velozes
Alguns aviões são
velozes.
Todos os aviões são aves
velozes.
A conclusão segue
sempre a parte mais fraca.
O silogismo tem 4 termos. (aves, velozes, aviões e aves velozes)
O silogismo tem 4 termos. (aves, velozes, aviões e aves velozes)
43. Identifique as regras que os seguintes modos de silogismo infringem.
I O O - De duas premissas particulares nada se pode concluir
A I O - De duas premissas afirmativas não se pode tirar uma conclusão negativa.
44. Construa o silogismo, a partir dos elementos dados
Termo Maior –
exploradores
Termo Menor –
romancistas
Termo Médio –
sedentários
2ª figura; Modo: E I O
45. Identifique os tipos de raciocínio presentes nos dois
exemplos seguintes.
‘O cobre, o zinco e o ferro são bons condutores de calor. Ora, o cobre, o
zinco e o ferro são metais. Logo, os metais são bons condutores de
calor.’
Raciocínio Indutivo.
Raciocínio Indutivo.
As portuguesas são
bonitas. Maria Ana é portuguesa. Maria Ana é bonita.
’Raciocínio Dedutivo.
’Raciocínio Dedutivo.
Tendo em
conta o silogismo seguinte
Todos os gregos são
sábios.
Nenhum sábio é filósofo.
Nenhum filósofo é grego.
46. Identifique o termo maior, menor e médio.
47. Indique o modo do silogismo e justifique.
48.
Identifique a que figura pertence e
justifique. 4ª figura P/S
49. Identifique as regras que o seguinte silogismo infringe.
Todos os animais são reptéis.
Alguns lagartos são
reptéis.
Todos os lagartos são
animais reptéis.
A conclusão segue sempre a parte mais fraca
O termo médio tem de estar, pelo menos uma vez, distribuído.
O silogismo tem 4 termos. (animais, répteis, lagartos e animais répteis)
O silogismo tem 4 termos. (animais, répteis, lagartos e animais répteis)
50.
Identifique as regras que os
seguintes modos de silogismo infringem.
A A O - De duas premissas afirmativas não se pode tirar uma conclusão negativa.
E O O - De duas premissas negativas nada se pode concluir
51. Construa o silogismo, a partir dos elementos dados.
Termo Maior –
halterofilistas
Termo Médio -
desportistas
Termo Menor –
esquiadores
4ª figura; Modo: A A I
Observa com atenção os
seguintes silogismos
52. Classifica os silogismos.
53. Identifica os que são válidos e os que não são.
54.Nos silogismos que consideraste válidos, explica a(s)
regra(s) a que estão sujeitos.
55. Nos silogismos inválidos, identifica e explica a(s)
falácia(s) em que incorrem.
Se estiver bom tempo,
(então) vou passear.
Está bom tempo.
Logo, vou passear.
Válido. Afirma o antecedente.
Modo Ponens.
Válido. Afirma o antecedente.
Modo Ponens.
Ou vou ao cinema ou
estudo.
Vou ao cinema.
Logo, não estudo.
Válido. Afirma um aspecto da alternativa e nega o outro.
Modo Ponendo Tollens
Válido. Afirma um aspecto da alternativa e nega o outro.
Modo Ponendo Tollens
Se estiver bom tempo,
(então) vou passear.
Vou passear.
Logo, está bom tempo.
Inválido. Falácia da afirmação do consequente.
Inválido. Falácia da afirmação do consequente.
56. Identifica e explicita as falácias
presentes nos seguintes silogismos.
Ou danço, ou ando ou
corro
Corro
Logo danço e ando
Afirmando um dos aspectos da alternativa, têm de negar-se as demais
Afirmando um dos aspectos da alternativa, têm de negar-se as demais
Se eu gostar, dou um
abraço
Não gosto
Logo, não dou um abraço. Falácia da negação do antecedente.
Observa com atenção os
seguintes silogismos:
57. Classifica os silogismos
58. Identifica os que são válidos e os que não são.
59. Relativamente aos silogismos válidos, explica a(s)
regra(s) a que estão sujeitos.
60. Relativamente aos silogismos inválidos, identifica e explica a(s)
falácia(s) em que incorrem.
A) Se Joana come, então engorda.
Joana não come.
Logo, Joana não engorda.
Silogismo hipotético
condicional
Não Válido. Falácia da
negação do antecedente.
B) Se Alexia come, então engorda.
Alexia não engorda.
Logo,Alexia não come.
Silogismo hipotético
condicional
Válido. Modo Tollens:
negou-se o condicionado ou consequente.
C) O avião ou está no ar ou está no solo.
O avião está no ar.
Logo, o avião não está
no solo.
Silogismo hipotético
disjuntivo
Válido. Modo
Ponendo-Tollens.
D) Se tivermos um governo estável, então o país prospera
O país não prosperou
Logo, não tivemos um governo estável.
O país não prosperou
Logo, não tivemos um governo estável.
Silogismo
hipotético condicional
Válido.
Modo Tollens.
61.Classifique os
seguintes argumentos disjuntivos e diga se são válidos:
a) João folgou ou está
doente. Ora, João não folgou. Logo, João está doente.
b) João folgou ou está
doente. Ora, João folgou. Logo, João não está doente.
c) João folgou ou está
doente. Ora, João não está doente. Logo, João folgou.
d) João folgou ou está
doente. Ora, João está doente. Logo, João não folgou.
62. Identifique o
seguinte argumento e diga se é válido:
Se uma criança for
sucessivamente frustrada, reagirá através da agressão. Esta criança sofreu
frustrações sucessivas. Logo, esta criança vai reagir agressivamente.
Silogismo Hipotético Condicional.
Válido. Afirma o antecedente. Modo Ponens.
Silogismo Hipotético Condicional.
Válido. Afirma o antecedente. Modo Ponens.
63. Detecte as falácias
nos silogismos hipotéticos.
A) Se a teoria está certa, a previsão está correcta. Mas a teoria não está
certa. Logo, a previsão não está correcta.
Falácia da negação do
antecedente
B) Se toda a matéria é divisível sem mudar as suas propriedades, então
se divido a água nestes dois copos obtenho água. De facto obtive água. Logo,
toda a matéria é divisível sem mudança de propriedades.
Falácia da afirmação
do consequente
NOTA:
O que é a forma Lógica?
Forma lógica: é a estrutura de um
argumento expressa no modo como estão relacionadas as diferentes proposições
que o constituem, independentemente do conteúdo ou do que se diz.
Todos os A são B.
Todos os C são A.
Logo, todos os C são B.
Exº:
Todos os portugueses (A) são europeus (B).
Todos os lisboetas (C) são portugueses (A)
Logo, todos os lisboetas (C) são europeus (B).
64. Analise o
seguinte texto:
Estava naquele
estado de espírito de incerteza e de dúvida que Descartes exige para a procura
da verdade. Este estado não é feito para durar, é inquietante e penoso;
deixa-nos apenas o interesse do vício e a preguiça na alma. Não tinha o coração
tão corrompido para aí me comprazer; e nada preserva melhor o hábito de
refletir que estar mais satisfeito consigo do que com o seu destino.
Meditava então na
triste sorte dos mortais flutuando sobre um mar de opiniões humanas, sem
governo, sem bússola, e entregues às suas tempestuosas paixões, sem outro guia
que um piloto inexperiente que conhece mal a sua rota, e que não sabe nem de
onde vem nem para onde vai. Dizia a mim próprio: Amo a verdade, procuro-a, e
não posso reconhecê-la; que ma mostrem e ficarei a ela ligado: porque será
preciso que ela seja roubada à espontaneidade de um coração feito para a
adorar?
Apesar de ter
provado muitas vezes grandes males, nunca levei uma vida tão desagradável como
nesse tempo de desordem e ansiedade, onde, sem cessar, errando de dúvida em
dúvida, só retirava, das minhas longas meditações, incerteza, obscuridade,
contradições sobre a causa do meu ser e sobre a regulação dos meus deveres.
Como poderemos ser
sistematicamente céticos e estar de boa fé? Não podia compreendê-lo. Estes
filósofos, ou não existem, ou são os mais infelizes dos homens. A dúvida sobre
as coisas que nos importam conhecer é um estado demasiado violento para o
espírito humano: ele não resiste aí muito tempo; decide-se, apesar de tudo, de
um modo ou de outro, e prefere enganar-se a não crer em nada.
O que redobrava o
meu embaraço, era que tendo nascido numa Igreja que tudo decide, que não
permite nenhuma dúvida, um único ponto rejeitado fazia-me rejeitar tudo o
resto, e que a impossibilidade de admitir tantas decisões absurdas separava-me
também das que não o eram. Ao dizer-me: Crê em tudo, impediam-me de crer em
alguma coisa, e eu já não sabia onde me deter.
Consultei os
filósofos, folheei os seus livros, examinei a sua diferentes opiniões;
pareceram-me todos orgulhosos, afirmativos, dogmáticos, mesmo pretendendo ser
céticos, não ignorando nada, não provando nada, troçando uns dos outros; e este
ponto comum a todos pareceu-me o único onde todos tinham razão. Triunfantes
quando atacavam, não tinham qualquer vigor quando se defendiam. Se pensarmos
nas razões, só as têm para destruir; se contarmos as vozes, cada um está
reduzido à sua; só entram em acordo para se disputarem; escutá-los não era a
forma de sair da minha incerteza.
Conclui que a
insuficiência do espírito é a primeira causa desta prodigiosa diversidade de
sentimentos, e que o orgulho é a segunda.(…)
Quando os filósofos
estiverem em estado de descobrir a verdade, quantos terão interesse nela? Cada
um sabe bem que o seu sistema não está melhor fundamentado que o dos outros;
mas mantém-no porque é o seu sistema. Não há um único que chegando ao conhecimento
do verdadeiro e do falso, não prefira a mentira que descobriu à verdade
descoberta por um outro. Onde está o filósofo que pela sua glória
não enganaria voluntariamente o género humano? Onde está aquele que , no
segredo do seu coração, tem outro objetivo senão distinguir-se? Desde que se
eleve por cima da vulgaridade, desde que apague o efeito dos seus concorrentes,
que quer mais? O essencial é pensar de modo diferente dos outros. Para o crente
é ateu, para o ateu será crente.
Jean-Jacques Rousseau, L’Émile ou de l’éducation,
Flammarion,1966, Paris
pág.347 e348
Tema - a Dúvida
Problema -
Tese
Argumentos
Conclusão
Conceitos
65. Analise o
seguinte texto:
"Para
convencer alguém de uma verdade ou desviá-lo de um erro (...), a primeira regra
a seguir é fácil e natural: apresentar primeiro as premissas e em seguida a
conclusão. E, contudo, esta regra raramente é respeitada, procedendo-se
exatamente ao contrário. Um zelo impaciente e a necessidade de ter razão
pressionam-nos a gritar bem alto a conclusão a quem erradamente defende o
oposto. Este procedimento torna o nosso oponente respingão, e a partir daí a
sua vontade mostra-se rebelde aos argumentos e às premissas de que ele,
antecipadamente, conhece a conclusão.
Assim, devemos
dissimular a conclusão e apresentar as premissas com clareza, e sob todos os
seus aspetos. Se possível, não devemos sequer anunciar a conclusão. Ela acabará
por se impor inevitavelmente, em virtude de leis necessárias, à razão dos
auditores e a convicção que nasce assim espontaneamente neles, será mais
sincera; além disso, em vez de os encher de confusão, ela será acompanhada de
um sentimento de mérito pessoal.
Em casos difíceis,
podemos mesmo fingir querer chegar a conclusões diferentes daquelas que
realmente temos em mente (...)
Não devemos
produzir argumentos excessivos. Por isso os chineses enunciam a seguinte
máxima: "aquele que é eloquente e que tem a língua afiada só deverá
enunciar metade de uma proposição; e aquele que tem a razão do seu lado pode
voluntariamente sacrificar três décimas do seu discurso."
Shopenhauer, O
mundo como vontade e representação
Tema - A verdade
Problema - Como convencer alguém de uma verdade?
Tese: A regra é - deve apresentar-se primeiro as premissas e depois a conclusão
Argumentos:
- A regra nem sempre é respeitada;
- A maioria das vezes procede-se ao contrário pela necessidade que temos de ter razão e apresentamos, de imediato, a conclusão;
- O nosso opositor foge aos argumentos e premissas pois conhece, de antemão, a conclusão
- Devemos apresentar, claramente, as premissas e não apresentar a conclusão;
- A conclusão acabará por surgir na sequência de um exercício racional e os opositores sentirão o esforço como espontâneo e meritoriamente seu.
- Em casos mais difíceis podemos "fingir" chegar a conclusões diferentes do que efectivamente pensamos;
Conclusão - Há que não exagerar nos argumentos, ser sintético e claro no discurso.
Conceitos: Verdade, erro, premissas, conclusão, leis da razão, argumento e discurso.
66. Analise o seguinte texto:
Ainda
se pode objetar que a retórica só é útil para aqueles que querem enganar o
público e ocultar os seus objetivos reais, já que alguém que apenas quer
comunicar a verdade pode ser directo e não precisará de ferramentas retóricas.
Isso, no entanto, não é o ponto de vista de Aristóteles: mesmo aqueles que
apenas tentam estabelecer o que é justo e verdadeiro precisam da ajuda da
retórica quando enfrentam uma audiência pública. Aristóteles diz-nos que é
impossível ensinar essa audiência, mesmo que o falante tenha o conhecimento exato
do assunto. Obviamente, Aristóteles considera que a audiência de um discurso
público consiste em pessoas comuns que não conseguem seguir uma prova exata
baseada nos princípios de uma ciência. Além disso, essa audiência pode ser
facilmente distraída por fatores que não pertencem ao assunto; às vezes são
recetivos a lisonjas ou apenas tentam estar em vantagem. Esta situação torna-se
ainda pior se a constituição, as leis e os hábitos retóricos de uma cidade
forem maus. Finalmente, a maioria dos tópicos que geralmente são discutidos em
discursos públicos não permitem conhecimento exato, mas deixam espaço para
dúvidas; especialmente em tais casos, é importante que o orador pareça ser uma
pessoa credível e que o público esteja num clima de simpatia. Por todas essas
razões, afetar as decisões de jurados e assembleias é uma questão de persuasão
e não de conhecimento. É verdade que algumas pessoas conseguem ser persuasivas,
seja ao acaso ou por hábito, mas é a retórica que nos dá um método para
descobrir todos os meios de persuasão em qualquer assunto.
Aristotle's
Rhetoric Article First published Thu May 2, 2002;
substantive revision Mon Feb 1, 2010
Stanford Encyclopedia of Philosophy
NOTA- A correcção será, oportunamente, concluída!
Bom estudo ao som de....
https://www.youtube.com/watch?v=Fd4mMcHiW64
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Até Sempre, Zé Pedro!
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