sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Teste de Avaliação 11ºAno,





Teste de Avaliação 11ºAno


Texto

“A realidade, tal como a paisagem, tem infinitas perspectivas, todas elas igualmente verídicas e autênticas. A única perspectiva falsa é aquela que pretende ser única”.

Ortega Y Gasset

1 – Mostre como o conteúdo do texto serve à argumentação e não à demonstração.


2 – Complete as seguintes afirmações:
      A - Argumentar não é .......
      B – A argumentação é própria dos sistemas democráticos porque.......
      C – A argumentação é um dos aspectos da comunicação porque.........
      D – Os objectivos de uma argumentação são........................................
      E – O modelo clássico de racionalidade defendia que...........................


3 – Afirma Perelman que “Toda a argumentação desenvolve-se a partir de acordos prévios”.
      Interprete esta afirmação à luz da Nova Retórica defendida pelo autor.


4 – Apresente cinco aspectos que contribuam e dificultem uma boa argumentação.


5 – Atente no texto argumentativo que lhe apresento (ver página seguinte)
   Procure encontrar, ao longo do seu conteúdo, a estrutura de um texto argumentativo evidenciando, de modo claro, aquelas que lhe parecem ser as mais relevantes. 



Correcção     

1. Viver em sociedade implica comunicar, dialogar, trocar pontos de vista diferentes e diversos sobre um mesmo tema. As sociedades actuais, mercê de um grande desenvolvimento cientifico e tecnológico deparam-se com problemas que só com um diálogo e uma argumentação se podem tentar resolver. As grandes questões éticas (vida/morte, afectos, adopção, transplante de órgãos…) são objecto de argumentação e não de demonstração. E porquê?

É que a demonstração chega a uma única verdade e é um moda de raciocínio impessoal, não atento ao auditório, verdadeira ou falsa, é um calculo objectivo em que a verdade é absoluta.
Como resolver, pela demonstração, por exemplo, a fome mundial, o conflito no Darfur ou a guerra Israel/Árabe?

2.
a)       …ameaçar fisicamente, ordenar, impôr ideias, demonstrar ou mesmo aceitar passivamente (=dogmaticamente) tudo.

b)       …aí discute-se, partilha-se, dialoga-se, escolhe-se, decide-se e relacionam-se os novos representantes políticos.

c)       …a todo o momento necessitamos de apresentar razões a favor e contra uma determinada tese, Para quê? Para provar, justificar, motivar, persuadir ou convencer, refutar e influenciar um auditório.

d)       …levar a que o auditório adira à tese que apresentamos;
que aquilo que afirmamos (= as nossas premissas sejam pertinentes);
que aquilo que afirmamos está estruturalmente correcto e que tem fundamento;
que podemos sempre cativar, influenciar, levar à adesão alterando comportamentos do auditório.

e)       …a lógica era a única forma possível de racionalidade; que a racionalidade é o exercício da razão mediante regras e que a razão era um simples instrumento ao serviço da lógica. A retórica era desvalorizada.

3. O discurso argumentativo, na perspectiva da Nova Retórica de Perelman, deve ser feito em função do auditório.
·   O auditório é o conjunto…
·   O auditório pode ser constituído por uma ou mais pessoas.
·   Há diferentes tipos de auditórios.
·   Argumentação e auditório interligam-se…
·   O objectivo do orador é provocar a adesão do auditório.
·   Persuasão e convencimento são conceitos diferentes.
·   Tem de existir uma comunhão intelectual entre orador e auditório.
·   O centro da argumentação deve ser o auditório.
·   Deve existir um acordo prévio do auditório.
·   Tem de existir o mesmo tipo de linguagem entre orador e auditório.
·   O auditório é crítico e deve aceitar a base de argumentação.
·   A argumentação é dinâmica e aberta - pode ser sempre refutada.

Perelman no séc.XX, reabilita a retórica, conferindo um novo estatuto à argumentação. Daí podermos afirmar que a Nova Retórica nos traz:
-    Uma nova concepção de razão que, mediante uma troca de pontos de vista, é uma razão dialógica, aberta ao diferente e paciente com outros modos de ver o real.
-    Um novo conceito de Homem, já não é um ser unicamente racional mas também social, histórico e cultural. É um ser afectivo já que é por esta dimensão que o auditório é condicionado (ou não) na adesão às teses do argumentador. É o auditório o centro da argumentação.
-    Uma nova concepção de Vida que agora é entendida como vida discutida em que os problemas individuais e universais são partilhados (pelos mass-média) e debatidos pelos responsáveis mundiais.



4. Uma boa argumentação                   Uma má argumentação
·  Linguagem clara                                    ·  Raciocínios complicados
·  Adequação ao auditório                         ·  Discursos longos
·  Frases curtas                                        ·  Desconhecimento do auditório
·  Argumentos bem articulados                  ·  Vocabulário complexo
·  Sintaxe simples e rigorosa                      ·  Autoritarismo, força, vidência



5. Ethos, Pathos e Logos são aspectos fundamentais em qualquer discurso argumentativo. São, no dizer de Aristóteles três estratégias de persuasão. Perelman valoriza o Logos, pois entende que os elementos intelectuais são importantes no discurso argumentativo. Para este autor o que verdadeiramente persuade um auditório são os argumentos racionais que servem de base às conclusões. O Homem não é só um ser racional e por isso há outros factores que são importantes para que o auditório adira às teses do orador. O orador deve ser uma pessoa credível, de respeito- Ethos, mas também é importante que este mesmo orador consiga despertar no auditório um conjunto de sentimentos positivos. O auditório exige um argumentador credível, integro e sério (Ethos) que diga a verdade ( Logos ), mas que também esse conjunto de argumentos seja do seu agrado.
De notar que Perelmam apresenta um conceito alargado de racionalidade, onde intervêm todos estes elementos- Ethos, Pathos e Logos, que não são mais do que recursos ou razões de que o argumentador se serve para conquistar o auditório: umas de carácter racional, outras de carácter afectivo.

6. TEXTO

- Referir o tema, a tese, os argumentos e a conclusão;
- Notar se há da parte do orador um apelo ao Ethos, Pathos ou Logos





                                                                                                                                             Lola

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